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Título: Paisagens festivas de um Ceará negro
Autor(es): Rafael, Francisco Levy Freitas
Orientador: Dozena, Alessandro
Palavras-chave: Paisagem;Festas;Negros;Ceará;Geografia;Imagem
Data do documento: 22-Fev-2019
Referência: RAFAEL, Francisco Levy Freitas. Paisagens festivas de um Ceará negro. 2019. 84f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.
Resumo: Conhecido como “Terra da Luz” por seu processo exemplar de abolição antecipada, o Estado do Ceará tem, assim como todo o Brasil, uma dívida gigantesca com negras e negros brasileiros e africanos que aqui chegaram escravizados. Desse modo, sendo necessário, além da entrada de negros e negras nas universidades públicas, o incentivo a pesquisas relacionadas a essa população, seus métodos de existência e de resistência ao longo dos anos, principalmente a partir de seus aspectos culturais. Este trabalho teve como objetivo tratar sobre paisagens culturais, em especial, paisagens festivas negras no estado do Ceará, partindo, para tanto, de festas existentes em tempos/espaços distintos. Sendo estas as festas que ocorriam sobretudo na cidade de Fortaleza durante as últimas décadas do séc. XIX e festas realizadas em duas comunidades quilombolas rurais - a Dança de São Gonçalo realizada no Sítio Veiga, município de Quixadá, e a Festa de Nossa Senhora de Nazaré, em Nazaré, município de Itapipoca. Após séculos de trabalho e alcance de liberdade oficialmente a partir de uma lei sem garantia de direitos, a população negra no Brasil se viu excluída e, durante muito tempo, esquecida e negligenciada. Estes processos de negação e extermínio institucionalizados, existentes ainda hoje, tem como algumas de suas gêneses movimentos que ocorreram entre os fins do século XIX e primeiras décadas do século XX, desde os movimentos culturais modernistas eurocêntricos até mesmo as políticas públicas de branqueamento implementadas a partir de múltiplas maneiras em todo território nacional. Construído a partir de uma autobiogeografia esse trabalho é como um encontro consciente a toda uma cultura negra resistente, reinventada e viva, ao tempo que é também um chamado a reflexões e ações sobre relações étnico-raciais, direito ao olhar, a paisagem, a imagem, a memória e consequentemente a um devir. Elaborado a partir de narrativas escritas e visuais, é também uma tentativa de abertura a novas formas do fazer Geografia, utilizando-se, assim, de ferramentas já conhecidas para uma caminhada de subversão, como tantas negras e negros o fizeram antes para que minha existência e a existência deste trabalho fosse então possível.
Abstract: Known as "Land of Light" because of your exemplary process of premature abolition, the state of Ceará, just as the whole Brazil, has a gap and a gigantic debt with brazilian blacks and africans that arrived enslaved here. Besides the admission of black people at the public universities, is necessary the research incentive into that population, in their existence and resistance methods during the years, essentially from their cultural aspects. This work aim was about cultural landscapes, especially black festivities landscapes, in the state of Ceará, dealing with festivals of distinct locations and dates. These festivities happened mainly in Fortaleza during the last decades of the XIX Century and in two rural black communities - Dança de São Gonçalo at Sítio Veiga, Quixadá, and Festa de Nossa Senhora de Nazaré, at Nazaré, Itapipoca. After centuries of work and officially reaching freedom from a law without rights warranties, the black population in Brazil saw herself excluded and underestimated for a long time. These denial processes and institutionalized extermination, which exists until today, had origin at some movements that happened mostly among the end of the XIX Century and first decades of the XX Century, since cultural modernists movements from Europe as model even the implemented racial public politics starting from multiple ways in national territory. Built as an autobiogeography, this work, is like an counscious encounter with a black culture reinvented and alive, also being a calling for reflections and actions by ethnic-racial relations, the right to look, the landscape, the image, memory and consequently a becoming. Elaborated by written and visual narratives is also an attempt to open up new ways of doing Geography, using known tools, subversively as so many blacks did before, making possible my existence and the existence of this work.
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26983
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