Reflexões sobre loucura e racismo a partir da literatura de Lima Barreto

dc.contributor.advisorLopes Júnior, Orivaldo Pimentel
dc.contributor.advisorLatteshttp://lattes.cnpq.br/7945742180527825pt_BR
dc.contributor.authorCarvalho, Paulo Dourian Pereira de
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/8567416084889022pt_BR
dc.contributor.referees1Dantas, Alexsandro Galeno Araújo
dc.contributor.referees2Costa, Janaína Alexandra Capistrano da
dc.contributor.referees3Chaves, Lilian Leite
dc.contributor.referees4Batista, Ozaias Antônio
dc.date.accessioned2024-11-13T19:51:24Z
dc.date.available2024-11-13T19:51:24Z
dc.date.issued2024-08-30
dc.description.abstractThis research aimed to reflect on racism and madness found in the literature of the black writer Lima Barreto (1881-1922). Through content analysis and an interdisciplinary perspective that involves dialogue between literature, sociology, anthropology, political science, and history, it was sought to produce an essay to feed into the discussions, bringing other approaches that could broaden the debate about Barreto's work, which is taken here as a testimony of a black man who did not survive the oppression of race and class. It is seen that madness and racism, as well as poverty, sadness, loneliness, and resentment, crossed the writer's life. From an intersectional perspective that considers the crossing of social markers of difference such as race, class and madness, it is understood that the writer was a victim of the racism that was structured in post-slavery Brazilian society. In that context, the lack of opportunities was exacerbating, the absence of policies to integrate "freed" black people, the traumas stemming from the enslavement regime, the denial of the culture of the enslaved, the unspeakable and unnameable pain of those who had also reached "the bottom", to paraphrase the Italian philosopher Giorgio Agamben, when referring to the "Muslims", that is, the dehumanized, of the Auschwitz concentration camps. For this study, some of the works that will help us immerse ourselves in the immensity of Barreto's thoughts are: Recordações do escrivão Isaías Caminha, The Sad End of Policarpo Quaresma, Diário íntimo, Clara dos Anjos, his short stories, as well as the biographies written by Francisco Assis Barbosa and Lilia Moritz Schwarcz. In interpreting the analyzed content, authors such as Giorgio Agamben, Frantz Fanon, Grada Kilomba, Michel Foucault, Achille Mbembe, Djamila Ribeiro, Silvio Almeida and others will be used to help echo Lima Barreto's voice. He is considered to have been a witness and a resistance at a time when black people, the insane, and the poor were imprisoned by a hygienist policy influenced by eugenics. Surviving in precariousness, with a shortage of resources, a family crisis, and alcoholism until he plunged into delirium and mental suffering, without gaining recognition or space on the intellectual scene, Lima Barreto resisted to the point of not allowing his black presence to be drowned out by the whitening steamroller. In the face of the madness, which is a racist society, the writer left us his testimony: an extensive and rich black literature, critical of racism and the cruelty of life in an asylum.pt_BR
dc.description.resumoEsta pesquisa teve como objetivo refletir sobre o racismo e a loucura a partir da literatura do escritor negro Lima Barreto (1881-1922). Através da análise de conteúdo e de uma perspectiva interdisciplinar que envolve o diálogo entre literatura, sociologia, antropologia, ciência política e história, buscou-se realizar um trabalho ensaístico a fim de alimentar as discussões, trazendo outros enfoques que poderão ampliar o debate acerca da obra barreteana, que, aqui, é tomada como um testemunho de um homem negro que não sobreviveu à opressão de raça e classe. Percebe-se que a loucura e o racismo, além da pobreza, tristeza, solidão e ressentimento atravessaram a vida do escritor. A partir de uma perspectiva interseccional que considera o cruzamento de marcadores sociais da diferença como raça, classe e loucura, entende-se que o escritor foi vítima do racismo que se estruturava na sociedade brasileira pós-escravista. Naquele contexto, se exacerbava a falta de oportunidades, a ausência de políticas de inserção dos negros “libertos”, os traumas oriundos do regime de escravização, a negação da cultura dos escravizados, as dores indizíveis e inomináveis daqueles que, também, atingiram “o fundo”, parafraseando o filósofo italiano Giorgio Agamben, ao se referir aos “muçulmanos”, isto é, os desuminazados, dos campos de concentração de Auschwitz. Para este estudo, algumas das obras que nos ajudarão a mergulhar na imensidão do pensamento barreteano, são: Recordações do Escrivão Isaías Caminha, Triste Fim de Policarpo Quaresma, Diário Íntimo, Clara dos Anjos, e contos do autor, além das biografias escritas por Francisco Assis Barbosa e Lilia Moritz Schwarcz. Nas interpretações do conteúdo analisado, autores (as) como Giorgio Agamben, Frantz Fanon, Grada Kilomba, Michel Foucault, Achille Mbembe, Djamila Ribeiro, Silvio Almeida entre outros (as), serão acionados (as) para que possam ajudar a ecoar a voz de Lima Barreto. Considera-se que ele foi uma testemunha e um resistente em uma época em que negros, loucos e pobres eram encarcerados por uma política higienista influenciada pela eugenia. Sobrevivendo na precariedade, com escassez de recursos, crise familiar, se alcoolizando até mergulhar em delírios e sofrimentos mentais, sem obter reconhecimento e espaço na cena intelectual, Lima Barreto resistiu a ponto de não permitir que sua presença negra fosse abafada pelo rolo compressor-enbranquecedor. Frente à loucura, que é uma sociedade racista, o escritor nos legou o seu testemunho: uma extensa e rica literatura negra, crítica do racismo e da crueldade da vida manicomial.pt_BR
dc.description.sponsorshipFundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESpt_BR
dc.identifier.citationCARVALHO, Paulo Dourian Pereira de. Reflexões sobre loucura e racismo a partir da literatura de Lima Barreto. Orientador: Dr. Orivaldo Pimentel Lopes Júnior. 2024. 158f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2024.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/60639
dc.languagept_BRpt_BR
dc.publisherUniversidade Federal do Rio Grande do Nortept_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUFRNpt_BR
dc.publisher.programPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAISpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectRacismopt_BR
dc.subjectLoucurapt_BR
dc.subjectLiteraturapt_BR
dc.subjectLima Barretopt_BR
dc.subject.cnpqCNPQ::OUTROS::CIENCIAS SOCIAISpt_BR
dc.titleReflexões sobre loucura e racismo a partir da literatura de Lima Barretopt_BR
dc.typedoctoralThesispt_BR

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