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Título: Registro alimentar fotografado: desenvolvimento e validação de protocolo para pessoas com deficiência visual
Autor(es): Borges, Thaís Lima Dias
Orientador: Bagni, Ursula Viana
Palavras-chave: Deficiência visual;Consumo alimentar;Fotografia;Smartphone;Inclusão
Data do documento: 10-Dez-2019
Referência: BORGES, Thaís Lima Dias. Registro alimentar fotografado: desenvolvimento e validação de protocolo para pessoas com deficiência visual. 2019. 84f. Dissertação (Mestrado em Nutrição) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.
Resumo: Pesquisas que avaliem o consumo alimentar e dietético de pessoas com deficiência visual ainda são escassas em âmbito nacional e internacional, e não empregam métodos validados para essa população. O desenvolvimento de estratégias alternativas para avaliação do consumo alimentar e dietético adaptadas à realidade da pessoa com deficiência visual é necessário para apoiar as ações de promoção à saúde e prevenção de agravos, bem como proporcionar mais autonomia nos cuidados em saúde e nutrição junto a essa população. Assim, o objetivo deste trabalho foi desenvolver e validar protocolo para a realização de registro alimentar fotografado por pessoas com deficiência visual a partir de câmera de telefone celular. Trata-se de um estudo de desenvolvimento e validação, realizado em três etapas. A primeira centrou-se na técnica para o registro fotográfico de alimentos por pessoas com deficiência visual a partir de telefone celular e na redação dos protocolos para sua execução. Na segunda, pessoas com deficiência visual realizaram o registro fotográfico de três refeições padronizadas (desjejum, almoço/jantar e lanche), seguindo os protocolos desenvolvidos na etapa anterior. Na terceira procedeu-se a validação dos protocolos, pela avaliação das fotografias por painéis de especialistas quanto ao enquadramento, foco e ângulo para a identificar os tipos e quantidades dos alimento/preparações, a partir de uma escala Likert de cinco pontos. Nessa etapa os especialistas também realizaram registro alimentar estimado com base na observação das fotos, para comparação com o registro alimentar pesado das respectivas refeições. Foram desenvolvidos e testados cinco protocolos, permanecendo apenas dois, considerados os mais adequados em relação à autonomia, segurança, discrição e rapidez para a obtenção das fotografias, denominados “Foto Frontal” (câmera a 45º em relação à refeição) e “Foto Aérea” (câmera a 90º em relação à refeição). Ambos foram aplicados por 40 pessoas com deficiência visual, sendo a maioria cegos (77,5%), do sexo masculino (67,5%) com idade ≥ 40 anos (57,5%). A frequência de fotos consideradas satisfatórias em ambos os protocolos foi elevada para todos os atributos avaliados. Para a Foto Frontal, a concordância entre os especialistas foi substancial em relação ao enquadramento para identificar o tipo de alimento (Kappa de Fleiss = 0,70 e p<0,05), a quantidade de alimento (Kappa de Fleiss = 0,65 e p<0,05) e o tamanho da porção (Kappa de Fleiss = 0,60 e p<0,05). Já para a Foto Aérea, houve substancial concordância do enquadramento para identificar o tipo e a quantidade de alimento (Kappa de Fleiss = 0,60 e p<0,05, em ambos os atributos). Nos dois os protocolos os especialistas acertaram 100% dos alimentos presentes nas refeições, com exceção do café com leite e frango grelhado (90% de acerto). Na comparação entre o registro alimentar pesado e o estimado pelos especialistas, em ambos protocolos a estimativa da quantidade de alimento foi melhor para o pão francês, café com leite e suco de uva industrializado. Conclui-se, que os protocolos desenvolvidos são factíveis de serem realizados por pessoas com deficiência visual e podem ser utilizados para avaliação qualitativa de seu consumo alimentar. Por fim, indica-se a adoção de estratégias adjacentes para avaliação quantitativa da ingestão dietética pelo profissional, a ser encaminhada juntamente com as fotografias.
Abstract: Research evaluating food and dietary intake of visually impaired people is still scarce nationally and internationally and does not employ validated methods for this population. The development of alternative strategies for assessing food and dietary intake adapted to the reality of the visually impaired person is necessary to support health promotion and disease prevention actions, as well as to provide more autonomy in health care and nutrition among this population. Thus, the objective of this study was to develop and validate a protocol for performing food records photographed by visually impaired people using a cell phone camera. This is a development and validation study, carried out in three stages. The first focused on the technique for photographic recording of food by visually impaired people using a mobile phone and the writing of protocols for its implementation. In the second, visually impaired people made the photographic record of three standardized meals (breakfast, lunch/dinner and snack), following the protocols developed in the previous step. In the third, the protocols were validated by evaluating the photographs by expert panels regarding the framing, focus and angle to identify the types and quantities of food / preparations from a five-point Likert scale. At this stage, the experts also performed an estimated food record based on the observation of the photos to compare with the heavy food record of their meals. Five protocols were developed and tested, remaining only two, considered the most adequate in relation to autonomy, safety, discretion and speed to obtain the photographs, called “Front Photo” (camera at 45º in relation to the meal) and “Aerial Photo” (90º camera in relation to the meal). Both were applied by 40 visually impaired people, mostly blind (77.5%), male (67.5%) aged ≥ 40 years (57.5%). The frequency of photos considered satisfactory in both protocols was high for all evaluated attributes. For the Frontal Photo, the agreement between the experts was substantial regarding the framework to identify the type of food (Fleiss Kappa = 0.70 and p <0.05), the amount of food (Fleiss Kappa = 0.65 and p). <0.05) and portion size (Fleiss Kappa = 0.60 and p <0.05). For the Aerial Photo, there was substantial agreement of the frame to identify the type and quantity of food (Fleiss Kappa = 0.60 and p <0.05, in both attributes). In both protocols the experts got 100% of the foods present in the meals, except for the coffee with milk and grilled chicken (90% correct). In the comparison between the heavy food register and the one estimated by the experts, in both protocols the estimate of the amount of food was better for French bread, coffee with milk and industrialized grape juice. It is concluded that the developed protocols are feasible for people with visual impairment and can be used for qualitative assessment of their food consumption. Finally, it is indicated the need use of adjacent strategies for quantitative assessment of dietary intake by the professional, to be forwarded along with the photographs.
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28756
Embargado até: 2021-02-07
Aparece nas coleções:PPGNUT - Mestrado em Nutrição

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