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Título: Efeitos da cirurgia bariátrica e de um programa de reabilitação na aptidão cardiorrespiratória e função pulmonar em mulheres obesas
Autor(es): Gama, Tatiana Onofre
Orientador: Bruno, Selma Sousa
Palavras-chave: Aptidão cardiorrespiratória;Cirurgia bariátrica;Função pulmonar;Obesidade;Treinamento físico
Data do documento: 17-Fev-2017
Referência: GAMA, Tatiana Onofre. Efeitos da cirurgia bariátrica e de um programa de reabilitação na aptidão cardiorrespiratória e função pulmonar em mulheres obesas. 2017. 148f. Tese (Doutorado em Fisioterapia) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017.
Resumo: Introdução: O número de indicações para cirurgia bariátrica (CB) tem crescido mundialmente, demonstrando ser uma medida útil no tratamento da obesidade severa, promovendo redução da morbimortalidade, melhora das alterações cardiorrespiratórias/metabólicas e maior qualidade de vida. Programas de reabilitação após a CB têm sido estimulados, sendo importante especialmente no controle das comorbidades e do reganho de peso corporal a longo prazo. Apesar disto, existem poucas evidências relacionadas aos efeitos da CB, com ou sem reabilitação, na aptidão cardiorrespiratória (ACR), medida esta que impacta fortemente na mortalidade e no controle do peso. Nesse contexto, se faz necessário o acompanhamento da capacidade funcional e a implementação de programas de reabilitação no pós-operatório (PO) de CB, visto que a perda de peso isolada parece não aumentar a ACR em indivíduos que permanecem sedentários após a cirurgia. Objetivos: Avaliar os efeitos da CB e de um programa estruturado de reabilitação cardiopulmonar e metabólica (aplicado no PO) na ACR e função pulmonar em mulheres obesas, e compará-las a um grupo controle. Métodos: A pesquisa foi dividida em duas etapas. Inicialmente, foi realizado um estudo de follow-up constando de avaliação antropométrica, espirométrica e cardiorrespiratória/funcional (Teste de Esforço Cardiopulmonar-TECP) em 34 obesas antes e após a CB, dos quais resultaram dois artigos. Na segunda etapa, realizamos um ensaio clínico não randomizado e simples cego, envolvendo 12 mulheres adultas obesas (grau II e III) candidatas à CB, que foram divididas em grupo controle-GC (n=6) e grupo intervenção-GI (n=6). Todas as pacientes foram avaliadas no pré-operatório, terceiro (3MPO) e sexto mês de PO (6MPO), quanto aos mesmos parâmetros da primeira etapa. O GI participou de um programa específico de reabilitação supervisionada, que constou de exercícios aeróbios e resistidos durante 12 semanas e com início no 3MPO. Já o GC recebeu apenas orientações gerais. Assim, foram produzidos no total três artigos científicos, onde a estratégia estatística variou conforme a metodologia de cada estudo. Foi considerado um nível de significância estabelecido em p<0,05. Resultados: Após a CB, todas as pacientes avaliadas apresentaram redução significativa (p<0,001) nas comorbidades (hipertensão e diabetes) e medidas antropométricas, além de melhora na função pulmonar (p<0,05). Porém, apenas as obesas que participaram do protocolo de treinamento físico evoluíram com aumento significativo (p<0,05) no VO2pico e na duração total do TECP, de 5,9 ml/kg/min (23,8%) e 4,9 minutos (42,9%), respectivamente. Após um período de 9,4±2,7 meses de PO, houve uma redução de 0,398 L/min do VO2pico absoluto (p<0,001) nas pacientes que permaneceram sedentárias após a CB (n=34), sem diferenças no VO2pico relativo ao peso corporal (p=0,06). Observamos ainda moderada correlação (r= -0,52, p<0,05) entre ΔVO2pico e ΔCP-circunferência do pescoço. Conclusões: A ACR aumentou significativamente apenas no grupo de mulheres obesas que participaram de um programa estruturado de reabilitação após três meses de CB, apontando que a tolerância ao exercício e a capacidade aeróbia podem não aumentar nas mulheres que permanecem inativas após a cirurgia. No entanto, independente da prática de exercícios, a perda de peso corporal induzida cirurgicamente melhorou a função pulmonar e reduziu comorbidades importantes.
Abstract: Introduction: The number of indications for bariatric surgery (BS) has increased worldwide, proving to be a useful measure in the treatment of severe obesity, promoting reduction of morbimortality, improvement of cardiorespiratory / metabolic alterations and higher quality of life. Rehabilitation programs after BS have been stimulated, being especially important in controlling comorbidities and regaining body weight in the long term. Despite this, there is little evidence related to the effects of BS, with or without rehabilitation, on cardiorespiratory fitness (CRF), a measure that strongly impacts mortality and weight control. In this context, it is necessary to follow the functional capacity and the implementation of rehabilitation programs in the postoperative period (PO) of BS, since isolated weight loss does not seem to increase the CRF in individuals who remain sedentary after surgery. Objectives: To evaluate the effects of BS and a structured program of cardiopulmonary and metabolic rehabilitation (applied in the PO) on CRF and pulmonary function in obese women, and to compare them to a control group. Methods: The research was divided into two stages. Initially, a follow-up study consisting of anthropometric, spirometric and cardiorespiratory / functional evaluation (Cardiopulmonary Exercise Testing-CPX) was performed in 34 obese women before and after BS, of which two articles resulted. In the second stage, we performed a non-randomized, simple blind trial involving 12 obese adult women (grade II and III) candidates for BS, who were divided into control-CG group (n = 6) and intervention group-IG (n = 6). All patients were evaluated in the preoperative, third (3MPO) and sixth month of PO (6MPO), regarding the same parameters of the first stage. The IG participated in a specific rehabilitation program which consisted of aerobic and resistance exercises for 12 weeks and starting at 3MPO. The CG received only general guidelines. Thus, a total of three scientific articles were produced, where the statistical strategy varied according to the methodology of each study. A significance level was set at p <0.05. Results: After BS, all the patients evaluated had a significant reduction (p <0.001) in comorbidities (hypertension and diabetes) and anthropometric measurements, in addition to an improvement in pulmonary function (p <0.05). However, only those obese who participated in the physical training protocol presented a significant increase (p <0.05) in VO2peak and in the total duration of CPX, of 5.9 ml / kg / min (23.8%) and 4.9 minutes (42.9%), respectively. After a period of 9.4 ± 2.7 months of PO, there was a reduction of absolute VO2peak (p <0.001) in patients who remained sedentary after BS (n = 34), with no differences in relative VO2peak to body weight (p = 0.06). We also observed a moderate correlation (r = -0.52, p <0.05) between ΔVO2peak and ΔNC-neck circumference. Conclusions: The CRF increased significantly only in the group of obese women who participated in a structured rehabilitation program after three months of CB, indicating that exercise tolerance and aerobic capacity may not increase in women who remain inactive after surgery. However, regardless of exercise practice, weight loss induced surgically improved pulmonary function and reduced major comorbidities.
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22718
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