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Título: Imagem corporal em mulheres privadas de liberdade
Autor(es): Barbosa, Ana Paula Dias Inocêncio
Orientador: Bagni, Ursula Viana
Palavras-chave: Prisões;Saúde da mulher;Imagem corporal e estado nutricional
Data do documento: 29-Nov-2017
Referência: BARBOSA, Ana Paula Dias Inocêncio. Imagem corporal em mulheres privadas de liberdade. 2017. 69f. Dissertação (Mestrado em Nutrição) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017.
Resumo: A construção da subjetividade em relação ao corpo ocorre ao longo de toda a vida, e nas mulheres privadas de liberdade as condições de vida impostas pelo cárcere podem potencializar ou mesmo influenciar de forma diversa a percepção de sua imagem corporal (IC). Este trabalho avaliou a IC e fatores associados à distorção e à insatisfação da IC em mulheres encarceradas em regime fechado de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Trata-se de um estudo observacional transversal, desenvolvido com detentas entre 18 e 57 anos de idade. Foram coletadas informações pessoais sociodemográficas (idade, escolaridade, renda familiar, estado civil, tempo de reclusão, frequência de visitas e número de filhos) por meio de entrevista, e mensurados o peso e a estatura para obtenção do Índice de Massa Corporal (IMC). A avaliação da IC se deu por meio da Escala de Figuras de Silhuetas para adultos brasileiros (EFS). Utilizou-se a Razão de Prevalência e seu respectivo Intervalo de Confiança de 95% para avaliar a força da associação entre as variáveis dependentes (distorção e insatisfação da IC) e as variáveis independentes. A concordância entre o IMC obtido por antropometria (IMC-A) e o IMC estimado pela EFS (IMC-E) foi verificada pelo método Bland-Altman. As participantes tinham idade média de 31,7 anos (8,48), e a média de IMC-A foi de 27,67Kg/m². Cerca de 65% encontrava-se acima do peso e 27,8% apresentava obesidade. Houve distorção da IC em 83,3% das participantes. Destas, 82,7% superestimaram o tamanho do seu corpo, imputando em média, 5,59 (2,73) Kg/m2 a mais ao seu corpo real. A maioria das mulheres (91,6%) se demonstrou insatisfeita com o corpo. Embora boa parte (58,9%) tenha desejado ter um IMC, em média, 9,01 Kg/m2 (+ 5,25) menor, cerca de um terço desejou aumentar o tamanho do corpo, em média, 6,43 Kg/m² (+ 4,34). As características sociodemográficas, o estado nutricional (RP = 0,99 IC95% 0,89-1,11) e o tempo de reclusão (RP = 1,06 IC95% 0,94-1,19) não estiveram associados à insatisfação com a IC. Não foram verificadas associações entre a distorção da IC e o tempo de encarceramento (RP=1,17 IC95% 0,96-1,42) ou estado nutricional (RP=1,10 IC95% 0,89-1,36). Conclui-se que a maioria das mulheres em reclusão é insatisfeita com seus corpos e distorce sua IC, revelando a necessidade de que esses aspectos sejam contemplados nas ações de promoção da saúde no sistema prisional.
Abstract: The construction of subjectivity in relation to the body occurs throughout live, and in incarcerated women, life conditions imposed by the imprisonment can strengthen or influence body image (BI) perception. This study analyzed the BI distortion and dissatisfaction and its associated factors in incarcerated women in closed regime of Natal, Rio Grande do Norte, Brazil. A observational cross-sectional study was conducted with the 18 to 57 year-old imprisoned women. An interview was conducted regarding personal sociodemographic information (age, education, family income, marital status, time of confinement, visitation frequency and number of children), and measured their weight and height in order to calculate Body Mass Index. BI was evaluated by using a Figure Rating Scale for Brazilian adults (FRS). Prevalence Ratio and its respective Confidence Interval of 95% were taken into consideration to investigate the strength of the association between the dependent (distortion and dissatisfaction of BI) and independent variables. The concordance between BMI-A and BMI-E was verified by the Bland-Altman method. Participants presented, in average, 31.7 (± 8.48) years old, 27.67 Kg/m² of BMI-A. Approximately 65% had excessive weight, of which 27.8% were obese. BI distortion was present in 83.3% of the participants. Amongst these women, 82.7% overestimated their body size, adding in average 5.59 Kg/m² (± 2.73) to their real body. Most of the participants (91.6%) expressed dissatisfaction with their own body. Although the majority expressed the desire to have a BMI 9.01 Kg/m² (± 5.25) lower, one third of them aspired to enlarge their body in 6.43 Kg/m² (+ 4.34). Sociodemographic characteristics, nutritional status (PR = 0.99 95%CI 0.89-1.11) and time of confinement (PR = 1.06 95% CI 0.94-1.19) were independently associated with their BI dissatisfaction. No associations were found between BI distortion and incarceration time (PR = 1.17 95% CI 0.96-1.42), or nutritional status (PR = 1.10 and 95% CI 0.89-1.36). We conclude that the majority of the incarcerated women are dissatisfied with their BI and present distorted BI, revealing the need for such aspects to be included in health promotion activities in the prison system.
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24901
Aparece nas coleções:PPGNUT - Mestrado em Nutrição

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