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Título: O conceito de liberdade em o ser e o nada de Jean-Paul Sartre
Autor(es): Silva, Paulo Cesar Gondim da
Orientador: Bauchwitz, Oscar Federico
Palavras-chave: Fenomenologia;Consciência;Para-si;Liberdade;Responsabilidade;Ação;Phenomenology;Consciousness;For-itself;Freedom;Responsibility;Action
Data do documento: 19-Nov-2010
Editor: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Referência: SILVA, Paulo Cesar Gondim da. O conceito de liberdade em o ser e o nada de Jean-Paul Sartre. 2010. 110 f. Dissertação (Mestrado em Metafísica) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2010.
Resumo: A presente dissertação tem por objetivo abordar o conceito de liberdade sob a ótica do filósofo francês Jean-paul Sartre tendo como referência principal a obra O Ser e o Nada. Após a apresentação do conceito de liberdade iremos tentar mostrar que o mesmo está relacionado com a noção de responsabilidade, o que nos levará, em última análise, a definir a filosofia sartreana como uma filosofia da ação. No primeiro capítulo iremos apresentar en passant a fenomenologia de Edmund Husserl, filósofo a partir do qual Sartre irá desenvolver seu conceito de liberdade. A noção husserliana de consciência (intencionalidade) será o caminho para Sartre desenvolver sua análise do fenômeno de ser. Dessa análise Sartre apresentará seus conceitos de ser Em-si e ser Para-si. O ser Em-si é definido como as coisas do mundo desprovidas de consciência; são as coisas que nos circundam. O Em-si tem como marca principal a positividade: ele é o que é; é tudo que pode ser dito a respeito dele. Por sua vez o ser Para-si é o próprio ser do homem, o qual difere radicalmente do Em-si. O Para-si tem como marca principal a intencionalidade, isto é, sua capacidade de se projetar para fora de si na existência. É quando Sartre mostrará que esse tipo de ser realiza sua existência na base de uma nadificação constante. Aqui surgirá a noção de nada. Dentre as relações do Para-si com o mundo circundante destaca-se uma muito especial: a relação entre consciências. É quando abordaremos a questão do outro. Na intersubjetividade, através da análise sartreana do olhar, mostraremos que o Para-si assume uma nova dimensão existencial: o ser-para-outro. É quando Sartre irá enfatizar sua noção de conflito. O conflito na intersubjetividade viria do fato de o Para-si querer tomar o outro Para-si como objeto. Diante disso analisaremos aquilo que Sartre chamará de relações concretas com o outro. O filósofo apresentará essas relações na forma de condutas de assimilação e condutas de apropriação. Nas primeiras meu Para-si tenta perder-se na consciência do outro; nas condutas de apropriação meu Para-si tenta apropriar-se da subjetividade do outro bem como tenta tratar os outros como coisas, como objetos. Nesse sentido Sartre analisará as experiências do amor, do masoquismo, da indiferença, do desejo e do sadismo. Após esse percurso entraremos no terreno da própria liberdade, que é o tema maior de nosso trabalho. Uma vez que Sartre define o Para-si como um ser que se projeta para criar o seu modo de ser, só lhe resta defini-lo como liberdade. A liberdade do Para-si é tomada em termos de autonomia de escolha. Uma vez que o Para-si não tem o modo de ser de uma coisa, como o ser Em-si, ele só pode existir escolhendo-se, isto é, fazendo seu ser. Aqui Sartre falará da angústia, que seria o sintoma da própria liberdade. O fato de o Para-si escolher-se na existência o põe como um ser angustiado. Contudo, na maioria das vezes o Para-si tenta fugir da angústia da liberdade e se refugia na má-fé. Após definir o homem (Para-si) como liberdade Sartre defenderá que ele é totalmente responsável por aquilo que fizer de si. Uma vez que o filósofo defende que o homem não é pré-determinado, isto é, não possui uma essência dada a priori, sua filosofia terá como pressuposto básico a ação. Se Sartre defende que o Para-si deve escolher constantemente o seu modo de ser, a ação será a base sobre a qual o homem irá exercitar sua própria liberdade. Nesse sentido concluiremos o trabalho com uma abordagem à obra O Existencialismo é um Humanismo, a qual representará a entrada do filósofo nas questões práticas da vida
Abstract: This dissertation aims to address the concept of freedom from the perspective of the French philosopher Jean-Paul Sartre with reference to the main work Being and Nothingness. After presenting the concept of freedom we will try to show that it is related to the notion of responsibility, which will lead, ultimately, to define the Sartrean philosophy as a philosophy of action. In the first chapter we will present in passing the phenomenology of Edmund Husserl, philosopher from which Sartre will develop his concept of freedom. The Husserlian notion of consciousness (intentionality) is the way to develop his analysis of Sartre phenomenon of being. From this analysis Sartre submits their concepts of being in-itself and being for-itself. Being initself is defined as the things of the world devoid of consciousness, are the things that surround us. The In-itself has as its main brand positivity: it is what it is, is all that can be said about him. In turn being For-itself is the very being of man, which differs radically from the In-itself. The For-itself has as its main intentionality, ie, its ability to project outside itself in existence. That's when Sartre shows that this type of being realizes its existence on the basis of a constant nihilation. Here comes the notion of anything. Among the relations of the For-itself with the surrounding world stands a very special: relationship between consciousnesses. It is when we discuss the issue of another. Intersubjectivity, through sartrean analysis of look, show that the For-itself assumes a new existential dimension: the being-for others. That's when Sartre will emphasize his notion of conflict. The conflict in intersubjectivity would come from the fact that you want to take another- For-itself as an object. Given this we will analyze what Sartre called the concrete relations with others. The philosopher submit such relations in the form of ducts and conduits assimilation of ownership. In the first my-self to try to "get lost" in the consciousness of another, ownership of my conduct in-itself tries to "take ownership" of the subjectivity of the other and try to treat others as things, as objects. In this sense Sartre examines the experiences of love, masochism, indifference, desire and sadism. Following this route we will enter the land of freedom itself, which is the major theme of our work. Since Sartre defines the For-itself as a being that is projected to create your way of being, it can only define it as freedom. The freedom of the For-itself is taken in terms of autonomy of choice. Once the For-itself has no way of being a thing as being in-itself, it just may be picking up, that is, making your being. Here Sartre speaks of the anguish that would be the symptom of freedom itself. The fact that the For-itself have to choose on whether the call as one being distressed. However, in most cases the For-itself tries to escape from the anguish of freedom and takes refuge in bad faith. After setting the man (For-itself) as freedom Sartre defends that he is totally responsible for what he does of himself. Once the philosopher holds that man is not predetermined, ie, does not have an a priori essence, his philosophy has as its basic assumption the action. If Sartre argues that the For-itself must constantly choose your way of being, the action is the basis on which man will exercise his own freedom. In this sense we conclude the work with an approach to work Existentialism is a Humanism, which represent the entry of the philosopher on the practical aspects of life
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/16480
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