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Title: O trabalhador offshore terceirizado e suas condições de trabalho
Authors: Oliveira, Nathalia Hanany Silva de
Advisor: Valença, Cecilia Nogueira
Keywords: Condições de trabalho;Saúde do trabalhador;Organização do trabalho;Terceirização;Indústria petrolífera offshore
Issue Date: 27-Feb-2019
Citation: OLIVEIRA, Nathalia Hanany Silva de. O trabalhador offshore terceirizado e suas condições de trabalho. 2019. 96f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva - FACISA) - Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.
Portuguese Abstract: A saúde do trabalhador busca compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. A partir disso, há a necessidade de compreender melhor o trabalho e suas condições. O trabalho, na indústria petrolífera offshore, é desenhado por condições adversas, a saber: o perigo, a complexidade, o caráter contínuo e a dimensão coletiva. Este segmento de trabalho possui uma boa quantidade de mão de obra terceirizada, a qual é caracterizada por múltiplas formas de trabalho precário. Diante dessa conjuntura, o presente estudo tem como objetivo analisar as memórias coletivas presentes em narrativas de trabalhadores offshore terceirizados sobre suas condições e organizações de trabalho. Trata-se de um estudo de caso, com abordagem qualitativa, desenvolvido em Paracuru-CE. A amostra foi composta por 13 profissionais de uma empresa de terceirização de serviços de manutenção, no setor petrolífero offshore. Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada. Os dados dos questionários sociodemográficos foram tabulados em planilha do software Microsoft Office Excel e analisados mediante a análise estatística descritiva. Para as entrevistas, foi utilizado o auxílio do software IRAMUTEQ, e a análise valeu-se da análise de conteúdo de Bardin. Os resultados demonstram que, na visão dos entrevistados, o trabalho offshore é regido e fiscalizado por diversas normas. Contudo, apresenta ainda um alto risco para acidentes, o que gera tensão em seus trabalhadores. As condições de trabalho precisam melhorar já que, mesmo sendo uma queixa antiga, ainda há relatos de falta de material e ferramentas, algumas vezes tendo que agir em desconformidade com a normas técnicas para não paralisar a produção. No processo de trabalho, há o chamamento para atendimentos a demandas de trabalho no horário de descanso em virtude de os profissionais trabalharem em regime de sobreaviso. O social, na plataforma, é regado por relações de diferenciação entre o chefe (efetivos da estatal) e os terceirizados e, embora não relatado por todos os entrevistados, percebe-se que alguns se sentem afetados e constrangidos. Nas horas livre, na plataforma, é comum assistir à televisão. Alguns dos entrevistados relaram praticar atividade física embora não haja incentivo à prática e a academia seja pequena e sucateada para a demanda. Nestes horários, também há interação entre os colegas de trabalho, com muitas conversas, brincadeiras e descontração. Eles destacam que, com os colegas, há uma relação de família. A relação dos trabalhadores offshore com seus familiares, os quais ficam em terra, é marcada por desencontros e ausências em momentos sociais importantes, além da dificuldade de comunicação existente nos dias em que estão embarcados, minimizada pelas redes sociais para os que têm acesso à internet. No período de realização deste estudo, nem todos os profissionais tinham a chave de acesso à internet, cujo compartilhamento não é permitido. Fica evidente a necessidade de haver maiores e melhores investimentos em pesquisas e políticas que venham a intervir e promover a saúde dos profissionais offshore terceirizados, de modo a modificar a realidade posta e valorizá-los, não só por eles contribuírem significativamente para o rendimento de bilhões às empresas e aos cofres públicos, mas principalmente pela dignidade da pessoa humana.
Abstract: The health of the worker seeks to understand the relationship between work and the health / disease process. From this, there is a need to better understand the work and its conditions. Work in the offshore oil industry is designed by adverse conditions, namely: danger, complexity, continuous character and collective dimension. This segment of work has a large part of outsourced labor, which is characterized by multiple forms of precarious work. Given this conjuncture the present study aims to analyze the collective memories present in narratives of outsourced offshore workers on their conditions and work organizations. This is a case study with a qualitative approach, developed in Paracuru-CE. The sample consisted of 13 professionals from a maintenance outsourcing company in the offshore oil sector. For data collection, a sociodemographic questionnaire and a semi-structured interview were used. The data of the sociodemographic questionnaires were tabulated in a Microsoft Office Excel spreadsheet and analyzed using descriptive statistical analysis, the IRAMUTEQ software was used for the interviews and the analysis was based on the Bardin content analysis. The results show that, in the view of the interviewees, offshore work is governed and supervised by various norms. However, there is still a high risk for accidents which generates tension in their workers. The working conditions need to improve, even though it is an old complaint, there are still reports of a lack of material and tools, sometimes having to provide unsuitable ways to not stop production. In the work process there is the call for attendance to work demands in the rest time, because the professionals work under a regime of warning. The social on the platform is watered by relations of differentiation between the boss (effective from the state) to outsourced, not reported by all respondents, but which affects and constrains some. In free time, on the platform, it is common to watch television, some have reported practicing physical activity although there is no incentive to practice and the gym is small for demand and scrapped. At these times, there is also interaction with co-workers, with many conversations, jokes and relaxation. They note that with colleagues there is a family relationship. The relationship of offshore workers with their families who stayed on land is marked by disagreements and absence at important social moments, in addition to the difficulty of communication existing on the days embarked. What minimizes this difficulty are the social networks, for those who have access to the internet. In the period of the study not all the professionals had key of access to Internet and the sharing of this one is not allowed. There is a clear need for greater and better investments in research and policies that will intervene and promote the health of outsourced offshore professionals, in order to modify the reality posed and value them, not only because they contribute significantly to the income of billions businesses and public coffers, but for the dignity of the human person.
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27053
Appears in Collections:PPGSCOL/FACISA - Mestrado em Saúde Coletiva

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