PPGDEM - Mestrado em Demografia
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Dissertação Projeções populacionais para áreas subnacionais de Moçambique por idade e sexo até 2047(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-04-01) Macia, Elfas Alberto; Freire, Flávio Henrique Miranda de Araújo; http://lattes.cnpq.br/9773886132313803; Gonzaga, Marcos Roberto; Diógenes, Victor Hugo Dias; Queiroz, Bernardo LanzaO objetivo deste trabalho foi de projetar a população das áreas subnacionais de Moçambique (províncias e distritos) por idade e sexo no período de 2022 a 2047, utilizando o método das Relações de Coortes com base em dados do INE e das Nações Unidas. Para isso, foram utilizados os dados dos censos de 2007 e 2017, disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que serviram de base para a elaboração das projeções populacionais. O método adotado foi o das relações de coortes, que se baseia na distribuição etária derivada das relações de sobrevivência, permitindo captar com maior precisão as dinâmicas demográficas por meio das suas componentes fundamentais. No desenvolvimento da pesquisa, foram utilizadas duas projeções por idade e sexo para as províncias de Moçambique: no primeiro exercício metodológico, utilizamos as projeções populacionais disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de 2017 a 2047. Essas projeções estavam disponíveis no site do INE para cada província, que aqui foram tratadas como áreas maiores. A partir desses dados, realizamos a projeção da população dos distritos, considerados pequenas áreas, com base na distribuição etária e no comportamento das coortes ao longo do tempo. Assim, as províncias funcionaram como referência para desagregar os dados e estimar a evolução demográfica dos distritos ao nível de detalhe requerido por este estudo. Foi desenvolvido um segundo exercício metodológico, de caráter complementar e alternativo ao primeiro. Nesse exercício, recorremos às projeções das Nações Unidas para Moçambique como um todo, tratado como área ampla, para construir um modelo de projeção próprio. A partir dos dados da ONU, realizamos inicialmente a projeção da população das províncias, agora tratadas como áreas menores. Para isso, aplicamos novamente o método das Relações de Coortes, respeitando a coerência interna entre as diferentes faixas etárias e sexos ao longo do tempo. Esse exercício permitiu construir uma projeção alternativa para as províncias, baseada em parâmetros internacionais e metodologicamente mais claros e acessíveis. Na etapa final do segundo exercício, com as projeções próprias das províncias em mãos (elaboradas a partir dos dados da ONU), realizamos uma nova projeção para os distritos, tomando agora essas províncias como áreas maiores. Assim, os distritos foram projetados pela segunda vez, mas com base nas províncias derivadas da projeção própria, garantindo maior consistência metodológica e comparabilidade entre os dois exercícios realizados. Essa estratégia de dupla projeção dos distritos, uma com base nos dados do INE e outra com base nos dados das projeções próprias, permitiu contrastar os resultados obtidos em dois cenários distintos, aumentando a robustez analítica do estudo e contribuindo para uma interpretação mais crítica e ajustada às especificidades demográficas de Moçambique. Ao longo do trabalho, quando se faz referência a essa população, o termo utilizado é "projeção própria". As projeções realizadas pelo INE para as províncias foram feitas com o método das componentes demográficas. Os resultados das projeções para todos os distritos de Moçambique, no período de 2022 a 2047, mostram variações nas taxas médias anuais de crescimento, com perdas populacionais em alguns distritos e ganhos excessivos em outros. As diferenças entre as projeções do INE e as projeções próprias variam consideravelmente conforme a faixa etária e a província, revelando padrões distintos na modelagem dos indicadores demográficos. Observa-se que, para a maioria das províncias, a diferença entre as projeções tende a ser negativa ao longo do tempo, tanto para homens quanto para mulheres. Isso indica que as projeções próprias apontam para uma população total maior em relação às projeções do INE. Esse comportamento sugere diferenças metodológicas entre as abordagens utilizadas, podendo estar relacionadas a distintos pressupostos sobre fecundidade, mortalidade e migração. No entanto, um aspecto que se destaca na análise é o fato de que, em faixas etárias mais avançadas, a diferença entre as projeções assume valores positivos indicando que a projeção do INE prevê uma maior população em relação a projeção própria. O mesmo cenário verifica-se nos distritos, onde ao analisar as diferenças por sexo, observa-se que, em vários distritos, as projeções da população masculina são consistentemente mais altas do que as da população feminina. Esse fenômeno sugere que a dinâmica populacional masculina pode estar sendo projetada de maneira mais robusta, seja devido a taxas diferenciadas de migração, mortalidade ou outros fatores demográficos específicos. No entanto, há distritos onde ocorre o oposto: as projeções para a população feminina são substancialmente mais altas do que as masculinas, indicando uma possível concentração demográfica feminina em certas regiões. Essa disparidade pode estar relacionada a padrões migratórios seletivos por sexo, diferenciais de mortalidade ou até mesmo a aspectos socioeconômicos que afetam a permanência de homens e mulheres em determinadas localidades. As projeções próprias indicam que a população de Moçambique atingirá aproximadamente 60.117.595 habitantes em 2047, com uma taxa de crescimento geométrico anual média de 2,47%. Entre as províncias, Maputo, Nampula e Zambézia apresentarão os maiores crescimentos populacionais, enquanto Sofala e Tete terão um aumento mais moderado. No nível distrital, os distritos com maior crescimento populacional até 2047 são Matola, Tete e Nampula, com taxas de crescimento anual de 1,28%, 1,25% e 1,16%, respectivamente. Em contrapartida, os distritos com menor crescimento incluem Massangena, Chimonila e Chigubo, com taxas de crescimento de 0,93%, 0,74% e 0,83%, o que pode estar relacionado a fatores como migração e transições demográficas diferenciadas entre as regiões. Esses resultados são importantes para o planejamento demográfico e para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a distribuição espacial da população no país.Dissertação Desigualdades regionais na adesão ao exame Papanicolau para rastreamento do câncer do colo do útero e fatores associados: uma análise com dados da pesquisa nacional de saúde 2019(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-26) Luna, Danielle Fernandes de; Costa, José Vilton; https://orcid.org/0000-0002-4986-7356; http://lattes.cnpq.br/2024838537927934; http://lattes.cnpq.br/6642218099118854; Meira, Karina Cardoso; Francisco, Priscila Maria Stolses BergamoAs Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), incluindo o câncer, representam um desafio significativo para a saúde pública global. No Brasil, o câncer do colo do útero é um dos mais incidentes entre as mulheres, com elevadas taxas de mortalidade, apesar das medidas de prevenção primária (vacinação contra HPV) e secundária (exame Papanicolau). O rastreamento organizado por meio do exame Papanicolau é essencial para a detecção precoce, tratamento oportuno e redução da mortalidade. No entanto, tendo em vista o caráter oportunístico do rastreamento ao câncer do colo do útero no Brasil, a adesão ao exame preventivo varia entre as regiões do país, refletindo desigualdades sociais e de acesso aos serviços de saúde. Este estudo teve como objetivo estimar as prevalências e verificar os fatores sociodemográficos e posse de plano de saúde associados à realização do exame de Papanicolaou nos últimos três anos para rastreamento do câncer de colo do útero entre mulheres de 25 a 64 anos no Brasil - com ênfase nos diferenciais regionais - bem como caracterizar os motivos autorrelatados para a não realização do exame, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019. Utilizando os dados da PNS de 2019, foram aplicados modelos de regressão de Poisson com variância robusta para examinar a associação entre a realização do exame e variáveis sociodemográficas, como idade, escolaridade, renda, raça/cor da pele, local de residência e posse de plano de saúde, com as razões de prevalência brutas e ajustadas estimadas com seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Os resultados confirmam desigualdades regionais na adesão ao exame de Papanicolau, com a região Nordeste apresentando 76,4% de cobertura do exame Papanicolau entre as mulheres de 25 a 64 anos, em contraste com as regiões Sul e Sudeste que apresentaram taxas de 84,8% e 84,1%, respectivamente. Fatores sociodemográficos influenciam a realização do exame, sendo a maior adesão ao exame entre mulheres de 35 a 44 anos, especialmente no Sul (88,6%) e Sudeste (88,2%), com maior escolaridade (90,5% no Sul) e renda acima de três salários mínimos (93,9% no Sul), moradoras de áreas urbanas (85,4% no Sul), e que possuem plano de saúde (92,8% no Norte) em comparação às usuárias do SUS (74,0% no Nordeste). Na análise bruta a variável raça/cor da pele não atingiu os parâmetros do valor de p<0,20, utilizados neste estudo para considerar a variável significativa estatisticamente, apesar das diferenças encontradas. Na análise ajustada destaca-se a queda na prevalência do exame no grupo de 55 e 64 anos, especialmente no Nordeste e Sul (-6%). Em relação a renda e escolaridade, as maiores prevalências estão entre as mulheres com renda superior a 3 salários mínimos, no Nordeste e Centro-Oeste (+10%), e com ensino médio completo ou superior incompleto, no Norte (+18%) e Nordeste (+16%). A prevalência da realização do exame para mulheres que possuem plano de saúde também é um destaque em todas as regiões, em especial para o Norte (+12%). Quando se trata das principais barreiras para a não realização do exame, o desconhecimento sobre sua importância, foi a mais citada em todas as regiões. Esses resultados reforçam a necessidade de políticas públicas que ampliem a cobertura do rastreamento, reduzindo desigualdades regionais, socioeconômicas, à distribuição desigual de infraestrutura de saúde, com a concentração de unidades básicas e profissionais especializados nas regiões Sul e Sudeste. Os achados reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas à equidade no acesso à saúde preventiva, considerando fatores regionais e sociodemográficos para otimizar o rastreamento do câncer do colo do útero e reduzir desigualdades. O fortalecimento da Atenção Primária à Saúde e estratégias de educação em saúde são essenciais para aumentar a adesão ao exame em todas as regiões do país.Dissertação A demografia e os programas de transferência de renda municipais: uma avaliação sociodemográfica do município de Maricá-RJ(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-27) Lima, Ana Clara de Medeiros; Campos, Járvis; https://orcid.org/0000-0002-6404-6783; http://lattes.cnpq.br/9521949677900552; http://lattes.cnpq.br/3395092016700360; Silva, Alexsandro Ferreira Cardoso da; Diniz, Eduardo Henrique; Myrrha, Luana Junqueira DiasEste trabalho investiga a relação entre os programas de transferência de renda municipais, com foco particular na moeda social Mumbuca, na evolução sociodemográfica do município de Maricá-RJ. A pesquisa se concentra nas dimensões demográfica e urbana, explorando como esses programas influenciam e interagem com as transformações sociodemográficas do município. A pesquisa inicia com uma revisão da literatura sobre urbanização, segregação socioespacial, além de uma discussão sobre os programas de transferência de renda, suas diretrizes e a trajetória das moedas sociais e o estudo de caso de Maricá. Em relação à metodologia, foram utilizados dados secundários para a construção de indicadores populacionais, sociodemográficos, para os anos de 2010 e 2022, bem como sobre a circulação da moeda Mumbuca no território entre 2022 e 2023. Em seguida, foram utilizados métodos de estatística descritiva e análise espacial para avaliar, de maneira exploratória, possíveis relações entre a circulação das moedas provenientes dos programas de transferência de renda municipal no território (mais especificamente nos bairros) com as transformações observadas na população nos últimos anos. Com este estudo, foi possível avaliar a relação das transações da moeda social como um fator ligado às melhorias nas condições de vida da população maricaense, e, por sua vez, fundamental para a avaliação dos programas de transferência de renda e para o desenvolvimento de políticas públicas urbanas, assim como para a Demografia.Dissertação Perfil sociodemográfico dos estrangeiros na província do Rio Grande do Norte no censo de 1872(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-22) Silva, Andrelino da; Ojima, Ricardo; https://orcid.org/0000-0002-7472-4285; http://lattes.cnpq.br/3111648323926056; http://lattes.cnpq.br/2198419253956282; Cunha, Maisa Faleiros da; Queiroz, Silvana Nunes deA migração é um dos componentes da demografia mais difíceis de serem analisados devido à complexidade com que ocorre. Essa dificuldade se torna maior ao se analisar um processo migratório do passado, onde as informações disponíveis são limitadas ou insuficientes. Este trabalho busca, por meio de uma pesquisa aprofundada, apresentar as características sociodemográficas dos estrangeiros presentes na província do Rio Grande do Norte no censo de 1872. Apoiado na demografia histórica, analisa o primeiro censo demográfico brasileiro com suas principais variáveis, as quais compilam informações que possam predizer as características dos estrangeiros presentes na província em questão, sendo ela uma das 20 províncias que compunham o território brasileiro. Para tanto, foram pesquisadas as seguintes variáveis: sexo, raça, idade, profissões, religião, instrução, estado civil e condição de livres ou escravos. Apesar de nem todas essas variáveis abordarem diretamente os estrangeiros, viu-se necessária a análise delas para uma melhor compreensão do quadro geral da população da província. O presente trabalho usou como principal fonte documental o recenseamento geral do Império do Brasil de 1872, adquirido através do banco de dados do IBGE, no qual se encontram digitalizados os arquivos referentes ao censo de 1872 para todas as províncias do Brasil. Além da abordagem populacional, fez-se necessária uma abordagem espacial, realizada mediante uma análise histórica e geográfica dos desmembramentos dos municípios potiguares e, com o uso do software QGIS, refez-se a possível dimensão territorial de cada paróquia recenseada na província, identificando em quais delas se encontravam os estrangeiros e quantos eram. O trabalho se preocupou em enumerar tanto a população nativa quanto a estrangeira, classificando-as por quantidade e nacionalidades, e fez uma comparação quantitativa dos estrangeiros presentes nas demais províncias do Nordeste, bem como das pessoas de outras províncias do Brasil presentes no Rio Grande do Norte. O trabalho recorreu às medidas de migração para definir o percentual de estrangeiros e entender a dinâmica migratória da província, utilizando medidas como saldo migratório, taxa de migração bruta, taxa de migração líquida e índice de eficácia migratória. A investigação mostrou como resultado que os estrangeiros presentes na província do Rio Grande do Norte eram compostos em sua maioria por homens de origens africanas na condição de escravos, seguidos por africanos livres e, por último, por europeus e sul-americanos, que se encontravam em sua maior parte nas paróquias do interior.Dissertação Homicídios de mulheres no contexto da Pandemia da Covid-19 e da antipolítica de gênero no governo Bolsonaro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-09-17) Nascimento, Karen Raquel Ferreira do; Meira, Karina Cardoso; https://orcid.org/0000-0002-1722-5703; http://lattes.cnpq.br/2185382192736832; https://orcid.org/0000-0003-2091-0039; http://lattes.cnpq.br/1604844804752140; Jomar, Rafael Tavares; Silva, Glauber Weder dos Santos; Myrrha, Luana Junqueira DiasEm situações de crise econômica, sanitária e bélica, observa-se um aumento da violência contra as mulheres em todas as suas formas: psicológica, física, patrimonial, sexual e o feminicídio. Entre 2020 e 2022, o Brasil enfrentou a pandemia da COVID-19 combinada com o governo de extrema-direita do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e sua agenda política antigênero. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo analisar o impacto da pandemia no contexto da antipolítica de gênero do governo Bolsonaro, na tendência temporal dos homicídios de mulheres no Brasil e em suas regiões entre 2017 e 2022. Para isso, realizamos um estudo ecológico de tendência temporal, examinando o comportamento das taxas mensais de homicídios de mulheres nos períodos anteriores (janeiro de 2017 a fevereiro de 2020) e posteriores (março de 2020 a dezembro de 2022) ao primeiro caso de COVID-19 diagnosticado no Brasil. Utilizamos uma análise de série temporal interrompida (level and slope change) por meio do modelo Quasi-Poisson, considerando a presença de sazonalidade e autocorrelação serial dos resíduos. Na análise de séries temporais interrompida, o evento cuja influência buscamos avaliar é chamado de intervenção; neste estudo, a intervenção é a pandemia de COVID-19 no contexto da antipolítica de gênero do governo Bolsonaro e o desfecho são as taxas mensais de homicídios em mulheres no período de 2017 a 2022. Maiores taxas mensais médias de homicídios por cem mil mulheres nas regiões Norte (0,78) e Nordeste (0,70), enquanto as menores foram registradas no Sudeste (0,30) e Sul (0,38). Em todas as regiões, faixas etárias e locais de ocorrência (via pública e domicílio), constatou-se uma redução na taxa mensal média de homicídios durante os meses pandêmicos em comparação ao período pré-pandêmico (p<0,05). O efeito da pandemia, no contexto da antipolítica de gênero no governo Bolsonaro, provocou mudanças significativas no nível e na tendência das taxas mensais de homicídios em mulheres, no Brasil e na região Nordeste (p<0,05). Após a intervenção, essas localidades apresentaram um aumento abrupto nas taxas mensais de homicídios, seguido por uma redução progressiva. No Brasil, o aumento inicial foi de aproximadamente 7,8%, com um efeito de longo prazo de redução de 0,5%. No Nordeste, a pandemia levou a um aumento de 19,3% nas taxas a curto prazo e uma redução a longo prazo de 0,6% (RR=0,994). No Sudeste, Sul e Centro-Oeste, a intervenção resultou apenas em mudanças de tendência, com reduções de 0,6%, 0,2% e 0,6%, respectivamente. Resultados semelhantes foram observados em homicídios por arma de fogo, esfaqueamento e casos ocorridos no domicílio. Os achados deste estudo indicam um aumento imediato nas taxas de homicídios de mulheres no Brasil, especialmente no Nordeste, e uma redução progressiva em todas as localidades. Essa diminuição contínua das taxas de homicídios pode estar relacionada à manutenção da redução observada após o pico de incidência entre 2017 e 2019.Dissertação A urgência na revisão do fundo de participação dos municípios à luz das mudanças demográficas no Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-09-30) Queiroz, João Victor Rocha de; Jesus, Jordana Cristina de; https://orcid.org/0000-0003-1021-1787; http://lattes.cnpq.br/9522344427259741; https://orcid.org/0000-0001-6519-0077; http://lattes.cnpq.br/2332841714781461; Ojima, Ricardo; Queiroz, Silvana Nunes de; Rodrigues, WaldecyAs transferências intergovernamentais viabilizam a prestação de serviços públicos pelos entes subnacionais que, em muitos casos, possuem alta dependência financeira, especialmente no tocante aos municípios. Nesse cenário, o volume de recursos do Fundo de Participação dos Municípios destaca-se ao sobrepor às demais transferências no país e exercer alta representatividade nos orçamentos municipais. O principal critério para a distribuição do Fundo de Participação dos Municípios é o tamanho populacional, o que acarreta diversas problemáticas diante da ausência de fatores para retratar a necessidade de gasto público. Nessa discussão, reforça-se a incorporação de outros indicadores, entretanto o cenário de mudanças estruturais na população brasileira, provocado pela transição demográfica, não se tornou agenda de governo ou pesquisa. Assim, observa-se que a mudança na estrutura etária e no ritmo de crescimento da população está em dissintonia com os critérios vigentes de distribuição dos recursos, que retratam a expectativa de explosão demográfica, como o pensamento malthusiano. Logo, a demanda por arrecadação de recursos estaria proporcionalmente relacionada ao tamanho de uma população, embora essa relação não reflita a demanda existente, tendo em vista que a oferta de serviços públicos e quantidade de recursos é também influenciada por outros fatores, como a estrutura etária da população. Diante disso, o objetivo desta pesquisa consiste em compreender os efeitos diretos e indiretos da transição demográfica na gestão do Fundo de Participação dos Municípios. Para tanto, foram utilizados os dados populacionais dos Censos Demográficos de 2000, 2010 e 2022 e das projeções municipais até 2030, elaboradas pelo Laboratório de Estimativas e Projeções Populacionais. Além disso, o estudo fez uso de dados financeiros dos municípios provenientes da Secretaria do Tesouro Nacional, referente aos anos de 2000, 2010 e 2022. As análises demonstram que, embora houvesse brechas na normativa para reformulações estruturantes, após décadas de alterações na legislação que regulamenta o Fundo, houveram apenas modificações paliativas. Mesmo diante da intensificação da transição demográfica, marcada pelo envelhecimento populacional e pelo decrescimento populacional, que gerou efeitos diretos e indiretos na gestão de recursos do Fundo de Participação dos Municípios. Os efeitos estão relacionados à distribuição dos recursos e capacidade dos municípios de promover políticas públicas. Pelo exposto, evidencia-se a urgência na reformulação dos critérios de distribuição, diante das mudanças estruturais na população, visando considerar o iminente aumento da dependência populacional e formas de atuação estatal condizentes com as particularidades locais.Dissertação Envelhecimento e cuidado: quais os efeitos da mudança populacional para a produção e o consumo do trabalho de cuidado não remunerado no Brasil?(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-07-05) Diniz, Luana Damasceno; Myrrha, Luana Junqueira Dias; https://orcid.org/0000-0001-6767-6775; http://lattes.cnpq.br/9464473185586596; http://lattes.cnpq.br/6368982564809868; Jesus, Jordana Cristina de; Queiroz, Silvana Nunes de; Picanço, Felícia SilvaO trabalho de cuidado é compreendido como as ações desenvolvidas com o intuito de atender as necessidades básicas relacionadas à vida e à manutenção do domicílio. Desse modo, entende-se que todas as pessoas são consumidoras do trabalho de cuidado, mas a responsabilidade pela produção dessas atividades historicamente recai sobre as mulheres. Por compreender que a tarefa exprime também uma interdependência entre as gerações, espera-se que esta seja impactada pelo processo de transição demográfica, que promove o crescimento populacional e uma transformação da estrutura etária, com a redução da participação proporcional de crianças e o aumento da participação dos idosos. Diante disso, o objetivo deste estudo consiste em mensurar os efeitos de diferentes regimes demográficos na produção e no consumo do trabalho de cuidado não remunerado, para a população total brasileira, em 2015. O estudo faz uso das estimativas feitas por Jesus (no prelo), com base na PNAD (2015), do tempo de produção e de consumo não pago que homens e mulheres dedicaram a afazeres domésticos e a cuidados. Para captar o efeito da mudança populacional, o estudo aplicou a quantidade de pessoas por idade e sexo, bem como as estruturas etárias da população brasileira de 1970 (jovem), 2022 (adulta) e a projetada pelo IBGE para 2060 (idosa) ao contexto de 2015, mediante a utilização da técnica de padronização direta. Esse exercício evidenciou os seguintes efeitos: i) o crescimento e o envelhecimento populacional provocam um consumo superior a produção, ambos concentrados em grupos etários mais velhos; ii) os picos de produção estão relacionados aos padrões etários de maternidade e de casamento, que variam de acordo com a mudança da estrutura etária; iii) a diminuição do consumo das crianças não compensará o aumento do consumo dos idosos do trabalho do cuidado não remunerado; iv) em termos monetários, caso essa prática fosse remunerada e tivesse sua produção incluída no cálculo das contas nacionais, em uma população de mesmo tamanho de 2015, variando apenas a estrutura etária, o PIB de 2015 seria acrescido em 7,6%, no padrão etário jovem e 10,4% nos padrões etários adulto e idoso. Pois, embora o consumo aumente com o envelhecimento, a diminuição proporcional dos adultos impacta a produção, demonstrando a urgência de repensar a estrutura social que mantém essa conjectura, a partir de iniciativas que promovam a equidade e a sustentabilidade do cuidado.Dissertação A produção do espaço urbano em Pau dos Ferros: uma análise da produção fundiária e imobiliária(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-07-16) Nunes, Hugo Leonardo Pontes; Silva, Alexsandro Ferreira Cardoso da; http://lattes.cnpq.br/8083307867459651; http://lattes.cnpq.br/3628497714469345; Gomes, Rita de Cassia da Conceição; http://lattes.cnpq.br/3188665123953039; Alves, Larissa da Silva Ferreira; https://orcid.org/0000-0003-2232-9539; http://lattes.cnpq.br/3254661019394995Debates a respeito da produção do espaço urbano são importantes em discussões sobre as cidades. O tema se faz pertinente, pois é capaz de contextualizar e identificar processos de transformação do urbano, os agentes envolvidos e suas devidas contribuições para a realidade de um determinado local. Dentro dessa temática, a presente pesquisa foi realizada em Pau dos Ferros, cidade com 30.479 habitantes, localizada no interior do Rio Grande do Norte, a aproximadamente 400km da capital do estado, Natal. A pesquisa se propôs a entender sua produção do espaço urbano analisando questões que envolvem a produção fundiária e imobiliária na cidade, perpassando pelo processo de transformação do rural/semirrural em urbano, mapeamento de construções, precificação e quem foram os agentes determinantes neste período. O recorte temporal da produção foi de 2009 a 2023, época na qual esse crescimento foi intensificado pela chegada de instituições públicas importantes na cidade. Por fim, a pesquisa buscou entender como agiu o estado no que se refere ao planejamento urbano nesse período, por meio da esfera municipal. Através de uma abordagem quantitativa contendo pesquisas de campo para obtenção dos dados, foi levantada uma intensa movimentação do mercado imobiliário na cidade, com mais de 3.000 obras no recorte temporal que compreende o trabalho, além de zona de expansão com terras valorizadas e novas tipologias construtivas nas edificações. Também foi possível compreender que os processos ocorridos foram moldados por proprietários fundiários e promotores imobiliários, sem o devido acompanhamento da esfera municipal no planejamento urbano, em um período que marcou uma intensificação na expansão urbana da cidade.Dissertação Diferenciais regionais nos comportamentos de risco para doenças crônicas não transmissíveis e fatores associados na população adulta brasileira em 2019(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-20) Carvalho, Fredna Marta da Costa Morais; Costa, José Vilton; https://orcid.org/0000-0002-4986-7356; http://lattes.cnpq.br/2024838537927934; http://lattes.cnpq.br/8377190257732863; Meira, Karina Cardoso; https://orcid.org/0000-0002-1722-5703; http://lattes.cnpq.br/2185382192736832; Francisco, Priscila Maria Stolses BergamoAs doenças crônicas não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças respiratórias crônicas e diabetes mellitus, representam um desafio significativo para a saúde global. Em 2019, essas enfermidades foram responsáveis por 738.371 óbitos no Brasil, dos quais 41,8% ocorreram prematuramente. As doenças crônicas são influenciadas por diversos fatores de risco, que podem ser classificados como não modificáveis, como sexo, idade e genética, ou modificáveis, incluindo tabagismo, inatividade física, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e uma alimentação não saudável, caracterizada pelo consumo inadequado de frutas e verduras. O presente estudo tem como objetivo analisar os diferenciais regionais nos comportamentos de risco relacionados às doenças crônicas não transmissíveis e os fatores associados a esses comportamentos na população brasileira entre 30 e 69 anos, no ano de 2019. A escolha desse grupo etário é justificada por estar alinhada com o foco do Plano de Ação Estratégica para o Enfrentamento das DCNTs e por representar uma fase produtiva da vida, na qual os óbitos prematuros exercem um impacto significativo na saúde pública e no desenvolvimento socioeconômico. Para atingir esse propósito, foram utilizados os dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. As variáveis dependentes do estudo são: tabagismo, inatividade física, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e consumo inadequado de frutas e verduras. As variáveis independentes consistem em um conjunto de características sociodemográficas e de saúde. A análise estatística foi conduzida por meio de modelos de regressão de Poisson com variância robusta para explorar as associações entre os fatores de risco comportamentais e as variáveis independentes, estimando-se as razões de prevalência bruta e ajustadas, juntamente com os respectivos intervalos de confiança de 95%. Os resultados revelam que a região Norte tem a maior prevalência para a inatividade física no tempo livre ou lazer (77,1%) e para o consumo inadequado de furtas, legumes e verduras (76,8%). A região Nordeste foi mais prevalente para o consumo inadequado de frutas, verduras e legumes (73,3%) e simultaneidade dos fatores de risco (66,3%). Na região Centro-Oeste, destaca-se a maior prevalência de consumo excessivo de bebidas alcoólicas (19,5%). Quanto a região Sul, observou-se maior prevalência de inatividade física no tempo livre ou lazer (76,5%) e para tabagismo (16%). Por fim, na região Sudeste, a maior prevalência é para o tabagismo (16,5%).Dissertação Diferenciais raciais entre mulheres sem filhos ao final do período reprodutivo no mercado de trabalho nordestino em 2015(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-12-19) Bernardo, Vanessa Cristina da Silva; Jesus, Jordana Cristina de; https://orcid.org/0000-0003-1021-1787; http://lattes.cnpq.br/9522344427259741; Vieira, Joice Melo; Aguirre, Moisés Alberto Calle; http://lattes.cnpq.br/0743856406326460Durante a segunda metade do século XX, a sociedade brasileira foi marcada por mudanças, principalmente no que se refere ao espaço da mulher na educação, no mundo do trabalho e nas escolhas pessoais. Um ponto de grande importância e que abriu caminho para outros, foi a urbanização, aliada a industrialização do país, que atraía as pessoas para os grandes centros urbanos em busca de emprego e melhores condições de vida. Foi neste contexto que os métodos de contracepção entraram no país e passaram a ser acessíveis às mulheres, que passaram a ter mais possibilidade de decidirem sobre quando, quantos ou se gostaria de ter filhos. Outro grande avanço foi expansão dos centros educacionais de nível básico e superior, que permitiu que mais e mais pessoas tivessem acesso à educação e, consequentemente, melhores condições de trabalho. Dentre essas pessoas que puderam aproveitar essas oportunidades, estão as mulheres. Atualmente, muitos estudos já trataram sobre a evolução das mulheres brasileiras nas décadas finais do último século, contudo, poucos são aqueles que tratam das mulheres nordestinas e sua relação com o mercado de trabalho, dentro do ponto de vista racial. Principalmente quando o foco não é o conjunto total das mulheres, mas aquelas que se mantiveram no mercado de trabalho e que podem tê-lo feito em detrimento à maternidade. Por isso, este trabalho teve como objeto de estudo as mulheres trabalhadoras nordestinas que chegaram ao final do período reprodutivo (45 a 49 anos), sem ter tido filhos, segundo diferenciais de raça/cor e analisamo-las por grau de escolaridade, profissão e renda. Utilizando os dados da PNAD 2015, foi feita uma análise descritiva de variáveis, juntamente com o teste de análise variância ANOVA, referentes aos três temas citados e verificou-se que essas mulheres estão estudando mais, atuando em áreas do mercado que antes eram acessíveis apenas aos homens e muitas delas estão assumindo a posição de chefes do domicílio em que habitam.Dissertação Identificação dos efeitos diretos e indiretos da migração de retorno no Nordeste em 2010(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-12-21) Vicente, Irina Salene Brandão Barbosa; Fusco, Wilson; Campos, Járvis; https://orcid.org/0000-0002-6404-6783; http://lattes.cnpq.br/9521949677900552; http://lattes.cnpq.br/3297331728557930; Santos, Reinaldo Onofre dos; Ojima, RicardoO objetivo principal deste trabalho é identificar os efeitos diretos e indiretos da migração de retorno na região Nordeste por tipo de retorno, a nível da Região Metropolitana ou Interior, e por categorias de municípios definidas a partir do tamanho da população. Neste trabalho foram definidos três tipos de retorno, o primeiro se refere ao retorno ao município de nascimento, o segundo ao retorno a unidade federativa de nascimento (excluí os retornados ao município de nascimento) e o terceiro é o retorno a região Nordeste, em municípios e unidades federativa diferentes as do nascimento. Além do objetivo principal, serão analisados como os efeitos diretos e indiretos da migração de retorno afeta a dinâmica demográfica, a partir da análise da razão de sexo e da estrutura etária dos efeitos da migração nos recortes espaciais e por tipo de retorno. Esta dissertação contempla 3 capítulos, capítulo 1 será dedicada a revisão da literatura sobre a migração interna no Brasil com foco na migração de e para a região Nordeste, entre o período 1980 a 2010 e, uma breve contextualização da migração de retorno e dos efeitos da migração de retorno; no capítulo 2 serão apresentadas quais dados e metodologia foram utilizados; no capítulo 3 será apresentada uma análise geral sobre os efeitos diretos e indiretos tipo 2 da migração a nível do Nordeste e sobre a importância da migração de retorno no total de imigrantes da década e, serão feitos analises a nível da Região Metropolitana e Interior, e a nível das categorias de municípios, apresentado os diferenciais, idade e relação de parentesco. A partir dos resultados desta dissertação observamos que os retornados corresponderam a 53,38% do total dos imigrantes e os imigrantes não-naturais que acompanharam o seu retorno corresponderam a 18,02%. A maioria dos migrantes retornados fixaram residência nos municípios (67,84%) ou nas unidades federativas de nascimento (26,59%) e os restantes (5,57%) fixaram fora da região de nascimento. Em relação aos recortes espacial, os efeitos diretos e indiretos fixaram em maiores volumes nas Regiões Metropolitanas (acima de 50%), e nos municípios de até 50 mil habitantes, 51,64% para os retornos ao município de nascimento, 40,28% a unidade federativa de nascimento e 40,53% para a região Nordeste.Dissertação O impacto das mortes de jovens adultos por causas externas na variabilidade da idade à morte no Brasil de 2000 a 2020(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-12-18) Mesquita, Gabriel Dias Braga; Gonzaga, Marcos Roberto; https://orcid.org/0000-0002-6088-3453; http://lattes.cnpq.br/3332143224735260; http://lattes.cnpq.br/1290558726527717; Rocha, Alane Siqueira; Queiroz, Bernardo Lanza; Costa, José ViltonA partir de 1940 houve uma mudança no perfil de morbi-mortalidade do Brasil caracterizada por uma queda abrupta na mortalidade, aumento na expectativa de vida, queda na mortalidade infantil e mudanças nas principais causas de morte, o que tornaria o processo de compressão-retangularização possível de ser observado no país. Todavia, por mais que a mudança no perfil da morbi-mortalidade brasileira possa ter facilitado a possível ocorrência desse processo as mortes prematuras podem agir como um freio. Dentre as causas de mortes prematuras principais em todo o mundo estão as denominadas causas externas, que representam importante parcela dos óbitos. Explica-se que as causas externas são as principais causas que compõem o fenômeno demográfico da corcunda de mortalidade. Diante disso, o objetivo geral desse trabalho é avaliar qual o impacto das mortes de jovens adultos por causas externas na variabilidade da idade à morte nas Unidades Federativas (UFs) do Brasil entre 2000 e 2020. Pretende-se determinar também quais causas de morte mais contribuíram para o excesso de mortalidade entre jovens adultos brasileiros e calcular as medidas de localização, extensão e dimensionamento das corcundas de mortalidade estimadas. Como resultados observou-se que as corcundas de mortalidade estimadas para os homens são maiores do que as estimadas para mulheres. Dentre os homens, de forma geral, observou-se que para os estados do Norte e Nordeste houve um aumento considerável das medidas de magnitude entre 2010 e 2020. Já para os estados do Sudeste e Sul, a tendência observada foi de aumento dessas medidas entre 2000 e 2010. Para as mulheres as variações dessas medidas apresentadas foram menores. As principais causas de morte observadas entre os jovens adultos homens são a violência e os acidentes de trânsito. Entre as mulheres as principais causas de morte observadas entre as jovens adultas são violência, acidentes de trânsito e complicações da gravidez, do parto e do puerpério. Por meio das medidas de variabilidade da idade à morte foi possível concluir que caso houvesse uma desconsideração do componente da corcunda de mortalidade estimado as medidas distância interquartílica da idade à morte (DIM) e menor intervalo etário em que ocorre a concentração de 50% dos óbitos (C50) sofreriam reduções, acompanhadas de aumentos na idade mediana à morte e no desvio-padrão (DP) para ambos os sexos e em todos os anos. Apesar disso, pode-se afirmar que é observado para o Brasil em todos os estados analisados uma diminuição da variabilidade da idade à morte.Dissertação Pendularidade e expansão do ensino superior na mesorregião do Centro-Sul Cearense, nos anos de 2000 e 2010(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-12-21) Batista, Francisco Sávio Bernardo; Fusco, Wilson; Ojima, Ricardo; https://orcid.org/0000-0002-7472-4285; http://lattes.cnpq.br/3111648323926056; http://lattes.cnpq.br/5875160988632592; Queiroz, Silvana Nunes de; Lima Júnior, Francisco do Ó deO Brasil vivenciou, na segunda metade do século XX, uma das mais intensas e aceleradas transições urbanas do mundo. Essa mudança ocorreu rapidamente, fazendo com que a população do país passasse de um predomínio no meio rural para uma nação urbana e metropolitana, onde grande parcela da população passou a morar em cidades grandes. Consequentemente os deslocamentos populacionais passaram por mudanças, a migração de longa distância começa a diminuir dando espaço para os movimentos de curta distância. Além disso, ganha intensidade também, os movimentos pendulares, que se configuram como deslocamentos diários de pessoas que saem do seu município de residência para outro, com o objetivo de desempenhar alguma atividade, comumente, para trabalho ou estudo. Associado a isso temos as mudanças ocorridas também no âmbito das políticas públicas voltadas para a Educação no Brasil, principalmente aquelas relacionadas à ampliação e descentralização do Ensino Superior, as quais contribuíram para o aumento das articulações entre as cidades em função das mobilidades espaciais da população, com ênfase para os movimentos pendulares por motivos de estudos. Sendo assim, esse estudo tem como objetivo: analisar as mudanças nos movimentos pendulares (origem e destino) dos estudantes de graduação e pós-graduação das instituições de Ensino Superior da Mesorregião Centro-Sul do Ceará, em termos da configuração dos fluxos e da caracterização sociodemográfica destes estudantes, em perspectiva comparada, por meio dos censos de 2000 e 2010. Destaca-se a importância de estudos na Mesorregião Centro-Sul do Estado do Ceará, tendo em vista a escassez de estudos específicos a áreas não metropolitanas, e isso traz à tona a relevância da região para compreensão da dinâmica demográfica cearense, nordestina e brasileira, de modo geral. A pesquisa utilizou microdados do Censo Demográfico dos anos de 2000 e 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, captando informações sobre a Mesorregião Centro-Sul do estado do Ceará. Para o tratamento dos dados utilizou o SPSS (Statistical Package for the Social Sciense) para captar as informações sobre pendularidade por motivo de estudo para traçar o perfil sociodemográfico desses pendulares. Os resultados evidenciam que: os movimentos pendulares realizados pelos estudantes do nível superior (Graduação e Pós-Graduação) da Mesorregião Centro-Sul Cearense não apresentavam uma representatividade tão expressiva nessa mesorregião no ano de 2000 e que essa realidade passa a mudar em 2010; Iguatu configura-se como sendo o município da Mesorregião Centro-Sul que mais recebe pendulares em 2010, atraindo estudantes de 10 dos 14 municípios que compõe a área analisada. Além disso, verificou-se que a descentralização do ensino superior apresentou efeitos impactantes na pendularidade da Mesorregião Centro-Sul, uma vez que contribuiu para o aumento dos fluxos pendulares dos estudantes que compõe a região estudada.Dissertação Mortalidade por câncer do ovário nos estados da região Nordeste e Sul: análise do efeito de idade, período e coorte(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-07-28) Araújo Neto, Amadeu Clementino; Meira, Karina Cardoso; https://orcid.org/0000-0002-1722-5703; http://lattes.cnpq.br/2185382192736832; http://lattes.cnpq.br/3237370015866346; Jesus, Jordana Cristina de; https://orcid.org/0000-0003-1021-1787; http://lattes.cnpq.br/9522344427259741; Santos, Juliano dosO câncer do ovário é uma neoplasia altamente associada às mudanças no comportamento reprodutivo das mulheres, constituindo-se como o sétimo câncer mais incidente e a oitava causa de morte por câncer em mulheres. Em nível populacional, os diferenciais na incidência e mortalidade por esta doença correlacionam-se com a estrutura etária da população, especialmente com o envelhecimento populacional e com a redução na taxa de fecundidade. Destaca-se que os fatores reprodutivos (nuliparidade, não utilizar anticoncepcional oral, nunca ter amamentado) são responsáveis por mais de 80% do risco atribuível populacional do câncer do ovário. A evolução temporal da incidência e mortalidade das doenças é influenciada por três fatores temporais: idade, período e coorte. Assim, a presente dissertação visa avaliar o efeito de idade, período e coorte (APC) para a mortalidade por câncer do ovário, no período de 1980 a 2019, nas faixas etárias de 30 a 80 anos e mais, em estados brasileiros que apresentam diferenças importantes no comportamento reprodutivo das mulheres, Unidades da Federação do Nordeste e Sul do país. Os registros de óbito foram extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM/DATASUS) e os dados populacionais obtidos junto ao Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE). Com a finalidade de obter taxas de mortalidade mais fidedignas, realizou-se a correção da qualidade e da cobertura dos óbitos. Corrigidos os óbitos, foram calculadas taxas de mortalidade brutas, específicas por faixa etária e padronizadas pelo método direto, tendo como população padrão a população mundial proposta por Segi. Os efeitos APC foram calculados para as taxas de mortalidade nos quinquênios de 1980-1984 a 2010-2019, por meio da regressão de Poisson, utilizando-se funções estimáveis propostas por Holford e implementadas por Carstensen. No período em estudo, a taxa de mortalidade padronizada por 100 mil mulheres na região Sul foi 3,75 e no Nordeste 2,59. As maiores taxas padronizadas foram observadas nos estados da região Sul - Rio Grande do Sul (3,98/100.000 mulheres) e Santa Catarina (3,70/100.000 mulheres) e as menores, nos estados da região Nordeste - Paraíba (1,97/100.000 mulheres) e Alagoas (2,04/100.000 mulheres). Observou-se diferenças no risco de morte nos anos 2000 entre os estados da região Sul e Nordeste, com aumento nos últimos quinquênios em estados da região Nordeste e redução nos estados da região Sul. Ainda, nos estados do Nordeste se verificou aumento do risco de morte por câncer do ovário nas mulheres de gerações nascidas a partir da década de 1950, e no Rio Grande do Sul redução nas coortes mais jovens. As diferenças no efeito de período observadas entre os estados dessas duas regiões podem estar correlacionadas com as desigualdades no acesso aos serviços de saúde desde a Atenção Primária até ao tratamento de alta complexidade em oncologia. E o efeito de coorte (aumento do risco de mortalidade por câncer do ovário nas gerações mais jovens) correlaciona-se às mudanças nos comportamentos reprodutivos e à ocidentalização dos hábitos de vida.Dissertação O contexto demográfico das viúvas da seca no semiárido setentrional da Paraíba (1970-2010)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-03-06) Silva, Brenda Luíza Patriota Lima e; Ojima, Ricardo; https://orcid.org/0000-0002-7472-4285; http://lattes.cnpq.br/3111648323926056; https://orcid.org/0009-0003-8926-3957; http://lattes.cnpq.br/2910773910437946; Myrrha, Luana Junqueira Dias; https://orcid.org/0000-0001-6767-6775; http://lattes.cnpq.br/9464473185586596; Marandola, Eduardo“Viúvas da seca” é o termo utilizado por Ab’Saber (1999) para caracterizar a população de mulheres viúvas de maridos vivos, deixadas para trás nos fluxos migratórios empreendidos seletivamente por sexo e idade laboral. Tal fenômeno se tornou frequente em toda a região Nordeste, em especial no semiárido setentrional, região das secas mais severas, na qual as políticas públicas para contornar a crise de abastecimento de água se deram de forma fragmentada e emergencial, tornando a economia frágil e incapaz de reter mão de obra no período no qual se inicia a segunda transição demográfica brasileira. Propõe-se descrever o contexto demográfico que ocasionou a ocorrência de mulheres “viúvas da seca” a partir dos dados do Censo Demográfico brasileiro de 1970, acompanhando por meio da série histórica de 1970 a 2010 as evidências que demonstram a superação das vulnerabilidades estabelecidas socialmente por meio das relações de poder e subordinação entre os papéis de gênero, alterando a dinâmica familiar devido ao empoderamento feminino conquistado através de políticas públicas que promoveram a melhoria do capital humano em virtude das mudanças valorativas difundidas durante a segunda transição demográfica (LESTHAEGHE; SURKIN, 1988). Tendo como população de análise aquela entre 15 a 49 anos de idade, por cobrir o período reprodutivo, e coincidir com a idade na qual há maior probabilidade de coabitação consensual, divórcio, filhos e a migração laboral, com maiores fluxos do sexo masculino. Devido à dificuldade em encontrar quesitos sobre a migração comum à toda a série, busca-se inicialmente a utilização da Razão de Feminilidade como proxy à emigração masculina na região do semiárido setentrional nordestino em 1970, composto por 754 municípios. Segundo o Grupo de Foz (2021) variações nesse indicador carecem de maiores explicações para compreensão da composição por sexo da população observada, podendo ser a migração seletiva por sexo uma de suas causas. A Razão de Feminilidade para a região supracitada no referido ano foi categorizada em três níveis, sendo o mais elevado aquele que incluí municípios cuja Razão de Feminilidade fora superior à 130 mulheres para cada grupo de 100 homens, neste grupo encontram-se 26 municípios, dos quais 14 fazem parte da unidade federativa da Paraíba. Logo, a grande expressividade de municípios paraibanos nesse recorte, recai na necessidade de maiores investigações para a compreensão da ocorrência do fenômeno na Paraíba, utilizando o saldo migratório para comprovar que o diferencial da Razão de Feminilidade inicialmente observado se deu pela emigração masculina e não pela imigração feminina para o estado. As análises preliminares reforçam pressupostos como o de Camarano e Abramovay (1999) no qual a masculinidade seria maior em áreas rurais, assim como a Razão de Dependência Jovem seria maior nessas áreas que nas áreas urbanas. Da mesma forma que a transição urbana destacada pelo Grupo de Foz (2021), primeiramente sustentada por Zelinsk (1971) coopera para a redução dos fluxos migratórios a longa distância e maiores fluxos a média e curta distância, com a reurbanização de novos espaços migratórios, ocasionando descentralização produtiva, sobretudo após o ano 2000 com as políticas de interiorização do ensino profissionalizante e superior. Assim como períodos de crise econômica incentivam os fluxos de retorno, conforme Dota e Queiroz (2019) apresentam, os dados encontrados no saldo migratório afirmam a redução da emigração e o aumento da imigração ao longo da série histórica. Posteriormente, as análises da Razão de Feminilidade e como proxy ao Saldo Migratório na unidade federativa da Paraíba e nos municípios selecionados, juntamente com a estrutura etária possibilitam observar os efeitos da queda da fecundidade e envelhecimento da população local, devido às alterações da dinâmica familiar e aos maiores níveis de chefia feminina declarada no estado da Paraíba na série histórica.Dissertação Acidentes de trânsito e consumo de álcool ao dirigir nas rodovias federais do Estado do Rio Grande do Norte: 2007 a 2019(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-08-22) Souza, Emilly Lindolfo de; Lima, Luciana Conceição de; http://lattes.cnpq.br/5906454269284655; https://orcid.org/0000-0002-5965-3861; http://lattes.cnpq.br/5626114546311524; Vasconcelos, Ana Maria Nogales; Machado, Elaine Leandro; Magalhães, Ismênia Blavatsky deConsiderando a combinação perigosa de álcool e direção veicular, o objetivo central do presente estudo foi identificar as tendências das ocorrências de acidentes de trânsito com vítimas fatais e não fatais ocasionadas por uso de álcool ao dirigir nas rodovias federais no Estado do Rio Grande do Norte (RN), de 2007 a 2019. Esse estudo se justifica devido a importância de estudos demográficos acerca do tema, e que compreende um período de mudanças importantes na legislação do trânsito brasileiro, como o endurecimento de leis de trânsito para coibir o consumo de álcool ao volante, como a própria implantação da Lei Seca. O RN é um recorte investigativo provocador aos estudos demográficos pois se localiza em uma das três regiões brasileiras que apresentam as maiores taxas de mortalidade no trânsito. Nesse estudo foi testada a seguinte hipótese: a formação de clusters no período de 2007 a 2019 ocorreu devido a centralização das ocorrências de acidentes de trânsito com vítimas fatais e não fatais motivados pelo consumo de bebidas alcoólicas na Região Metropolitana de Natal. Para o alcance dos objetivos propostos foram utilizadas informações provenientes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Essa fonte disponibiliza informações dos acidentes em dois níveis: ocorrência e pessoa envolvida no acidente, e ambos foram utilizados nesse estudo. Foi utilizado um banco de dados de 2.143 ocorrências de acidentes de trânsito motivados pela ingestão de álcool registradas em rodovias federais no RN, e a partir da base de dados de pessoas foram analisados 4.735 registros de envolvidos em acidentes que também tiveram como causa principal o uso de álcool ao dirigir em rodovias federais no RN. Como métodos foi utilizada análise descritiva e análise espacial univariada por meio da aplicação do Índice de Moran Global e Índice de Moran Local (LISA). Nesta análise, os softwares utilizados foram o Qgis (versão 3.16.3) e Geoda (versão 1.18). Entre os principais resultados, foi encontrado o seguinte perfil das vítimas fatais em ocorrências de acidentes cuja causa principal foi a ingestão de álcool: predominantemente masculino (N=309; 78,4%), do grupo etário de 18 a 29 anos (N=110; 31,2%), do tipo condutor (N=236; 56,3%) e em trechos de rodovias federais localizados no interior do RN (N=95; 67,4%). Em relação à análise espacial, em que pese o baixo valor encontrado para o Índice de Moran Global para acidentes com vítimas fatais ou não, verificou-se por meio do Índice de Moran Local a formação de clusters, e para além da Região Metropolitana de Natal, rejeitando a hipótese testada. De um modo geral, os resultados encontrados apontam que a prevenção e a redução dos acidentes de trânsito analisados dependem de políticas públicas atuantes em todo o território, e não apenas na capital e em seu entorno, e que leve em consideração não apenas o perfil demográfico como também as características viárias/ambientais das ocorrências.Dissertação Suicídio em homens no Brasil: uma análise sob a perspectiva demográfica(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-08-22) Rodrigues, Weverton Thiago da Silva; Meira, Karina Cardoso; https://orcid.org/0000-0002-1722-5703; http://lattes.cnpq.br/2185382192736832; https://orcid.org/0000-0001-6411-5390; http://lattes.cnpq.br/4686188398669053; Jesus, Jordana Cristina de; https://orcid.org/0000-0003-1021-1787; http://lattes.cnpq.br/9522344427259741; Mambrini, Juliana Vaz de Melo; Simões, Taynãna CésarO suicídio é um fenômeno complexo, multideterminado. É um grave problema de saúde pública mundial e as maiores taxas observadas em homens jovens e idosos. Existem múltiplos fatores de risco correlacionados ao suicídio de homens, destacando os transtornos mentais, às crises financeiras, desemprego e acesso a meios de perpetração de alta letalidade, tais como as armas de fogo. Esta dissertação visa analisar os efeitos da idade, período e coorte nos suicídios totais e por arma de fogo em homens no Brasil e Grandes Regiões no período 1980-2019. Assim como, avaliar a distribuição espacial das taxas de mortalidade por suicídio em homens nos municípios da região Nordeste, no período de 2015-2019, nas faixas etárias de 10 a 80 e mais anos, e correlação com indicadores sociodemográficos. Foram realizadas correções para qualidade e subnotificação dos registros de óbito e estimados modelos idade, período e coorte (APC) por meio de funções estimáveis. Na distribuição espacial, foi realizado cálculo das taxas de óbitos padronizadas para 100 mil homens e suavizadas por meio do estimador Bayesiano empírico e análise de autocorrelação espacial por meio do Índice de Moran global e local (LISA). As análises foram realizadas por meio dos softwares QGis, Geoda e R. No período em estudo o Brasil apresentou 10,22 óbitos por 100 mil homens, as regiões Sul e Centro-Oeste os coeficientes superiores ao nacional e as menores no Sudeste e Nordeste, perfil semelhante foi observado para suicídios por arma de fogo. Os efeitos da idade, período e coorte para os suicídios totais foi distinto do observado para os suicídios por arma de fogo. Para os suicídios totais houve gradiente positivo da taxa de mortalidade com o avançar da idade, e no perpetrado por arma de fogo identificou-se pico de incidência entre 35-44 anos, com posterior estabilização. Redução no risco de morte para os suicídios perpetrados por arma de fogo em relação ao período de referência (1995-1999) para todas as localidades, exceto na região Norte em que o efeito não foi significativo. As gerações mais jovens a partir da década de 1960 apresentaram maior risco de morte por suicídio total e menor risco para os perpetrados por arma de fogo. Para a distribuição espacial das taxas de óbitos por suicídio masculino por 100 mil homens, a Região Nordeste apresentou taxa de 11,86 óbitos, com aumento progressivo dos coeficientes de mortalidade com avançar da idade. O LISA indicou presença de clusters de alta mortalidade nos municípios do Piauí e Ceará, e não houve correlação estatisticamente significativa entre os indicadores socioeconômicos e a mortalidade por suicídio. O desamparo vivenciado pelos idosos brasileiros devido à precarização das condições de vida, podem estar correlacionados com o efeito da idade e coorte observado nos suicídios totais. E o estatuto do Desarmamento pode estar correlacionado com a redução dos suicídios por este meio de perpetração.Dissertação Contexto demográfico e desigualdades de gênero na carreira dos servidores técnicos administrativos da UFRN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-08-29) Santos, Cecília Peixoto Cortez dos; Jesus, Jordana Cristina de; https://orcid.org/0000-0003-1021-1787; http://lattes.cnpq.br/9522344427259741; http://lattes.cnpq.br/0370786160816595; Myrrha, Luana Junqueira Dias; https://orcid.org/0000-0001-6767-6775; http://lattes.cnpq.br/9464473185586596; Souza, Luana Passos deMulheres estão em luta contínua em prol da afirmação e proteção de seus direitos e defesa do seu espaço. Comprovar que existem barreiras no acesso ao mercado de trabalho e no crescimento profissional, com diferença no tratamento de homens e mulheres em gratificações e posições de liderança é fundamental para agir. O olhar demográfico, por meio dessa pesquisa, possibilita estudar as diferenças entre gêneros no âmbito do serviço público e possíveis fatores e aspectos influenciadores para os atuais índices de desenvolvimento profissional por gênero. Investiga-se se há impactos diferenciados para o desenvolvimento profissional dos servidores técnicos administrativos da UFRN: Homens e mulheres que possuem estabilidade e trabalham em uma universidade pública e federal. Com acesso aos dados primários dos servidores da UFRN e a análise por métodos de estatística descritiva, foram descritos o perfil sociodemográfico e o perfil ocupacional dos servidores técnicos administrativos, e ponderadas as diferenças de gênero em grupos homogêneos e entre ocupantes dos cargos de direção e funções gratificadas. Esses resultados contribuem para a análise da estrutura da universidade pública, em que está presente a impessoalidade na seleção e estabilidade na carreira, se ainda assim se observa a desigualdade de gênero no decorrer da carreira, como visto na área privada. Observando apenas remunerações não se constata grande diferença entre os gêneros, os dados que contribuem para o valor final das remunerações apontam o esforço das mulheres nos quesitos escolaridade, progressões e classe, superando o comprometimento dos homens. A desigualdade justifica a necessidade de ações para reconhecer o potencial das servidoras, quebrar barreiras e a ampliar as oportunidades com equidade.Dissertação Distribuição espacial e perfil dos roubos e furtos de veículos na cidade de Natal/RN - período 2012-2021(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-07-14) Hermes, Sáskia Sandrinelli Guedes de Araújo Lima; Campos, Járvis; Morales, Fidel Ernesto Castro; http://lattes.cnpq.br/8552159154343151; https://orcid.org/0000-0002-6404-6783; http://lattes.cnpq.br/9521949677900552; http://lattes.cnpq.br/4744442680413599; Jesus, Jordana Cristina de; https://orcid.org/0000-0003-1021-1787; http://lattes.cnpq.br/9522344427259741; Palhares, Ricardo HenriqueO objetivo deste trabalho é analisar as ocorrências de roubos e furtos qualificados de veículos utilizando a análise espacial e descritiva para entender como a dinâmica dessa violência se processa no espaço do município de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, registradas no período compreendido entre os anos de 2012 e 2021. Essa análise se deu por distribuição das ocorrências de CVP Crime Violento ao Patrimônio, usando uma base de dados consolidada única, oriunda de informações da base de dados da DEPROV - Delegacia Especializada de Defesa da Propriedade de Veículos e Cargas, compilada pela COINE - Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais e trabalhada por meio do Sistema Metadados utilizado pelo OBVIO - Observatório da Violência da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A partir desses dados se produziu tabelas e gráficos das ocorrências distribuídas nas zonas administrativas de Natal e seus respectivos bairros, no intuito de gerar arcabouço cognitivo sobre a evolução desses casos ao longo do período estudado, utilizando ainda mapas coropléticos de adensamento agregados a técnicas estatísticas de análises espaciais. Como resultado, a partir da perspectiva do Metabanco Roubos e Furtos de Veículos (MRFV), foi possível observar que o maior registro é de roubo de veículos, sendo a principal vítima a do sexo masculino, na faixa etária de 30 a 34 anos e o tipo de veículo foi o automóvel. Considerando-se os dois tipos penais juntos, pode-se afirmar que a maior frequência das ocorrências se deu a noite, na Zona Administrativa Sul da Capital. O intuito é gerar uma contribuição para o entendimento dos locais dos registros das ocorrências e se os dados obtidos são suficientes para traçar estratégias de enfrentamento a esse tipo de criminalidade, apontando possíveis lacunas na coleta de informações que possam ser melhoradas para que os diagnósticos sejam mais eficazes para a produção de políticas públicas de segurança e políticas de segurança pública na capital do estado potiguar.Dissertação Sobrevivência e mortalidade do Microempreendedor Individual (MEI) nas mesorregiões do Rio Grande do Norte, 2016 - 2020(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-07-04) Carvalho, Valéria Oliveira Pontes Alencar de; Queiroz, Silvana Nunes de; Aguirre, Moisés Alberto Calle; http://lattes.cnpq.br/2868787826636179; http://lattes.cnpq.br/6845051943551460; Campos, Járvis; https://orcid.org/0000-0002-6404-6783; http://lattes.cnpq.br/9521949677900552; Bezerra, Paulo Ricardo CosmeO Brasil vivencia simultaneamente uma crise sanitária, política, econômica e ambiental sem precedentes, resultando em altas taxas de desemprego e elevado número de trabalhadores no mercado informal. Nesse contexto, cresce a figura do Microempreendedor Individual (MEI), caracterizado como profissional autônomo com direitos e obrigações de uma pessoa jurídica. Entretanto, estudos apontam para elevada mortalidade do MEI no país. Diante disso, esta dissertação tem como objetivo principal investigar e ampliar a compreensão da dinâmica demográfica do Microempreendedor Individual (MEI), nas quatro mesorregiões do Rio Grande do Norte, com base na sua mortalidade, sobrevivência, e traçar o perfil sociodemográfico da figura do MEI. Para tal, foram utilizados principalmente dados fornecidos pelo SEBRAE/RN (2016-2020) e do Portal do Empreendedor (2022). Os achados desta dissertação mostram diferenças entre as mesorregiões do RN no que diz respeito ao desenvolvimento econômico, caracterizando a mesorregião Leste e Oeste como as mais desenvolvidas, e as mesorregiões do Agreste e Central com menor dinamismo econômico. Essa diferença foi ratificada pelo número de abertura de empresas, mostrando a meso Leste como líder em todos os anos em estudo, seguida da meso Oeste, Central e Agreste. No que diz respeito ao perfil sociodemográfico, os resultados mostram maior percentual do MEI na faixa etária entre 31 e 40 anos, maior participação masculina, e predominância de brasileiros em todas as mesorregiões. Com relação as atividades econômicas exercidas pelo MEI, foi possível constatar diferenças na divisão entre homens e mulheres, com atividades específicas para cada sexo. No que concerne a expectativa de vida, os resultados foram coerentes com o quesito de desenvolvimento de cada meso, visto que as mesos mais prósperas apresentam expectativas de vida maiores na idade 0 (expectativa de vida ao nascer), e as menos desenvolvidas tem expectativa de vida menor, porém, apresentam a mesma trajetória ascendente até a idade de 14 e estabilidade a partir dos 15 anos. O estudo também analisou o discurso do MEI para diminuir a informalidade e o desemprego, porém, os dados mostram que apesar do crescimento no número de empresas, esses números não refletem queda significativa na taxa de desocupação e nem na taxa de informalidade do RN. Por fim, conclui-se que o MEI é um empreendedor por necessidade, buscando combater problemas com a desigualdade social/regional, desemprego, pobreza e abandono do papel do Estado enquanto gerador de empregos, juntamente com o setor privado.