Homicídios de mulheres no contexto da Pandemia da Covid-19 e da antipolítica de gênero no governo Bolsonaro

dc.contributor.advisorMeira, Karina Cardoso
dc.contributor.advisorIDhttps://orcid.org/0000-0002-1722-5703pt_BR
dc.contributor.advisorLatteshttp://lattes.cnpq.br/2185382192736832pt_BR
dc.contributor.authorNascimento, Karen Raquel Ferreira do
dc.contributor.authorIDhttps://orcid.org/0000-0003-2091-0039pt_BR
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/1604844804752140pt_BR
dc.contributor.referees1Jomar, Rafael Tavares
dc.contributor.referees2Silva, Glauber Weder dos Santos
dc.contributor.referees3Myrrha, Luana Junqueira Dias
dc.date.accessioned2024-12-06T22:02:40Z
dc.date.available2024-12-06T22:02:40Z
dc.date.issued2024-09-17
dc.description.abstractIn situations of economic, health, and military crises, there is an observed increase in violence against women in all its forms: psychological, physical, economic, sexual, and femicide. Between 2020 and 2022, Brazil faced the COVID-19 pandemic amid the far-right government of former President Jair Messias Bolsonaro and his anti-gender political agenda. In this context, the present study aims to analyze the impact of the pandemic against the backdrop of Bolsonaro's government's gender antipolitics on the temporal trend of female homicides in Brazil and its regions between 2017 and 2022. To achieve this, we conducted an ecological time-series study, examining the behavior of monthly female homicide rates in the periods before (January 2017 to February 2020) and after (March 2020 to December 2022) the first diagnosed case of COVID-19 in Brazil. We employed an interrupted time-series analysis (level and slope change) to assess this impact. A Quasi-Poisson regression model was applied, considering the presence of seasonality and autocorrelation of residuals. In interrupted time-series analysis, the event whose impact we seek to evaluate is referred to as an intervention; in this study, the intervention is the COVID-19 pandemic within the context of Bolsonaro’s government's gender antipolitics, and the outcome is the monthly female homicide rates from 2017 to 2022. The highest average monthly female homicide rates per one hundred thousand women were observed in the North (0.78) and Northeast (0.70) regions, while the lowest were recorded in the Southeast (0.30) and South (0.38). Across all regions, age groups, and locations of occurrence (public spaces and homes), a reduction in the average monthly homicide rate was noted during the pandemic months compared to the pre-pandemic period (p<0.05). The effect of the pandemic, within the context of Bolsonaro’s government’s gender antipolitics, led to significant changes in the level and trend of monthly female homicide rates in Brazil and the Northeast region (p<0.05). Following the intervention, these areas experienced an abrupt increase in monthly homicide rates, followed by a progressive reduction. In Brazil, the initial increase was approximately 7.8%, with a long-term reduction effect of 0.5%. In the Northeast, the pandemic led to a 19.3% short-term increase in rates and a long-term reduction of 0.6% (RR=0.994). In the Southeast, South, and Midwest, the intervention resulted only in trend changes, with reductions of 0.6%, 0.2%, and 0.6%, respectively. Similar results were observed in homicides by firearms, stabbings, and cases occurring at home. The findings of this study indicate an immediate increase in female homicide rates in Brazil, particularly in the Northeast, followed by a progressive reduction in all localities. This continuous decrease in homicide rates may be related to the ongoing reduction observed after the peak incidence between 2017 and 2019.pt_BR
dc.description.resumoEm situações de crise econômica, sanitária e bélica, observa-se um aumento da violência contra as mulheres em todas as suas formas: psicológica, física, patrimonial, sexual e o feminicídio. Entre 2020 e 2022, o Brasil enfrentou a pandemia da COVID-19 combinada com o governo de extrema-direita do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e sua agenda política antigênero. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo analisar o impacto da pandemia no contexto da antipolítica de gênero do governo Bolsonaro, na tendência temporal dos homicídios de mulheres no Brasil e em suas regiões entre 2017 e 2022. Para isso, realizamos um estudo ecológico de tendência temporal, examinando o comportamento das taxas mensais de homicídios de mulheres nos períodos anteriores (janeiro de 2017 a fevereiro de 2020) e posteriores (março de 2020 a dezembro de 2022) ao primeiro caso de COVID-19 diagnosticado no Brasil. Utilizamos uma análise de série temporal interrompida (level and slope change) por meio do modelo Quasi-Poisson, considerando a presença de sazonalidade e autocorrelação serial dos resíduos. Na análise de séries temporais interrompida, o evento cuja influência buscamos avaliar é chamado de intervenção; neste estudo, a intervenção é a pandemia de COVID-19 no contexto da antipolítica de gênero do governo Bolsonaro e o desfecho são as taxas mensais de homicídios em mulheres no período de 2017 a 2022. Maiores taxas mensais médias de homicídios por cem mil mulheres nas regiões Norte (0,78) e Nordeste (0,70), enquanto as menores foram registradas no Sudeste (0,30) e Sul (0,38). Em todas as regiões, faixas etárias e locais de ocorrência (via pública e domicílio), constatou-se uma redução na taxa mensal média de homicídios durante os meses pandêmicos em comparação ao período pré-pandêmico (p<0,05). O efeito da pandemia, no contexto da antipolítica de gênero no governo Bolsonaro, provocou mudanças significativas no nível e na tendência das taxas mensais de homicídios em mulheres, no Brasil e na região Nordeste (p<0,05). Após a intervenção, essas localidades apresentaram um aumento abrupto nas taxas mensais de homicídios, seguido por uma redução progressiva. No Brasil, o aumento inicial foi de aproximadamente 7,8%, com um efeito de longo prazo de redução de 0,5%. No Nordeste, a pandemia levou a um aumento de 19,3% nas taxas a curto prazo e uma redução a longo prazo de 0,6% (RR=0,994). No Sudeste, Sul e Centro-Oeste, a intervenção resultou apenas em mudanças de tendência, com reduções de 0,6%, 0,2% e 0,6%, respectivamente. Resultados semelhantes foram observados em homicídios por arma de fogo, esfaqueamento e casos ocorridos no domicílio. Os achados deste estudo indicam um aumento imediato nas taxas de homicídios de mulheres no Brasil, especialmente no Nordeste, e uma redução progressiva em todas as localidades. Essa diminuição contínua das taxas de homicídios pode estar relacionada à manutenção da redução observada após o pico de incidência entre 2017 e 2019.pt_BR
dc.description.sponsorshipFundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESpt_BR
dc.identifier.citationNASCIMENTO, Karen Raquel Ferreira do. Homicídios de mulheres no contexto da Pandemia da Covid-19 e da antipolítica de gênero no governo Bolsonaro. Orientadora: Dra. Karina Cardoso Meira. 2024. 155f. Dissertação (Mestrado em Demografia) - Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2024.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/60778
dc.languagept_BRpt_BR
dc.publisherUniversidade Federal do Rio Grande do Nortept_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUFRNpt_BR
dc.publisher.programPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DEMOGRAFIApt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectHomicídiopt_BR
dc.subjectViolência contra a mulherpt_BR
dc.subjectPolíticapt_BR
dc.subjectCovid-19pt_BR
dc.subjectAnálise de séries temporais interrompidaspt_BR
dc.subject.cnpqCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DEMOGRAFIApt_BR
dc.titleHomicídios de mulheres no contexto da Pandemia da Covid-19 e da antipolítica de gênero no governo Bolsonaropt_BR
dc.typemasterThesispt_BR

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