Programa de Pós-Graduação em Nutrição
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Nutrição por Autor "Antunes, André Pinassi"
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Dissertação Variação da composição nutricional nas partes anatômicas e em relação à classe taxonômica de animais silvestres: uma revisão sistemática com uso de imputação de dados com inteligência artificial(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-25) Medeiros, Ana Luisa dos Santos; Jacob, Michelle Cristine Medeiros; Maia, Juliana Kelly da Silva; https://orcid.org/0000-0002-7970-534X; http://lattes.cnpq.br/9575492220366110; https://orcid.org/0000-0002-4881-7285; http://lattes.cnpq.br/1788932483645882; http://lattes.cnpq.br/9905007000961262; Damasceno, Karla Suzanne Florentino da Silva Chaves; Antunes, André PinassiA carne derivada da caça de animais silvestres é fundamental para a segurança alimentar de povos indígenas e comunidades tradicionais. No entanto, ainda são escassas as informações sobre o perfil nutricional desses alimentos. Este estudo desenvolveu uma revisão sistemática para examinar a influência da parte anatômica e da classe taxonômica do animal (mamíferos, aves, répteis) na composição nutricional da carne. Utilizamos o protocolo PRISMA para selecionar artigos das bases de dados da Web of Science, Scopus e Medline/PubMed, aplicando como critérios de elegibilidade: (i) artigos originais, publicados em qualquer idioma, sem restrição de data e que (ii) apresentassem dados de composição de carne de animais silvestres consumidos por populações humanas; excluímos: (i) estudos que apresentassem dados secundários e (ii) não detalhasse a metodologia utilizada. Um questionário de qualidade e uma análise de concordância (Kappa de Fleiss = 1,00) para assegurar a robustez dos estudos incluídos. Empregamos técnicas de inteligência artificial (SMAPE - Erro Médio Absoluto Percentual Simétrico) para estimar valores nutricionais não reportados em 21 artigos, abrangendo 26 espécies de animais e 10 nutrientes (macronutrientes e micronutrientes). Considerando a natureza dos dados, realizamos testes paramétricos ou não paramétricos, adotando um valor-p de 0.05 para determinar a significância estatística dos resultados e, em situações de diferenças significativas, procedemos com testes post hoc. Nossos resultados revelam variações significativas na composição nutricional entre as partes anatômicas e as classes dos animais. As vísceras de répteis, apresentam mais que o dobro do teor de lipídios e o triplo de ferro quando comparadas aos músculos. No caso dos mamíferos, as vísceras contêm cinco vezes mais ômega 6 e selênio, quatro vezes mais ferro e manganês, respectivamente e quase o dobro de zinco em comparação com os músculos. Observamos diferenças entre as classes, destacando-se o teor de lipídios nas aves, superior em mais de 90% aos encontrados nos músculos dos mamíferos e 20% aos dos répteis; o zinco em mamíferos, com valores mais de 100% superiores aos das aves; e o selênio nos répteis, ultrapassando em mais de 400% as aves. Contudo, não identificamos diferença significativa no conteúdo de ferro entre mamíferos e aves, o que pode ser atribuído ao método de abate das aves e não aos aspectos fisiológicos. Concluímos que a carne de caça, no contexto das populações que consomem esse alimento, deve ser tratada como um recurso relevante tanto pela dimensão do acesso, no que diz respeito à segurança alimentar, como pela dimensão da utilização, pela sua qualidade nutricional. Este estudo não apenas preenche uma lacuna de um perfil nutricional abrangente da carne de caça, mas introduz, pela primeira vez no contexto da análise desse recurso, uma metodologia para o tratamento de dados ausentes, oferecendo uma solução analítica para enfrentar a escassez de dados, considerando os dilemas éticos e legais na análise da vida silvestre. As conclusões deste trabalho podem nortear aspectos nutricionais em políticas de segurança alimentar, bem como decisões de manejo da vida silvestre em políticas de conservação, buscando um equilíbrio entre conservação e subsistência.