PPGG - Doutorado em Geodinâmica e Geofísica
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Navegando PPGG - Doutorado em Geodinâmica e Geofísica por Autor "Araújo, Paulo Victor do Nascimento"
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Tese Evolução da linha de costa nos deltas do nordeste brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-04-30) Ferreira, Thiago Augusto Bezerra; Vital, Helenice; https://orcid.org/0000-0003-0462-9028; http://lattes.cnpq.br/3595069999049968; http://lattes.cnpq.br/4270582380157017; Gomes, Moab Praxedes; Nogueira, Mary Lúcia da Silva; Almeida, Narelle Maia de; Araújo, Paulo Victor do NascimentoOs deltas desempenham um papel fundamental no desenvolvimento global, contribuindo para a produção de alimentos, rotas comerciais e geração de energia. No entanto, intervenções humanas os tornaram suscetíveis à erosão costeira. Este estudo investiga as alterações na linha de costa em três deltas do Nordeste brasileiro (São Francisco, Parnaíba e Jequitinhonha) entre a década de 1980 e 2021, correlacionando-as com os impactos naturais e os induzidos pelo homem. Os três deltas foram escolhidos por apresentarem distintos níveis de antropização em seus baixos cursos fluviais. Imagens multiespectrais foram utilizadas para avaliar mudanças horizontais na linha costeira e variações na área costeira ativa. Para o delta do São Francisco, os bancos de areia a jusante da barragem de Xingó foram delineados também por meio de imagens de satélite. Dados hidroclimáticos de estações próximas à zona costeira também foram incorporados ao estudo. Os resultados revelam que o Delta do Parnaíba apresentou uma taxa de progradação em sua foz ultrapassando 20 m/ano, resultando em ganhos sedimentares de 6 km² ao longo do delta. Em contrapartida, o delta do Jequitinhonha experimentou processos erosivos predominantes na foz, caracterizados por taxas abaixo de 10 m/ano e um aumento do ângulo de protusão da foz de 13º. A correlação limitada da área costeira ativa (R² = 0,49) sugere que os sedimentos erodidos na foz são transportados, por meio de correntes bidirecionais, para as margens do delta. Entre os três deltas, o São Francisco apresentou maiores taxas erosivas na sua foz, cujos valores alcançaram -50 m/ano. O ângulo da foz aumentou 18° no período analisado, e houve uma perda de área costeira ativa de 6,2 km². Devido à escassa densidade populacional, a construção de barragens próximas ao litoral emergiu como um fator significativo que contribuiu para os processos de erosão nos deltas do Jequitinhonha e do São Francisco. Anterior a construção das barragens de Itapebi e Xingó, ambos os deltas apresentavam relativa estabilidade em seus litorais. Com a construção das barragens, houve um aumento gradual da erosão nas suas respectivas fozes. Essas obras reduziram a variabilidade anual e mensal dos cursos inferiores dos rios Jequitinhonha e São Francisco, resultando em uma menor capacidade de transporte sedimentar para a desembocadura do delta. No delta do São Francisco, entre 1984 e 2021, houve uma redução de 7,54 km² nos bancos arenosos a jusante da barragem de Xingó. Notadamente, este fenômeno não ocorreu no delta do Parnaíba, pois a barragem de Boa Esperança está situada a 600 km da zona costeira. As mudanças climáticas, previstas por modelos do IPCC, juntamente com potenciais atividades de mineração e dragagem, podem alterar ainda mais a estabilidade do Delta do Parnaíba e exacerbar os processos de erosão nos Deltas do Jequitinhonha e do São Francisco.Tese Geotecnologias de alta precisão no mapeamento de georisco a inundações frente às mudanças climáticas(2020-02-20) Araújo, Paulo Victor do Nascimento; Amaro, Venerando Eustáquio; ; ; Scudelari, Ada Cristina; ; Amaral, Ricardo Farias do; ; Lopes, Alexandre Bernadino; ; Silva, Paulo César Moura da;A inundação é o tipo de desastre natural mais comum em todo o mundo e pode ter devastadoras consequências que afetam a economia, o meio ambiente e a dinâmica de vida de milhares de pessoas. Além disso, as alterações climáticas e a elevação do nível do mar vêm acelerando e potencializando os eventos de inundação, principalmente nas regiões costeiras e ribeirinhas. Entretanto, são carentes os estudos de projeções de inundações para os próximos anos, principalmente em escala local, com referenciais geodésicos fidedignos e que possam nortear ações mitigadoras. Nesse sentido, a presente tese de doutorado objetivou desenvolver e aplicar metodologia com base em geotecnologia de alta precisão vertical no mapeamento de geoperigo a inundações frente às mudanças climáticas. Esse trabalho foi desenvolvido em duas áreas de estudo no Brasil: (1) Um recorte no estuário Piranhas-Açú (área de estudo 1), Rio Grande do Norte; e (2) um recorte na Bacia do Rio Uruguai (área de estudo 2), Rio Grande do Sul. A escolha das duas áreas se deu pelo fato das regiões possuírem tipos de inundações diferentes (inundação por maré x inundação fluvial) e com forte apelo científico (socioeconômicoambiental). Inicialmente, foi desenvolvida uma metodologia de avaliação e calibração de Modelo Digital de Elevação (MDE) para utilização em modelagens de inundações. A metodologia teve por premissa a utilização de pontos de controle de terreno de alta acurácia vertical, vinculados ao Sistema Geodésico Brasileiro e analisada em uma robusta estatística para avaliação e calibração de MDE, desenvolvida e aplicada para a área de estudo 1. Em seguida, a metodologia foi empregada para o mapeamento do geoperigo a inundação na área de estudo 2, uma região sob influência de inundação fluvial e que vem com tendências de aumento das ocorrências dos eventos de inundações. Por fim, aplicou-se a metodologia na região 1 (região sob influência de inundação por maré). Nessa última etapa, os atuais indicadores do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística sobre as mudanças climáticas e elevação do nível do mar para o ano de 2100 foram tomados como referências. Os resultados demonstram elevada eficácia para a metodologia de avaliação e calibração de MDE, obtendo evoluções na diminuição do erro do MDE original em até aproximadamente 70%, como no caso da região 2. Além disso, os mapeamentos das inundações, nas duas áreas, demonstram grande robustez, validadas com fotos aéreas e registro em campo. Os resultados dos mapeamentos de perigo e risco a inundações são alarmantes. O trabalho comprova que o máximo anual do nível do Rio Uruguai está em uma tendência positiva e que os eventos de inundações fluviais só irão aumentar. Foi constatado também que, aproximadamente 118,26 km² do estuário Piranhas-Açú está em área de alto risco e risco extremamente alto a inundação por maré, e necessitando urgentemente de medidas de mitigação. Esta tese, demonstra que técnicas bem aplicadas baseadas em geotecnologias, como sensoriamento remoto, SIG e geodésia de alta precisão, proporcionam resultados que podem ser muito eficazes para a gestão ambiental. A avaliação das áreas potencialmente inundáveis pode ajudar a reduzir o impacto negativo dos eventos de inundação, apoiando o processo de planejamento do uso da terra em áreas expostas ao geoperigo em foco.