PPGPS - Doutorado em Psicologia Social
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Navegando PPGPS - Doutorado em Psicologia Social por Assunto "Delivery"
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Tese A humanização no parto e no nascimento: os saberes e as práticas no contexto de uma maternidade pública brasileira(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010-02-22) Morais, Fatima Raquel Rosado; Traverso-yépez, Martha Azucena; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703134T0; ; http://lattes.cnpq.br/8086396650395631; Moreira, Simone da Nóbrega Tomáz; ; http://lattes.cnpq.br/3642294168997314; Bastos, Ana Cecília de Sousa Bittencourt; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780268A4&dataRevisao=null; Oliveira, Isabel Fernandes de; ; Silva, Raimunda Magalhães da; ; http://lattes.cnpq.br/8577652222943813As práticas em saúde relacionadas ao processo gestacional tendem a se organizar de acordo com o contexto e os espaços assistenciais, os quais são dependentes das condições socioeconômicas e da estrutura física e funcional dos serviços. A elevada morbimortalidade nesse processo desencadeou, desde 1986, a reflexão pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto aos aspectos técnicos e às iniquidades sociais que influenciam essa situação em diferentes contextos, culminando nas recomendações que propunham a reorientação da dinâmica assistencial com foco na maternidade segura. O Brasil adota, no ano 2000, as sugestões da OMS, enfatizando a humanização como eixo orientador das ações. Contudo, essa discussão tende a desconsiderar os problemas das iniquidades locais e os condicionantes epidemiológicos e sociais que definem as ações no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, esta pesquisa objetivou analisar as práticas discursivas nas ações de trabalhadores e usuárias da Maternidade de Felipe Camarão em face da organização do cuidado na perspectiva da humanização do parto e do nascimento no contexto institucional de uma maternidade pública. Então, além da análise dos documentos públicos que lidam com essa temática, foi desenvolvido um estudo etnográfico em uma maternidade em Natal (RN), considerada modelo para a humanização após ter recebido o prêmio Galba de Araújo, em 2002. Nessa etapa, as estratégias metodológicas foram a observação participante, o grupo focal e a prática da entrevista individual com trabalhadores e usuárias do serviço. Na análise dos dados, evidenciou-se que os diferentes atores, os profissionais e as mulheres em parturição, tendem a mostrarem-se alheios aos contextos que delimitam a produção e reprodução das práticas em saúde, o que favorece a ausência de uma postura crítica diante das ações destinadas à população. Além disso, ficou evidente que as dificuldades institucionais, associadas às questões econômicas, culturais, políticas e de gestão, também dificultam o envolvimento e a reflexão dos trabalhadores em favor de mudanças assistenciais para o processo. Há também a utilização de uma perspectiva prescritiva da humanização no fazer cotidiano desses atores sociais, sem uma reflexão crítica acerca do seu significado. Alguns trabalhadores apresentam em seus posicionamentos uma preocupação com os aspectos sociais e econômicos que afetam as práticas em saúde e com as limitações do discurso humanizador, que desarticula as necessidades dos envolvidos nesse contexto. Todavia, possivelmente por questões culturais e relacionadas ao processo de formação, logo tendem a retornar ao discurso da humanização enquanto prática caridosa caracterizada pela minimização das ações intervencionistas. Já as usuárias mostram-se passivas diante da dinâmica dos serviços, submetendo-se ao que lhes é oferecido enquanto assistência, sem questionar e/ou refletir acerca das suas carências usuais. Assim, pensar em mudanças no saber/fazer em saúde destinadas ao parto e ao nascimento implica refletir a produção cotidiana dessas práticas e os contextos sociais que influenciam o processo assistencial em saúde. Dessa forma, seria possível antever a apropriação, pelos diferentes atores, dos seus anseios e necessidades, fazendo-os ativos na busca pelos seus direitos de cidadania