PPGSE - Mestrado em Sistemática e Evolução
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/12060
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Dissertação Diferenciação morfológica e ampliação geográfica de espécies de cobras corais-verdadeiras do complexo Micrurus ibiboboca (Merrem, 1820): diferentes abordagens(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-07) Duarte, André Felipe de Vasconcelos; Freire, Eliza Maria Xavier; Prudente, Ana Lúcia da Costa; https://orcid.org/0000-0001-9486-6347; http://lattes.cnpq.br/6388455734228621; http://lattes.cnpq.br/4491105169767637; Curcio, Felipe Franco; Nascimento, Lyomuty Reymond de SouzaAs serpentes da família Elapidae incluem representantes mundialmente famosos, como a mamba- negra, a mamba-verde, a cobra-rei e as najas, conhecidas por sua alta toxicidade e importância médica. No Novo Mundo, essa família é representada pelas cobras-corais verdadeiras, que se destacam por sua coloração chamativa e seu comportamento recluso, além de possuírem um veneno neurotóxico potente. Devido à grande sobreposição de características diagnósticas, extensas revisões culminando em redescrições e descrições de novas espécies são comumente realizadas, utilizando caracteres morfológicos e moleculares, pois também abarcam imensa diversidade críptica. Estudos recentes revisaram o complexo Micrurus ibiboboca, redescrevendo o táxon e descrevendo três novas espécies: Micrurus anibal, Micrurus bonita e Micrurus janisrozei. Entretanto, estas espécies possuem vasta sobreposição de caracteres, sendo de grande relevância utilizar diferentes ferramentas, como a morfometria geométrica, para buscar novos caracteres e suas diferenças. Como estas espécies recém descritas recebiam o mesmo nome ao longo de sua distribuição, é importante investigar diferenças morfológicas intraespecíficas, levando em consideração diferentes abordagens, a exemplo de variações geográficas e/ou dimorfismo sexual, a fim de complementar o conhecimento acerca da biologia dessas espécies e. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo investigar diferenças inter e intrapopulacionais em M. bonita, M. ibiboboca e M. janisrozei, num gradiente latitudinal em M. bonita e M. ibiboboca, e em diferentes Domínios Morfoclimáticos em M. bonita e M. janisrozei. Também foi testado dimorfismo sexual e delimitação de espécies no grupo sob a luz das técnicas morfométricas geométricas. Detectaram-se variações morfológicas ao longo de um gradiente latitudinal em M. bonita e M. ibiboboca, e diferenças morfológicas em indivíduos de M. bonita e M. janisrozei ocorrentes em diferentes Domínios Morfoclimáticos, quanto ao número de tríades no corpo. Ao mesmo tempo, este trabalho amplia a distribuição geográfica de M. ibiboboca e M. janisrozei. Em adição. Este trabalho amplia a distribuição geográfica de M. ibiboboca e M. janisrozei, além de demonstrar que as quatro espécies possuem diferenças significativas quanto ao formato da cabeça; espécies simpátricas como M. ibiboboca e M. janisrozei mais semelhantes. Apenas M. bonita demonstrou dimorfismo sexual para tamanho e forma da cabeça, enquanto M. janisrozei apenas para forma. Os resultados sugerem que estudos ecomorfológicos em espécies de Micrurus devem ser encorajados, uma vez que essa abordagem gera conhecimentos relevantes acerca da biologia desses organismos. Enfim, demonstrou-se que a utilização de ferramentas alternativas, a exemplo da morfometria geométrica, na busca de características indetectáveis à luz de métodos tradicionais, como a morfometria geométrica, auxilia não só em estudos de caráter ecomorfológicos, como também em estudos taxonômicos.Dissertação Novas espécies de Collembola (Arthropoda, Hexapoda) de áreas de transição Caatinga Cerrado no Piauí, Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-20) Rodrigues, Iandra Vitória Bezerra; Bellini, Bruno Cavalcante; Nunes, Rudy Camilo; https://orcid.org/0000-0002-4838-1151; http://lattes.cnpq.br/4334165724196513; Molin, Anamaria Dal; Cipola, Nikolas GioiaColêmbolos são artrópodes essenciais na fauna edáfica do solo, amplamente distribuídos pelo planeta. Com tamanhos variando de 0,12 a 17 mm, alimentam-se principalmente de fungos, bactérias e material vegetal em decomposição, desempenhando um papel vital no enriquecimento do solo e na ciclagem de nutrientes, fatores cruciais para a sustentabilidade dos ecossistemas terrestres. O Estado do Piauí destaca-se por abrigar uma extensa área de transição entre dois importantes biomas brasileiros: o Cerrado e a Caatinga. Essa região é caracterizada por um mosaico diversificado de tipos de vegetação, formando um ecótono rico em biodiversidade e endemismo. Atualmente, há cerca de 9.600 espécies de colêmbolos descritas mundialmente, das quais apenas 507 são conhecidas no Brasil. Embora o interesse por estudos taxonômicos sobre colêmbolos tenha crescido no país nas últimas décadas, o Estado do Piauí permanece com pesquisas ainda escassas e pontuais. Este trabalho apresenta a descrição de três espécies novas de Collembola do Estado do Piauí e revisão com base em bibliografia dos seus respectivos gêneros. Os espécimes foram coletados previamente entre 2019 e 2023 utilizando-se armadilhas de queda e aspiradores entomológicos em duas áreas do Piauí, Floresta Nacional de Palmares e a Cachoeira do Urubu-Rei. Para identificação e descrição taxonômica, os espécimes foram analisados sob microscópio óptico com contraste de fases seguindo bibliografia específica, desenhados e vetorizados para a preparação de pranchas anatômicas. O material-tipo das três espécies está depositado na Coleção de Collembola da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e na Coleção de Invertebrados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Como resultados, há a descrição de três espécies novas: uma de Mastigoceras, gênero endêmico do país, sendo a segunda espécie descrita após cem anos da primeira descrição. Neste estudo apresentamos também atualizações sobre a morfologia e sistemática do gênero; a descrição da quarta espécie de Adisianus, gênero até então com registros somente na região norte do Brasil e no México; e por fim, a descrição da segunda espécie de Lepidosira da Região Neotropical. Espera-se também que parte destes dados seja útil para a administração das Unidades de Conservação de onde o material foi coletado.Dissertação Padrões de abundância e diversidade taxonômica de entomobryomorpha (Collembola: Hexapoda) em um gradiente vegetacional da Mata Atlântica(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-21) Pereira, Mariane Melo; Bellini, Bruno Cavalcante; Vale, Gabriel Damasco do; Marques, Alexandre de Oliveira; Silva, Clécio Danilo Dias daColêmbolos são microartrópodes considerados um grupo basal de Hexapoda, e são um dos táxons terrestres mais populosos do planeta. São organismos intimamente relacionados ao ambiente edáfico, e se alimentam da matéria orgânica, fazendo parte da cadeia de ciclagem de nutrientes do solo. Por serem muito sensíveis a alterações ambientais também são considerados eficientes bioindicadores de qualidade ambiental. A região Nordeste do Brasil abriga remanescentes urbanos de Mata Atlântica com elevado potencial de diversidade edáfica, porém que estão sujeitas a pressões antrópicas crescentes, e o reconhecimento da diversidade e dinâmicas ecológicas que abrigam são fundamentais para seu o manejo e manutenção. Este estudo inventariou a fauna de colêmbolos Entomobryomorpha do Parque Estadual Dunas do Natal ao longo de um gradiente vegetacional (Floresta Alta, Média e Baixa) e em dois regimes sazonais (chuvoso e seco), visando analisar a riqueza e diversidade das espécies entre as estações estudadas, assim como suas preferências de microhabitat. Além da coleta dos espécimes, foram aferidos parâmetros ambientais como fitofisionomia, temperatura e umidade relativa do ar, pH do solo, altura do folhiço e cobertura do dossel. Após a coleta, os espécimes foram triados em laboratório sob estereomicroscópio, morfotipados e montados em lâminas para identificação taxonômica. As análises incluíram: (1) PERMANOVA para testar efeitos de fitofisionomias e sazonalidade, (2) modelos de distribuição negativa binomial (abundância) e Poisson Dupla (diversidade α), (3) índice de Whittaker (diversidade β), e (4) IndVal para espécies indicadoras. Coletou-se um total de 2.335 espécimes de colêmbolos Entomobryomorpha distribuídos em duas famílias, seis subfamílias, nove gêneros e 19 espécies/morfoespécies nos dois períodos de coleta, com predomínio da família Entomobryidae. A subfamília Lepidocyrtinae destacou-se pela abundância nos períodos chuvosos, especialmente Lepidocyrtus sp. 1, enquanto Lepidocyrtinus pseudoannulata mostrou maior tolerância a condições mais secas. A diversidade α e a riqueza de espécies foram significativamente maiores no período chuvoso, confirmando a influência de fatores climáticos, como umidade e temperatura, na ecologia desses organismos. A Floresta Alta apresentou maior diversidade e abundância de espécies durante o período seco, reforçando o papel do dossel mais denso e da maior retenção de umidade como fatores favoráveis à manutenção das assembleias. Já a Floresta Baixa, com vegetação menos estratificada e maior exposição solar, registrou menor diversidade, sobretudo no período seco. Os resultados destacam a influência de fatores ambientais, como disponibilidade de umidade e heterogeneidade estrutural, na dinâmica sazonal e na distribuição dos colêmbolos. A predominância de espécies indicadoras, como Rhynchocyrtus sp. 1 e L. pseudoannulata, em determinadas fitofisionomias reforça a relevância dessas áreas para a conservação e manejo sustentável. Este estudo não apenas valida a hipótese de que fitofisionomias e sazonalidade moldam a ecologia dos Entomobryomorpha, mas também amplia o conhecimento sobre sua distribuição na Mata Atlântica nordestina, destacando: (1) O papel de microhabitats estáveis (e.g., Floresta Alta) como refúgios sazonais; (2) A relevância de espécies generalistas (e.g., Rhynchocyrtus sp. 1) para avaliação de impactos antrópicos; (3) A necessidade de abordagens regionais em estratégias de conservação, dada a variabilidade de respostas entre biomas.Dissertação Diversidade taxonômica e influência dos fatores ambientais nas comunidades de Collembola (Arthropoda: Hexapoda) da Ilha das Canárias, Maranhão, Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-11) Lima, Maria Geovana de Mesquita; Bellini, Bruno Cavalcante; https://orcid.org/0000-0001-7881-9436; http://lattes.cnpq.br/8609476121598138; http://lattes.cnpq.br/0862929114749044; Gama, Renata Antonaci; Silva, Clécio Danilo Dias daOs Collembola são pequenos artrópodes, com comprimento corporal que pode variar de 0,12 a 17 mm, os tornando pouco visíveis a olho nu, o que favorece o desconhecimento do grupo por grande parte da população. Esta pesquisa buscou realizar um levantamento faunístico de Collembola na Área de Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba – Ilha das Canárias, Maranhão, e descrever como a riqueza e abundância de suas populações são afetadas pelas variações sazonais, variáveis ambientais e características espaciais do ambiente. Para a amostragem foram realizadas duas coletas, uma no período chuvoso e outra no período seco, com cinco pontos amostrais contendo armadilhas de queda ao longo de um transecto de 200 m em cada fitofisionomia. A diversidade α foi quantificada através da riqueza de espécies e índices de diversidade (Índice de Shannon-Weaver, Simpson, Pielou), enquanto para a diversidade β, foi utilizado o índice de Whittaker. A abundância e a diversidade α foram analisadas usando Modelos Lineares Generalizados Mistos quanto aos fatores espaço-temporais, e Análise de Variância Multivariada Permutacional para a diversidade β. O Escalonamento Multidimensional não-métrico confrontou a matriz de dados biótica em relação aos fatores espaçotemporais. A Análise de Redundância foi utilizada para relacionar a abundância de cada táxon com as variáveis ambientais amostradas. Foram coletados 5.350 espécimes, distribuídos em três ordens, oito famílias, 23 gêneros, 31 morfoespécies e uma espécie nominal. A maior abundância do período seco foi observada na Mata Ciliar (1.147), enquanto que no período chuvoso foi em Restinga (1.513). Mata Ciliar apresentou os maiores valores de diversidade α, bem como maior riqueza de espécies, enquanto a diversidade β foi registrada em maiores valores em Manguezal. Com relação a influência das variáveis ambientais na abundância das espécies foi observado que Dicranocentrus sp.1, Proisotoma sp.1, Lepidocyrtus sp.3 e Salina sp.1 foram positivamente influenciadas pela riqueza vegetal, umidade do solo, e folhiço, enquanto Seira sp.2, Pseudosinella sp.1 e Seira sp.1 foram associadas positivamente à temperatura do solo, temperatura do ar e pH. Os dados obtidos neste trabalham demonstram a importância da heterogeneidade ambiental para o estabelecimento e permanência da fauna Collembola nos ecossistemas, onde foi observado uma maior riqueza e diversidade nas fitofisionomias mais heterogêneas. Além disso, este trabalho corresponde a um esforço inicial para a compreensão de uma fauna única e potencialmente com diversas novas espécies em um ecossistema anteriormente não explorado.Dissertação Distribuição geográfica e respostas às mudanças climáticas no peixe rivulídeo Anablepsoides cearensis (Costa & Vono, 2009): uma abordagem integrativa entre conservação filogenética de nicho (CFN) e modelos de nicho ecológico (MNE)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-12) Silva, Salu Coêlho da; Lima, Sérgio Maia Queiroz; https://orcid.org/0000-0001-9365-4879; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; https://orcid.org/0000-0002-4198-307X; http://lattes.cnpq.br/7713239087275100; Zandona, Eugênia; Frederico, Renata GuimarãesA família Rivulidae é o grupo de peixes de água doce mais ameaçados do Brasil. As espécies dessa família são de pequeno porte, coloridos e podem ser classificadas em dois grupos com base em suas adaptações aos corpos d’água rasos: espécies anuais de ambientes sazonais, e não-anuais em brejos ou alagados perenes. A maioria dos rivulídeos da Caatinga são anuais, com poucos representantes não-anuais. Entre estes, Anablepsoides cearensis (Costa & Vono, 2009) é o único rivulídeo não-anual endêmico do semiárido brasileiro, pertencente a um grupo primordialmente amazônico e atualmente classificada como ‘criticamente ameaçada’ em função de sua distribuição restrita, fragmentada e ameaças potenciais. Após sua descrição em um riacho raso de um fragmento florestal em São Gonçalo do Amarante no Ceará (CE), a espécie foi registrada a 77 km a oeste, levantando questionamentos sobre sua extensão de ocorrência. Contando que a distribuição da espécie fosse ampla e apenas subamostrada ao longo das bacias costeiras do CE, busquei uma estratégia de otimização amostral baseada em Modelos de Nicho Ecológico. Para suprir a escassez de ocorrências (n=6, e baseado na conservação filogenética de nicho, incluí espécies mais próximas filogeneticamente nos modelos iniciais. Para tanto, determinei por sistemática molecular as relações de parentesco de A. cearensis como irmã de A. vieirai do Cerrado, e em um clado com A. urophthalmus (Amazônia) e A. bahianus (Mata Atlântica). A partir desse modelo inicial foram feitas duas expedições, que renderam novos registros que retroalimentaram o modelo a cada coleta. Como resultado, houve ampliação da área de distribuição de três para nove ocorrências, e de três para sete bacias hidrográficas. A identidade dos espécimes foi confirmada por distância genética com marcadores mitocondriais. Também fiz um modelo final apenas com A. cearenses, e avaliei se haveria perda de adequabilidade climática no futuro considerando três cenários de mudanças climáticas. Por se tratar de um grupo originalmente adaptado a florestas úmidas, sua ocorrência parece limitada a área litorânea do CE, que é uma região com clima mais úmido e ameno. Depender desses ambientes torna a espécie mais vulnerável às mudanças climáticas, pois de acordo com as projeções até 2100 haverá uma perda de adequabilidade climática com o aquecimento. Também foram verificadas ameaças para espécie como barramentos dos riachos, poluição e espécies introduzidas como Betta splendens Regan 1910 e Heros sp. Com a observação desses impactos, novos registros, incluindo três unidades de conservação, e usando critérios da IUCN, recomendo uma reclassificação de ameaça para a categoria de ‘em perigo’.Dissertação Ecologia de colêmbolos (Arthropoda:Hexapoda) epiedáficos em uma área de transição Cerrado-Caatinga: a sazonalidade e o perfil da vegetação afetam as suas comunidades?(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-12) Silva, Bruna Maria da; Bellini, Bruno Cavalcante; https://orcid.org/0000-0001-7881-9436; http://lattes.cnpq.br/8609476121598138; https://orcid.org/0000-0002-1685-0056; http://lattes.cnpq.br/4932958979897337; Marques, Alexandre de Oliveira; Silva, Clécio Danilo Dias daColêmbolos são microártropodes amplamente distribuídos por todos os ecossistemas terrestres, principalmente associados ao solo. Apesar de desempenharem um papel fundamental nos ecossistemas edáficos, os estudos sobre esses animais são limitados, especialmente os de cunho taxonômico, já realizados no Brasil. Assim, o objetivo principal deste trabalho foi o de comparar a comunidade de colêmbolos epiedáficos em diferentes fitofisionomias do Parque Nacional Serra das Confusões (PNSC), sendo elas Floresta Semidecídua (Cânion), Savana Estépica (Lajeiro) e Carrasco, avaliando os efeitos da sazonalidade, perfis de vegetação e outras variáveis bióticas e abióticas nas populações estudadas. Para isso, foram conduzidas duas coletas no PNSC, abrangendo dois períodos distintos: uma durante a estação seca e outra na estação chuvosa. Utilizaram-se armadilhas de queda do tipo pitfall, além de medições das variáveis ambientais, como temperatura do ar, temperatura do solo, umidade do solo, umidade relativa do ar, pH do solo, altura do folhiço, cobertura do dossel e riqueza de plantas. Em laboratório foram realizadas a triagem, morfotipagem, montagem e identificação dos espécimes. Para identificar quais variáveis ambientais apresentam os maiores valores entre as fitofisionomias e os períodos, foi realizada uma análise de caracterização ambiental através de uma Análise Multivariada Permutacional de Variância (PERMANOVA). Para analisar a diversidade alfa foram estimadas a abundância, riqueza, diversidade e equitabilidade, testados por meio de modelos lineares e aditivos (GLMM ou GAMLSS). A diversidade beta, por meio do método de Whittaker, e a composição de espécies foram testados por meio de PERMANOVA, e essa a composição da assembleia foi plotada através de uma Análise de Escalonamento Multidimensional Não Métrico (NMDS). As espécies indicadoras das comunidades foi calculada por meio do IndVal, e por fim, para avaliar a relação da abundância das espécies de Colembolla com as variáveis ambientais foi realizada uma Análise de Redundância. Foram coletados um total 29.616 espécimes de colêmbolos pertencentes a três ordens, 12 famílias, 31 gêneros, 42 morfoespécies e 4 espécies nominais durante os dois períodos de coleta. As análises de abundância e riqueza indicaram diferenças significativas entre as diferentes estações, com o período seco apresentando os maiores valores em relação ao período chuvoso. As análises de Diversidade de Shannon-Wiener e Simpson indicaram diferenças significativas na interação entre os dois períodos, especialmente na fitofisionomia do Lajeiro, com uma menor diversidade na área, assim como o índice de equitabilidade de Pielou, que também evidenciou diferenças significativas no Lajeiro, durante o período chuvoso. As principais variáveis ambientais que influenciaram os padrões de diversidade foram a cobertura do dossel, altura do folhiço, percentual de silte e temperatura do solo. Por fim, os resultados apresentados compilaram um amplo inventário de famílias e gêneros para o Estado do Piauí, o que resultou no acréscimo do conhecimento acerca do grupo na região.Dissertação Filogeografia de Rowlandius potiguar Santos, Ferreira & Buzzato, 2013 (Arachnida: Schizomida: Hubbardiidae) nas cavernas da Caatinga(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-16) Dantas, Origilene Bezerra; Lima, Sérgio Maia Queiroz; Bento, Diego de Medeiros; https://orcid.org/0000-0001-9365-4879; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; https://orcid.org/0000-0002-0063-8755; http://lattes.cnpq.br/0082026386927025; Santos, Adalberto José dos; Magalhães, Ivan Luiz Fiorini deA maioria das cavernas do Estado do Rio Grande do Norte (RN) está inserida nos calcários da Formação Jandaíra, na Caatinga. Essa região é considerada de alta relevância bioespeleológica, uma vez que apresenta elevada riqueza e concentração de espécies que são adaptadas aos ambientes subterrâneos. Dentre elas, estão os aracnídeos da ordem Schizomida, também conhecidos como escorpião-chicote-de-cauda-curta, cuja espécie Rowlandius potiguar foi registrada em 30 cavernas no oeste do RN. Essa ampla distribuição pode sugerir que se trata de uma espécie troglófila que eventualmente colonizou cavernas ao longo da Formação Jandaíra, ou um complexo de espécies troglóbias, como detectado em outros invertebrados da região. Para responder a essa questão através de uma abordagem filogeográfica, coletamos esses esquizômidos em 12 cavernas de sua distribuição conhecida, incluindo na caverna Casa de Pedra, que é o registro mais ao sul de Rowlandius no RN, na formação Jucurutu. Também registramos 14 novas ocorrências para o grupo na região. Análises filogeográficas e filogenéticas, usando os marcadores moleculares mitocondrial citocromo C oxidase I e nuclear rDNA 28S, indicaram que R. potiguar se trata de um complexo de espécies, com duas possíveis espécies novas, uma restrita à caverna Casa de Pedra (Rowlandius sp.n.2), e outra sustentada por dados morfológicos da genitália interna feminina e do formato do flagelo terminal no final do abdome dos machos, e que ocorre em treze cavernas (Rowlandius sp.n.1). Além disso, as análises filogeográficas detectaram uma estruturação de cinco populações para R. potiguar e de três para Rowlandius sp.n.1. Essas linhagens ocorrem em alopatria e não apresentaram um padrão definido de distribuição. Também destacamos que as espécies identificadas no complexo estão protegidas em áreas de conservação, como o Parque Nacional da Furna Feia, em Baraúna, e o Monumento Natural Cavernas de Martins, em Martins. No entanto, é preciso ressaltar que existem populações vulneráveis nos municípios de Governador Dix-Sept Rosado e Felipe Guerra. Com isso, propomos a atualização da distribuição geográfica de R. potiguar, ao passo que descobrimos que a riqueza do gênero Rowlandius na Caatinga é maior que se imaginava originalmente.Dissertação Diversidade e taxonomia de fungos gasteroides para áreas de Cerrado no Oeste da Bahia(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-29) Barbosa, Kairo Dourado; Cruz, Rhudson Henrique Santos Ferreira da; Baseia, Iuri Goulart; http://lattes.cnpq.br/1260730935714266; http://lattes.cnpq.br/0548719219872814; Silva, Bianca Denise Barbosa da; Goto, Bruno TomioOs fungos gasteroides são caracterizados, principalmente, pelo desenvolvimento angiocárpico (em um himenóforo fechado) com ausência de apêndice hilar, necessitando de dispersão passiva dos seus basidiósporos durante o estágio de maturação. Esses organismos representam uma categoria polifilética dentro do Filo Basidiomycota e compartilham adaptações morfológicas homoplásticas. Por ser um grupo não monofilético, os dados de catalogação de espécies são diluídos em publicações por gêneros, ou na melhor das hipóteses, por famílias. No Brasil, são registradas 232 espécies, com cerca de 50 destas para a região Nordeste, em sua maioria para a Mata Atlântica. O presente trabalho visou avaliar e ampliar o conhecimento sobre a riqueza taxonômica de fungos gasteroides em áreas de Cerrado no Oeste da Bahia, uma região ainda inexplorada e com ausência de registros de espécies, a fim de obter dados de biodiversidade para manutenção e preservação das unidades de conservação estudadas. As coletas foram realizadas em dois municípios da Região Geográfica Intermediária de Barreiras, Oeste da Bahia: o município de São Desidério e o município de Barreiras. Foram selecionadas três grandes áreas com diferentes fitofisionomias para o Cerrado no Oeste Baiano: Área de Proteção Ambiental Bacia do Rio de Janeiro, localizada entre os municípios de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, com área de 351.300 ha, Área de Proteção Ambiental São Desidério, localizada no município de São Desidério, com área de 10.961,14 ha e Bacia Hidrográfica do Rio de Ondas, que atravessa os municípios de Barreiras e Luis Eduardo Magalhães, com área de 5.857 km². distribuídas em 10 gêneros e cinco famílias. Para o bioma Cerrado, são registrados pela primeira vez 24 taxa, um acréscimo de aproximadamente 35%, e quatro novos registros de segunda ocorrência. O estudo revelou 11 espécies novas para ciência, todas confirmadas por dados morfológicos, sendo três delas também confirmadas com dados moleculares.Dissertação Ecologia comparativa e ecomorfologia de espécies de Gymnodactylus (Squamata: Phyllodactylidae) em áreas de Mata Atlântica e Caatinga de região setentrional do nordeste brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-11-24) Furtado, Olyana da Silva; Freire, Eliza Maria Xavier; Sales, Raul Fernandes Dantas de; https://orcid.org/0000-0001-9486-6347; http://lattes.cnpq.br/6388455734228621; http://lattes.cnpq.br/4222542127790160; Nunes, Pedro Murilo Sales; Ávila, Robson WaldemarO gênero Gymnodactylus é endêmico do Brasil e compreende atualmente cinco espécies, duas destas registradas para o estado do Rio Grande do Norte, Gymnodactylus geckoides, predominante na Caatinga, e Gymnodactylus sp. nov., endêmica da Mata Atlântica nordestina. Em algumas áreas do Nordeste brasileiro, a exemplo dos ecossistemas de dunas e restingas do Domínio Atlântico no Rio Grande do Norte, essas espécies ocorrem em simpatria, o que torna relevante conhecer como estas coexistem e/ou segregam seus nichos ecológicos, comparativamente ao uso desses nichos em áreas onde ocorre apenas uma destas espécies. Nesse sentido, analisou-se a ecologia alimentar e uso de hábitats de G. geckoides e de Gymnodactylus sp. nov. em duas áreas do Domínio da Mata Atlântica e uma de Caatinga. Em uma das áreas de Mata Atlântica (Parque Estadual Dunas do Natal - PEDN), as espécies ocorrem em simpatria, enquanto na outra, Área de Proteção Ambiental Jenipabu (APAJ) ocorre apenas G. geckoides, à semelhança da área de Caatinga da Estação Ecológica Seridó (ESEC Seridó). Por utilizarem diferentes hábitats nessas áreas, analisou-se a influência dos hábitats na morfologia de G. geckoides. Os espécimes foram capturados manualmente para análise do conteúdo estomacal, e registrados dados sobre o hábitat e microhábitat onde foram primeiramente avistados. Para conhecer a dieta, foram analisados 105 estômagos, 37 de G. geckoides da ESEC Seridó, 23 de G. geckoides da APAJ, 14 de Gymnodactylus sp. nov. e 31 de G. geckoides do PEDN. Para análise de variação ecomorfológica, foram utilizadas 10 variáveis morfométricas das populações de G. geckoides. Na ESEC Seridó e APAJ, térmitas (Isoptera) foram as presas mais importantes na dieta de G. geckoides. Já no PEDN, a dieta de G. geckoides foi composta principalmente por Hemiptera, enquanto para Gymnodactylus sp. nov., Isoptera e Formicidae. Quanto à eletividade, das 27 categorias de presas disponíveis na ESEC Seridó, as preferidas pela população de G. geckoides foram Dermaptera, Diplopoda e Isopoda; as outras categorias foram consideradas rejeitadas. Para a população da APAJ, de 20 categorias de presas disponíveis, Blattodea, Coleoptera, Isoptera, Larvas de Insetos, Pseudoscorpiones e Scorpiones foram preferidas; Araneae e Hemiptera foram preferidas levemente e as demais foram rejeitadas. Para o PEDN, dentre as 20 categorias disponíveis, a população de G. geckoides demonstrou preferência por Hemiptera, Larvas de Insetos e Lepidoptera, enquanto Gymnodactylus sp. nov. demonstrou preferir presas como Coleoptera, Dermaptera, Diptera e Isoptera. Constatou-se alto índice de sobreposição quanto ao nicho alimentar e total segregação no nicho espacial entre as duas espécies em simpatria no PEDN: Gymnodactylus sp. nov. habita áreas de mata alta e mata baixa, enquanto G. geckoides esteve restrito às áreas abertas de dunas da praia. A população de G. geckoides da APAJ foi registrada na vegetação de restinga e em áreas antropizadas, enquanto na ESEC Seridó a vegetação arbóreo-arbustiva e afloramentos rochosos foram os hábitats mais utilizados. Devido à ocorrência restrita a microhábitats associados ao solo, ambas as espécies foram consideradas terrícolas, mas, em simpatria, segregam quanto ao uso dos habitats. Constataram-se variações morfológicas entre as populações de G. geckoides da Caatinga e da Mata Atlântica; para o PEDN e APAJ, os perfis morfométricos demonstraram similaridade. Os membros posteriores das populações de Mata Atlântica são mais alongados que os da Caatinga, demonstrando que o hábitat utilizado pelas espécies influencia na sua morfologia.Dissertação Padrões citogenéticos em representantes de dois complexos de espécies de peixes com ocorrência em ecossistemas semiáridos neotropicais: Astyanax bimaculatus (Characidae) e Gymnotus carapo (Gymnotidae)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-11-24) Costa, Jozenilda Francinilma da; Molina, Wagner Franco; Lima Filho, Paulo Augusto de; https://orcid.org/0000-0002-6695-0952; http://lattes.cnpq.br/8437464961129518; http://lattes.cnpq.br/4691937361036888; Calado, Leonardo Luiz; Soares, Rodrigo XavierO acúmulo de dados citogenéticos dos peixes Neotropicais tem revelado inúmeros processos de especiação críptica, ocorridas em alopatria, com particular destaque para espécies com grande distribuição geográfica pertencentes às Ordens Characiformes e Gymnotiformes. Visando analisar diversificações crípticas em integrantes destes clados na Bacia do Atlântico Nordeste Oriental, foram realizadas análises citogenéticas através de coloração com Giemsa, técnica de Ag-RONs e bandamento-C, em Astyanax bimaculatus (Characidae) e Gymnotus carapo (Gymnotidae), do rio Pium (Parnamirim, Rio Grande do Norte. A. bimaculatus exibiu 2n=50 cromossomos (8sm+14sm+18st+10a; NF=90) e G. carapo, 2n=44 cromossomos (12m+8sm+8st+16a; NF= 72). A heterocromatina constitutiva em ambas as espécies está distribuída nas regiões terminais e centroméricas dos cromossomos. Os sítios Ag-RONs foram identificados nos braços curtos, respectivamente, dos pares 16 (submetacêntrico) e 8 (subtelocêntrico) das espécies e classificados como par simples. Os padrões cariotípicos das populações de “A. bimaculatus” e “G. carapo” do rio Pium, divergem significativamente, quanto ao número diploide e fórmula cariotípica, das demais populações destas espécies de outras bacias hidrográficas brasileiras. Os dados citogenéticos revelam uma diversidade críptica e amplia a extensão filogenética destes complexos de espécies para a Bacia do Atlântico Nordeste Oriental.Dissertação Descrição de duas novas espécies de bagrinhos do gênero Microcambeva Costa & Bockmann 1994 (Siluriformes: Trichomycteridae) de bacias costeiras do sudeste da Mata Atlântica(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-02-28) Medeiros, Lucas Silva de; Lima, Sérgio Maia Queiroz; Soares Filho, Luisa Maria Sarmento; https://orcid.org/0000-0001-9365-4879; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; http://lattes.cnpq.br/1312913976520238; Santos, Juliano Ferrer dos; Silva, Leandro Villa Verde daRepresentado por seis espécies nominais, o gênero Microcambeva compreende pequenos bagres psamófilos e endêmicos de bacias costeiras da Mata Atlântica no sudeste do Brasil, ocorrendo desde o norte do Estado do Paraná até o extremo sul da Bahia. Coletas recentes elencaram novos exemplares do gênero nas porções médias das bacias do rio Doce, nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e na bacia do rio Guapi-Macacu no Estado do Rio de Janeiro que representam novas espécies. A nova espécie, Microcambeva sp. n. “Doce” é facilmente diagnosticada de todos os congêneres, por possuir barbilhões nasais, maxilares e rictais de tamanho médio e pelo padrão de coloração cefálico assemelhar-se a um coração. Distingue-se de M. ribeirae e M. filamentosa, exceto das espécies do “Clado M. draco”, por possuir uma ossificação na porção anterior do autopalatino. Difere de M. barbata¸ exceto de M. mucuriensis, M. jucuensis e M. draco por possuir ossificação do autopalatino rudimentar. Difere de M. mucuriensis e M. draco, exceto M. jucuensis, por possuir o processo anterior do opérculo bifurcado. Por fim, difere de M. jucuensis por possuir nove odontódeos operculares. Microcambeva sp. n. “Guanabara” é facilmente diagnosticada das demais espécies, exceto M. ribeirae e M. filamentosa pela ausência de uma pequena ossificação na porção superior do autopalatino e pela fusão do poro supraorbital s6, na porção central da cabeça. Distingue-se de todas espécies, exceto M. ribeirae¸ por possuir o primeiro raio da nadadeira peitoral não modificado em filamento enquanto nas demais espécies os filamentos podem varia de 5% a 80% maiores que os demais raios. Microcambeva sp. n. “Guanabara” difere de M. filamentosa, por possuir oito odontódeos na placa opercular e inter-opercrular. A nova espécie difere de M. ribeirae por possuir um barbilhão rictal alongado, alcançando a porção anterior da placa inter-opercular de odontódeos, origem da nadadeira anal verticalmente na 19ª vértebra e três manchas formadas por cromatóforos marrons escuros na porção média do tronco três manchas.Dissertação Taxonomia integrativa de Streptoprocne biscutata (Sclater, 1866) (Aves:Apodidae) no Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019-02-27) Fortunato, Hipócrates Matheus José da Silva; Pichorim, Mauro; http://lattes.cnpq.br/5696697654544552; http://lattes.cnpq.br/9607960108711102; Lima, Sérgio Maia Queiroz; https://orcid.org/0000-0001-9365-4879; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; Mazzochini, Guilherme GerhardtA taxonomia é essencial para compreender a biodiversidade, envolvendo a classificação e nomeação de táxons. O conceito de espécie é central nesta área da ciência, mas sua definição é amplamente discutida. Com propósito de não ficar preso a apenas um tipo de abordagem deste conceito, a taxonomia integrativa combina outras abordagens para uma delimitação mais precisa para o termo “espécie”. Neste trabalho combinanamos fatores ecológicos e morfológicos para investigar uma espécie de ave: Streptoprocne biscutata, que pertence a família Apodidae, ordem Apodiformes, a qual possui 92 espécies de aves popularmente conhecidas como andorinhões. Em 1991, durante uma expedição, H. Sick descreveu uma nova subespécie ao estudar uma população na região nordeste do país: Streptoprocne biscutata seridoensis, baseada em diferenças de tamanho de asa e cauda quando comparado com outras populações que ocorrem no sul e sudeste do Brasil. No entanto, essas diferenças não foram apoiadas por testes estatísticos, levantando dúvidas sobre sua validade. Aqui buscamos verificar estatisticamente se S. b. seridoensis possui medidas menores que S. b. biscutata e se representam uma variação gradual ao longo de um gradiente latitudinal. Nossos resultados mostraram que há uma diferença de tamanho entre as populações, sugerindo que estas diferenças são variações graduais, questionando a classificação de subespécie com base apenas nesses critérios. Foi Considerado também, a área de distribuição das duas subespécies, pois, sabe se que estas aves buscam lugares de difícil acesso para dormirem e nidificarem, como cavernas ou penhascos rochosos, geralmente atrás de cachoeiras, tais fatores afetam área de distribuição e reprodução. Como tentativa de investigar melhor a diagnose destas subespécies, neste trabalho averiguamos via modelagem de nicho ecológico, se S. biscutata deve ou não continuar com a divisão subespecífica, baseando em variáveis de clima e relevo para as projeções ecológicas.Dissertação Estudos Taxonômicos sobre Tylopilus balloui sensu lato (Boletaceae, Basidiomycota) para áreas de dunas e tabuleiro da Mata Atlântica do Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-30) Araújo, Juliane de Castro Valões; Wartchow, Felipe; http://lattes.cnpq.br/6314571767850075; https://orcid.org/0000-0002-9742-9019; http://lattes.cnpq.br/1338513019719612; Silva Filho, Alexandre Gonçalves dos Santos e; Komura, Dirce LeimiO Tylopilus sensu lato é bastante diverso dentro da família Boletaceae, e devido à considerável plasticidade morfológica do gênero, os limites taxonômicos e filogenéticos foram avaliados em partes, e sua classificação infragenérica ainda permanece pouco esclarecida. Como exemplo temos Tylopilus balloui, originalmente descrito para a América do Norte e compreendendo fungos com píleo de tonalidade alaranjada, poros brancos a creme a amarelo que ficam castanhos ao toque e estipe com tonalidades amareladas. Em razão dos trabalhos serem fragmentados e com pouco conteúdo sobre o gênero, a reanálise usando, além da morfologia, ferramentas moleculares são necessárias. O objetivo do trabalho é analisar a riqueza de espécies de T. balloui sensu lato coletadas nos estados Paraíba e Rio Grande do Norte e interpretar quais características morfológicas podem ser usadas na delimitação de espécies crípticas para melhor compreensão deste grupo. Para esse estudo foram estudadas seis exsicatas, duas pertencendo a coleções do Parque Estadual das Dunas do Natal e os outros quatro na REBio Guaribas (área de SEMA II), que são unidades de conservação consideradas áreas de planície costeira e florestas de tabuleiro. As análises morfológicas e filogenéticas seguiram a metodologia tradicional para macrofungos. Após análise de ITS, identificou-se T. dunensis, constituindo um novo registro para a Paraíba, e duas espécies novas. Uma destas espécies é considerada semi-críptica com especiação simpátrica com T. dunensis. E a outra é um novo táxon bem delimitado baseado em evidências filogenéticas e morfológicas. Os trabalhos também incluirão fotografias coloridas das características macro e microscópicas e ilustrações dos espécimes, e depositadas em herbários.Dissertação Estudos taxonômicos de chlorophyllum e macrolepiota (agaricaceae, basidiomycota) do Nordeste brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-30) Falcão, Erica de Souza; Wartchow, Felipe; http://lattes.cnpq.br/6314571767850075; https://orcid.org/0000-0003-0919-1125; http://lattes.cnpq.br/4475477037150028; Silva Filho, Alexandre Gonçalves dos Santos e; Komura, Dirce LeimiA família Agaricaceae era caracterizada por apresentar fungos de basidiomas tricolomatoides ou colibioides, mas principalmente pluteoides, contendo 25 gêneros distribuídos nas tribos Leucocoprinae, Agariceae, Lepiotae e Cystodermatae, com ampla distribuição continental. Contudo, o conceito da família mudou, incluindo também espécies de basidioma secotioide e gasteroide divididos em 10 clados, incluindo os que compreendem os gêneros Chlorophyllum e Macrolepiota. Chlorophyllum acomoda uma espécie considerada tóxica (Chlorophyllum molybdites), enquanto que Macrolepiota contém algumas espécies apreciadas na gastronomia. Estudos envolvendo Chlorophyllum e Macrolepiota, apesar de contribuírem para uma melhor compreensão da riqueza de espécies, estão concentrados em regiões como Austrália, Ásia, Américas Central e do Norte, mas ainda pouco explorados em outras, como por exemplo no Brasil. Por conseguinte, o presente estudo se propôs a ampliar a riqueza de espécies de Chlorophyllum e Macrolepiota na região Nordeste do Brasil. Para tanto, foram realizados estudos morfológicos a partir de espécimes previamente coletados e depositados no herbário Lauro Pires Xavier – JPB (João Pessoa, Paraíba). Ademais, foram feitos testes microquímicos utilizando reagente de Melzer e azul de Cresil nos esporos, juntamente às análises moleculares que utilizaram os espaçadores transcritos internos completos ITS1 e ITS2 e 5.8S rDNA (nuc-ITSrDNA) e o gene 28S rDNA (nuc-LSUrDNA). Como resultado, duas espécies novas estão sendo descritas (Chlorophyllum tênue nom. prov. e Macrolepiota sororivulpina nom. prov.) para a região. Adicionalmente, um novo registro para Paraíba de Chlorophyllum molybdites, com identificação baseada em análise morfológica e molecular, é apresentado, ampliando a riqueza de espécies no Nordeste Brasileiro.Dissertação Impactos da conversão de campo nativo em monocultura de soja na fauna de colêmbolos epiedáficos do pampa brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-04-26) Rigotti, Vítor Mateus; Bellini, Bruno Cavalcante; Winck, Bruna Raquel; https://orcid.org/0000-0001-7881-9436; http://lattes.cnpq.br/8609476121598138; http://lattes.cnpq.br/2193694567400415; Bordin, Kauane Maiara; Nunes, Rudy CamiloA fauna edáfica é parte fundamental das dinâmicas do ecossistema solo. Dentre estes componentes da fauna podem se destacar os Collembola, pequenos artrópodes que apresentam grande sensibilidade a alterações de natureza físico-química no ambiente em que estão inseridos. Alterações na fauna de Collembola podem indicar alterações causadas por distúrbios antrópicos, como na conversão de campos nativos para usos em monoculturas. O bioma Pampa é um ambiente campestre altamente diverso, pouco protegido, e sensível a alterações ambientais. Assim, neste estudo foram utilizados índices ecológicos das populações de Collembola para identificar as possíveis alterações da conversão de campo nativo no bioma Pampa em monocultura de soja. Foi comparada a fauna de colêmbolos em nove sítios pareados de campo e soja, em quatro municípios no estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Foram levados em conta os efeitos da conversão, e fatores ambientais envolvendo solo, vegetação, clima e geomorfologia. Ao total foram contabilizados 975 espécimes: 359 nas áreas de campo nativo e 616 nas áreas com cultivo de soja. As análises indicaram alterações significativas na composição de espécies entre as comunidades. Embora a abundância tenha sido maior nas áreas de soja, o Índice de Diversidade de Shannon foi maior em áreas de campo nativo. Não foram encontradas diferenças significativas na riqueza e Índice de Equitatividade de Pielou entre as áreas com diferentes usos do solo. Em relação às variáveis ambientais, o Índice de Diversidade de Shannon foi positivamente afetado pelas variáveis: elevação, riqueza vegetal, diversidade vegetal e riqueza de plantas nãogramíneas. O aumento da população de Collembola pode indicar ressurgência nas áreas de monocultura após o distúrbio, além de potencial simplificação nas cadeias tróficas. A redução no número de predadores, as alterações nas características físico-químicas poderiam explicar tal fenômeno.Dissertação Fungos Micorrízicos Arbusculares (Glomeromycota) em vegetações distintas em um brejo de altitude no nordeste brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-04-17) Oliveira, Naasson Victor Laurentino de; Goto, Bruno Tomio; https://orcid.org/0000-0001-6157-4954; http://lattes.cnpq.br/5968043766728580; http://lattes.cnpq.br/0955019581696336; Fiuza, Patrícia Oliveira; Nobre, Camila PinheiroOs brejos de altitude são entendidos como “ilhas” de florestas úmidas cercadas por uma vegetação seca e são caracterizadas como parte da Mata Atlântica, dentro do Domínio Caatinga. Esses ambientes geralmente são áreas com características particulares e condições privilegiadas quanto à umidade do solo e do ar, temperatura e cobertura vegetal. Esses fatores influenciam os desenvolvimentos dos microrganismos, contudo, em relação a microbiota do solo, essas áreas são escassas de estudos sobre diversidade, notadamente os Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMA). Esses fungos, que formam ampla simbiose com raízes de plantas, são importantes por aumentar a absorção de nutrientes e promover o crescimento vegetal. Entretanto, o conhecimento da diversidade, riqueza e estratégias ecológicas desses fungos em áreas de altitude é insipiente e requer mais pesquisas. Assim, esse trabalho tem como objetivo comparar as comunidades de FMA entre diferentes fitofisionomias e substratos em um brejo de altitude do Domínio Caatinga. Para isso, foram coletadas amostras de solo e serapilheira durante a estação chuvosa de janeiro/2022, no Parque Nacional de Ubajara, Ceará. Duas abordagens foram utilizadas para acessar a riqueza e diversidade de FMA nas diferentes vegetações, (i) extração de glomerosporos por peneiramento úmido e centrifugação em água e sacarose (70%) para o solo e (ii) catação de glomerocarpos, utilizando pinça e auxílio de uma lupa de mão para a serapilheira. As espécies foram avaliadas quanto à frequência de ocorrência e abundância e classificadas em dominantes, comuns, muito comuns ou raras. Foram submetidas a índices de diversidade, além de avaliar diferenças na composição das comunidades com uma PERMANOVA e ANOVA para testar diferenças na riqueza absoluta de espécies. Foram encontradas 54 espécies de FMA, das quais 39 ocorreram no solo da mata úmida e 39 no solo na mata seca. Apenas 14 espécies ocorreram na serapilheira; sendo 10 na mata úmida e sete na mata seca. Algumas espécies foram identificadas apenas para um tipo de vegetação e/ou substrato. A comunidade predominante foi de espécies raras e poucas dominantes. A PERMANOVA mostrou que as comunidades de FMA diferem entre os tipos de vegetação, entre os tipos de substrato e nas suas interações. Isso indica que os FMAs têm preferência por ambientes e/ou faixas do substrato terrestre. Também demonstra a importância de ambientes como os brejos de altitude como reservatórios de biodiversidade. Além disso, novos métodos podem ampliar o conhecimento sobre a ecologia do grupo.Dissertação Diversidade e distribuição de hifomicetos associados a diferentes substratos e métodos de amostragem em ecossistemas aquáticos da Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-04-12) Silva, Heloysa Farias da; Fiuza, Patrícia Oliveira; Barbosa, Flávia Rodrigues; https://orcid.org/0000-0002-9428-8257; http://lattes.cnpq.br/2590857295836560; https://orcid.org/0000-0003-3971-6586; http://lattes.cnpq.br/5458428959193259; Goto, Bruno Tomio; Costa, Loise AraújoOs hifomicetos aquáticos são ascomicetos e basidiomicetos assexuais que completam uma ou mais fases do seu ciclo de vida na água, decompondo substratos submersos para aumentar a palatabilidade e valor nutricional para outros organismos decompositores. No Brasil, os primeiros registros foram para Mata Atlântica de São Paulo. No Nordeste há registros em remanescentes do bioma na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. O presente estudo visou realizar um inventário de hifomicetos aquáticos em áreas de Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, bem como analisar a diversidade e distribuição das comunidades desses fungos em riachos e lagos no Rio Grande do Norte. Com isso, um inventário de hifomicetos aquáticos, previamente isolados dos riachos: Baldum (Georgino Avelino-RN), Boa Cica (Nísia Floresta), Catu (Canguaretama-RN), Espinho (Canguaretama-RN), Pedra (Baía Formosa-RN) e Guajú (Baía Formosa-RN) foi conduzido. Foram coletados ainda substratos submersos (folhas e galhos), parâmetros de água nos corpos d’água dos riachos Pium e Jiqui (ParnamirimRN), e dos lagos Jiqui (Parnamirim-RN) e Ilhota (Nísia Floresta-RN) de junho de 2021 a abril de 2022. Foram utilizados os métodos de câmaras-úmidas e incubações submersas. Para as análises ecológicas, foram comparadas variáveis abióticas de abundância, riqueza (0D), diversidade de espécies comuns (1D), dominantes (2D) e variação na composição de espécies (diversidade beta total, turnover e aninhamento) entre ecossistemas (lagos e riachos), substratos (folhas e galhos) e métodos de amostragem (câmara-úmida e incubação submersa). Os resultados obtidos foram apresentados em dois capítulos: i) Aquatic hyphomycetes associated with plant debris in freshwater ecosystems of the Atlantic Forest of Rio Grande do Norte, Brazil; e ii) Influência dos substratos e métodos de amostragem na diversidade e distribuição de hifomicetos aquáticos em ecossistemas lênticos e lóticos. No primeiro capítulo foram apresentados 77 táxons, distribuídos em 35 gêneros associados a substratos vegetais em corpos d’água da Mata Atlântica do Rio Grande do Norte. Dentre as espécies identificadas, Flagellospora minuta é um novo registro para as Américas; Gyrothrix encephalarti e Triscelophorus konajensis para o Brasil; Flagellospora stricta, Polylobatispora deltoidea e Pseudoxylomyces elegans são novas ocorrências para a Mata Atlântica; e 16 são novos registros para o Rio Grande do Norte. No segundo capítulo, os resultados mostraram que variáveis ambientais, abundâncias, 0D, 1D e 2D não diferiram entre lagos e riachos. Assim como o tipo de substrato também não afetou 0D, 1D e 2D. Houve uma alta taxa de substituição (turnover) de espécies entre substratos (apenas para incubação submersa) e entre métodos de amostragem, ao passo que o efeito de aninhamento não foi observado. Houve uma alta taxa de substituição (turnover) de espécies entre substratos (apenas para incubação submersa) e entre métodos de amostragem, sem efeito de aninhamento. Quando combinados os métodos, 42 táxons foram encontrados, distribuídos em 34 gêneros, 23 em folhas, 12 em galhos e sete em ambos os substratos. Vinte espécies foram encontradas apenas em lagos, 19 em riachos e quatro em ambos os ambientes. Vinte e cinco táxons foram encontrados utilizando câmara-úmida, 14 com a incubação submersa e apenas três em ambos os métodos. O estudo demonstrou alta riqueza de hifomicetos aquáticos para a Mata Atlântica do Rio Grande do Norte e pode subsidiar estudos de conservação da Funga nessas áreas. A alta substituição de espécies (turnover) entre os métodos e tipos de substrato reforça a importância da utilização combinada de diferentes estratégias de amostragem e tipos de habitat para uma maior e melhor representatividade da riqueza, diversidade e composição de comunidades de fungos em ecossistemas aquáticos continentais.Dissertação Passiflora L. na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte: taxonomia e estado de conservação(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-04-12) Silva, Gláucia Lidiane da; Queiroz, Rubens Teixeira de; Pires, Ana Carolina Mezzonato; https://orcid.org/0000-0003-2865-1668; http://lattes.cnpq.br/1167792485710574; https://orcid.org/0000-0003-2421-5164; http://lattes.cnpq.br/2813960725065947; Souza, Sarah Maria Athiê de; Bernacci, Luís CarlosPassiflora L. possui cerca de 500 espécies e distribuição Pantropical, suas espécies são conhecidas por maracujá e ocorrem principalmente na América do Sul e Central. No Brasil, são registradas 157 espécies, as quais predominam no domínio Mata Atlântica (85 spp.). Dentre os representantes brasileiros, quase 56% (87 spp.) são endêmicas do país. No estado Rio Grande do Norte (RN), que possui a flora menos conhecida dentre os estados brasileiros, o conhecimento cientifico relativo à Passiflora – gênero de notável importância comercial e ecológica – é ínfimo. No capítulo 1, é apresentado o tratamento taxonômico de Passiflora L., o gênero mais representativo da família Passifloraceae s.s., na Mata Atlântica do RN; no capítulo 2, é avaliado o estado de conservação das espécies inventariadas. Este estudo promoveu o aumento do esforço amostral do gênero para o domínio, onde, a partir da análise de caracteres morfológicos como lâminas foliares, glândulas no pecíolo, gavinhas, brácteas, androginóforo, filamentos da corona, límen e opérculo, fora possível separar, identificar e inventariar 11 espécies: Passiflora alata Curtis, P. auriculata Kunth., P. cincinnata Mast., P. edulis Sims, P. foetida L., P. laurifolia L., P. mucronata Lam., P. silvestris Vell., P. suberosa L., P. subrotunda Mast. e P. watsoniana Mast. O aumento no esforço amostral viabilizou a verificação do estado de conservação e a análise da distribuição geográfica dos táxons no domínio atlântico do RN. Entre as espécies, três foram classificadas como “Criticamente em Perigo”, quatro como “Em Perigo”, uma “Vulnerável”, uma “Quase Ameaçada” e duas “Pouco Preocupante”. Os resultados mostram a importância de movimentos que incentivem os estudos florísticos, ferramentas taxonômicas auxiliares e a promoção de ações que visem a conservação da flora, em adição a relevância de monitorar essas populações nos remanescentes vegetais atlânticos do RN.Dissertação Filogeografia do grilo Endecous potiguar Castro-Souza, Zefa & Ferreira, 2017 (Orthoptera, Phalangopsidae): investigação de linhagens crípticas em cavernas na formação Jandaíra(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-08-30) Costa, Nathalia Kaluana Rodrigues da; Garda, Adrian Antônio; Lima, Sérgio Maia Queiroz; https://orcid.org/0000-0001-9365-4879; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; https://orcid.org/0000-0002-1178-1207; http://lattes.cnpq.br/2685356834735366; http://lattes.cnpq.br/0262215630203020; Pellegrini, Thais Giovannini; Guimarães, Felipe Camurugi AlmeidaOs grilos de cavernas da família Phalangopsidae são pouco estudados e possuem baixa capacidade de dispersão e ampla distribuição, o que os tornam interessantes para investigações filogenéticas e filogeográficas. Dentro desta família está o gênero Endecous, que foi subdividido em três subgêneros com base em caracteres morfológicos e possui a maior parte de suas localidades-tipos em cavernas. Atualmente, toda pesquisa taxonômica envolvendo o gênero usa de caracteres morfológicos, bioacústicos e citogenéticos. Aqui, reconstruímos a filogenia e filogeografia de E. potiguar Castro-Souza, Zefa & Ferreira, 2017 com base em 151 sequências parciais do gene COX-1 com 571 pb para 21 localidades diferentes. Filogenias moleculares foram reconstruídas usando inferência Bayesiana e Máxima Verossimilhança, e três abordagens (ABGD, PTP e GMYC) foram utilizadas para delimitação de linhagens. Foi feita uma Análise Bayesiana da Estrutura da População utilizando o BAPS. Adicionalmente, foram selecionados alguns espécimes para extração do complexo fálico e análise dos caracteres morfológicos com base no artigo de descrição. Foram utilizadas também algumas amostras acústicas para análise. A análise bayesiana sugeriu dois clados, aqui tratadas como duas possíveis espécies, o que foi apoiado por duas das três análises de delimitação, exceto o PTP que seguiu a divisão feita pela Máxima Verossimilhança em três clados. A estimativa do tempo de divergência sugere que essa especiação ocorreu há 7.40 Ma (95% de HPD 13.80- 3.75 Ma). A divergência inicial entre as espécies possivelmente está correlacionada com um mecanismo de vicariância após o surgimento da calha que daria origem ao rio Apodi-Mossoró, no período entre o Mioceno e o Quaternário. Com a diminuição da umidade, essas espécies teriam se dispersado para cavernas com tempos de divergência recentes entre os grupos. Observamos uma estase morfológica, talvez fruto de uma seleção estabilizadora devido ao conservadorismo de nicho.Dissertação Taxonomia iterativa de crustáceos troglóbios do gênero Potiberaba Fišer, Zagmajster & Ferreira 2013 (Crustacea: Amphipoda) na Caatinga(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-07-30) Rocha, Matheus Arthur Lúcio da; Lima, Sérgio Maia Queiroz; https://orcid.org/0000-0001-9365-4879; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; http://lattes.cnpq.br/9369594249003814; Senna, André Resende de; Paiva, Paulo César deSistemas subterrâneos podem ser encontrados em diversas formações minerais, abrigando uma fauna com diferentes estratégias de vida, que de forma conjunta, podem utilizar o ambiente subterrâneo permanentemente ou temporariamente. Dentre esses habitantes, destacam-se os troglóbios, grupo que reúne organismos que apresentam uma série de adaptações ecológicas, fisiológicas, morfológicas e comportamentais associadas ao ambiente subterrâneo. No Brasil, a fauna troglóbia vem sendo descrita com maior intensidade nas duas últimas décadas, com a prospecção de novos locais e a integração de diferentes ferramentas analíticas. Apesar disso, as regiões Sul e Sudeste ainda se destacam em detrimento das demais, concentrando a maior parte dos estudos taxonômicos, ecológicos e genéticos de organismos troglóbios. No entanto, o Nordeste, em especial o estado do Rio Grande do Norte (RN), vem se destacando no conhecimento dessa fauna, com a descobertas de novas espécies de invertebrados troglóbios, como crustáceos, platelmintos e insetos. Dentre os novos organismos descritos no RN, está o gênero de anfípodes Potiberaba, monotípico e endêmico das cavernas da região, que durante sete anos apresentou distribuição restrita à localidade tipo. Após novas expedições, exemplares foram registrados em mais onze localidades, e cujos dados moleculares indicaram possíveis novas espécies nas cavernas da região. Até então a hipótese se sustentava apenas em delimitações utilizando um marcador mitocondrial. Dessa forma, através de uma abordagem integrada entre ferramentas moleculares (incluindo marcadores nucleares) e morfológicas, o estudo se propôs a avaliar a convergência entre as diferentes informações para sustentar a hipótese de um complexo de espécies, assim como identificar caracteres morfológicos capazes de distingui-las, e ao final, propor a descrição das novas espécies de Potiberaba. Através de uma abordagem iterativa entre informações morfológicas e marcadores moleculares (cox1 e 28S), o estudo propõe a existência de cinco espécies alopátricas, das quais quatro apresentam distribuição restrita, com baixa diversidade genética e morfológica, enquanto P. porakuara é amplamente encontrada no sul da Formação Jandaíra. O estudo também indicou que além das divergências genéticas, as linhagens podem ser identificadas através de caracteres morfológicos com alta taxa de acerto, evidenciando que a riqueza de espécies dessa formação está subestimada.