Programa de Pós-Graduação em Educação Física
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Educação Física por Autor "Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes"
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Dissertação A construção do corpo a partir das práticas corporais no contexto de um Centro de Atenção Psicossocial III(2020-03-12) Oliveira, Bérgson Nogueira de; ; ; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; Wachs, Felipe; ; Caminha, Iraquitan de Oliveira; ; Silva, Priscilla Pinto Costa da; ; Medeiros, Rosie Marie Nascimento de;Este trabalho aproximou as relações da construção do corpo a partir das práticas corporais em um Centro de Atenção Psicossocial III. Objetivou-se compreender a construção do corpo com vistas também à identificação de relações com o cuidado em saúde dos sujeitos. Buscou-se, ainda, mapear as práticas corporais desenvolvidas no CAPS III; identificar as contribuições das práticas corporais para a construção do corpo dos praticantes; e discutir essas contribuições da construção do corpo para o cuidado em saúde. Utilizou-se a entrevista semiestruturada com seis usuários praticantes seguindo um roteiro com dez questionamentos sobre corpo relacionado às práticas corporais, como: mudanças, sentimentos, percepções sobre si etc. Além disso, foram utilizadas fotos, vídeos e o uso do diário de campo, no período de maio a agosto de 2019. Os seis usuários são os considerados semi-intensivos, e participam de diferentes práticas corporais em seus cuidados sob a responsabilidade de profissionais diversos: Pedagogo, Enfermeiro, Assistente Social, Psicólogo, Educação Física e Terapeuta Ocupacional juntamente com Artesãos. Utilizamos a fenomenologia de Merleau-Ponty como abordagem metodológica. Os resultados apontaram para três unidades de significados: A construção do corpo medicamentado; A construção do corpo pelo prazer/divertimento; e a Construção do corpo participativo. A primeira consiste em abordar o medicamento em sua participação na construção do corpo do sujeito, bem como as suas implicações pelo uso. É interessante perceber em como os usuários notam essa medicação, compreendem suas importâncias para o cuidado e apontam influências nos corpos. Contudo, percebemos que há um “distúrbio do corpo” cujos medicamentos contribuem; o que dificulta o “saber quem sou” na questão do se situar enquanto “ser no mundo”. Os sujeitos apontam algumas implicações das práticas corporais para seus cuidados. Estas implicações se aproximam das implicações do uso do medicamento, no entanto, há diferenças consideráveis, pois as práticas corporais colaboram a partir da experiência pelo movimento do corpo em contato com o mundo. A segunda unidade enfatizou características do fenômeno da ludicidade e sua importância para o meio pesquisado, já que na maioria das práticas vistas, o lúdico se faz presente. Isso faz com que o corpo dos sujeitos “se desintensione” e facilite vínculos afetivos entre profissionais e usuários, familiares etc. Ou seja, ampliem suas comunicações com o mundo. Além disso, contribui na leitura dos profissionais a partir do que os corpos dos sujeitos podem elucidar a partir do movimento. A terceira unidade trabalhou as contribuições das práticas no sentido de que estas apoiam na participação dos usuários em seu meio, além de inferir possibilidades de participação em outros meios, como no próprio lar, por exemplo. Os apontamentos sugerem que o CAPS e suas práticas procuram proporcionar experiências aos corpos com objetivos de que os sujeitos se reconheçam a partir de seus modos de ser na realidade atual, contribuindo para a sua reinserção social. No entanto, alertamos para que tais práticas não venham a contribuir com o controle dos corpos na contramão dos preceitos da Reforma Psiquiátrica, pois isso seria um retrocesso ao idealismo proporcionado pela racionalidade da Psiquiatria Clássica, em tempos atrás.Dissertação Sobre aberturas, entrelaçamentos e dilatações: uma fenomenologia do corpo nas práticas de cuidado de um centro de convivência e cultura (CECCO)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-04-11) Breunig, Felipe Freddo; Mendes, Maria Isabel Brandão de Souza; Nobrega, Terezinha Petrucia da; https://orcid.org/0000-0002-1996-4286; http://lattes.cnpq.br/6743881635494941; https://orcid.org/0000-0002-9648-0007; http://lattes.cnpq.br/6831555305550834; http://lattes.cnpq.br/4361336599707393; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; https://orcid.org/0000-0002-1343-9341; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; Caminha, Iraquitan de Oliveira; Medeiros, Rosie Marie Nascimento de; Nascimento, Zaeth Aguiar doEsta pesquisa tematizou as relações entre corpo e saúde mental a partir das experiências vividas pelos usuários de um Centro de Convivência e Cultura (CECCO). Os CECCOS são serviços estratégicos para a desinstitucionalização das práticas de cuidado em saúde mental. Todavia, estes serviços têm sido negligenciados pelas políticas públicas de saúde do Brasil, e suas práticas ainda são pouco estudadas. Trata-se de uma pesquisa fenomenológica que se guiou pelas seguintes questões norteadoras: Como os participantes do CECCO vivenciam seus corpos nas atividades e intervenções realizadas por este serviço? Como estas experiências vividas afetam seus processos de cuidado e de reinserção psicossocial? Desta forma, os objetivos desta pesquisa foram: compreender as experiências vividas no CECCO a partir da perspectiva dos usuários e da equipe deste serviço; refletir sobre o corpo e a desinstitucionalização das práticas de cuidado em saúde mental; construir horizontes de reflexão nos campos da Educação Física e da Reforma Psiquiátrica brasileira a partir de uma abordagem fenomenológica. Justifica-se este trabalho pela necessidade de mais investigações que tematizem os CECCOS, e também pela necessidade de um aprofundamento maior das reflexões sobre corpo nos campos da Educação Física e da Saúde Mental. Foram realizadas entrevistas com alguns usuários e membros da equipe do serviço, observações participantes no cenário de pesquisa, e também a seleção de imagens de intervenções realizadas pelo CECCO na cidade. Pela redução fenomenológica, buscou-se compreender o corpo nestas experiências vividas, a partir do diálogo com as noções sobre corpo presentes na obra de Merleau-Ponty. Uma primeira compreensão das experiências vividas junto ao CECCO se deu a partir da imagem de um corpo fechado, que aponta para a evocação de memórias advindas das experiências de internação, de medicalização e de estigmatização relacionadas à loucura e ao diagnóstico de doença mental. Estas experiências fazem o corpo habitar o lugar da incapacidade e da periculosidade, e o tornam objeto de medicalização dos seus gestos. Nas experiências vividas junto ao CECCO, percebemos um movimento de abertura deste corpo, e um deslocamento do seu lugar de corpo objeto para uma condição de corpo sujeito que sente e se afeta. Há uma retomada de contato com suas próprias sensações, movimentos e espacialidades, que lhe possibilitam abrir-se para uma perspectiva de autocuidado e desmedicalização de seus gestos. Já nas experiências expressivas híbridas proporcionadas pelo serviço vemos um deslocamento desse corpo do lugar do estigma pela emergência de uma corporeidade fundada na capacidade de criar. As experiências de convivência do CECCO também abrem campos de intercorporeidade, que promovem entrelaçamentos do corpo com outros corpos, assim favorecendo a formação de grupalidades e intersubjetividades. Nestes entrelaçamentos formam-se amizades, a partir de onde criam-se relações mútuas de cuidado. Há também um movimento de dilatação do corpo em direção à cidade nas intervenções do serviço, onde o corpo faz fronteira com o território. Estas perspectivas de aberturas, entrelaçamentos e dilatações do corpo também nos levaram a refletir sobre o corpo que habita a fronteira entre Educação Física e Saúde Mental, a qual é marcada por tensionamentos e oscilações entre deriva e identidade profissional. Desta forma, abrem-se novos horizontes reflexivos que podem contribuir para uma desinstitucionalização dos saberes da Educação Física, e também para a compreensão da saúde e da mente a partir das experiências vividas pelo corpo.