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Título: Experiências auditivas na juventude alteram a discriminação auditiva no Mandarim-Diamante (Taeniopygia guttata)
Autor(es): Barbalho, Gabriela Peixoto
Orientador: Velho, Tarciso André Ferreira
Palavras-chave: Mandarins;Humanos;Experiencia social;Prática motora;Discriminação
Data do documento: 25-Mar-2021
Editor: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Referência: BARBALHO, Gabriela Peixoto. Experiências auditivas na juventude alteram a discriminação auditiva no Mandarim-Diamante (Taeniopygia guttata). 2021. 58f. Dissertação (Mestrado em Neurociências) - Instituto do Cérebro, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021.
Resumo: As aves canoras são consideradas um dos melhores modelos animais para investigar as bases neurobiológicas do aprendizado vocal. Assim como nós humanos, esses animais apresentam fases distintas do aprendizado vocal durante o desenvolvimento, que são influenciadas por experiências sociais e motoras. Além disso, a privação social em aves canoras pode gerar defeitos na produção vocal do indivíduo, enquanto que o impedimento da prática vocal retarda a maturação do canto. No entanto, não está totalmente claro se a experiência limitada durante o desenvolvimento pode afetar as habilidades de discriminação auditiva do animal, um fenômeno bem conhecido em humanos. Para responder a essa questão, manipulamos a experiência social e a prática motora em mandarins, a espécie de ave canora mais utilizada. Confirmamos primeiro que nossa manipulação alterou o aprendizado vocal, sem afetar grosseiramente o desenvolvimento. Mais precisamente, os animais em privação social exibiram canções anormais, típicas de animais sem um modelo vocal. Por outro lado, os animais jovens onde a prática do canto foi limitada continuaram a produzir vocalizações imaturas quando adultos. Notadamente, experimentos comportamentais demonstraram que animais controle, i.e., animais com experiências sociais normais, apresentaram um desempenho inferior em tarefas de discriminação auditiva em comparação com animais isolados e juvenis. Em contraste, animais com o canto limitado não diferiram dos controles. Esses resultados sugerem que experiências auditivas no início do desenvolvimento podem influenciar a capacidade discriminatória em mandarins adultos, enquanto que a prática vocal parece ter pouca influência no desempenho de aves adultas. Ou seja, as aves que são expostas à experiência social normal durante o desenvolvimento pós-natal podem ter uma capacidade diminuída de discriminar cantos coespecíficos. Tal interpretação está de acordo com o aumento da especificidade observada nos neurônios auditivos do mandarim, e seria semelhante às perdas perceptuais observadas durante a aquisição da fala em humanos.
Abstract: Songbirds are considered one of the best animal models to investigate the neurobiological basis of vocal learning. As in humans, these animals have distinct phases for vocal learning that are influenced by social and motor experiences. More specifically, social deprivation in songbirds can generate deficits in the individual's vocal production, whereas singing prevention delays vocal maturation. However, it is not completely clear whether limited experience during development can affect the animal's auditory discrimination abilities, a well-known phenomenon in humans. To address this question, we manipulate social and motor practice experiences in zebra finches, the most widely used songbird species. We first confirmed that our manipulation altered vocal learning, without grossly affecting development. More precisely, socially deprived animals showed abnormal songs, typical of animals lacking a song model. In contrast, juvenile animals where singing practice was limited continued to produce immature vocalizations as adults. Notably, behavioral experiments demonstrated that control animals, i.e., animals with normal social experiences, showed a lower performance in auditory discrimination tasks compared to isolated and juvenile animals. Conversely, sing-limited did not differ from control birds. These results suggest that early development auditory experiences may influence the discriminatory capacity in adult zebra finches, while vocal practice appears to have little influence in the performance of adult birds. That is, birds that are exposed to normal social experiences during postnatal development may have diminished ability to discriminate conspecific songs. Such interpretation is in agreement with the increased specificity observed in auditory neurons, and would parallel the perceptual losses observed during speech acquisition in humans.
URI: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32827
Aparece nas coleções:PPGNEURO - Mestrado em Neurociências

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