Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/16522
Título: O conceito de consciência em o ser e o nada de J.-P. Sartre
Autor(es): Aires, Maurilio Gadelha
Orientador: Andrade, Abrahão Costa
Palavras-chave: Para-si;Nada;Liberdade;Temporalidade;Consciência;Being-for-itself;Chasm;Liberty;Transience;Consciousness
Data do documento: 14-Mar-2007
Editor: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Referência: AIRES, Maurilio Gadelha. O conceito de consciência em o ser e o nada de J.-P. Sartre. 2007. 100 f. Dissertação (Mestrado em Metafísica) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2007.
Resumo: A presente dissertação tem por objetivo demonstrar como a consciência ou Para-si é tal que, de seu modo de ser ressalta-se que ela é nada, liberdade e temporalidade, na obra O Ser e o Nada de Jean-Paul Sartre. Para tanto será estabelecido como ponto de partida a concepção que Sartre empresta a noção de consciência, como sendo nada, vazia de qualquer conteúdo, que se volta para os objetos possuidores de uma existência transfenomenal, sendo em si mesmos independentes da consciência, que são Em-si. Nesse sentido, a consciência será analisada como transcendente ao objeto que ela não é, revelando assim a sua condição de reveladora-revelada, pois desvela um mundo concreto que existe a sua revelia, sendo ela, no entanto, a intencionalidade reveladora de que existem seres ao invés de nada, a prova ontológica de que fala Sartre.Daí em diante, toda consciência será sempre consciência de alguma coisa, reflexo do mundo, sem que a consciência seja nada do mundo. Para que a consciência possa sair do seu estado de negação original do mundo, passando a apreender esse mesmo mundo, dando-lhe o ser, na forma de um conhecimento, será necessário que ela seja cindida em duas: a consciência não-tética ou cogito pré-reflexivo, que torna possível a própria reflexão, pois, é a própria transfenomenalidade da consciência, de não ser nada daquilo que posiciona enquanto existente, sendo apenas o seu refletido; e a consciência tética ou o cogito, responsável pelo posicionamento da consciência não-tética, enquanto consciente de que é consciente, ou seja, enquanto sabendo que sabe. A partir daí será trilhado o caminho para deslindar a consciência ou Para-si como sendo estruturalmente Nada, Liberdade e Temporalidade. O que se pretende com isso é saber como a consciência, que em Sartre é primordialmente nada, poderia se constituir em liberdade que, por sua vez, se nos apresenta no campo da temporalidade? Ou seja, como essas três intraestruturas se imbricam para formar a consciência em Sartre? Primeiramente será através da análise de uma conduta da realidade humana, a interrogação, que será possível se entender como o Nada existe enquanto a matriz de toda possibilidade de negação. Após isso, será demonstrada como, em virtude de sua forma de existir, a realidade humana que tem o seu núcleo no Para-si, definido como Nada, já se propõe como Liberdade. A partir daí, será possível vislumbrar como a Liberdade é vivenciada pelo Para-si na forma de nadificação, ou seja, entender como o Para-si nadifica, ou melhor, se nadifica através da liberdade que ele é; nesse sentido, a liberdade será a própria ferramenta com que o Para-si nadificará o seu Nada original. A forma que o Para-si encontrará para obter o seu intento será projetando na Temporalidade, que lhe é inerente, a realização de um possível que lhe traga algum ser. Entretanto, será mostrado como o Nada pode inundar o momento de uma escolha tornando o instante da decisão palco de angústia, diante da falta de solidez do Para-si, uma vez que o Nada paira o tempo todo no fértil, porém frágil, campo das possibilidades que a realidade humana carrega em seu âmago enquanto sendo essencialmente Liberdade. Nesse sentido, a angústia será estudada como a própria consciência de liberdade, sendo a má-fé a tentativa de se negar a Liberdade em proveito de um refúgio contra o fato de que a vida é feita de incessantes escolhas
Abstract: This current discourse intends to prove how consciousness or Being-for-itself presents the idea that in its operation one can emphasize that it s Nothingness, transience and liberty in Jean-Paul Sartre s work O Ser e o Nada. To testify the proposed idea, the conception that Sartre gives to consciousness, representing nothingness, without any content that is connected to the possessor objects of a transphenomenal existence will be the starting point. This way, consciousness will be analyzed transcendently to the object that it s not, demonstrating its revealer-revealed condition, because it unveils a concrete world that exists against its idea, functioning as the revealer intentionality that there are beings instead of nothingness, obeying the ontological proof defended by Sartre. From this idea, every kind of consciousness will always be consciousness of something, a glance of the world, avoiding the fact that the consciousness could be considered nothing in the world. In order to live its original negation state of the world, apprehending this same world, with the purpose of a knowledge, it needs to be divided in two: the first degree consciousness or previous-reflexive cogito, that turns the proper reflexion possible, because, it s the consciousness proper transphenomenality of being different of all that connected to its existence being only its consequence; and the cogito, responsible to the positioning of the first degree consciousness, while aware of its own consciousness, that is, while being certain that knows. From this point, the way to untangle the consciousness or Being-for-itself will be developed as being Chasm, Liberty and transience. From this idea, it s intended to know how consciousness, that in Sartre s thoughts is originally nothing, could turn into Liberty that is presented in the field of transience? In other words, how these three internal structures imbricate one another to form consciousness in Sartre? First of all, it has to be considered the review of a conduct of human reality, the inquiry, that will be possible to understand how Nothingness exists as the mold of all kind of negation. After this, it will be shown, considering its way of existence, the human reality that is connected to Para-si, determined like nothingness, still is proposed like Liberty. Form this point, it will be possible to gleam how Liberty is lived deeply by Para-si in the shape of chasm, trying to how Para-si turns into nothingness, creating a chasm based on its proper liberty. Then, Liberty will be the proper mechanism used by Para-si to modificate its original chasm. The way Being-for-itself has to build to gain its goal will be projecting in transience, the building of something possible that brings one being back. However, will be demonstrated like Chasm can occupy the moment of a choice turning the decision instant an anguish stage, based on the failing of stability of the Being-for-itself, once nothingness persists in the field of the possibilities that human beings preserves in its essence while being essentially Liberty. From this idea, anguish will be studied as the proper consciousness of Liberty, being bad-faith the attempt of avoid Liberty trying to gain a shelter contradicting the fact that life is done of continual choices
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/16522
Aparece nas coleções:PPGFIL - Mestrado em Filosofia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
MaurilioGA.pdf376,93 kBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.