DPSI - Departamento de Psicologia
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Artigo Universidade, contexto ansiogênico? Avaliação de traço e estado de ansiedade em estudantes do ciclo básico(ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva, 2009-06) Ferreira, Camomila Lira; Almondes, Katie Moraes de; Braga, Liliane Pereira; Mata, Ádala Nayana de Sousa; Lemos, Caroline Araújo; Maia, Eulália Maria ChavesO presente artigo objetiva avaliar a ansiedade-traço e a ansiedade-estado de estudantes universitários do ciclo básico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, verificando diferenças entre três grandes áreas de conhecimento, biomédica, humanística e tecnológica, tendo em vista que a entrada na universidade pode se configurar como uma situação ameaçadora que parece sofrer influência das diferentes características de cada uma dessas áreas. Participaram do estudo 158 estudantes, sendo 71 mulheres e 87 homens, com idade média de 20,04 ± 3,37 anos, respondendo uma ficha de identificação e o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE). Resultados demonstram que as médias de ansiedade-traço e ansiedade-estado desses estudantes encontram-se dentro do esperado para essa população, embora a área biomédica seja percebida como a mais ansiogênica, uma vez que apresenta uma densa grade curricular com intensas demandas acadêmicas, o que parece elevar os escores dos estudantes dessa área, em especial os dos homensArtigo Fatores de risco na repetição de gravidez na adolescência(Universidad Nacional de Colombia, 2009-07-01) Mata, Ádala Nayana Sousa; Lemos, Caroline Araújo; Ferreira, Camomila Lira; Braga, Liliane Pereira; Maia, Eulália Maria ChavesA fim de traçar o perfil biopsicossocial de adolescentes com repetição de gravidez e seus fatores associados, investigou-se ques-tões socio-demográficas, variáveis biológicas e psicológicas de 50 adolescentes multigestas. os dados analisados através de estatísti-ca descritiva apontam que a maioria das adolescentes não frequentava a escola e vivia em união estável, que 54% não fez uso de métodos contraceptivos na primei-ra relação sexual e 88% nunca participou dos programas de Planejamento Familiar. assim, políticas públicas de educação sexual e reprodutiva devem identificar comportamentos sexuais de risco, atuar na construção de valores familiares e no planejamento das gestaçõesArtigo Velhice e projetos de vida: um estudo com idosos residentes no município de Natal/RN, Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 2010) Ferreira, Camomila Lira; Mata, Ádala Nayana de Sousa; Santos, Lúcia Maria de Oliveira; Maia, Rodrigo da Silva; Maia, Eulália Maria ChavesA visão da velhice como fase de declínios vem se modificando e a literatura já elucida ganhos e influências da subjetividade na vivência da velhice e nas expectativas dos idosos. Neste estudo, buscou-se contemplar os projetos de vida de idosos usuários da Rede de Atenção Básica de Saúde do Distrito Leste de Natal/RN. Participaram da pesquisa 65 idosos, com idade média de 71 anos, a qual ocorreu através de um estudo transversal com um questionário estruturado. Observou-se que 81% da amostra são do sexo feminino e 40% são viúvos. Os idosos residem com duas (41%) ou três (37%) gerações, as quais geralmente correspondem a filhos, já que 88% os têm, e netos, presentes na vida de 81% dos idosos. Com relação aos projetos de vida, 65% afirmaram ter algum projeto, dos quais 20% remetem a comprar ou reformar a casa, 6% viver bem e com saúde e 5% trabalhar. Dentre os projetos, 20% apontaram ainda projetos diversos para si próprios, enquanto 9% responderam ter algum projeto voltado para seus filhos e/ou netos. Percebe-se que alguns idosos não conseguem deixar de envolver o seu cotidiano e ambiente social na escolha de seus projetos de vida, os quais envolvem interesses, motivações, desejos e aspirações pessoais. Apesar das adversidades e condições de existência que impõem desafios, a velhice se configura como uma fase de desenvolvimento, de acréscimo, de maturidade e com perspectivas positivas para o futuro. Além disso, a velhice não impossibilita a elaboração de projetos de vida, já que esses são inerentes à vida e à constituição de cada indivíduoArtigo Riscos psicossociais e repetição de gravidez na adolescência(Associação de Psicologia de São Paulo, 2010-12) Braga, Liliane Pereira; Carvalho, Maria Fernanda de Oliveira; Ferreira, Camomila Lira; Mata, Ádala Nayana de Sousa; Maia, Eulália Maria ChavesA gravidez na adolescência pode ser entendida como um período de crises que traz riscos e conseqüências negativas para a adolescente, podendo ser potencializados pela repetição. Mostra-se relevante conhecer a realidade biopsicossocial dessas adolescentes e analisar os fatores envolvidos nessa repetição. Aplicou-se, então, um questionário semi-estruturado, numa Maternidade Escola em Natal/RN, a 50 puérperas com idade entre 12 e 18 anos de idade (média 17 anos), das quais 82% não freqüentam a escola, 62% vivem em união estável e 68% têm renda familiar até três salários mínimos. Iniciaram a vida sexual aos 13 anos e o intervalo entre a gravidez anterior e a atual foi de 1 a 12 meses para 52% das entrevistadas. Assim, o início precoce da vida sexual, a convivência com o companheiro e o abandono escolar podem tornar as adolescentes vulneráveis à gravidez e sua repetição e acentuar os riscos psicossociaisArtigo Análise da situação de trabalho de motoristas em uma empresa de ônibus urbano da cidade de Natal/RN(Conselho Federal de Psicologia, 2014) Silveira, Ladijane Sarmento da; Abreu, Cynara Carvalho de; Santos, Enilson Medeiros dosA presente pesquisa está relacionada à análise da situação de trabalho do motorista de ônibus, e teve origem na necessidade de identificar as suas dificuldades em cumprir as tarefas para alcançar os resultados determinados por uma empresa de transporte coletivo urbano da cidade de Natal. Foram entrevistados 50 motoristas sobre nove fatores relacionados ao seu trabalho. Os resultados mostraram que os fatores trânsito, tempo de viagem, condições da via, manutenção do veículo, ambiente físico (terminal de linha), posto de trabalho e supervisão exercida constituem constrangimentos para a atividade do motorista, diferenciando o trabalho prescrito do trabalho real. Por outro lado, fatores como gostar de dirigir, o trabalho em si e os colegas de trabalho influenciam positivamente na situação de trabalho do motorista. Nas proposições dos subsistemas de administração de recursos humanos, foram encontradas como alternativas para o redimensionamento dessa atividade a possibilidade de alterações nas políticas de recrutamento e de seleção de pessoal, implementação de um sistema de avaliação de desempenho, melhorias no ambiente de trabalho, esclarecimentos sobre política salarial, exercício da supervisão do qual participem os motoristas e a redução de estressores no ambiente de trabalhoArtigo O conceito de paternidade dos adolescentes da rede pública de ensino de Natal/RN(UNIFACEX, 2015) Braga, Liliane Pereira; Ferreira, Ana Caroline de Lima Silva; Medeiros, Carolina Lucena; Pimentel, Fernanda Lima; Sousa, Suzani Gabrielli de Lima e; Maia, Eulália Maria ChavesDurante a adolescência, os indivíduos empenham-se em construir sua identidade, sendo que a estruturação da identidade sexual é parte relevante desse processo, já que os papéis de gênero masculino e feminino são os mais importantes do ponto de vista sociocultural. Optou-se por questionar os adolescentes sobre seus conceitos de paternidade. Realizou-se um estudo exploratório analítico de corte transversal, com 196 adolescentes entre 10 e 19 anos matriculados em escolas públicas de Natal/RN. Foi utilizado um questionário estruturado envolvendo questões sociodemográficas e sobre o conceito de paternidade. Os resultados revelaram que a paternidade foi caracterizada pela aquisição e assunção de responsabilidades da vida adulta. Tal conceituação encontra respaldo na literatura científica que afirma que, para jovens de classes populares, o projeto de autonomia e ascensão social se concretiza pela constituição da própria família e pela capacidade de cuidar e sustentá-laArtigo Gestantes tardias de baixa renda: dados sociodemográficos, gestacionais e bem-estar subjetivo(Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), 2015-01-22) Oliveira, Maria Aurelina Machado de; Sousa, Welyton Paraíba da Silva; Pimentel, Julianne Dantas de Oliveira; Santos, Kadidja Suelen de Lucena; Azevedo, George Dantas de; Maia, Eulália Maria ChavesEstudo transversal descritivo e correlacional cujos objetivos foram traçar o perfil sociodemográfico e gestacional, avaliar o bem-estar subjetivo (BES) e relacionar os indicadores do BES com as variáveis idade, escolaridade e renda. Participaram 80 gestantes com 35 anos ou mais (grávidas tardias) de baixa renda. Os instrumentos de pesquisa foram questionário estruturado e escala de bem-estar subjetivo. Os dados são apresentados na forma de análises descritivas e correlacionais, conforme a natureza das variáveis. A maioria das gestantes vivia com o companheiro, não tinha renda pessoal, pois tratava-se de donas de casa, e não planejou a gestação; e o bem-estar subjetivo apresentou valores equivalentes às médias para cada indicador (afetos positivos, afetos negativos e satisfação com a vida), enquanto as correlações significativas obtidas foram fracas. Conclui-se que, para o grupo avaliado, a baixa escolaridade e a baixa renda familiar foram variáveis associadas à satisfação com a vida das gestantes entrevistadasLivro Pesquisa educacional(SEDIS-UFRN, 2015-09-12) Nunes, Débora Regina de Paula (org.); Sobrinho, Francisco de Paula Nunes; Alchieri, João Carlos; Silva, Katiene Symone de Brito Pessoa daEste material é o resultado de um investimento intelectual e econômico assumido por diversas instituições que se comprometeram com a Educação e com a reversão da seletividade do espaço quanto ao acesso e ao consumo do saber E REFLETE O COMPROMISSO DA SEDIS/UFRN COM A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA como modalidade estratégica para a melhoria dos indicadores educacionais no RN e no BrasilArtigo Intersetorialidade em saúde mental: tensões e desafios em cidades do sudeste e nordeste brasileiro(Revista Subjetividades, 2017) Severo, Ana Kalliny de Sousa; Romagnoli, Roberta Carvalho; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; Nobre, Maria Teresa; https://orcid.org/0000-0002-9548-6394Este artigo aborda a problemática da intersetorialidade no campo da saúde mental no Brasil, analisando suas práticas na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Natal, no Rio Grande do Norte. A partir das ideias de Deleuze e Guattari e tomando como campo de análise as pesquisas realizadas pelas autoras nas duas cidades, pensamos a estratégia da intersetorialidade como um rizoma, como uma rede que se autoengendra por agenciamentos com os mais variados elementos da realidade, permitindo ao mesmo tempo rastrear as reproduções e os deslocamentos inventivos que se libertam das estruturas cristalizadas presentes da ação intersetorial. Concluímos que, embora em regiões distintas, com territórios singulares, a intersetorialidade ainda encontra os seguintes desafios: falta de articulação entre sistemas e serviços, precariedade de comunicação entre as equipes, sensação de sobrecarga de trabalho dos profissionais, risco de psicologização dos casos e falta de avaliação das ações em conjunto após os encaminhamentosArtigo Saúde mental, cultura e arte: discutindo a reinserção social de usuários da rede de atenção psicossocial(Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 2019) Severo, Ana Kalliny de Sousa; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; https://orcid.org/0000-0002-9548-6394Este estudo objetivou investigar a reinserção social de usuários da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) a partir da participação em iniciativas culturais e artísticas existentes numa capital do nordeste brasileiro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada em duas etapas: uma de caráter exploratório descritivo na qual, por meio de entrevistas semiestruturadas, mapeamos as formas de participação dos usuários em iniciativas culturais e artísticas; e uma segunda etapa etnográfica, na qual acompanhamos os usuários que afirmaram participar de atividades artístico-culturais nas iniciativas por eles citadas. Discutem-se os dados em eixos temáticos construídos coletivamente com profissionais e usuários da Raps, de modo a produzir um espaço coletivo de reflexão e ações de desinstitucionalização. Defende-se a criação de espaços de convivência e trabalho com iniciativas artísticas e expressivas, bem como qualificação da Raps de modo a incluir estratégias intersetoriais de reinserção social e de territorialização do cuidado nos projetos terapêuticos e institucionaisArtigo A construção social do corpo: como a perseguição do ideal de belo influenciou as concepções de saúde na sociedade brasileira contemporânea(Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), 2019) Sena, Rômulo Mágnus de Castro; Nascimento, Ellany Gurgel Cosme do; Sena, Patrícia Rakel de Castro; Jacob, Lia Maristela da Silva; Maia, Eulália Maria ChavesO presente estudo teórico tem por objetivo resgatar a construção histórica do corpo, evidenciando nesse processo o ideal de beleza, perseguido ao longo dos anos por diversas culturas, e suas repercussões sobre a concepção de saúde produzida na sociedade brasileira contemporânea. Para tanto o corpus discursivo foi estruturado em quatro tópicos, a saber: Descobrindo a Beleza: a instituição de um padrão de imagem corporal na antiguidade clássica; Encobrindo a Beleza: o corpo como lugar de expiação e especulação científica; Reinventando a Beleza: como a mídia pauta novas exigências de construção da imagem corporal; e A satisfação com a imagem corporal como preditor de saúde. Percebe-se que embora a beleza tenha sido uma das grandes ocupações e preocupações do homem, não se constata esforços no intento de defini-la, aparecendo como um aspecto da imagem corporal, com relativos atributos divinais, já que os homens são incentivados a persegui-la e atingi-laArtigo Educação interprofissional e educação permanente em saúde como estratégia para a construção de cuidado integral na rede de atenção psicossocial(Physis: Revista de Saúde Coletiva, 2020-01-21) Severo, Ana Kalliny de Sousa; Sousa, Francisca Maira Silva de; Silva, Antônio Vladimir Félix; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; https://orcid.org/0000-0002-9548-6394O estudo descreve a Educação Interprofissional e os processos de Educação Permanente em Saúde na implantação de um Centro de Atenção Psicossocial para produção de cuidado em saúde mental. Destaca-se o contexto da interiorização da rede de atenção psicossocial, que ganhou impulso através da descentralização dos serviços de saúde em regiões compostas por municípios com menos de 15 mil habitantes. A metodologia utilizada foi embasada na análise institucional, socioclínica institucional, pesquisaintervenção, com uma perspectiva teórica qualitativa. A construção dos dados ocorreu através das rodas de conversa com os profissionais do CAPS e participação observante com registro em diários de pesquisa. Os dados apontaram a educação interprofissional e educação permanente como estratégias de formação profissional no processo de trabalho, possibilitando reflexões e ações no cenário de prática voltado para além da intervenção psiquiátrica e da prescrição de psicotrópicosArtigo Processos de alcoolização entre povos indígenas da América Latina(Revista Ciências em Saúde, 2020-01-25) Barreto, Ivan Farias; Dimenstein, Magda; Leite, Jáder FerreiraPara alguns povos indígenas da América Latina, o uso de bebidas alcoólicas é anterior à chegada dos colonizadores. Para outros, os contatos interétnicos ao longo da história alteraram profundamente os sentidos e as relações com essas substâncias. O presente artigo revisa a literatura dos últimos anos sobre o consumo de álcool por povos indígenas latino-americanos, compreendendo aspectos históricos, sociais e de saúde a ele associados. Os resultados indicam que o uso precoce de bebidas alcóolicas, a perda dereferenciais identitários, mudanças nos modos de vida, proximidade com centros urbanos, êxodo migratório, marginalização e discriminação social são fatores de risco ao consumo prejudicial de álcool entre povos indígenas. Constatou-se ainda uma carência de pesquisas epidemiológicas, que prejudica o dimensionamento de demandas relativas ao uso prejudicial de álcool e dificulta o planejamento e execução dos serviços de saúde.Livro Relações pessoa-ambiente na América Latina: perspectivas críticas, territorialidades e resistências(ABRAPSO, 2021) Farias, Tadeu Mattos; Olekszechen, Nikolas; Brito, Monique Araújo de MedeirosA configuração social, espacial e histórica da América Latina tem sido pautada no âmbito da Associação Brasileira de Psicologia Social e em seus Encontros Nacionais. Nos XIX e XX Encontros Nacionais da Associação Brasileira de Psicologia Social, realizamos encontros do Grupo de Trabalho intitulado "Relações pessoa-ambiente: territorialidades e criação de espaços de resistência”. Em 2017, o foco esteve nas estratégias de resistência derivadas da tensão entre processos psicossociais (como identificação, subjetivação, apropriação do espaço) com contextos sociofísicos específicos (cidade, campo, comunidades, bairros etc.). A pluralidade de referenciais teórico-metodológicos que davam contornos aos estudos pessoa-ambiente na perspectiva da psicologia social crítica foi nosso foco. Naquele momento, as discussões giraram em torno de três aspectos: relações urbanas, cujo foco foi a relação de pessoas em situação de rua com os locais onde vivem, modos de socialização de jovens em contexto de violência urbana e a ressignificação da relação entre pessoas em sofrimento psíquico grave e os espaços públicos; ruralidades, congregando trabalhos a respeito da intersecção entre urbanidades e ruralidades, assim como processos participativos de comunidades em licenciamento ambiental e; comunidades tradicionais, com destaque para os trabalhos realizados a respeito do vínculo entre moradores de quilombos, bairros e residências e o local onde habitam. A pluralidade teórica e metodológica na condução dos estudos ficou como uma marca do encontro, contemplando métodos participativos, como a etnografia e a observação participante, e analisados à luz de referenciais que possuíam o cerne na crítica social, como aqueles de natureza materialista histórica e dialética e pós-estruturalista. Frente ao resultado bastante satisfatório dos debates no Encontro de 2017, em 2019 buscamos aprofundar as discussões. Nesse caso, identificando estratégias de ocupação/produção dos territórios de identidade e pertencimento cultural e social, bem como as formas de resistência aos processos de expropriação de territórios e criminalização dos movimentos sociais envolvidos nessa luta pelos direitos sociais e ambientais, com foco nas experiências de pesquisa, atuação, e/ou artístico-culturais em tais contextos. Foi a partir desses debates, de sua pertinência e potência crítica, que fizemos a proposta de organização deste livro. Trata-se, para nós, de uma ferramenta para a consolidação dos referenciais críticos da psicologia social no campo dos estudos pessoa-ambiente, buscando expor a multiplicidade de referenciais teóricos, epistemológicos e metodológicos que configuram nosso terreno comum. Território e resistência são temas indissociáveis da história da América Latina. Desde a invasão colonial, o embate entre as forças de incorporação e submissão do continente ao capitalismo - seja em seu estágio nascente mercantilista, seja em suas posteriores etapas e reconfigurações - e aquelas que resistiram e ainda resistem seus modos de vida, e/ou buscaram transformar as sociedades locais em direção à emancipação, ditaram a forma de produzir os mais diversos espaços, do campo à cidade. Junto às forças político-econômicas do capital, a racialização da sociedade para subjugação dos povos não brancos, o modelo patriarcal, hetero e cisnormativo, vinculado à centralidade do modelo de família burguesa, foram produtos de exportação colonialista que também passaram a dinamizar a configuração de territórios, modos de vida, subjetividades, e, por consequência, tornaram-se também objeto de denúncia e resistência ao longo dessa história. A busca pelo saqueio de bens naturais, por mão de obra a ser escravizada e/ou superexplorada, conjugada a uma divisão sexual, de gênero e racial da sociedade, marcam o desenho social e ambiental dos mais diversos territórios do continente, produzindo espaços desiguais e opressivos, em termos de classe, raça, etnia e gênero. Ao mesmo tempo, essa história é também dos povos e grupos que buscam até hoje resistir, reinventar territórios, lutar contra a subjugação socio-territorial e garantir outros modos de viver e outros modelos de sociabilidade. A produção sociopolítica dos territórios e lugares de vida é um tema que vem recebendo atenção de pesquisadores(as) de distintos campos da psicologia. As lutas por moradia, pelo direito à cidade, pela reforma agrária, pelo direito à segurança alimentar dos povos, pelo direito à vida e ao livre exercício da cultura pelos povos originários e povos das periferias, por uma relação com o espaço e com a natureza não submetida aos imperativos do lucro, contra as intervenções territoriais imperialistas, possuem em comum o constante tensionamento entre as formas hegemônicas de produzir territórios e modos de vida e os grupos que lutam para não serem submetidos ou por outros modos de produzir os lugares. A proposta deste livro está situada no compromisso conjunto com a articulação de ações e agendas de pesquisa/intervenção sobre a ideia de territorialidades e espaços de resistência no âmbito da psicologia social. Se as crises e críticas à psicologia social hegemônica de décadas atrás nos renderam uma psicologia social (ou psicologias sociais) que buscou se distanciar criticamente dos referenciais incorporados da Europa e Estados Unidos e voltar-se para a realidade latinoamericana, produzindo teoria e prática implicadas com essa realidade, processo do qual a própria ABRAPSO é parte, é possível dizer que o aspecto territorial/espacial dessa realidade não foi o foco das reflexões, sendo em geral negligenciado. Nesse sentido, pensar território e resistências socioespaciais está em consonância com a proposta do XXI Encontro Nacional da ABRAPSO, apontando para a história da psicologia social, mas sobretudo para as críticas do presente e estratégias de luta. Nesse sentido, especialmente pensando uma psicologia social articulada com as lutas que possuem o território como elemento central, seja no campo ou na cidade. Por seu turno, a psicologia ambiental, área que explicitamente advoga tal aspecto espacial para o centro de suas reflexões psicossociais, não fez parte do processo de virada crítica dos anos 1970/1980 na psicologia (com destaque para a psicologia social altinoamericana), e tem sua história no continente ainda hegemonizada pelos referenciais trazidos da realidade euro-estadunidense, inclusive abraçando referenciais teórico-metodológicos, teorias e modelos explicativos da psicologia social já criticados largamente ao longo das transformações desse campo na América Latina. Dessa maneira, nosso propósito neste livro foi o de agregar pesquisadores(as) que vêm tentando fazer frente a esses limites, amalgamando território e crítica. O livro traz análises sobre fenômenos de natureza socioespacial articulados com contextos específicos, no sentido de compreender suas reverberações para os coletivos envolvidos, as estratégias metodológicas utilizadas nas investigações e intervenções sobre esses fenômenos, os desafios colocados para a psicologia social crítica a partir da análise das territorialidades, e proporcionar compartilhamento e publicização de formas de resistência nesses territórios atravessados por forças de dominação referentes à dinâmica do capital e às estruturas de opressão de classe, raça, etnia e gênero. Ademais, nosso intuito foi conjugar experiências de pesquisadores(as) da América Latina e Caribe, a fim de reforçar a singularidade das estratégias de resistência coletivas produzidas na perspectiva do sul global, das realidades periféricas e dependentes, e que fazem frente aos processos globais de dominação perpetrados a partir do centro capitalista. Nesse sentido, é importante considerar que aqui entendemos como perspectivas críticas aquelas que assumem a não neutralidade do fazer científico, e que colocam o horizonte da transformação social e da emancipação humana como dimensão da práxis científica. Os capítulos presentes no livro foram escritos por participantes dos encontros do GT nos Encontros supracitados e outros(as) convidados(as), e conta com um caráter regionalmente múltiplo, em termos de Brasil e de América Latina. O livro está dividido em duas partes, que correspondem a dois eixos temáticos. A primeira, Descolonizando saberes: perspectivas críticas para as relações pessoa-ambiente a partir do Sul Global, articula trabalhos que possuem como foco apresentar e discutir perspectivas epistemológicas e teórico-metodológicas críticas no campo da psicologia social/ambiental sobre o território e as relações pessoa-ambiente, visando à compreensão das relações socioespaciais no contexto de capitalismo periférico. Os capítulos nesta seção são contribuições que apresentam perspectivas teóricas descolonizadoras/anticapitalistas para o estudo das relações pessoa-ambiente, e partem de uma compreensão política e social dos fenômenos socioespaciais. Na segunda parte, Territorialidades e práxis de resistência no campo e na cidade, estão trabalhos que possuem como foco a apresentação, discussão e análise de práxis de resistência de coletivos, comunidades, movimentos sociais, que mobilizam os sentidos e significados dos territórios no enfrentamento às diversas formas de dominação nos âmbitos macro e micropolíticos, sinalizando para potencialidades locais e protagonismos insurgentes. Esses trabalhos destacam as diferentes maneiras de habitar/ocupar os lugares e evidenciam a tensão entre vulnerabilidades e potencialidades locais na criação da vida cotidiana, e nas lutas sociais que possuem o território como atravessamento. Se é impossível dizer que em algum momento da história latino-americana, as lutas acima referidas cessaram, também podemos afirmar que há momentos em que a história parece abrir horizontes disruptivos em que a ação desses povos em luta pode nos levar para novos caminhos. América Latina e Caribe fervilham nos últimos anos entre ascensão reacionária conjugada com projetos neoliberais antissociais, golpes de Estado e levantes populares das massas oprimidas e exploradas, do Haiti ao Chile, passando por Equador, Bolívia e Colômbia. É só a luta dessas massas que pode efetivamente transformar a realidade. Mas a produção teórico-científica que tenha a crítica por exercício deve proceder no sentido de se conectar a essa realidade, nesse caso, a realidade dos povos latinoamericanos, e se aliar a suas necessidades emancipatórias. Fazer a crítica do presente, da realidade social e da psicologia, mas sobretudo estar pensando junto com os povos em luta para transformar essa realidade. O presente livro é uma humilde contribuição para quem deseja estudar e refletir sobre nossos territórios e suas resistências, em diálogo com a psicologia, ao mesmo tempo crítica e territorializadaLivro Soluções para aumentar a adesão da população às medidas de prevenção e controle da COVID-19 e outras síndromes agudas graves: resumo executivo(UFRN/LAIRE, 2024-03) Mendonça, Karla Morganna Pereira Pinto de; Santos, Tácito Zaildo de Morais; Brito, Vitória Jéssica Teixeira Dantas; Santino, Thayla Amorim; Monteiro, Karolinne Souza; Chaves, Gabriela; Patino, Cecilia M.; Luz, Kleber Giovanni; Guerra, Ricardo Oliveira; Leite, Sarah Joysi Almeida; Jácome, Ada Cristina; Silva, Gyovanna Larissa Barbosa da; Penha, Tito Hugo Soares da; Silva, Gabriel Rodrigues da; Silva, Baldomero Antonio Kato da; Alchieri, João CarlosEste livro digital apresenta ao Ministério da Saúde, e para a população geral, a execução e os resultados do projeto aprovado na Chamada MCTIC/CNPq/FNDCT/SCTIE/Decit Nº 07/2020 - Pesquisas para enfrentamento da COVID-19, suas consequências e outras síndromes respiratórias agudas graves, no eixo temático prevenção e controle” (processo CNPq: 403248/2020-5). As informações aqui disponibilizadas, poderão auxiliar formuladores de políticas públicas no planejamento, monitoramento, revisão e implementação de intervenções centradas no indivíduo e na comunidade. A instituição sediadora do estudo foi a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Laboratório de Avaliação e Intervenção Respiratória - LAIRE)