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Título: Comunicação de más notícias na formação médica: aprimoramento desta habilidade a partir de um protocolo adaptado para casos de demência
Autor(es): Peixoto, Vanessa Giffoni de Medeiros Nunes Pinheiro
Orientador: Godeiro Júnior, Clécio de Oliveira
Palavras-chave: Comunicação de más notícias;Habilidade de comunicação;Demências;Ensino;Educação médica
Data do documento: 25-Mai-2018
Referência: PEIXOTO, Vanessa Giffoni de Medeiros Nunes Pinheiro. Comunicação de más notícias na formação médica: aprimoramento desta habilidade a partir de um protocolo adaptado para casos de demência. 2018. 61f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino na Saúde) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.
Resumo: CONTEXTO: As demências são doenças incapacitantes, incuráveis e estigmatizantes, ocasionando impacto devastador à identidade pessoal do paciente e seus cuidadores. Constitui-se um dos diagnósticos mais temidos na atualidade. Existem muitos entraves para a adequada comunicação deste diagnóstico ao paciente, entre os quais o medo de reações psicológicas, a incerteza do médico quanto ao diagnóstico e a objeção dos familiares, além de escassos treinamentos em habilidades de comunicação nos cursos de graduação. É crucial a implementação de estratégias que formem no estudante de Medicina as múltiplas habilidades para uma apropriada relação entre o médico, o indivíduo com demência e seus familiares, inclusive na comunicação do diagnóstico. O protocolo SPIKES é uma ferramenta didática para comunicar más notícias e tem sido utilizada em várias situações clínicas. Entretanto, o comprometimento cognitivo inerente às síndromes demenciais requer adaptações neste modelo, que foram realizadas após revisão da literatura. OBJETIVO: Desenvolver uma atividade educacional para aprimorar as habilidades de comunicação do estudante de Medicina, a partir de um protocolo de comunicação de más notícias adaptado a demências. METODOLOGIA: Estudo intervencionista, seccional, randomizado, realizado com os estudantes do 3º. ano do curso de Medicina da Universidade federal do Rio Grande do Norte, nos semestres 2016.2 e 2017.1. Um total de 86 alunos participaram, sendo divididos em GI (34 alunos treinaram o protocolo antes das aulas sobre demências), GII (36 alunos treinados após o referencial teórico) e GIII (16 alunos não submetidos ao treinamento). Os alunos dos grupos GI e GII foram submetidos, além do treinamento, a duas OSCEs (Objective Structured Clinical Examination). Os alunos do GIII realizaram apenas a 2a. OSCE. RESULTADOS: A participação no treinamento resultou em melhor desempenho na 2a. OSCE nos grupos GI e GII, quando comparados ao GIII (GI:7,56±1,22, GII: 7,47±1,09, GIII: 6,42±1,68, p<0,001). Os alunos do GI mostraram melhor desempenho nesta avaliação em comparação aos alunos do GII (p<0,001). Os grupos GI e GII apresentaram ganho de desempenho ao longo das duas avaliações (GI OSCE1: 6,38±1,34, GI OSCE2: 7,56±1,22, p<0,001; GII OSCE1: 5,31± 1,36, GII OSCE2: 7,47± 1,09, p<0,001). Os resultados mostram ganho de habilidade de comunicação nos estudantes que participaram do treinamento, que foi independente da exposição prévia aos conteúdos teóricos sobre as síndromes demenciais. Houve crescente desempenho na OSCE à medida que os alunos repetiram a prática da simulação. O treinamento foi bem aceito pelos estudantes de Medicina e a maioria deles (98%) concorda que é importante para a futura prática profissional participar de um treinamento sobre a comunicação do diagnóstico de demência. CONCLUSÃO: As adaptações sugeridas ao protocolo SPIKES parecem seguir as diretrizes atuais sobre a comunicação do diagnóstico de demências, mantendo sua abordagem didática. O treinamento em comunicação de más notícias adaptado à indivíduos com demência promoveu melhoria na habilidade de comunicação dos estudantes do quinto período do curso de Medicina foi bem aceito pelos mesmos. O modelo de treinamento, assim como o protocolo adaptado, podem representar estratégias replicáveis em outros componentes curriculares como forma de aprimoramento da habilidade de comunicação dos cursos da saúde.
Abstract: BACKGROUND: Dementia is a life threatening, incurable and stigmatized condition, with devastating impacts on patient’s personal identity and their caregivers. It is currently one of the most fearsome diseases. There are many barriers to an effective diagnosis disclosure to dementia patients, including fear of causing distress, uncertainty of the diagnosis, caregivers objection and lack of training on communication skills in undergraduate medical school. Therefore, it is crucial to implement strategies to help medical students to build up multiple skills for an appropriate relationship between doctor, patient and family, including the ability of disclosing the diagnosis. The SPIKES protocol is a didactic approach to deliver bad news and it has been used in a variety of clinical settings. The cognitive impairment on Alzheimer disease and other dementias require a few adaptations on this model, which were made after reviewing the current literature on dementia diagnosis disclosure. OBJECTIVE: To develop an educational intervention based on the suggested protocol and evaluate if it could help to improve medical students’ communication skills. METHODS: Interventional, cross-sectional, randomized study with third year medical students from Universidade Federal do Rio Grande do Norte, along the 2nd semester 2016 and the first semester 2017. The sample consisted of 86 students, divided into three groups: GI (trained protocol in the beginning of the Geriatrics clerkship), GII (trained protocol after lectures about dementias) and GIII (did not join the protocol). Students on GI and GII were analysed by two similar OSCEs (Objective Structured Clinical Examination); students on GIII only took part at the second OSCE. RESULTS: Groups GI and GII showed better results on the second OSCE comparing to GIII (GI:7,56±1,22, GII: 7,47±1,09, GIII: 6,42±1,68, p<0,001). Students on GI performed better on this assessment than students on GII (p<0,001). Groups GI and GII exhibited increasing scores along the two OSCEs (GI OSCE1: 6,38±1,34, GI OSCE2: 7,56±1,22, p<0,001; GII OSCE1: 5,31± 1,36, GII OSCE2: 7,47± 1,09, p<0,001). The results show an improvement on the communication skills of the medical students who joined the training, which was independent of previous theoretical lectures about dementia. The more the students practiced these skills on a simulation, the better were the scores on OSCEs. The training was well accepted by the medical students and most of them (98%) agreed that a training on communicating the diagnosis of dementia is important for their career development. CONCLUSION: Suggested adaptations to SPIKES protocol seem to encompass current guidelines about communication of the diagnosis of dementia, keeping its didactic approach. This model of training, as well as the adapted protocol, may represent replicable strategies for other curriculum elements in a way of improving communication abilities on medical schools.
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26367
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