PPGDEM - Doutorado em Demografia
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/11991
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Navegando PPGDEM - Doutorado em Demografia por Assunto "CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DEMOGRAFIA"
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Tese Inclusão e desempenho acadêmico: análise dos estudantes com deficiência no ENEM(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-14) Lobato, Maria José Silva; Aguirre, Moisés Alberto Calle; Magalhães, Ismenia Blavatsky de; http://lattes.cnpq.br/0743856406326460; http://lattes.cnpq.br/5850545847212930; Cerqueira, Cezar Augusto; Morales, Fidel Ernesto Castro; Soares, Weber; Fusco, WilsonO Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é um instrumento deavaliaçãopadronizada de abrangência nacional, constituindo-se o principal meio de ingressoaoensino superior e acesso ao financiamento estudantil no Brasil. Assim, apresentetese tem como objetivo investigar a influência de fatores socioeconômicosedemográficos na participação e no desempenho acadêmico da PopulaçãoEscolarcom Deficiência Público da Educação Especial (PEcD_PEE) no ENEM, considerandoa evolução temporal desses fatores e a diversidade regional do Brasil. Paratanto, uma análise abrangente à luz da teoria sociológica de Capitais de Pierre Bourdieufoi realizada. As informações primárias foram coletadas dos microdados doInstitutoNacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, abrangendocincoedições do ENEM (2009, 2019-2022). Adicionalmente, verificaram-se as informaçõescoletadas nos Censos Escolares da Educação Básica (2009, 2019-2022). Oconjuntode dados continha informações acerca de: número de pessoas nafamília, escolaridade dos pais, renda familiar, posse de bens domésticos, televisores, computadores, máquinas de lavar, telefones fixos, celulares, sexo, cor/raça, tipoelocalização da escola e faixa etária dos inscritos. A caracterização dosperfissocioeconômicos e demográficos foi realizada por meio do método de agrupamentoExpectation Maximization. Para inferir as diferenças estatísticas aplicaram-setrêstestes com nível de significância de 5%: i) Teste de Shapiro-Wilk paraverificar anormalidade das distribuições de notas; ii) Teste U de Mann-Whitney paracompararas distribuições de frequência das notas entre grupos; e iii) Teste T de Student paraidentificar diferenças significativas nas médias dos grupos. Aplicou-se a AnálisedeComponentes Principais para identificar os eixos principais de variação nos dadosdoCenso Escolar. Os resultados apontaram diferenças significativas entre os estudantes,com superioridade em termos de pontuação para os candidatos do ensinoregular emcomparação a PEcD_PEE em todas as regiões do Brasil. Emtermos desexo, verificaram-se vantagens de homens nas provas de Matemática e superioridadefeminina em Redação em todas as regiões, exceto no Norte. Alguns aspectosdemográficos como idade mais elevada apresentaram influência negativanodesempenho dos candidatos. Entre a PEcD_PEE houve predominância doperfil deCapital Cultural e Econômico Menor (CCEM) nas regiões Norte e Nordeste, enquantoo perfil Capital Cultural e Econômico Elevado (CCEE) foi predominantenoSul eSudeste. A disponibilidade de recursos e serviços de acessibilidade nas regiõesSul, Sudeste e Centro-Oeste foram superiores em comparação ao Norte e Nordeste. Aescolaridade dos pais do perfil CCEM foi mais baixa em comparação ao perfil CCEE. As mulheres pardas e pretas obtiveram desempenhos mais baixos nas diferentesprovas do ENEM. A pandemia de COVID-19 afetou de forma mais negativaosestudantes do perfil CCEM, em função da precariedade de disponibilidadedeacessibilidade comunicacional (internet, computador, celulares etc). Oestudoapontouque para promover uma educação efetiva da PEcD_PEE é essencial compreender osfatores socioeconômicos e demográficos que impactam a qualidade devidaeainclusão escolar. Além disso, as análises das avaliações de larga escalasãoferramentas essenciais para a realização de diagnósticos abrangentes comfinsdepropor melhorias nas condições de vida e práticas inclusivas no sistema educacional brasileiro.Tese Pobreza multidimensional no Semiárido Nordestino (2000 e 2010)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-06) Brandão, Guilherme Sousa; Queiroz, Silvana Nunes de; http://lattes.cnpq.br/0720771993359907; Myrrha, Luana Junqueira Dias; https://orcid.org/0000-0001-6767-6775; http://lattes.cnpq.br/9464473185586596; Aguirre, Moisés Alberto Calle; Oliveira, Kléber Fernandes de; Cordeiro, Rosemary de MatosEsta tese tem como objetivo central a pobreza no semiárido nordestino sob a ótica multidimensional, articulando três escalas de análise: indivíduos, arranjos domiciliares e municípios. O estudo parte da constatação de que a pobreza, especialmente no semiárido, não pode ser plenamente compreendida por indicadores unicamente monetários, sendo necessário adotar uma abordagem mais abrangente, que considere as múltiplas privações enfrentadas pela população. A metodologia empregada utilizou microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010, aplicando a metodologia Alkire-Foster para o cálculo do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM). As dimensões de análise contemplam Trabalho e Renda, Educação, Capacidades Funcionais, Infraestrutura e Padrão de Vida. A análise se desdobrou em capítulos específicos para cada escala, investigando perfis demográficos, socioeconômicos, características dos domicílios e a distribuição espacial da pobreza. Os principais resultados revelam redução geral da pobreza multidimensional na região entre 2000 e 2010, impulsionada por fatores como crescimento econômico, valorização do salário mínimo e expansão de políticas sociais, como o Bolsa Família. No entanto, a análise detalhada destacou a persistência de profundas desigualdades. Na perspectiva individual, pretos e pardos, assim como indivíduos com menor escolaridade, apresentaram os piores indicadores de pobreza, apesar dos avanços. As mulheres tiveram melhora significativa, superando a vulnerabilidade em um ritmo superior ao dos homens em alguns aspectos. A análise por arranjos domiciliares mostrou que estruturas familiares mais amplas (estendidas e compostas) demonstram maior resiliência à pobreza, enquanto domicílios unipessoais e chefiados por homens solo com crianças se mantiveram mais vulneráveis. A ocupação e a renda foram determinantes centrais para a superação da pobreza em todos os arranjos. Na escala municipal, a pobreza extrema se concentrou persistentemente nos municípios de menor porte, evidenciando desigualdades territoriais e a influência do tamanho populacional no acesso a políticas e infraestrutura. As privações em educação se tornaram relativamente mais relevantes em 2010, apesar dos avanços em outras dimensões como infraestrutura. Mapas de autocorrelação espacial confirmaram a existência de clusters de alta privação em regiões específicas do interior do semiárido nordestino. A originalidade da tese reside na integração entre a análise demográfica e territorial, oferecendo uma compreensão ampla da pobreza, ancorada em múltiplas escalas e recortes. Ao propor um diagnóstico detalhado das privações no semiárido nordestino, a pesquisa fornece subsídios relevantes para o planejamento de políticas públicas mais eficazes, visando superar as múltiplas formas de exclusão que ainda marcam a região.Tese Transição à vida adulta dos jovens no Nordeste: desigualdades, educação e mercado de trabalho no século XXI(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-28) Pereira, Antonia Jaine da Silva; Queiroz, Silvana Nunes de; https://orcid.org/0000-0001-7295-3212; http://lattes.cnpq.br/2868787826636179; https://orcid.org/0000-0002-1295-6611; http://lattes.cnpq.br/0716274018241746; Myrrha, Luana Junqueira Dias; https://orcid.org/0000-0001-6767-6775; http://lattes.cnpq.br/9464473185586596; Aguirre, Moisés Alberto Calle; http://lattes.cnpq.br/0743856406326460; Welters, Angela; http://lattes.cnpq.br/5137960203055130; Vieira, Joice MeloA literatura sobre juventude tem apontado uma diversificação nos modos de ser jovem, e no Brasil as desigualdades estruturais desempenham um papel importante nesse processo. Essa diversidade também se reflete na transição para a vida adulta, em que as trajetórias das novas coortes de jovens no processo de aquisição do status de adulto se tornam mais heterogêneas, tanto entre si quanto em relação a coortes anteriores. Essas diferenças, sejam intra ou intergeracionais, podem resultar nas chamadas 'não-transições', a exemplo dos 'jovens semsem'. As dificuldades dos jovens no mercado de trabalho, que perduram e se agravam em certas conjunturas, afetam a passagem do papel de estudante para o de trabalhador. A consequente dificuldade em alcançar independência financeira também influencia outras dimensões da transição. Nesse contexto, esta tese tem como objetivo investigar as modalidades de transição para a vida adulta entre os jovens no Nordeste brasileiro no início do século XXI, considerando os efeitos das desigualdades sociais, regionais e econômicas sobre as transições educacional e ocupacional, com ênfase na situação dos jovens sem estudo e sem trabalho, por meio de abordagens demográficas. Analisa-se a região Nordeste, que combina padrões convencionais e dinâmicas emergentes, e permanece registrando maiores vulnerabilidades em relação às demais regiões do Brasil, no que se refere a aspectos demográficos, econômicos, educacionais e de inserção no mercado de trabalho. A pesquisa se pauta na seguinte questão central: como um contexto desigual e incerto influencia as mudanças no processo de transição para a vida adulta na passagem do século XX para o XXI? Essa questão compõe-se de outras mais específicas que favoreceram a idealização da tese em dois diferentes ensaios. O primeiro destina-se a caracterizar a transição para a vida adulta na região Nordeste. O segundo analisa a influência do mercado de trabalho, indicativo para o efeito de período, na configuração de uma modalidade de transição mais específica: os jovens sem estudo e sem trabalho (jovens sem-sem). Para isso, são utilizados os microdados dos Censos Demográficos de 1991 e 2010 (ensaio 1), e a PNAD de 1993, 1998, 2003, 2008 e 2013, bem como a PNADC de 2018 e 2023 (ensaio 2). Como principais métodos de análise são utilizados a análise de entropia de coortes sintéticas (ensaio 1) e o modelo Idade-Período-Coorte (APC) com Logito Multinomial (ensaio 2). Conjuntamente, os ensaios mostram que o contexto desigual e incerto coloca educação e trabalho como forças em contraste na padronização ou despadronização entre as modalidades de transição dos jovens no Nordeste, assim como na configuração da modalidade sem-sem. Em meio às desigualdades, os jovens com menor rendimento ou do meio rural têm maiores chances para integrar os sem-sem, apesar da tendência mais acentuada de homogeneização enquanto estudantes e do crescimento notável das chances para o estudo em coortes mais recentes. A incerteza, em especial para esses perfis, é evidenciada pelo estabelecimento do status ocupacional como principal componente da heterogeneidade crescente entre os jovens na região, junto a relação direta entre a taxa de desocupação e as chances de integrarem os semsem.