Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
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Tese O dispositivo alta nos Centros de Atenção Psicossocial/CAPS : loucura, vida cotidiana e organização social(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2009-06-25) Pinheiro, Frederico Leão; Dimenstein, Magda Diniz Bezerra; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763508E6; ; http://lattes.cnpq.br/8172204728934308; Macedo, Maurício Roberto Campelo de; ; http://lattes.cnpq.br/3673586188321966; Vasconcelos, Eduardo Mourao; ; http://lattes.cnpq.br/6122250957351639; Araújo, Liège Uchôa Azevedo de; ; http://lattes.cnpq.br/8477262306974827O presente trabalho propõe uma análise da Reforma Psiquiátrica no Brasil, tendo em vista sua configuração atual de política pública, a partir de uma pesquisa realizada com trabalhadores de um Centro de Atenção Psicossocial III (CAPS) e junto ao coletivo gestor da Rede de Atenção Psicossocial (REAP) do município de Aracaju. Tal análise se desenvolve como uma investigação da alta nos referidos serviços, não como um procedimento, mas como um dispositivo a partir do qual podem ser articulados diferentes elementos: usuários, saberes, quadros e procedimentos técnicos, medidas de polícia, decisões jurídicas, leis, edificações de serviços. Isso sob o pano de fundo da articulação entre a alienação mental e a alienação do sujeito de direito, nos modos como tal articulação se desdobra nas relações entre loucura, cidadania, práticas de internamento e práticas substitutivas. Nossa investigação sobre o dispositivo alta desenvolveu-se pela construção de narrativas, como uma análise do discurso de inspiração foucaultiana, tendo em vista a perspectiva de alguns dos principais operadores do dispositivo, os trabalhadores e gestores. Os principais aspectos que pudemos observar foram: As articulações do dispositivo alta em duas grades discursivas, a Reforma como proposição de tratamento em substituição ao internamento e a Reforma como proposição de inserção jurídica e exercício de direitos dos usuários; o exercício dessas duas grades discursivas tendo em vista as práticas de trabalhadores e gestores; destacou-se a transferência de limitações e contradições desses dois discursos para os operadores do dispositivo, ora responsabilizados pelas limitações e dificuldades encontradas, ora coagidos pelo seu papel institucional a colocar em andamento relações de dominação articuladas pelo dispositivo; finalmente, alguns aspectos nos quais os operadores do dispositivo, ao serem convocados a exercer certas relações de poder, foram capazes de resistir, articulando outras relações de poder a partir do próprio dispositivo, ao que chamamos, com Agamben, de profanação doTese Entre a hegemonia e a polissemia: a Política de Educação e Desenvolvimento para o SUS no contexto do Brasil contemporâneo(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-09-27) Pinheiro, Verônica de Souza; Traverso-yépez, Martha Azucena; ; http://lattes.cnpq.br/3908124859705245; ; http://lattes.cnpq.br/1980837580036938; Jacó-vilela, Ana Maria; ; http://lattes.cnpq.br/3328632520501565; Pedrosa, Jose Ivo dos Santos; ; http://lattes.cnpq.br/6840344738247576; Macedo, Maurício Roberto Campelo de; ; http://lattes.cnpq.br/3673586188321966; Oliveira, Isabel Maria Farias Fernandes de; ; http://lattes.cnpq.br/6077243255728600Uma das mais significativas propostas de democratização no campo das políticas públicas no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) vem demandando grandes esforços visando sua efetiva implementação, em um contexto de gritantes desigualdades sociais. Adotando o referencial da psicologia social de orientação sócio-construcionista, o estudo enfocou a Política de Educação e Desenvolvimento para o SUS, oficializada em 2004, como mais uma tentativa de mudança das práticas setoriais para efetivação dos princípios e diretrizes do SUS. Considerando as interdependências entre as referidas proposições e o contexto sócio-político e cultural, o estudo objetivou identificar as construções discursivas próprias da Política de Educação e Desenvolvimento para o SUS, considerando as posições de sujeito e as possibilidades de ação que ela oferece e o tipo de práticas que as construções discursivas promovem, no confronto com o cotidiano dos serviços de saúde. A implementação dessa proposta de transformação no Estado do Rio Grande do Norte e a forma como estão sendo percebidas pelas pessoas envolvidas, foram também estudadas em profundidade. A análise das informações, geradas através de consulta documental, observação participante e entrevistas, desvelou as inter-relações entre as práticas dos diversos atores, as condições de exercício das mesmas e os interesses e relações de poder, locais e translocais, em jogo, segundo a proposta metodológica da Etnografia Institucional. A descontinuidade das políticas públicas no Brasil, a priorização de interesses institucionais e pessoais, em detrimento dos processos de construção coletiva de práticas transformadoras, além da desresponsabilização dos envolvidos com a efetivação das propostas, foram alguns dos entraves evidenciados. A hegemonia do modelo biomédico no conjunto da sociedade, e as práticas individuais e curativas dele derivadas foram criticadas de forma contundente. A reflexividade e o dialogismo emergiram como estratégias para uma ação transformadora, propiciando a desnaturalização das práticas vigentes e dos valores e pressupostos que as sustentamTese A humanização no parto e no nascimento: os saberes e as práticas no contexto de uma maternidade pública brasileira(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010-02-22) Morais, Fatima Raquel Rosado; Traverso-yépez, Martha Azucena; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703134T0; ; http://lattes.cnpq.br/8086396650395631; Moreira, Simone da Nóbrega Tomáz; ; http://lattes.cnpq.br/3642294168997314; Bastos, Ana Cecília de Sousa Bittencourt; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780268A4&dataRevisao=null; Oliveira, Isabel Fernandes de; ; Silva, Raimunda Magalhães da; ; http://lattes.cnpq.br/8577652222943813As práticas em saúde relacionadas ao processo gestacional tendem a se organizar de acordo com o contexto e os espaços assistenciais, os quais são dependentes das condições socioeconômicas e da estrutura física e funcional dos serviços. A elevada morbimortalidade nesse processo desencadeou, desde 1986, a reflexão pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto aos aspectos técnicos e às iniquidades sociais que influenciam essa situação em diferentes contextos, culminando nas recomendações que propunham a reorientação da dinâmica assistencial com foco na maternidade segura. O Brasil adota, no ano 2000, as sugestões da OMS, enfatizando a humanização como eixo orientador das ações. Contudo, essa discussão tende a desconsiderar os problemas das iniquidades locais e os condicionantes epidemiológicos e sociais que definem as ações no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, esta pesquisa objetivou analisar as práticas discursivas nas ações de trabalhadores e usuárias da Maternidade de Felipe Camarão em face da organização do cuidado na perspectiva da humanização do parto e do nascimento no contexto institucional de uma maternidade pública. Então, além da análise dos documentos públicos que lidam com essa temática, foi desenvolvido um estudo etnográfico em uma maternidade em Natal (RN), considerada modelo para a humanização após ter recebido o prêmio Galba de Araújo, em 2002. Nessa etapa, as estratégias metodológicas foram a observação participante, o grupo focal e a prática da entrevista individual com trabalhadores e usuárias do serviço. Na análise dos dados, evidenciou-se que os diferentes atores, os profissionais e as mulheres em parturição, tendem a mostrarem-se alheios aos contextos que delimitam a produção e reprodução das práticas em saúde, o que favorece a ausência de uma postura crítica diante das ações destinadas à população. Além disso, ficou evidente que as dificuldades institucionais, associadas às questões econômicas, culturais, políticas e de gestão, também dificultam o envolvimento e a reflexão dos trabalhadores em favor de mudanças assistenciais para o processo. Há também a utilização de uma perspectiva prescritiva da humanização no fazer cotidiano desses atores sociais, sem uma reflexão crítica acerca do seu significado. Alguns trabalhadores apresentam em seus posicionamentos uma preocupação com os aspectos sociais e econômicos que afetam as práticas em saúde e com as limitações do discurso humanizador, que desarticula as necessidades dos envolvidos nesse contexto. Todavia, possivelmente por questões culturais e relacionadas ao processo de formação, logo tendem a retornar ao discurso da humanização enquanto prática caridosa caracterizada pela minimização das ações intervencionistas. Já as usuárias mostram-se passivas diante da dinâmica dos serviços, submetendo-se ao que lhes é oferecido enquanto assistência, sem questionar e/ou refletir acerca das suas carências usuais. Assim, pensar em mudanças no saber/fazer em saúde destinadas ao parto e ao nascimento implica refletir a produção cotidiana dessas práticas e os contextos sociais que influenciam o processo assistencial em saúde. Dessa forma, seria possível antever a apropriação, pelos diferentes atores, dos seus anseios e necessidades, fazendo-os ativos na busca pelos seus direitos de cidadaniaTese A militância em movimento: amizade e maquinação de modos de existência no MST(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-10-23) Leite, Jáder Ferreira; Dimenstein, Magda Diniz Bezerra; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763508E6; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4700150A5&dataRevisao=null; Ieno Neto, Genaro; ; Carneiro, Clarisse; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781674Y2; Francischini, Rosangela; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761536A6&dataRevisao=null; Silva, Antonio Vladimir Felix da; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4750884T7Este trabalho se debruça sobre duas questões, a saber: os processos de produção de subjetividade e o exercício da amizade junto à militância política do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST. A amizade é aqui entendida como uma prática social com potencial tanto para questionar certos modos de relações estabelecidas socialmente quanto para tornar-se um exercício político. Já o fenômeno da militância política é aqui problematizado a partir da perspectiva da produção de subjetividade. Assim, a presente pesquisa tem por objetivo compor uma cartografia dos processos de produção de subjetividade junto a militantes políticos do MST, bem como destacar pontos em que o exercício da amizade potencializa o surgimento de processos de singularização no âmbito dessa militância. A cartografia como método investigativo permite apontar as forças tanto macropolíticas quanto micropolíticas que interferem numa paisagem psicossocial, a exemplo do MST. Os participantes do estudo são um grupo de integrantes do MST que integraram um curso de Pedagogia coordenado pelo Departamento de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e pelo MST estadual. Os demais participantes são militantes que estavam envolvidos nas ações de formação política, tanto da base social, quanto de demais instâncias do MST, especialmente nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraná. Os resultados estão ligados, principalmente, a uma oscilação entre a incorporação do modelo identitário do Sem Terra, através de um conjunto de estratégias disciplinarizadoras postas em prática nas ações de formação política junto à sua militância, bem como da produção de linhas de fuga a tal modelo, na medida em que demandas novas e formas de investimento de desejo para além do objeto-terra são incorporadas ao MST. Ressalta-se, ainda, que tais processos singulares se dão, na articulação com um modo de exercício político da amizade em três eixos: multidão, em que se abre a possibilidade do MST compor um novo coletivo social; relações de gênero, onde se redimensiona os lugares socialmente destinados ás mulheres e; diversidade sexual, em que o tema provoca o MST a seguir, cada vez mais, em sua potência de questionar modos de vida vigentes e hegemônicos. Considera-se, com isso, uma grande oportunidade para o MST situar-se como um importante mediador de lutas sociais e políticas no contexto da contemporaneidadeTese Os novos quixotes da psicologia e a prática social no âmbito do terceiro setor(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-06-27) Paiva, Ilana Lemos de; Yamamoto, Oswaldo Hajime; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787892Z9&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/1588515627010993; Sarriera, Jorge Castellá; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783071U4; Trindade, Zeidi Araújo; ; http://lattes.cnpq.br/7057133930657550; Larrain, Leoncio Camino Rodriguez; ; http://lattes.cnpq.br/9098072774674013; Oliveira, Isabel Maria Farias Fernandes de; ; http://lattes.cnpq.br/6077243255728600Apesar do quadro crítico de pobreza e desigualdade social em que vivemos no país, as perspectivas atuais apontam para o fim do Estado interventor e para a redução do gasto público destinado às políticas sociais. Com o enxugamento do Estado, o terceiro setor está encarregado de pacificar a questão social, reduzindo-a ao âmbito do dever moral. Convocado ao compromisso social, o psicólogo também começa a trabalhar na fronteira da exclusão, sem questionar a funcionalidade e as implicações políticas do novo cenário. O objetivo deste trabalho é investigar a prática social do psicólogo, no âmbito do terceiro setor , buscando a análise que fazem do novo campo de trabalho, bem como as estratégias utilizadas no enfrentamento das mazelas da questão social. Para a pesquisa, foram realizadas 20 (vinte) entrevistas semi-estruturadas, com psicólogos que atuam em instituições do terceiro setor . As entrevistas foram analisadas qualitativamente, à luz da perspectiva gramsciana de sociedade civil e emancipação humana, bem como dos preceitos da Psicologia Comunitária e Intervenção Psicossocial. Utilizamos como base de análise, ainda, o Método Comparativo Constante. Os resultados foram agrupados em três eixos: quem são os novos quixotes da Psicologia, as demandas do terceiro setor e as estratégias utilizadas pelo psicólogo no terceiro setor . A perspectiva defendida neste trabalho é a de que no campo das intervenções sociais, e mais acentuadamente no terceiro setor , os psicólogos seriam novos quixotes , agindo com boa vontade, com grandes sonhos de transformação, mas realizando ações que não partem de uma leitura crítica e adequada da realidade, não enxergando suas possibilidades reais e seus limites de atuação. Por fim, defendemos que se deve buscar, com a inserção profissional, melhorar a qualidade de vida e o bem-estar, através de uma intervenção proativa, buscando o desenvolvimento, a organização e a emancipação das pessoas, grupos e comunidadesTese Participação de moradores no programa de coleta seletiva em três bairros de Natal/RN: explorando determinantes psico-socio-ambientais(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2009-04-17) Gurgel, Fernanda Fernandes; Pinheiro, José de Queiroz; ; http://lattes.cnpq.br/5503576309484010; ; http://lattes.cnpq.br/7937881668378816; Kuhnen, Ariane; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4708053A1; Ferreira, João Alberto; ; http://lattes.cnpq.br/4074387834979089; Albuquerque, Francisco José Batista de; ; http://lattes.cnpq.br/0970608748546929; Falcão, Jorge Tarcisio da Rocha; ; http://lattes.cnpq.br/9066230660650393O propósito deste estudo foi investigar a participação do morador no programa de coleta seletiva de lixo domiciliar na modalidade porta em porta existente em Natal-RN. Buscou-se compreender se essa participação é decorrência de compromisso próambiental do morador, apesar de a concepção do programa por seus gestores ter sido fortemente embasada na criação de trabalho e renda para os catadores. A coleta de dados envolveu três bairros da cidade e foi realizada em três etapas, de estratégias metodológicas complementares (observação, questionário e entrevista), com destaque para a auto- e hetero-avaliação realizadas, respectivamente, por moradores e catadores. Identificaram-se as condições sócio-demográficas, situacionais/contextuais e disposicionais que determinam a adesão do morador ao programa. Verificou-se que a separação e entrega do material é o tipo de participação mais freqüente dos moradores no programa, o que demonstra que eles se apropriam pouco do processo decisório, participando de modo passivo. Existem duas motivações principais para a participação no programa: ambiental e social. Embora a primeira seja a mais freqüente, constata-se pouca conscientização ambiental associada ao processo, o que pode ser reflexo de uma mera reprodução do discurso pró-ambiental vigente. A motivação por questões sociais se apresenta fortemente relacionada à ajuda ao próximo/filantropia. Conhecimento apresentou-se como um indicador importante para a participação, que também sofre influência das redes sociais, formadas por vizinhos, parentes e amigos. Pode-se concluir que, a despeito de o desenho do programa enfatizar o social, alguns moradores percebem também o benefício ambiental embutido, possivelmente como fruto de um conhecimento oriundo de fontes externas ao programa. Programas de educação ambiental, que minimizem o argumento do desconhecimento como justificativa para a não-participação, e ações que aproximem gestão municipal e população deveriam ser promovidos, a fim de que se decida conjuntamente sobre as atividades que buscam a sustentabilidadeTese Práticas institucionais/discursivas acerca dos cuidados com os bebês prematuros e/ou de baixo peso: o programa canguru(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010-02-23) Véras, Renata Meira; Traverso-yépez, Martha Azucena; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703134T0; ; http://lattes.cnpq.br/1790266518032893; Salomão, Nádia Maria Ribeiro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4789730E0; Oliveira, Isabel Maria Farias Fernandes de; ; http://lattes.cnpq.br/6077243255728600; Bastos, Ana Cecília de Sousa Bittencourt; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780268A4&dataRevisao=null; Azevedo, George Dantas de; ; http://lattes.cnpq.br/1088076378928302O Programa Canguru foi implantado no Brasil em 2000 através de uma política pública do Sistema Único de Saúde (SUS), sustentado sob a retórica da humanização dos serviços de saúde. Este programa adota a prática de colocar o bebê prematuro e/ou de baixo peso em contato pele a pele com sua mãe com o intuito de fortalecer o vínculo afetivo entre mãe e bebê, incentivar o aleitamento materno e promover maior segurança nos cuidados com seu filho. As mães usuárias do SUS são, dessa forma, solicitadas a residirem na maternidade, participando dos cuidados com o bebê, até sua alta. No entanto, constatou-se, em observações prévias, que a participação no Programa Canguru tem sido geralmente uma imposição para essas usuárias. Assim sendo, procurou-se interpretar os textos que permeiam o desenvolvimento da prática Canguru. Essa pesquisa foi realizada através de dois estudos: 1) exploração histórica do conceito de maternidade e análise de como a maternidade é apresentada no módulo do documento oficial que orienta o programa; 2) análise da dinâmica institucional que permeia o Programa Canguru, enfatizando o estudo acerca do processo de trabalho dos profissionais da saúde e a compreensão da percepção das usuárias sobre sua estadia na maternidade e sobre a dinâmica de atendimento. Destaca-se que a relação entre esses dois estudos permitiu a compreensão da forma que os discursos podem influenciar o comportamento dos profissionais de saúde e que implicações os discursos destes têm na prática cotidiana do atendimento em saúde. A pesquisa, fundamentada na metodologia da Etnografia Institucional, considera as práticas e experiências como socialmente organizadas, procurando entendê-las na sua dinâmica e interdependências. A perspectiva adotada para a análise documental, como também para o estudo dos dados qualitativos construídos na pesquisa empírica, foi a análise do discurso. A pesquisa mostrou que embora o Programa Canguru venha demonstrando resultados positivos, tanto em relação à economia de recursos quanto aos aspectos psicológicos e biológicos do bebê, por outro lado ele falha em considerar a complexidade social, econômica e cultural das mães e as limitações estruturais do sistema de saúde pública. O documento oficial deste programa apoia-se na racionalidade médica e econômica, cuja concepção centra-se no modelo biomédico hegemônico e nas condições de vida e estruturação de família de uma população que não é usuária do Sistema Único de Saúde. Essa dissonância dificulta o sucesso do programa, uma vez que suas ações são planejadas e criadas sem consideração às condições de vida e experiências das pessoas que fazem uso desse serviço. Com relação à dinâmica institucional, observou-se que, embora alguns profissionais se diferenciem no tratamento com as usuárias, a maioria deles desconsidera o papel ativo da mãe nesse método de intervenção. Por outro lado, a pesquisa mostrou que as mães veem o programa como uma obrigação e não uma opção que implique em momentos prazerosos no ambiente hospitalar. Ressalta-se, assim, que a implantação deste programa requer não só a presença e o treinamento para o bom atendimento da equipe de funcionários, como também deve ser levado em consideração a complexa rede de determinantes sociais da saúde que podem influenciar na participação das mães no programa. Discutir e problematizar o cotidiano de programas como esse se constitui, dessa forma, um exercício de reflexão sobre cidadania e governança, permitindo espaços para a melhoria dos programas de saúde públicaTese Saúde mental em operadores de petróleo do Rio Grande do Norte(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-05-05) Barbosa, Silvânia da Cruz; Ferreira, Mário César; ; http://lattes.cnpq.br/5833453038151889; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4737771Z1&dataRevisao=null; Roazzi, Antonio; ; http://lattes.cnpq.br/6108730498633062; Yamamoto, Oswaldo Hajime; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787892Z9&dataRevisao=null; Borges, Lívia de Oliveira; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785961E6A importância de identificar as conseqüências dos horários de trabalho para os indivíduos inseridos na atual sociedade 24 horas, tem sido amplamente reconhecida dentro da Psicologia Organizacional e do Trabalho. Partilhando desse interesse, a presente pesquisa objetivou analisar os efeitos dos regimes de trabalho sobre a saúde mental dos operadores de petróleo da Petrobrás. A amostra totalizou 144 sujeitos, correspondendo a 27% da população. A saúde mental dos participantes foi avaliada por meio dos seguintes instrumentos: QSG-12, Escala de Auto-estima, Escala de Afetos Positivos e Negativos e a escala de atributos valorativos do IMST, sendo cada fator empírico usado como indicador para medir cinco dimensões da saúde mental. A percepção sobre os regimes e demais condições de trabalho foram avaliadas por meio das escalas de atributos descritivos do IMST, de um questionário semi-estruturado e de entrevistas. Também se usou uma ficha sócio-demográfica para colher informações relativas ao perfil biográfico e sócio-ocupacional da amostra. As respostas aos questionários foram digitadas na forma de banco de dados do SPSS (Statistical Package for Social Science for Windows), por meio do qual se procedeu com as análises estatísticas, e as entrevistas foram analisadas com base na técnica de análise de conteúdo recomendada por Bardin (1995). Os principais resultados revelam que um terço da amostra se encontra tensa, contudo a saúde mental está preservada para a maioria. A análise de cluster aplicada ao conjunto dos sete fatores que mediram as cinco dimensões de saúde mental identificou quatro perfis de Bem-estar Psicológico compartilhados entre a amostra. Observou-se que o pessoal engajado em regimes de Turno Ininterrupto de Revezamento (TIR) e de Sobreaviso tende a apresentar perfis Equilibrado e Satisfatório, enquanto os que trabalham em regimes Administrativo de Campo e Administrativo tendem a apresentar perfis Ansioso e Oscilante, sendo estes últimos os mais afetados psiquicamente e que percebem mais negativamente as condições laborais (chances reduzidas de aperfeiçoamento, fisicamente desgastantes e recursos financeiros reduzidos ou abaixo do esperado para suprir as necessidades pessoais e familiares). Em conformidade com o modelo ecológico formulado por Warr (1987), o presente estudo concluiu que os efeitos positivos ou negativos no bem-estar psicológico tendem a acontecer como conseqüência da percepção que os operadores desenvolvem frente às condições de trabalhoTese O Serviço Residencial Terapêutico: cartografias de um híbrido no contexto da desinstitucionalização em saúde mental(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-10-24) Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; Dimenstein, Magda Diniz Bezerra; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763508E6; ; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; Romagnoli, Roberta Carvalho; ; http://lattes.cnpq.br/0924610511932717; Perrusi, Artur Fragoso de Albuquerque; ; http://lattes.cnpq.br/0486688276534915; Araújo, Liège Uchôa Azevedo de; ; http://lattes.cnpq.br/8477262306974827; Dias, Maria Aparecida; ; http://lattes.cnpq.br/1131977255034974Esta tese procura defender a idéia de que o serviço residencial terapêutico, enquanto dispositivo híbrido e recente do processo de desinstitucionalização em saúde mental, funciona como problematizador ao mesmo tempo em que indica desafios e potencialidades desse processo, da atenção em saúde mental e dele próprio na produção do cuidado. Para tanto, trabalhamos com a perspectiva cartográfica com a qual nos aproximamos da realidade como campo de produção de subjetividades cujas transformações e intensidades são os principais propulsores do pensamento. Desde tal perspectiva, foi possível produzir três mapas de efeitos dos encontros com os atores e coletivos envolvidos com o SRT e do estudo teórico realizado. No primeiro mapa cartografamos as condições de possibilidade desse dispositivo e a sua concepção no bojo do processo de desinstitucionalização e das políticas de saúde. Indicamos nele a configuração do SRT como um híbrido e problematizamos a sua proposição como um dispositivo de reabilitação social que pode funcionar como mecanismo de homogeneização social. Num segundo mapa, cartografamos capturas manicomiais em imagens e sentidos historicamente construídos da loucura presentes no jogo biopolítico contemporâneo e indicamos que as resistências a tais capturas precisam ser construídas na micropolítica cotidiana enquanto vetores importantes do processo desinstitucionalização em saúde mental. Por fim, num terceiro mapa cartografamos o cuidado produzido no SRT, através da análise da transição hospital psiquiátrico - SRT e do trabalho da equipe de cuidadores. Nessa cartografia, o cuidado, pela fragilidade no campo da co-responsabilização, revela-se atravessado por elementos manicomiais, disciplinares e normatizantes, mas também construído nas resistências que nascem dos vínculos, no campo intersubjetivo do trabalho de cuidar. Concluímos, então, que a potência do SRT e do próprio processo de desinstitucionalização estariam na construção e fortalecimento de redes micropolíticas de trabalho afetivo produtoras de vida e liberdadeTese O trabalho docente em psicólogo e o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes: uma experiência teresinense(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-04-30) Carvalho, Denis Barros de; Yamamoto, Oswaldo Hajime; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787892Z9&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/6114958483289396; Freire, José Célio; ; http://lattes.cnpq.br/4835110181699835; Rosa, Lucia Cristina dos Santos; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4700047P5; Larrain, Leoncio Camino Rodriguez; ; http://lattes.cnpq.br/9098072774674013; Dimenstein, Magda Diniz Bezerra; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763508E6Nesta tese, discuto o papel do psicólogo como professor universitário e como intelectual a partir de um contexto específico e de uma questão específica. O contexto é a cidade de Teresina, capital do Piauí Estado periférico da região Nordeste brasileira. O desafio aqui é construir uma tradição psicológica crítica que possa ser capaz de lidar com os desafios impostos pela realidade de pobreza e atraso sócio-econômico da região. A maior dificuldade é a falta de uma instituição de ensino que seja pública e que realize ensino, pesquisa e extensão com o compromisso da transformação social e com a produção de um conhecimento psicológico capaz de entender a realidade local. Defendo que o curso de Psicologia da Universidade Estadual do Piauí é o único de Teresina que pode assumir tal missão. A questão é o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes, que nos desafia a um comprometimento ético-político de solidariedade com seres frágeis que precisam do envolvimento de adultos para sobreviverem a essa barbárie cotidiana. O envolvimento da Psicologia teresinense nesse enfrentamento deve resultar de um compromisso social e de uma competência técnica para lidar com a prevenção e o acolhimento terapêutico das vítimas. A tese está dividida em três partes: a primeira é um estudo sobre a formação e a atuação do psicólogo, que revisa a literatura produzida no Brasil e propõe novas questões para o tema, como o papel do professor na formação e apresenta a Seguridade Social (Saúde e Assistência Social) como o campo privilegiado de atuação para a Psicologia Brasileira. A segunda parte contém um estudo sobre os conceitos de infância, adolescência e violência, apresentando uma reflexão sobre as estratégias de enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes. Na última parte, é discutido o papel do psicólogo como professor e intelectual em Teresina no contexto do curso de Psicologia da UESPI a partir do compromisso com a proteção da criança e do adolescente