Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/16993
Título: Vicus Judæorum: os judeus e o espaço urbano no Recife neerlandês (1630-1654)
Autor(es): Breda, Daniel Oliveira
Orientador: Monteiro, Denise Mattos
Palavras-chave: Espaço Urbano;Recife;Neerlandeses;Judeus;Urban Space;Recife;Dutch;Jews
Data do documento: 22-Jun-2007
Editor: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Referência: BREDA, Daniel Oliveira. Vicus Judæorum: os judeus e o espaço urbano no Recife neerlandês (1630-1654) . 2007. 253 f. Dissertação (Mestrado em História e Espaços) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2007.
Resumo: Este trabalho aborda a participação da comunidade judaica na expansão urbana do Recife, durante o período neerlandês (1630-1654). Com a chegada dos flamengos, a vila de Olinda, antiga capital de Pernambuco, foi arrasada e o Recife recebeu o estatuto jurídico de cidade, tornando-se capital do Brasil Neerlandês, ou Nova Holanda. O Recife tornou-se o principal entreposto da Companhia das Índias Ocidentais no Atlântico Sul, servindo de base naval, de escala para embarcações, além de ponto de escoamento da produção açucareira pernambucana, e de importação de mercadorias européias e escravos africanos. Para que fossem executadas funções administrativas, militares e econômicas, o istmo arenoso onde ficava o Recife, e a ilha fluvial de Antônio Vaz, recebeu beneficiamentos de diversas naturezas. A tecnologia hidráulica neerlandesa foi posta em prática, trazendo uma postura de oposição entre civilização e natureza. Entre obras militares e de produção de equipamentos urbanos, aterrou-se margens de rios, construiram-se canais, ergueram-se pontes, levantaram-se centenas de edifícios. A população neerlandesa civil do Recife engajou-se neste processo de produção de espaço físico, que trazia um senso de ação coletiva para formação da comunidade citadina, ou burguesa. Do espaço físico ao social, houve um esforço para o estabelecimento de padrões culturais neerlandeses no ambiente urbano. A comunidade judaica Zur Israel, formada por civis particulares, isto é, não empregados da WIC, engajou-se nestes processos. Produziu espaço físico através de aterros e beneficiamento de áreas pouco salubres e também foi responsável pela construção de boa parte dos edifícios da cidade e de alguns equipamentos urbanos, como lojas, mercados, e senzalas, catalizando sua atuação econômica. Mas seu trânsito na sociedade deu-se através do processo de perfilamento do comportamento de seus membros aos padrões de sociabilidade neerlandeses. Assim, o corpo comunitário fazia-se parte do corpo social. Dispondo de auto-regulamentação interna, produziu espaços imbricados de suas referências culturais cemitério, sinagoga, textos desfrutando de benefícios por parte do governo. A Zur Israel inscreveu-se na história universal dos judeus como a primeira comunidade do continente Americano, que veio a ter um papel fundamental na emancipação dos judeus no âmbito da sociedade ocidental
Abstract: This work broaches the participation of the Jewish community in the urban expansion of Recife, Brazil, during the Dutch period (1630-1654). With the arrival of the Dutch, the village of Olinda, former capital of Pernambuco, was destroyed and Recife received the juridical statute of city (stad), becoming the capital of Dutch Brazil or New Holland. It became the main West Indians Company s entrepot in South Atlantic, serving as naval base, port of call for ships, and point of export of the sugar production of Pernambuco, and import of European goods and African slaves. In order to such administrative, military and economic functions be carried out, the sand isthmus where Recife used to stay, and the fluvial island of Antônio Vaz, received improvements of many sort. The Dutch hydraulic technology was put in practice, with a posture of opposition between civilization and nature. Among military works and production of urban equipments, the rivers shores were land-filled, canals were built, bridges were lifted, and hundreds of buildings were erected. The civil Dutch population of Recife engaged in the process of production of physical space, which brought a sense of collective action towards the formation of the urban, or burgher, community. From the physical to the social space, there was an effort towards Dutch cultural standards in the urban environment. The Zur Israel Jewish community, formed by private civilians, it is, nonemployees of the WIC, engaged in those processes. It produced physical space through the land-filling and improvement of non healthy areas, and was also responsible for the construction of a significant section of the town s buildings and some of urban equipments, such as stores, markets and slave-warehouses, making more dynamic their economical activities. But their social traffic was due to the adaptation of their behavior to the standards of Dutch sociability. Thus, the community body made itself part of the social body. Disposing of internal selfregulation, it produced spaces with their cultural references cemetery, synagogue, texts enjoying benefits of the government. Zur Israel inscribed itself in the universal history of the Jews as the first community of Americas, and had a fundamental part on the emancipation of Jews within Western society
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/16993
Aparece nas coleções:PPGH - Mestrado em História

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
DanielOB.pdf5,73 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.