Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva - FACISA
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/24559
Navegar
Navegando Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva - FACISA por Autor "Araújo, Marcos Vinícius Ribeiro de"
Agora exibindo 1 - 2 de 2
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Dissertação As mudanças políticas na Atenção Primária à Saúde brasileira e suas implicações para a atenção psicossocial em um município paraibano(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-11-27) Vieira, Dandara Virgínia Machado; Telles, Mauricio Wiering Pinto; https://orcid.org/0000-0002-5568-6877; http://lattes.cnpq.br/3146268167204989; https://orcid.org/0000-0003-4458-0302; http://lattes.cnpq.br/2470147966672243; Nagashima, Alynne Mendonça Saraiva; Araújo, Marcos Vinícius Ribeiro deA Atenção Primária à Saúde (APS) se caracteriza como a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), ofertando acesso universal, integral e gratuito aos serviços de saúde. A Atenção Psicossocial (AP) nesse contexto, possui lugar estratégico pelo seu potencial de promover um cuidado longitudinal, que considere as singularidades do sujeito e do território em que este se insere. Em um país de dimensões continentais e disparidades sociais, econômicas e culturais, se faz importante entender a forma que as políticas públicas de saúde acontecem em municípios de pequeno porte, considerando suas características e necessidades singulares. Este estudo objetiva identificar os impactos das modificações políticas na APS no município de Cuité/PB e suas repercussões na AP no período de 2012 a 2022. Tratou-se de pesquisa qualitativa e exploratória, do tipo estudo de caso, com produção de dados realizada por meio de entrevista semiestruturada e análise documental. São participantes da pesquisa Enfermeiros e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) vinculados à Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município de Cuité / PB. Também foram analisados os Planos Municipais de Saúde (PMS) e os Relatórios Anuais de Gestão (RAG) elaborados entre os anos 2012-2022. Os dados produzidos foram analisados por meio da técnica de Análise Temática de Conteúdo de Minayo. Todas as etapas da pesquisa foram realizadas de acordo com os princípios éticos e de segurança da informação preconizados na resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Deste estudo resultaram os três artigos que compõe essa dissertação. Foi possível concluir que o cuidado em Saúde Mental (SM) prestado pela APS é fortemente impactado pelas mudanças nas políticas públicas e precisa ser reorientado para promover uma assistência mais próxima as necessidades do território. Entretanto, na realidade estudada, os entraves existem desde o planejamento nos instrumentos de gestão, pois as metas previstas para a AP se voltam de modo substancial aos serviços de média e alta complexidade, o que tem como consequência práticas pontuais e incipientes na APS, com fragilidades enxergadas no planejamento e execuções de ações coletivas de SM, na adesão de usuários, na atuação dos profissionais lotados na ESF e na coordenação do cuidado. Os resultados encontrados permitem uma análise das potencialidades do território, das práticas cotidianas e dos trabalhadores em saúde, auxiliando no comprometimento da gestão e dos profissionais na transformação da realidade por meio do manejo das complexidades locais.Dissertação Planejamento em saúde em municípios brasileiros: situação cadastral e a convergência com o plano ações estratégicas (2021-2030)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-11-29) Silva, Isabella Grazyele Severo; Medeiros, Anna Cecilia Queiroz de; https://orcid.org/0000-0002-7664-4959; http://lattes.cnpq.br/6897910777769874; https://orcid.org/0009-0000-2342-148X; http://lattes.cnpq.br/3477511402699550; Araújo, Marcos Vinícius Ribeiro de; Bay Júnior, Osvaldo de GoesO planejamento em saúde é essencial para a organização e gestão dos serviços, garantindo a melhoria contínua no atendimento público. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) demanda instrumentos específicos, como o Plano Municipal de Saúde (PMS) e relatórios de gestão, para monitorar e planejar as ações municipais. Este estudo utilizou abordagens quantitativas e qualitativas. Investigou a situação cadastral dos instrumentos de planejamento em saúde em municípios brasileiros e analisou o alinhamento dos PMS das capitais brasileiras com as metas do Plano de Ações para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (Plano de DANT) 2021-2030. Na análise quantitativa, baseada em dados de 5.563 municípios, coletados na Sala de Apoio à Gestão Estratégica (SAGE), foram identificados dois agrupamentos: o Cluster 1, que reuniu 60,6% dos municípios, apresentou melhor desempenho em relação à situação cadastral dos instrumentos de planejamento; e o Cluster 2, que englobou 39,4% dos municípios, com desempenho inferior nesse aspecto. Nos dois agrupamentos foi observado que documentos relacionados de monitoramento apresentaram percentuais de aprovação inferior aos documentos de caráter mais propositivo.Em particular, 65,1% dos municípios do Cluster 2 não aprovaram nenhum dos Relatórios Detalhados do Quadrimestre Anterior previstos para o período. A tipologia municipal e o grau de urbanização não foram associadas a nenhum dos agrupamentos identificados, mas a macrorregião geográfica sim. Na análise qualitativa foram examinados os PMS de 24 capitais brasileiras, referentes ao quadriênio 2022-2025. Esta avaliação foi feita à luz das “metas DANT”, selecionadas a partir do Plano de DANT. Dentre as nove metas investigadas, três não foram contempladas (enquanto meta ou objetivo), o que evidencia lacunas significativas na articulação entre planejamento e prática. A meta DANT mais abordada nos PMS foi a de redução da mortalidade prematura, sugerindo maior alinhamento com prioridades nacionais. Contudo, a ausência de metas claras relacionadas à melhoria de hábitos alimentares limita a capacidade dos municípios em enfrentar efetivamente fatores de risco cruciais para as CCNT, como alimentação inadequada. Além disso, o aparente descompasso entre o diagnóstico situacional dos PMS e as proposições de metas/objetivos destes documentos revelam uma desconexão que pode comprometer a tradução do diagnóstico situacional em ações concretas, dificultando a implementação de estratégias alinhadas ao Plano de DANT e reduzindo sua efetividade na redução da carga das CCNT. Essas fragilidades no planejamento municipal em saúde comprometem a capacidade de abordar de forma integrada os fatores de risco e as desigualdades em saúde, essenciais para o enfrentamento das CCNT. De modo geral, esse cenário é agravado por influências político-partidárias, desafios de governabilidade, disparidades regionais e desigualdades socioeconômicas, que frequentemente direcionam prioridades e alocação de recursos de forma desalinhada às reais necessidades de saúde da população. Assim, reforça-se a necessidade de iniciativas que fortaleçam a capacidade técnica, promovam maior estabilidade na gestão e ampliem o controle social para garantir uma abordagem mais efetiva e sustentável.