O processo saúde-doença das mulheres portadoras de endometriose no contexto do trabalho

dc.contributor.advisorFerraz, Janaynna de Moura
dc.contributor.authorFlôrencio, Hellenkarla Rodrigues
dc.contributor.referees1Ferraz, Deise Luiza da Silva
dc.contributor.referees2Negreiros, Taise Cristina Gomes Clementino de
dc.date.accessioned2025-05-09T23:12:24Z
dc.date.available2025-05-09T23:12:24Z
dc.date.issued2025-03-10
dc.description.abstractEndometriosis is a stigmatized and little-known pathology, which has recently been studied in terms of its disabling aspects in the workforce and pointed out as a cause of loss of productivity and work capacity for its carriers. However, this biologizing view means that the social dimensions and challenges faced by sufferers in capitalist society remain hidden. In view of this, the question arises: How are the material conditions of production related to the health and illness of women with endometriosis in the workplace? In order to answer this question, the main aim of this study is to: Analyze the influence of work relations on the health-disease process of women with endometriosis in the capitalist system. Specifically, the aim is to identify the challenges faced by women with endometriosis in labor relations and to identify the main social health policies aimed at women workers with endometriosis in Brazilian society. To this end, a Systematic Literature Review was carried out to identify the main points made about the working relationships of women with endometriosis; as well as a documentary survey of the main policies on access to social assistance and women's health, in order to reveal the mediation of the state in the health-disease process of these women.This movement is carried out through Marxian theory, by considering the contradictions of the relationship between capital and labor in the reproduction of life. Among the findings of the research, we can point to the fragile class consciousness of the carrier of the double shift regime, which omits from the discussion the extent to which workloads contribute to the deterioration of women's health; as well as the delay in diagnosis, stemming from the capitalist dynamics in labor relations and mediated by the bourgeois state, which in the inefficiency of health services and the permissiveness of economic marginalization, ends up contributing to the clinical worsening of the pathology. At the same time, the issue is revealed as a problem of gender oppression, which manifests itself in harassment practices and threats of dismissal that are used as an artifice of domination and control, while the sufferer voluntarily submits to periods of unpaid work as a means of compensation. The loss of productivity is used as a way of suggesting that the worker is individually responsible for her performance, when the loss of productive capacity is the result of the exploitation of the capitalist labor regime, which manifests itself independently of previous comorbidities. Finally, it points to contradictions that reveal the production of generalist public policies, which until then have revealed capital's interest in only preserving women's reproductive capacity, while at the same time pointing to the state as responsible for keeping these women in a permanent situation of social vulnerability and stigmatization of the disease, so that they have no alternative but to submit to regimes of oppression and exploitation, despite their health condition.
dc.description.resumoA endometriose é uma patologia estigmatizada e pouco conhecida, que recentemente tem sido estudada quanto aos seus aspectos incapacitantes na força de trabalho e apontada como causa para perda da produtividade e da capacidade de trabalho de suas portadoras. Todavia, essa visão biologizante faz com que permaneçam ocultos as dimensões sociais e os desafios enfrentados pelas portadoras na sociedade capitalista. Em vista disso, questiona-se: Como as condições materiais de produção estão relacionadas com a saúde e com a doença de mulheres portadoras de endometriose no contexto de trabalho? Para responder tal pergunta, o objetivo principal deste trabalho busca: Analisar a influência das relações de trabalho sobre o processo saúde-doença de mulheres portadoras de endometriose no sistema capitalista. E de modo específico, busca-se identificar os desafios enfrentados pelas portadoras de endometriose nas relações de trabalho e; reunir as principais políticas sociais de saúde direcionadas à trabalhadora portadora de endometriose na sociedade brasileira. Com esse propósito, parte-se de uma Revisão Sistemática da Literatura para identificar os principais apontamentos quanto às relações de trabalho das portadoras de endometriose; bem como, realiza-se uma pesquisa documental sobre as principais políticas de acesso à assistência social e a saúde da mulher, a fim de revelar a mediação do Estado no processo saúde-doença dessas mulheres. Esse movimento é realizado através da teoria marxiana, ao considerar as contradições da relação capital e trabalho na reprodução da vida. Entre os achados da pesquisa, aponta-se a frágil consciência de classe da portadora ao regime de dupla jornada, que omite da discussão o quanto as cargas de trabalho contribuem para deterioração da saúde da mulher; assim como o atraso do diagnóstico, proveniente da dinâmica capitalista nas relações de trabalho e mediada pelo Estado burguês, que na ineficiência dos serviços de saúde e na permissividade da marginalização econômica, acaba contribuindo para o agravamento clínico da patologia. Ao mesmo tempo em que, a questão se revela como uma problemática da opressão de gênero que se manifesta em práticas de assédio e ameaças de demissão que são utilizadas como artifício de dominação e controle, enquanto a portadora se submete de modo voluntário e comprometido a períodos de trabalho não remunerados, como meio de compensação. Diante disso, a perda da produtividade é fixada como forma de sugerir que a trabalhadora seria individualmente responsável pelo desempenho, quando a perda da capacidade produtiva é resultado da exploração do regime de trabalho capitalista, que se manifesta independente de comorbidades prévias. Por fim, aponta-se para contradições que revelam uma produção de políticas públicas generalistas, que até então, revelam o interesse do capital em apenas conservar a capacidade reprodutora da mulher, ao mesmo tempo em que apontam o Estado como responsável por manter essas mulheres em permanente situação de vulnerabilidade social e estigmatização da doença, para que não lhes reste outra alternativa, se não a de submeter-se a regimes de opressão e exploração, não obstante sua condição de saúde.
dc.description.sponsorshipConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
dc.identifier.citationFLORÊNCIO, Hellenkarla Rodrigues. O processo saúde-doença das mulheres portadoras de endometriose no contexto do trabalho. Orientadora: Dra. Janaynna de Moura Ferraz. 2025. 148f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2025.
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/63568
dc.language.isopt_BR
dc.publisherUniversidade Federal do Rio Grande do Norte
dc.publisher.countryBRpt_BR
dc.publisher.initialsUFRNpt_BR
dc.publisher.programPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃOpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectEndometriose
dc.subjectTrabalho
dc.subjectPolítica social
dc.subjectMulher - saúde-doença
dc.subjectMarxismo
dc.subject.cnpqCIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ADMINISTRACAO
dc.titleO processo saúde-doença das mulheres portadoras de endometriose no contexto do trabalhopt_BR
dc.typemasterThesispt_BR

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