PPGE - Mestrado em Ecologia

URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/11998

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  • Dissertação
    Atividade vocal, riqueza de espécies, e os coros e "nãocoros" das aves em dois pontos com condições ambientais diferentes no RN
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-18) Pinheiro, Thiago Augusto Mendes; Lima, Renata Santoro de Sousa; Ferreira, Luane Maria Stamatto; https://orcid.org/0000-0002-2638-1695; http://lattes.cnpq.br/1514389007687960; http://lattes.cnpq.br/6008949452293667; Pichorim, Mauro; Almeida, Marina Scarpelli Drummond de
    A atividade vocal das aves é uma característica marcante destes animais, e suas vocalizações são frequentemente utilizadas como fator de detecção (presença/ausência) em estudos variados sobre ecologia deste grupo. A atividade acústica das aves pode ser influenciada por fatores ambientais que também impactam a riqueza de espécies numa determinada região. Utilizando gravações obtidas por meio de monitoramento acústico passivo (MAP), este estudo teve como objetivos 1) investigar a influência de um conjunto de variáveis ambientais na atividade vocal (medida em número de vocalizações) e na riqueza de espécies de aves em dois pontos amostrais com condições ambientais distintas no estado do RN; e 2) comparar a dinâmica das variáveis ambientas durante o período estudado, com as dinâmicas das variáveis resposta (atividade vocal e riqueza de espécies) entre os dois pontos amostrais. O estudo foi conduzido em um ponto na zona rural do município de Currais Novos, RN (bioma Caatinga) e no Parque Estadual Dunas de Natal, em Natal, RN (bioma Mata Atlântica) durante doze coletas mensais com três dias de duração, amostrando dois turnos (04:00 – 10:00 h e 14:00 – 20:00) em gravações de 1 minuto de duração a cada ciclo de 10 minutos. Modelos Aditivos Generalizados (GAM) foram construídos a fim de compreender a relação entre as variáveis ambientais Precipitação horária, índice de vegetação NDVI, Nebulosidade, Sensação térmica e Estado de iluminação e Velocidade do vento, com as variáveis resposta atividade vocal e riqueza de espécies. Os resultados sugerem que os fatores ambientais são importantes em conjunto no sistema, tendo as variáveis utilizadas exercido efeitos distintos nas variáveis resposta nos diferentes pontos amostrais. A variável que representa o estado de iluminação apresentou os maiores coeficientes em todos os modelos, sempre com efeitos positivos. Até onde sabemos, este é o primeiro trabalho que avalia como fatores ambientais podem influenciar o comportamento acústico de aves no Brasil, conduzido em ambientes negligenciados.
  • Dissertação
    Efeito das mudanças climáticas sobre a distribuição de cianobactérias no semiárido brasileiro
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-23) Medeiros, Ludmille Espínola de; Dias, Juliana Déo; Mantovano, Tatiane; http://lattes.cnpq.br/8119278936427700; http://lattes.cnpq.br/7472960167899416; Moresco, Geovani Arnhold; Becker, Vanessa
    As mudanças climáticas provocam desafios universais e de impactos intergeracionais. O aquecimento do clima global vem sendo observado desde a Revolução Industrial e favorece a escassez de recursos naturais, causando diferentes efeitos como alterações nos regimes de precipitação e temperatura. Essas variáveis são essenciais para a ocorrência de espécies aquáticas, pois atuam na disponibilidade de recursos e podem alterar processos biogeoquímicos que regulam o ciclo da vida. Evidências empíricas indicam um aumento acentuado do surgimento de cianobactérias com as mudanças relacionadas ao clima. Cianobactérias são organismos fotossintetizantes que ocorrem em ambientes marinhos e de água doce, agrupando-se em colônias ou filamentos e muitas espécies podem produzir florações potencialmente tóxicas. Na região semiárida do Brasil, a ocorrência de cianobactérias é amplamente registrada em reservatórios de múltiplos usos, incluindo abastecimento público, podendo afetar a biodiversidade e a saúde humana. Neste estudo, buscamos compreender a distribuição atual e futura de cianobactérias (coloniais e filamentosas) potencialmente produtoras de toxinas no semiárido brasileiro fazendo uso da abordagem de modelagem de nicho ecológico para estimar as áreas adequadas ao estabelecimento dessas populações, associando os pontos de ocorrência já conhecidos às variáveis bioclimáticas inerentes à ecologia das espécies e aos cenários climáticos (moderado e pessimista) projetados para Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) com enfoque no intervalo de tempo 2081-2100. A isotermalidade, a variação anual de temperatura, o volume de precipitação do trimestre mais úmido, mais frio e mais seco e a elevação foram as variáveis que mais contribuíram para a distribuição potencial das espécies. As projeções obtidas mostraram que o semiárido brasileiro possui alta adequabilidade climática para a ocorrência de todas as espécies estudadas, mas os modelos indicaram a expansão da adequabilidade de habitat no futuro, tanto no cenário moderado quanto no cenário pessimista, apenas para Microcystis aeruginosa (colonial) e Planktothrix agardhii (filamentosa). Sugerindo, portanto, que os resultados obtidos estão ligados aos efeitos das mudanças de temperatura e precipitação sob o padrão de distribuição das espécies e suas estratégias adaptativas.
  • Dissertação
    Sequestro de carbono florestal para diferentes técnicas de restauração ecológica na Caatinga
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-29) Medeiros, Úrsula Tathiana Oliveira de; Ganade, Gislene Maria da Silva; Villavicencio, Lourdes Milagros Mendoza; http://lattes.cnpq.br/3024078007563102; https://orcid.org/0000-0003-3607-2754; http://lattes.cnpq.br/8269534603338248; Monteiro, Felipe Ferreira; Franco, Jeanne Raquel de Andrade
    A restauração ecológica desempenha um papel crucial para a superação dos desafios urgentes relacionados à degradação dos ecossistemas, perda de biodiversidade e mudanças climáticas. Como solução para o ambiente degradado da Caatinga, a restauração ecológica busca a recuperação dos serviços ecossistêmicos, como a captura de carbono da atmosfera, podendo ainda ser uma aliada como técnica para promover a fixação de carbono nas áreas degradadas, fortalecendo o potencial de mitigação das mudanças climáticas. Este estudo busca identificar técnicas eficazes de restauração e avaliar seu impacto na acumulação de carbono, no desenvolvimento de espécies arbóreas e nas características das mudas, com o objetivo de otimizar a produção de biomassa em ecossistemas semiáridos. A pesquisa envolveu seis espécies arbóreas nativas da Caatinga e implementou cinco tratamentos de plantio em parcelas de 12m x 8m, com espaçamento de 2 m replicados cinco vezes. Esses tratamentos incluíram o controle (sem manipulação), irrigação por gotejamento, transplante de serrapilheira, combinação entre irrigação e transplante de serrapilheira, e agrofloresta. As mudas foram categorizadas com base nas dimensões das raízes (pequenas ou grandes) e da parte aérea (pequena ou grande), e medidas de altura, diâmetro à altura do solo, biomassa aérea e conteúdo de água das plantas foram registradas após três anos da restauração, no final do experimento. Nossos resultados revelaram que a adição de água teve um impacto significativo no acúmulo de carbono. A espécie Jurema preta (Mimosa tenuiflora) demostrou ser a mais promissora para projetos de neutralização de gases de efeito estufa, apresentando acúmulo de aproximadamente 0,09 Kg de carbono por m2. A pesquisa também abordou a importância das dimensões das mudas, indicando que plantas com raízes e parte aérea maiores acumularam mais biomassa e obtêm maior taxa de sobrevivência. Além disso, a espécie Catingueira demonstrou excelente sobrevivência em tratamentos com restrição de água, especialmente quando as mudas apresentavam raízes pequenas. O total de carbono acumulado ao final do experimento foi de 0,1 Kg por m2. Essas descobertas oferecem direcionamentos e estratégias para gestão e restauração, destacando a importância de levar em conta não apenas a disponibilidade de água, mas também as particularidades das espécies e o porte das mudas para maximizar a eficácia dos projetos de restauração na Caatinga.
  • Dissertação
    Comunidades de insetos sendo afetadas pela sinergia entre diversidade de espécies e facilitação da comunidade vegetal
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-27) Lima, Samuel Nascimento de; Ganade, Gislene Maria da Silva; http://lattes.cnpq.br/3024078007563102; http://lattes.cnpq.br/6161272569266100; Leal, Anderson Dantas; Gianuca, Andros Tarouco
    A intensificação da perda de habitat tem provocado o declínio da entomofauna mundial. A diversidade de espécies vegetais e a facilitação entre plantas podem ser fundamentais para a sustentabilidade dessa entomofauna, porque influenciam a base da cadeia alimentar desses organismos. Essa influência se dá através do incremento da produtividade primária devido ao aumento da complementaridade de nicho entre plantas e da melhoria de condições edáficas e climáticas. Porém, ainda são incipientes os estudos sobre como os processos de diversidade e facilitação afetam ecossistemas florestais, especialmente em florestas tropicais nas regiões áridas e semiáridas do mundo. No semiárido brasileiro, o processo de destruição de habitat vem se intensificando e causando a desertificação. A reconstrução desses habitats degradados através da restauração ecológica se configura como um processo fundamental na mitigação da perda de habitat e de biodiversidade a partir da reposição de uma vegetação diversa em número de espécies e características morfo-funcionais que proporcionam a colonização de outros níveis tróficos. O presente estudo tem o objetivo de investigar como a diversidade de espécies e a diversidade funcional da vegetação bem como processos de facilitação estão influenciando a abundância, a riqueza e a diversidade funcional dos insetos em um experimento de restauração da Caatinga focado na relação entre biodiversidade de plantas e funcionamento ecossistêmico (BEF-BrazilDry). Utilizando Modelos Lineares Generalizados Mistos (GLMM), observamos que a abundância de insetos foi influenciada positivamente pela interação entre a riqueza de árvores plantadas e a sua capacidade de facilitação. A abundância, riqueza de espécies e diversidade funcional dos insetos foram beneficiadas pela altura das árvores das comunidades experimentais estudadas, mostrando a importância da disponibilidade de recursos e áreas de nidificação e forrageamento. Nossos resultados sugerem que além da riqueza de espécies de árvores, o tipo de interações que elas exercem também é importante para a colonização de níveis tróficos superiores. Para fomentar a diversidade de insetos, a restauração de florestas secas deve ser pensada considerando o plantio de mudas de grande porte além da alta diversidade de espécies arbóreas com alto potencial de facilitação.
  • Dissertação
    Padrões históricos e atuais do uso do solo em bacias de drenagem e sua relação com a proximidade de lagos e reservatórios
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-20) Monte, Otávio de Sena; Silva, Adriano Caliman Ferreira da; https://orcid.org/0000-0003-1368-7051; http://lattes.cnpq.br/5732240601827737; Gripp, Anderson da Rocha; Carneiro, Luciana Silva
    A mudança do uso do solo é um dos principais motores das transformações dos ecossistemas terrestres e aquáticos, afetando os fluxos de carbono, a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos em todo o mundo. Compreender a dinâmica do uso do solo em bacias de drenagem é fundamental, pois essas áreas são moldadas por vários fatores socioambientais. No entanto, se e como o tipo de ecossistema aquático (lago natural ou reservatório) e a distância de suas margens influenciam a dinâmica do uso do solo em bacias de drenagem permanece limitada. Este estudo investiga a dinâmica espaço-temporal do uso do solo em 98 bacias de drenagem tropicais, abrangendo lagos naturais e reservatórios no nordeste do Brasil. Para isso, utilizamos a Coleção de Uso e Cobertura do Solo do MapBiomas (1985–2022). A dinâmica do uso do solo (LUd) foi representada por uma variável composta derivada dos scores da PCA, incorporando a extensão relativa atual do uso do solo, a taxa de mudança do uso do solo e a tendência de uso do solo de longo prazo. Nossas hipóteses são que: i) LUd é maior nas bacias de drenagem dos reservatórios, ii) LUd aumenta com maior distância da margem, tanto nas bacias de drenagem de lagos quanto de reservatórios, e iii) o aumento mediado pela distância em LUd é mais forte nas bacias de drenagem de reservatórios. Usando a análise de árvore de regressão (RTA), exploramos como as características morfométricas e geomorfológicas dos ambientes aquáticos e suas bacias de drenagem bem como características demográficas e climáticas influenciam o índice espaço-temporal de uso do solo (SLUi), calculado como a magnitude do efeito (z de Fisher) do LUd em função da distância da margem. Nossos resultados revelam que o LUd é mais intenso nas bacias de drenagem dos lagos e difere significativamente entre as bacias de drenagem de lagos e reservatórios: o LUd aumenta com a distância em relação aos lagos, mas diminui com a distância em relação aos reservatórios. Isso sugere que as áreas próximas aos lagos são melhor protegidas do que as mais distantes, enquanto nas bacias de drenagem dos reservatórios, as regiões de cabeceira são menos impactadas do que as áreas mais próximas da margem dos reservatórios. O tamanho da população humana, a inclinação, a longitude, a área do corpo hídrico e a área da bacia de drenagem foram os principais preditores do uso do solo nas bacias de drenagem estudadas. Estes resultados fornecem novos insights sobre os mecanismos que impulsionam a dinâmica do uso do solo em bacias de drenagem de ecossistemas tropicais, destacando a importância de considerar o tipo de ecossistema como um preditor da dinâmica do uso do solo nas bacias de drenagem.
  • Dissertação
    Impactos na qualidade da água causados pela antropização da zona ripária em reservatórios no semiárido tropical brasileiro
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-07-26) Gomes, Augusto César Cavalcanti; Becker, Vanessa; Dias, Juliana Déo; http://lattes.cnpq.br/8119278936427700; http://lattes.cnpq.br/2999389235108507; https://orcid.org/0000-0002-7845-3873; http://lattes.cnpq.br/1395750032048311; Angelini, Ronaldo; Severiano, Juliana dos Santos
    Os efeitos da antropização do ecossistema terrestre afetam os ecossistemas aquáticos que recebem os nutrientes provenientes da bacia hidrográfica por meio de processos superficiais do solo. A aplicação do geoprocessamento pode auxiliar na gestão sustentável desses ecossistemas, auxiliando na tomada de decisões relativas às medidas de proteção da zona ripária e do ecossistema aquático. Os objetivos do nosso trabalho foram avaliar a relação com a qualidade hídrica da água estocada, frente às diferentes categorias de usos e ocupação do solo e se a resposta à antropização é diferente quanto ao volume registrado nos reservatórios. Os reservatórios foram divididos em grupos – grandes (n = 6) e médios (n = 11) – de acordo com o volume máximo de água (maior ou menor que 75 hm³). Nossa hipótese foi de que reservatórios grandes apresentam maiores áreas de antropização devido à extensão das zonas ripárias, porém as consequências na qualidade da água são retardadas por conta do efeito de diluição do seu maior volume de água estocada. O estudo foi conduzido em 17 reservatórios da região do semiárido tropical, localizados nas bacias hidrográficas Apodi-Mossoró (RN), PiancóPiranhas-Açu (RN/PB) e do rio Paraíba (PB), no nordeste brasileiro. Análises de uso e ocupação do solo na zona ripária por meio de geoprocessamento foram realizadas. As seguintes categorias de uso e ocupação do solo foram avaliadas: Agropecuária; Caatinga Densa; Caatinga Esparsa; Solo Exposto e Urbana. Os reservatórios não apresentaram diferenças significativas quanto às diferenças de volume armazenado. Todos os reservatórios apresentaram concentrações elevadas de nutrientes e biomassa algal. Poucas relações entre as categorias dos usos e ocupação do solo e do cenário limnológico da água foram encontradas e, quando presentes, apresentaram-se fracas e moderadas. O histórico de inundações desde o início das operações dos reservatórios pode ter contribuído para a retroalimentação por nutrientes nos reservatórios. As condições de tendência à intensificação da eutrofização foram maiores em reservatórios que apresentaram menores volumes. Os avanços das atividades agropecuárias e das áreas com solo exposto com o prolongamento da estiagem intensificam a poluição difusa. A supressão da vegetação nativa pode minimizar o efeito tampão que os solos e a vegetação exercem na zona ripária. A vegetação densa da caatinga apresentou remanescentes e podem não ser suficientes para proteger o influxo da poluição difusa para os reservatórios. Esses reservatórios apresentaram vegetação de caatinga esparsa na área de drenagem que promove maior influxo de nutrientes quando inundados. Dessa forma, não houve uma segregação entre os diferentes volumes dos reservatórios quanto ao estado trófico.
  • Dissertação
    Salinização causa evolução rápida da tolerância e menor tamanho celular em uma cianobactéria formadora de florações
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-28) Domingos, Ingrid Elaine Rodrigues; Ger, Kemal Ali; Panosso, Renata de Fátima; http://lattes.cnpq.br/2543467420133635; http://lattes.cnpq.br/0949406269847477; https://orcid.org/0009-0004-4300-7998; http://lattes.cnpq.br/3994802730022496; Becker, Vanessa; Azevedo, Sandra Maria Feliciano de Oliveira e
    As mudanças globais atuam como forças seletivas responsáveis por induzir a evolução das espécies em um curto período temporal, eventos que possuem implicações na estrutura e funcionamento dos ecossistemas, porém são limitadas as informações sobre os efeitos ecológicos subsequentes. A salinização, como fator de estresse aos ecossistemas de água doce, não apenas representa uma ameaça à biodiversidade e às principais funções e serviços ecossistêmicos, mas também exerce pressão seletiva sobre as espécies. No entanto, a forma como as espécies se adapta localmente à salinização, através dos processos microevolutivos, é pouco compreendida. Desse modo, investigamos a capacidade de evolução rápida ao aumento da salinidade e seus efeitos nas características funcionais, no crescimento e morfologia de cepas brasileiras de Microcystis aeruginosa (Kütz.). Além do mais, acreditamos que populações adaptadas as altas salinidades irão apresentar taxas de crescimento mais altas e tamanhos celulares menores. Para isso, montamos um experimento de Common Garden com 4 cepas de Microcystis produtoras de toxinas. Previamente ao Common Garden, todas as cepas foram divididas em 3 populações (réplicas) e expostas a 2 tratamentos: adição de NaCl (1.5 g/L) e o controle (0 g/L de NaCl) por um período de 6 a 8 meses, resultando em mais de 100 gerações. Após esse período, cada população foi exposta aos tratamentos de 0, 1.5, 3 e 5 g/L de NaCl com 3 réplicas cada em um projeto de Common Garden por mais 7 gerações para remover os efeitos de plasticidade fenotípica e epigenética nas populações. Após essa etapa, as características morfológicas e de crescimento foram medidas. Para testar como as concentrações de salinidade e adaptação afetam o crescimento e a morfologia de Microcystis, utilizamos Modelos Lineares Generalizados (GLMs). As populações expostas a concentração de 1.5 g/L na etapa de seleção (adaptadas) apresentaram maiores taxas de crescimento em comparação às expostas ao controle (não adaptadas) e cresceram em todos os tratamentos de salinização, indicando um aumento da tolerância ao sal impulsionada pela seleção na variação genética preexistente. Duas cepas, originalmente crescendo em células individuais, produziram colônias em salinidades mais altas. A formação de colônias, bem como seu tamanho, foi maior nas populações não adaptadas, indicando que as populações adaptadas provavelmente não precisam investir na formação de colônias para sobreviver. Os resultados demonstram que a adaptação a concentrações relativamente baixas (1.5 g/L) de sal também permite tolerância às salinidades mais elevadas (>3 g/L). Mostramos a rápida adaptação evolutiva (microevolução) de um produtor primário aquático comum à salinização da água doce ao longo do tempo ecológico, com efeitos em traços-chave (fenótipo) como o tamanho celular. É provável que tal adaptação ocorra em outras espécies de cianobactérias e microalgas na natureza onde existe a salinização, com consequências para as funções ecossistêmicas ainda desconhecidas. Nossos resultados justificam uma visão mais ampla das implicações eco-evolutivas da seleção impulsionada pela salinização em ecossistemas aquáticos.
  • Dissertação
    Resgate histórico como ferramenta para reconstruir a abundância passada de tubarões no litoral do nordeste brasileiro
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019-04-23) Carvalho, Fábio Henrique Dantas de; Lopes, Priscila Fabiana Macedo; Longo, Guilherme Ortigara; http://orcid.org/0000-0003-2033-7439; http://lattes.cnpq.br/3947302863354812; http://lattes.cnpq.br/0025274238475995; http://lattes.cnpq.br/9516428703964228; Angelini, Ronaldo; Leduc, Antoine; Bevilacqua, Ana Helena Varella
    Conhecer a situação dos estoques pesqueiros é essencial para a gestão e manutenção da pesca. No entanto, no Brasil pouco se sabe sobre a maioria dos estoques, mesmo daqueles de interesse para a pesca de pequena escala. Na ausência destas informações, levantamentos históricos através de entrevistas com pescadores e outros grupos de pessoas que observam diretamente os recursos pesqueiros (e.g.: pesquisadores e mergulhadores) servem como ferramenta para avaliar as tendências reais destes estoques. Apesar disto, pode haver uma distorção comum associada à esta metodologia, conhecida como síndrome da base de comparação (shifting baselines syndrome). Nesta síndrome, o informante tende a acreditar que no momento em que ele começou a observar o recurso, este se encontrava em seu momento pleno de abundância, desconsiderando explorações passadas, o que pode levar a uma falsa percepção do estado atual dos estoques. Uma forma de amenizar esta distorção é incluir informantes de diferentes idades e experiências, buscando uma recuperação das informações mais antigas possíveis. O objetivo geral da presente pesquisa foi fazer um levantamento histórico do avistamento de algumas espécies de tubarões por pescadores artesanais na costa do nordeste brasileiro, avaliando possíveis mudanças em suas ocorrências e em seus tamanhos sofridas ao longo de seis décadas. Os dados foram coletados junto aos pescadores artesanais, ao longo da costa de uma parcela do nordeste brasileiro (estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia). Das oito espécies analisadas, em três (Carcharhinus leucas, Ginglymostoma cirratum e Sphyrna lewini) os pescadores perceberam diminuição do tamanho máximo ao longo dos anos. As espécies costeiras se mostraram as mais propícias a sofrerem essas variações de tamanho. Os grupos de pescadores classificados em diferentes faixas etárias percebem de forma diferente os tamanhos médios que as espécies Carcharhinus leucas e Isurus oxyrinchus apresentam. Com o risco de extinção cada vez mais eminente dos grandes predadores, esperamos contribuir para o entendimento dos padrões de mudanças de abundâncias dos estoques pesqueiros e demais alterações sofridas por estes estoques ao longo de um passado recente, através do conhecimento que os pescadores têm sobre as populações.
  • Dissertação
    Frugivoria em Myrteae (Myrtaceae) nas Américas
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-07-31) Moreira, Victor de Paiva; Staggemeier, Vanessa Graziele; https://orcid.org/0000-0003-4911-9574; http://lattes.cnpq.br/4357034543526737; https://orcid.org/0000-0002-9837-8380; http://lattes.cnpq.br/4501919971368014; Pinto, Miriam Plaza; Gressler, Eliana
    Myrtaceae é uma das famílias mais ricas em espécies dentre as Angiospermas e desempenha um papel crucial na ecologia da região tropical, especialmente nas Américas, onde está representada pela tribo Myrteae. Este grupo possui ampla diversidade de frutos carnosos que são utilizados como recurso pela fauna, contando com o papel dos frugívoros para dispersão de suas sementes. Essa interação planta-animal afeta o sucesso evolutivo de ambas as linhagens e espera-se que a seleção de frutos pelos frugívoros explique a elevada diversidade de espécies desta tribo. Com base nisso, dividimos essa dissertação em dois capítulos. O primeiro capítulo objetivou revisar o consumo de frutos de Myrteae neotropicais por animais a partir de uma busca sistemática na literatura por meio das bases de dados Web of Science, Scopus e SciELO e em referências adicionais citadas nestes estudos. Encontramos 324 fontes de informações. As pesquisas foram desenvolvidas do México ao sul do continente americano, abrangendo 18 países, com uma elevada concentração de estudos no Brasil (188 estudos de 324 encontrados; 58%). Registramos ao todo 1858 interações de frugivoria, envolvendo 200 espécies da tribo Myrteae e 292 espécies de frugívoros (152 espécies de aves, 106 de mamíferos, 17 de peixes, 8 de formigas, 8 de répteis e 1 de crustáceo). Deste total, 722 interações foram registros únicos entre espécies identificadas (i.e. descartando registros duplicados encontrados em diferentes estudos e registros em que uma das espécies envolvidas ou ambas estavam indeterminadas em nível específico). Cerca de 40% dos estudos registraram interações envolvendo espécies de Myrteae com algum nível de incerteza taxonômica (espécie ou gênero). As interações ocorreram com pelo menos 19 gêneros de Myrteae, sendo que dentre as interações em espécies identificadas, Eugenia foi o mais estudado aparecendo em 165 estudos (51% do total). Esse gênero também teve mais espécies estudadas, pelo menos 65, e mais interações registradas (541 no total, sendo 371 com espécies identificadas de animais). No segundo capítulo, filtramos o banco de dados inicial para as interações em que a taxonomia da planta e do animal eram conhecidas até o nível específico e apenas para vertebrados (já que interações com formigas e crustáceos são exceções nos padrões de dispersão de Myrteae), para então caracterizar as associações entre os caracteres dos frutos e sementes e seus frugívoros testando a hipótese da síndrome de dispersão de sementes e seu impacto na especiação de Myrteae. A partir de 225 estudos, encontramos 1019 interações (sendo 697 únicas) entre 254 espécies de vertebrados e 163 espécies de Myrteae. Primatas consumiram 79 espécies de Myrteae (127 interações únicas) e as aves 42 espécies (221 interações únicas), enquanto outros vertebrados foram menos importantes na dispersão do grupo. A grande maioria das espécies de Myrteae apresentou frutos pretos, pequenos e com uma única semente que foram dispersos por todos os grupos visitantes, mas em especial pelas aves. O segundo grupo de frutos mais importante inclui os amarelos e grandes com muitas sementes, característicos dos gêneros Psidium e Campomanesia, os quais foram mais visitados por primatas. Outras síndromes de dispersão não foram claras, havendo grande sobreposição nas características de frutos e sementes que são consumidas por aves e mamíferos. Mesmo quando subdividimos os mamíferos de acordo com suas ordens, as síndromes de dispersão não foram evidenciadas em Myrteae. Além disso, encontramos uma tendência de amostragem nos estudos de frugivoria com elevada concentração de dados para a região do domínio do Paraná e, por esta razão, para remover um possível efeito biogeográfico, as métricas de redes foram calculadas apenas para este domínio (105 espécies de Myrteae, 139 espécies de animais, 568 interações, 422 interações únicas). A rede apresentou modularidade, mas sem um padrão evidente associado às características funcionais dos frutos ou aos animais que os consomem. Poucos módulos apresentaram características notáveis, como ausência de frutos pequenos no módulo 1, exclusividade de mamíferos no 5 e predomínio de aves e frutos pequenos no 8 e 9, provavelmente por um efeito de muitas interações com baixa frequência obscurecerem a identificação de padrões mais gerais. Muitas interações importantes ocorreram com primatas, alguns deles se comportando como espécies conectoras e centros de módulos, incluindo espécies ameaçadas de extinção como Brachyteles arachnoides, Leontopithecus caissara e L. chrysopygus, reforçando a importância na manutenção da regeneração natural das florestas dessa província. Num cenário de elevadas ameaças, tais espécies seriam as primeiras a desaparecer, afetando a conservação desses ambientes. Encontramos ainda uma tendência, embora não significativa, de que linhagens produtoras de frutos grandes e amarelos tenham taxas de especiação mais baixas. Enquanto linhagens produtoras de frutos pequenos e pretos, as quais são consumidas por todos os grupos de frugívoros, possuem taxas de especiação mais variadas, mas são as únicas com taxas de especiação mais altas dentro da tribo Myrteae. O banco de dados desta dissertação oferece avanço para o conhecimento das interações de frugivoria em Myrteae nas Américas e identifica lacunas de conhecimento, sugerindo direções para futuros estudos. Além disso, a análise da rede de interação sob uma perspectiva macroevolutiva trouxe pistas sobre o entendimento de como a escolha de frutos pelos frugívoros pode ter moldado a evolução e os padrões de diversificação em plantas.
  • Dissertação
    Diversidade de frutos em Myrtaceae: hipóteses ecológicas e evolutivas para o sucesso desta família neotrópico
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-06-27) Cunha, Hercília Freitas da; Staggemeier, Vanessa Graziele; Vasconcelos, Thais Nogales da Costa; https://orcid.org/0000-0003-4911-9574; http://lattes.cnpq.br/4357034543526737; https://orcid.org/0000-0002-1152-5799; http://lattes.cnpq.br/3439479756280087; Vieira Filho, Edson Aparecido; Paterno, Gustavo Brant de Carvalho
    Frutos carnosos são o elo entre fauna e flora. Servem como recurso para a fauna, ao mesmo tempo que favorecem a colonização de espécies vegetais. Pressões seletivas nas interações planta-animal podem moldar os caracteres de frutos e sementes e tem potencial para explicar a diversidade de espécies atual. Nesta dissertação, utilizei Myrtaceae, uma das famílias mais ricas em espécies nos trópicos, como modelo para testar o efeito dos caracteres da planta e do fruto nas taxas de especiação da família. Assim, no capítulo um expandi o banco de dados morfológicos de frutos e sementes de Myrtaceae, resultando em dados para 956 espécies e adicionando novas variáveis sobre o display, altura da planta e hábito de vida. Myrtaceae apresentou ampla variação morfológica, possuindo frutos grandes com várias sementes pequenas ou frutos pequenos com sementes poucas e pequenas. A coloração preta é presente em metade das espécies no banco de dados, ocorrendo para 56,8%, seguida pela cor amarela (17,4%) e vermelha (17,4%). As cores laranja, verde, marrom e cinza são menos comuns entre os frutos (8,4%). No capítulo dois, usando os dados do capítulo um, testei a relação entre tamanho de frutos e sementes, número de sementes, coloração de frutos e altura da planta e quantifiquei a influência desses caracteres nas taxas de especiação em Myrtaceae Neotropical. Apenas o diâmetro do fruto foi capaz de predizer as taxas de especiação, ou seja, frutos de tamanho pequeno possuem elevadas taxas de especiação. Como o diâmetro do fruto é um fator limitante para dispersão é esperado que essa morfologia seja selecionada através do tempo, mas ao contrário do predito os demais caracteres não estão associados a especiação na tribo Myrteae indicando que outros fatores abióticos e bióticos moldam a diversidade atual de espécies. No capítulo 3, testei a hipótese do atraso-atrativo visual a qual prevê que os frutos em estágio intermediário de maturação e com coloração conspícua aumentam a atratividade da copa e tem capacidade antecipada de germinação. O display multicolorido demonstrou maior poder de atração ao ser mais removido que o display unicolorido, mas a germinação independe do tipo de display das espécies, ou seja, as sementes são capazes de germinar em todos os estágios de maturação. Os resultados encontrados contribuem para o avanço no entendimento dos padrões morfológicos de frutos e sementes ligados a dispersão e seu papel na diversidade da família Myrtaceae.
  • Dissertação
    Avaliando a influência da diversidade e facilitação na disponibilidade de flores e frutos em comunidades arbóreas restauradas
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-29) França, Niege Felix Caetano; Ganade, Gislene Maria da Silva; Fagundes, Marina Vergara; http://lattes.cnpq.br/4534506918968475; http://lattes.cnpq.br/3024078007563102; http://lattes.cnpq.br/1574387403489081; Silva, Andrea Leme Da; Antongiovanni , Marina; http://lattes.cnpq.br/6734509642838870
    Dado o grande estado de degradação, atual, do Bioma Caatinga, estratégias de restauração ecológica são de suma importância, não só para frear este processo de degradação, mas também para recompor as comunidades afetadas, tornando-as estáveis e produtivas ao longo do tempo. Programas de restauração da Caatinga que buscam por novas tecnologias de restauração ecológica tem se mostrado como alternativas promissoras para combater o processo de desertificação. O Laboratório de Ecologia da Restauração da UFRN, desenvolve há mais de uma década tecnologias inovadoras para o plantio de espécies arbóreas, pertencentes ao bioma, visando o combate à desertificação. Essa técnica permitiu a construção do experimento BrazilDry, o primeiro experimento de ampla escala de restauração da Caatinga que atualmente recebe apoio do CNPq como um Projeto Ecológico de Longa Duração (PELD). Esse experimento está ligado à rede internacional TreeDivNet, que contempla 29 experimentos em 20 países que testam a influência da diversidade de espécies arbóreas sobre o funcionamento de florestas plantadas. Esse experimento, além de testar o efeito da diversidade de espécies, testa também como o potencial facilitador dessas espécies influencia a performance das comunidades vegetais restauradas. Desta maneira, o trabalho visa gerar tecnologias aplicáveis aos programas de restauração de áreas degradadas da Caatinga que promovam a resiliência e a resistência à desertificação do ecossistema restaurado a longo prazo. Implementado em 2016, o experimento BrazilDry, cria modelos de restauração de Caatinga que podem compatibilizar a preservação da biodiversidade de plantas com o melhor funcionamento do ecossistema. O presente estudo se divide em dois capítulos, ambos realizados no Experimento BrazilDry e tem como abordagem a compreensão de como a diversidade e os mecanismos de facilitação influenciam os padrões de floração e frutificação das comunidades restauradas. No primeiro capítulo, temos como oobjetivo principal testar se a diversidade de plantas arbóreas das comunidades restauradas e seu potencial de facilitação influenciam o número de indivíduos reprodutivos nos primeiros 7 anos de restauração, e assim responder: I - Quantos indivíduos e de quais espécies vegetais das comunidades restauradas, conseguiram reproduzir nos últimos 7 anos de restauração? II - Se há um efeito da diversidade e/ou da facilitação sobre a presença ou ausência de padrões de floração e frutificação. Como resultado, podemos observar que a diversidade de árvores plantadas não influenciou a capacidade de floração das espécies. No entanto, obtivemos um efeito positivo da Facilitação sobre a capacidade de floração das espécies nos primeiros 7 anos da restauração. A diversidade e a facilitação não influenciaram os padrões de frutificação. Isso pode ter ocorrido devido à baixa pluviosidade que causa o aborto de muitas flores, bem como, a abscisão de frutos, que podem ser também produzidos em menor quantidade quando sob grande estresse hídrico. O segundo capítulo avalia como a diversidade de espécies que compõem as comunidades restauradas afeta as fenofases da espécie Piptadenia retusa, popularmente conhecida como Jurema-branca, em termos de quantidade e sincronização de produção de frutos, flores e folhas por esta espécie. Com objetivos específicos de: I - Testar se a diversidade de árvores da comunidade restaurada influencia o número e época de produção de flores e frutos pela espécie P. retusa, e quais são os meses de produção desses recursos alimentares para a fauna; II - Testar se a diversidade de espécies das comunidades arbóreas restauradas influencia a capacidade máxima de produção de flores, frutos e folhas produzidas por Piptadenia retusa ao longo de um ano. Como resultados, observamos picos de floração nos meses mais úmidos entre os meses de março e junho, enquanto que a frutificação ocorreu também na primeira metade da estação seca entre os meses de junho a novembro. A produção de recursos florais (botões e flores) e produção de sementes (frutos maduros e imaturos) diferiu não só em relação aos meses, mas também aumentou significativamente com o aumento da diversidade de árvores que compõem a comunidade restaurada. Em termos de capacidade máxima de produção expressa pelo índice de Fournier, apenas a variável explanatória, tempo, teve influência significativa. Todas as variáveis apresentaram produção máxima nos meses mais úmidos com exceção da produção de frutos maduros que ocorreu com maior intensidade nos meses mais secos. A produção de folhas foi, em média, 75% de sua capacidade de produção nos meses mais úmidos, mas ainda mantiveram 25% de sua capacidade de produção durante os meses mais secos. Esse trabalho indica que modelos de restauração com a presença de espécies enfermeiras ou facilitadoras devem ser implementados,tendo em vista o potencial dessas espécies de aumentar a capacidade reprodutiva de árvores vizinhas, assim como, demostra que a diversidade de árvores plantadas em programas de restauração, pode aumentar a capacidade reprodutiva de algumas espécies, promovendo desta forma a reposição de indivíduos na comunidade e a disponibilidade de alimento para a fauna de polinizadores.
  • Dissertação
    Características funcionais de sementes e estratégias de germinação em uma floresta tropical sazonalmente seca
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-26) Rocha, Thomaz Gabriel Barros da; Ganade, Gislene Maria da Silva; Voigt, Eduardo Luiz; http://lattes.cnpq.br/3024078007563102; https://orcid.org/0000-0001-5684-8156; http://lattes.cnpq.br/4763391544397054; Staggemeier, Vanessa Graziele; Pinto, Leonardo Henrique Teixeira
    Em florestas tropicais sazonalmente secas, a água é um recurso limitante para os processos de germinação e crescimento das plantas, portanto, a dormência, a ortodoxia e o armazenamento de reservas, são características funcionais que coordenam estratégias de resistência à dessecação em sementes, e são cruciais para garantir a sobrevivência das espécies, principalmente durante o período de restrição hídrica. Aliar o conhecimento teórico destes processos, características funcionais e estratégias ecológicas com as iniciativas de restauração é o direcionamento chave para garantir o sucesso da restauração destas florestas. A partir disso, buscamos responder quais são as dinâmicas de investimento em características funcionais de sementes e como essas características afetam o processo de germinação em florestas sazonalmente secas da Caatinga. Para isto, utilizamos testes de germinação, quantificamos o tamanho das sementes, as reservas armazenadas e o investimento em tegumento para 22 espécies arbóreas nativas. No primeiro capítulo, respondemos como a ocorrência de dormência em sementes modula as estratégias de germinação, e propusemos metodologias adequadas para a produção de mudas. Encontramos espécies que produzem sementes não dormentes, com dormência física e fisiológica, apresentando duas estratégias para a colonização do ambiente que são influenciadas pelo tamanho das sementes e a velocidade de germinação. As espécies produzem sementes que utilizam a dormência ou ortodoxia como estratégias para distribuir a germinação ao longo do tempo e tolerar o período seco nos bancos de sementes. No segundo capítulo, testamos como as características funcionais de proteção e nutrição das sementes afetam as estratégias de germinação. As relações de investimento em tamanho, reservas armazenadas, tegumento e velocidade de germinação, coordenam estratégias aquisitivas e conservativas para evitar ou tolerar o período de baixa disponibilidade hídrica. No grupo aquisitivo, as sementes pequenas e com poucas reservas, investem em tegumento como forma de proteção e germinam rapidamente. No grupo conservativo, as sementes grandes investem no armazenamento de mais reservas e germinam lentamente. Desse modo, este trabalho permite compreender as diferentes estratégias das plantas para a produção de sementes em florestas sazonalmente secas da Caatinga, garantindo a sobrevivência e colonização do ambiente. Além disso, contribuímos com avanços metodológicos para a restauração ecológica, maximizando a produção de mudas em casa de vegetação.
  • Dissertação
    Uso de habitat e ocupação da batuíra-bicuda (Charadrius wilsonia): uma contribuição ao Plano de Ação Nacional para Conservação das Aves Limícolas Migratórias
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-08-02) Barros, Jônathas Gabriel Sudário; Pichorim, Mauro; http://lattes.cnpq.br/5696697654544552; http://lattes.cnpq.br/6048925124058718; Lima, Guilherme Santos Toledo de; http://lattes.cnpq.br/2744140924945788; Damasceno, João Paulo Tavares
    Áreas costeiras são habitats importantes para aves limícolas, dentre elas, a batuíra-bicuda (Charadrius wilsonia), uma ave de médio porte com uma distribuição desde a América do norte até o nordeste brasileiro pela costa Atlântica e do México ao Peru, pelo Pacífico. Apesar de sua distribuição, pouco se sabe sobre a ecologia desta espécie no hemisfério sul. Nosso objetivo foi estimar dados demográficos e de ocupação de C. wilsonia, afim de contribuir para o alcance do objetivo 4.1 do Plano Nacional Para Conservação das Aves Limícolas Migratórias. Para tal propósito, utilizamos a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão/RN para coleta de dados, onde foram realizados três transectos (nomeados de MDG, MPA e P) com 12 pontos de observação espaçados a cada 300 m. As coletas ocorreram em duas estações, chuvosa e seca, compreendendo os meses de fevereiro a maio, e agosto a novembro, respectivamente. Com isso, montamos históricos de presença e ausência para a modelagem de ocupação estática (single-season), no programa MARK. Foram gerados 128 modelos a partir do modelo global. As probabilidades de detecção foram fixadas variando com a maré. Como principais resultados dos modelos de ocupação temos que os transectos se mostraram relevantes, junto com a presença de dunas, vegetação rasteira e praia arenosa. O transecto MDG obteve a maior taxa de ocupação (Ѱ = 0,88), seguido de MPA (Ѱ = 0,58) e P (Ѱ = 0,12). A presença de dunas afetou negativamente a ocupação de C. wilsonia, enquanto a vegetação rasteira e praia arenosa tiveram uma interação positiva, porém ainda incerta. Os resultados indicam que o padrão de ocupação de C. wilsonia parece estar sendo influenciado pela disponibilidade de alimento e proteção, onde em regiões com dunas estão mais expostas a predadores e com uma maior escassez de alimento. Nossos achados contribuirão diretamente para as metas de pesquisa de população e habitat descritas no Plano de Ação Nacional para Conservação das Aves Limícolas Migratórias, além de complementar os dados limitados sobre a ocupação e uso de habitat relacionados à ecologia da batuíra-bicuda fora da América do Norte.
  • Dissertação
    Land-use and flow intermittence influence biodiversitystability relationships across spatial scales: implications for an uncertain future
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-26) Cavalcanti, Victor Rocha Di; Gianuca, Andros Tarouco; http://lattes.cnpq.br/9747367811959611; http://lattes.cnpq.br/6966167809491459; Saito, Victor Satoru; Silva, Adriano Caliman Ferreira da
    Global change and associated increasing anthropogenic pressures on Earth are impacting biodiversity locally, regionally and globally, with negative consequences on the stability of ecosystems. However, the majority of studies on biodiversity-stability relationships have been conducted locally. Only recently it has been proposed that such relationships could become decoupled across spatial scales. Spatial decoupling happens when many local communities are unstable, but they vary asynchronously in space, leading to regional stabilization. Spatial decoupling can thus result in misleading interpretation of local scale stability patterns when the goal is to design regional management strategies. Focusing on multiple metacommunities of French rivers experiencing contrasting levels of flow intermittence, we investigate (i) whether and how land-use influences macroinvertebrate diversity and stability across multiple spatial scales and (ii) whether connectivity loss due to increasing intermittence enhances the relative stabilizing force of spatial asynchrony over local stability, resulting in higher spatial decoupling of diversity-stability relationships. We found that urbanization and agriculture negatively influenced local species diversity and the spatial asynchrony of populations and communities, indirectly reducing the stability of metacommunities through different pathways. However, the significance and strength of those pathways changed depending on the intermittence level and organism group analyzed. Specifically, the diversity of aerial organisms responded strongly to urbanization, whereas the diversity of aquatic species did not. In addition, the relative contribution of spatial asynchrony to regional stability was higher for metacommunities of intermittent than perennial rivers, implying the need to conserve multiple sites to attain regional stability in those systems. Considering that climate change is increasing flow intermittence across river networks, our results suggest that managers need to focus on the spatial dynamics of metacommunities more than on local-scale processes to monitor, restore and conserve freshwater biodiversity.
  • Dissertação
    Repensando o manejo pesqueiro: o papel do conhecimento ecológico local no estímulo à participação comunitária
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-05-26) Ferraz, Mariana Sell de Miranda; Lopes, Priscila Fabiana Macedo; Castello, Leandro; http://lattes.cnpq.br/0025274238475995; https://orcid.org/0000-0002-6650-4119; http://lattes.cnpq.br/8673836205494582; Fabré, Nidia Noemi; Silvano, Renato Azevedo Matias
    A maioria das pescarias globais, especialmente as pescarias artesanais em regiões tropicais e subtropicais, não apresenta monitoramento científico a longo prazo de seus estoques pesqueiros devido à escassez de recursos financeiros e humanos. O co-manejo pesqueiro, caracterizado pela participação dos pescadores, representa uma alternativa eficaz para a gestão pesqueira na ausência de dados científicos. Diante da sobre-exploração da maioria dos estoques globais, o conhecimento ecológico local (CEL) pode preencher lacunas no conhecimento científico sobre o status dos recursos pesqueiros. Entender os fatores que influenciam a participação dos pescadores é crucial para o sucesso das iniciativas de co-manejo. Utilizamos a reconstrução pesqueira para demonstrar a aplicação do CEL na gestão de recursos. Foram obtidos dados de capturas passadas de três espécies: Coryphaena hippurus (dourado), Opisthonema oglinum (sardinha) e Mugil liza (tainha), a partir da memória de pescadores. Dois cenários hipotéticos de co-manejo foram criados para investigar o grau de participação dos pescadores conforme o tipo de conhecimento adotado: CEL e conhecimento científico. O grau de participação foi comparado entre esses dois cenários, utilizando três variáveis agrupadas em um índice que resume o nível de engajamento em cada cenário. A hipótese estabelecida foi a de que o uso do CEL estaria associado a maior participação dos pescadores no manejo pesqueiro. O estudo foi conduzido em dois locais: Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão (RDSEPT/RN) e Lagoa de Araruama (RJ). Foram realizadas 205 entrevistas com pescadores residentes nesses locais, sendo 131 na RDSEPT e 74 entrevistas com os pescadores da Lagoa de Araruama. Modelos Lineares Mistos foram utilizados para investigar as mudanças temporais na captura pesqueira, enquanto a influência do tipo de conhecimento no grau de participação dos pescadores foi avaliada através de um Modelo de ligação Cumulativa Misto. Os resultados indicaram o declínio populacional das três espécies avaliadas e sugeriram que o uso do CEL no manejo pode proporcionar o aumento da participação dos pescadores. Nosso estudo evidencia a importância do CEL como fonte de informação para a gestão pesqueira e sua relevância para a participação dos pescadores. A participação ativa dos pescadores é essencial para o sucesso do co-manejo pesqueiro.
  • Dissertação
    Ambientes com maior variação de temperatura selecionam corais mais resistentes ao estresse térmico?
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-01) Pacheco, Maria Carolina de Oliveira; Longo, Guilherme Ortigara; http://orcid.org/0000-0003-2033-7439; http://lattes.cnpq.br/3947302863354812; http://lattes.cnpq.br/6456782308123960; Faria, Samuel Coelho de; Garrido, Amana Guedes
    As mudanças climáticas têm tornado o branqueamento de corais mais frequente e intenso, contribuindo para a mortalidade em massa desses organismos e a degradação dos recifes. Apesar disso, corais em alguns recifes têm mostrado diferentes suscetibilidades ao branqueamento e diferentes capacidades de recuperação após eventos de estresse, com alguns corais branqueando menos e sobrevivendo mais. Esse padrão pode estar relacionado à variabilidade natural da temperatura no habitat de origem dos corais, que pode influenciar diferentes mecanismos dos corais para lidar com o estresse térmico, seja por adaptação ou aclimatização. Diante disso, realizamos experimentos, em laboratório e em campo, com colônias de Siderastrea stellata de habitats com alta (poças de maré), média (recifes rasos; 2m) e baixa variação de temperatura (recifes fundos; 28m). Em laboratório, avaliamos a resposta dos corais de diferentes origens ao estresse térmico, medindo sua eficiência fotossintética e analisando mudanças na sua coloração. Em campo, investigamos a capacidade de aclimatização dos corais por meio de um experimento de transplante recíproco entre esses ambientes com diferentes dinâmicas de temperatura. Corais de poça de maré branquearam menos e não sofreram grande diminuição da eficiência fotossintética quando expostos ao estresse térmico, ao passo que corais de ambientes com temperaturas mais estáveis (raso e fundo) se mostraram mais vulneráveis ao estresse térmico, branqueando mais e sofrendo grande diminuição da eficiência fotossintética. Os corais do fundo também apresentaram branqueamento e diminuição da eficiência fotossintética ao serem transplantados para ambientes mais termicamente variáveis. Nossos resultados revelaram que corais de poça de maré são mais resistentes que os de recifes rasos e fundos, sugerindo que ambientes com grande variação térmica favorecem mecanismos de tolerância que favorecem a persistência dos corais nesses locais, tornando-os também mais preparados para lidar com as mudanças climáticas.
  • Dissertação
    Tartarugas verdes na ilha atlântica de Fernando de Noronha, Brasil. Trinta e cinco anos de proteção (1988-2022): ecologia reprodutiva, tendências populacionais e conservação
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-26) Bellini, Cláudio; Venticinque, Eduardo Martins; http://lattes.cnpq.br/3582966116563351; http://lattes.cnpq.br/1803153699115732; Baptistotte, Cecília; Fonseca, Carlos Roberto Sorensen Dutra da; http://lattes.cnpq.br/2567786500828682
    O conhecimento dos parâmetros ecológicos e das tendências populacionais é fundamental para as espécies que suscitam preocupações de conservação. No caso das tartarugas marinhas, as contagens anuais de ninhos são normalmente utilizadas para estimar a dimensão da população. No entanto, informações complementares sobre parâmetros reprodutivos (por exemplo, parâmetros de ninhada, intervalos de nidificação, freqüência de agrupamento, intervalo de remigração) também são necessárias para estimativas populacionais confiáveis. No Brasil, as tartarugas-verdes (Chelonia mydas) nidificam principalmente em ilhas oceânicas. Este estudo utiliza dados de monitoramento de praia de longo prazo (35 anos) para descrever a biologia reprodutiva e as tendências populacionais das tartarugas-verdes no Arquipélago de Fernando de Noronha, Brasil. Uma tendência crescente no número anual de ninhos foi encontrada durante o período estudado. O número médio anual de ninhos nos primeiros cinco anos de monitoramento (1988-1992) foi de 38,6 ninhos, enquanto nos últimos cinco anos (2018-2022) foi de 285,6 ninhos. Os intervalos entre ninhos variaram de 9 a 17 dias (média +- DP = 11,7 ± 1,3 dias; mediana = 12, n = 1236). Os intervalos de remigração de 3 anos foram os mais frequentes (variação de 2 a 16 anos). O período de vida reprodutiva mais longo observado foi de 25 anos. O sucesso médio de eclosão foi de 75,6% (DP = 24,8, variação = 0-100, n = 2612 ninhos). O crescimento no número anual de ninhos de tartaruga-verde observado em Fernando de Noronha sugere que os esforços de conservação iniciados na década de 1980 provavelmente contribuíram para a recuperação dessa população. No entanto, o pequeno tamanho da população e a distribuição restrita dos ninhos, juntamente com a existência de ameaças da pesca e das mudanças climáticas, fazem com que essa população ainda seja motivo de preocupação para a conservação.
  • Dissertação
    Atividade vocal, ocupação e densidade populacional de duas corujas em fragmentos florestais do extremo Norte da Mata Atlântica
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-27) Gomes, Carlos Salústio; Pichorim, Mauro; Venticinque, Eduardo Martins; http://lattes.cnpq.br/3582966116563351; http://lattes.cnpq.br/5696697654544552; https://orcid.org/0000-0003-4539-9919; http://lattes.cnpq.br/8241560541440884; Esclarski, Priscilla; Araújo, Carlos Barros de
    A compreensão dos padrões de atividade e distribuição de animais em relação aos fatores ambientais é crucial para a conservação das espécies. No domínio da Mata Atlântica, 72% das espécies de corujas apresentam declínio populacional, tornando fundamental a conservação tanto das espécies quanto dos habitats. O uso de monitoramento acústico passivo oferece oportunidades para coletar dados sobre a atividade vocal e o uso do habitat de espécies pouco estudadas, contribuindo para o monitoramento a longo prazo e conservação eficaz. Este trabalho busca preencher lacunas na compreensão dos padrões de atividade vocal e de uso do habitat de corujas que ocorrem no extremo norte da Mata Atlântica, especificamente no norte do Centro de Endemismo Pernambuco, Brasil. Nossos objetivos foram: (1) investigar os padrões de atividade vocal de duas corujas noturnas, a corujinha-do-mato (Megascops choliba) e a murucututu (Pulsatrix perspicillata), para contribuir com protocolos de monitoramento para conservação das duas espécies; e (2) identificar os fatores ambientais que afetam a ocupação da P. perspicillata, estimar sua densidade populacional e mapear os hotspots de ocupação e densidade da espécie para auxiliar na localização de áreas prioritárias para a conservação. Na primeira parte do trabalho, descobrimos que a M. choliba emitiu mais vocalizações às 19h, 01h e 04h, com a maior atividade vocal ocorrendo aproximadamente 4 horas antes do nascer do sol e 10 minutos após o nascer do sol. A P. perspicillata emitiu mais vocalizações entre 20h e 22h e às 02h, com a maior atividade vocal ocorrendo cerca de 3 horas após o pôr do sol e 4 horas antes do nascer do sol. A taxa de atividade vocal de P. perspicillata foi melhor explicada pelo índice de claridade lunar, densidade de árvores e detecção de M. choliba, enquanto a taxa de atividade vocal de M. choliba foi melhor explicada pela temperatura do ar e densidade de sub-bosque. Na segunda parte, identificamos que a P. perspicillata responde a variações ambientais tanto na escala do fragmento como na escala da paisagem em 1000 ha e sua ocupação é afetada positivamente pela presença de florestas primárias e áreas com maior rugosidade topográfica. As regiões de maior ocupação e densidade estão concentradas em áreas protegidas, terras indígenas e outros fragmentos com alto potencial para conservação. Os resultados deste trabalho podem auxiliar na identificação de cenários favoráveis para o monitoramento eficiente de corujas noturnas florestais e para o estabelecimento de protocolos para a conservação de espécies sensíveis aos efeitos da perda florestal e que carecem de informações relacionadas ao uso do habitat.
  • Dissertação
    Influência da estrutura do habitat sobre os padrões de ocupação de aves insetívoras ameaçadas da Mata Atlântica
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-26) Santos, Cícero Simão Lima; Pichorim, Mauro; http://lattes.cnpq.br/5696697654544552; https://orcid.org/0000-0002-4851-1892; http://lattes.cnpq.br/6667938687242462; Fonseca, Carlos Roberto Sorensen Dutra da; http://lattes.cnpq.br/2567786500828682; Lima, Guilherme Santos Toledo de
    A Mata Atlântica é a segunda maior floresta da América do Sul, considerada um hotspot de biodiversidade por ser um dos biomas mais biodiversos do mundo e por enfrentar sérias ameaças decorrentes da crescente degradação do ecossistema. As aves constituem um grupo particularmente afetado pela degradação da Mata Atlântica, muitas delas enfrentam a ameaça iminente de extinção, resultante da perda de habitat causada pelo desmatamento. Para evitar perdas de biodiversidade, é fundamental entender os efeitos da fragmentação do habitat e avaliar como as espécies respondem às mudanças na paisagem. A modelagem de ocupação tem sido uma abordagem amplamente utilizada para investigar a persistência das espécies em paisagens fragmentadas. Por meio dessa abordagem, é possível identificar áreas prioritárias, possibilitando a criação de unidades de conservação, além de embasar a formulação de políticas públicas mais efetivas. O objetivo desse estudo foi testar como as características do habitat, em diferentes escalas espaciais, afetam a ocupação das aves insetívoras ameaçadas em fragmentos de Mata Atlântica. Realizamos o estudo em 11 fragmentos florestais nos estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. A detecção das espécies foi feita com uso de gravadores autônomos distribuídos em oito pontos aleatorizados em cada fragmento. Coletamos informações de hábitat em três escalas espaciais: escala de paisagem, de fragmento e micro-habitat. As espécies alvo foram aves insetívoras ameaçadas da Mata Atlântica. A probabilidade de ocupação de cada espécie (ψ) foi estimada usando modelagem de ocupação estática, a qual considera a detecção imperfeita. As análises foram feitas no programa MARK. Dentre as espécies ameaçadas que ocorrem na Mata Atlântica Nordestina, seis foram registradas (Xenops minutus, Herpsilochmus pectoralis, Conopophaga cearae, Picumnus pernambucensis, Xiphorynchus atlanticus e Automolus lammi). Em geral, a ocupação de todas as espécies foi influenciada por variáveis de micro-habitat e de fragmento, e apenas X. atlanticus foi influenciada por variáveis da paisagem. As espécies responderam de forma diferente às variáveis nas diversas escalas propostas. Notavelmente, as variáveis associadas ao fragmento e ao micro-habitat se destacaram, demonstrando serem as escalas com maior número de variáveis influenciando na ocupação das espécies. As ocupações mais baixas foram de X. atlanticus (ψ = 0,001), A. lammi (ψ = 0,003), P. pernambucensis (ψ = 0,02) e C. cearae (ψ = 0,08), as mais altas foram de H. pectoralis (ψ = 0,16) e de X. minutus (ψ = 0,89). Destacamos a importância de conduzir estudos que avaliem os efeitos da fragmentação em múltiplas escalas para obter informações valiosas e promover a conservação de aves ameaçadas florestais na região Neotropical.
  • Dissertação
    Efeitos da estrutura do habitat nos padrões de ocupação de aves frugívoras em fragmentos florestais da Mata Atlântica brasileira
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-27) Oliveira Júnior, Dorgival Diógenes; Pichorim, Mauro; Venticinque, Eduardo Martins; http://lattes.cnpq.br/3582966116563351; http://lattes.cnpq.br/5696697654544552; http://lattes.cnpq.br/1414279230516513; Fonseca, Carlos Roberto Sorensen Dutra da; Ferreira, Marco Aurélio Pizo
    As florestas tropicais são indiscutivelmente os ecossistemas naturais mais biodiversos do mundo. Ainda assim, são constantemente destruídas pela ação humana, impactando diversos serviços ecossistêmicos devido ao empobrecimento das relações ecológicas resultantes das perdas de biodiversidade que enfrentam. As aves frugívoras desempenham papel crucial nas florestas tropicais, atuando como dispersoras de sementes e promovendo a recuperação ambiental em paisagens perturbadas. Portanto, compreender os fatores que influenciam a ocorrência dessas aves em florestas tropicais fragmentadas é fundamental para a conservação desses ecossistemas. Tais informações são essenciais para orientar medidas de controle e manejo que favoreçam a permanência desse grupo de aves em áreas impactadas, garantindo a continuidade dos serviços ambientais que elas proporcionam. Aqui, investigamos como a estrutura do habitat em múltiplas escalas espaciais afeta os padrões de ocupação das aves frugívoras. Realizamos o estudo em 11 fragmentos florestais localizados no norte do Centro de Endemismo Pernambuco, na Mata Atlântica brasileira. Registramos os dados de detecção das espécies por meio de gravadores autônomos em cada sítio amostral durante três dias consecutivos. Estimamos a probabilidade de ocupação das espécies considerando a detecção imperfeita, utilizando três escalas espaciais (paisagem, fragmento e micro-habitat). Destacamos que as espécies de aves frugívoras responderam a diferentes características da estrutura do habitat em fragmentos florestais de Mata Atlântica. Na escala da paisagem, a maioria das espécies apresentou maior probabilidade de ocupação em áreas com terrenos mais rugosos, com maior presença de formações florestais naturais e menor cobertura de áreas não vegetadas. Na escala do fragmento, em sua maioria, as espécies demonstraram maior ocupação em fragmentos maiores, mais circulares, mais próximos do núcleo do Centro de Endemismo Pernambuco e com florestas mais íntegras. Na escala do micro-habitat, as espécies apresentaram maior ocupação em locais com árvores mais altas e maior complexidade no sub-bosque. Além disso, observamos maior ocupação em áreas mais próximas das bordas de fragmentos, com exceção de uma espécie que apresentou maior ocupação em áreas mais distantes das bordas florestais. Nossa pesquisa enfatiza que, para garantir maior ocupação das aves frugívoras e preservar suas funções ecológicas no ecossistema, é recomendável implementar medidas de manejo e proteção nas áreas que possuem remanescentes florestais maiores, mais circulares, mais íntegros e com relevo mais rugoso. Além disso, é importante promover a recuperação e conectividade com os demais fragmentos, visando aumentar a cobertura florestal, a altura das árvores e a complexidade do sub-bosque através de projetos de restauração.