PPGSE - Doutorado em Sistemática e Evolução
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Tese Revisão do gênero Lycoperdon Pers. (Lycoperdaceae, Agaricales) mediante análises morfológicas e moleculares(2017-03-30) Alfredo, Dônis da Silva; Baseia, Iuri Goulart; Esteban, Maria Paz Martín; ; http://lattes.cnpq.br/1646397903899651; ; http://lattes.cnpq.br/1260730935714266; ; http://lattes.cnpq.br/2504659174089806; Bellini, Bruno Cavalcante; ; http://lattes.cnpq.br/8609476121598138; Theodoro, Raquel Cordeiro; ; http://lattes.cnpq.br/0977453259767928; Gusmão, Luiz Fernando Pascholati; ; Cabral, Tiara Sousa; ; http://lattes.cnpq.br/4030476865559301Em uma estimativa sobre a biodiversidade da terra acredita-se haver entorno de 50 milhões de espécies e para os fungos acredita-se que essa estimativa gira em torno de 5,1 milhões de espécies, o que levaria cerca de 1000 anos para os taxonomistas identificassem todas essas espécies. Os taxonomistas têm empregado muito esforço para identificar essas espécies de fungos, incluindo o gênero representante dos chamados “puffballs” -Lycoperdon Pers. Durante um longo período, a taxonomia do gênero Lycoperdon se baseou fundamentalmente em caracteres morfológicos, e muitos conceitos adotados para nomear espécies tem se mostrado divergentes entre os taxonomistas. Até o final da década de 80, diversos trabalhos de taxonomia morfológica foram publicados e ajudaram a ampliar o conhecimento sobre a diversidade de espécies de Lycoperdon em quase todos os continentes, no entanto, em muitos casos a morfologia não é suficiente para segregar espécies crípticas, ou esclarecer problemas de divergência quanto a sinonimização de táxons. No início da década de 90 houve uma revolução na taxonomia de fungos com o uso de ferramentas moleculares na classificação de espécies, relacões filogenéticas e identificação novos táxons. Representantes do gênero Lycoperdon foram estudados por meio dessa nova ferramenta somente no início do século 21, e logo em seguida em 2008, com os trabalhos de Larsoon e Jeppson, sendo que alguns gêneros como Morganella e Vascellum foram reconhecidos como subgêneros de Lycoperdon. Durante esse período outra ferramenta passou a ganhar espaço na identificação de espécies por meio de um código de barras molecular, e essa ferramenta passou a ser usada na identificação de animais, plantas e fungos, usando dentre outra, a região espaçadora transcrita interna (ITS), embora, até o presente momento, nenhum trabalho de DNA “barcoding” havia sido realizado com as espécies do gênero Lycoperdon. O presente trabalho teve o objetivo de revisar as espécies do gênero Lycoperdon para América do Sul, identificando-as com base nos caracteres morfológicos e no uso da região ITS como DNA “barconding” de fungos e, posteriormente, adicionando a região da subunidade maior (LSU) do nrDNA para avaliar se ao adicionar as espécies sul-americanas, Morganella seguiria como subgênero de Lycoperdon. Para isso, foram realizados empréstimos de herbários nacionais e internacionais; usando literatura especializada na taxonomia do gênero Lycoperdon e com ajuda de renomados especialistas do grupo, as espécies de Lycoperdon foram identificadas. Posteriormente, foi extraído o DNA de pequenas porções internas do basidiomas; logo em seguida o produto extraído foi amplificado e sequenciado; as sequências foram editadas e submetidas à busca por similaridade no GenBank utilizando o programa BLAST para checar se as sequências se assemelhavam as regiões comparadas; uma vez realizado esse processo as sequências foram corridas em análises de Máxima Parcimônia e distância (K2P) utilizando o programa PAUP; a árvore de distância se obteve por Neighbor-Joining. Além disso, foi realizada a análise Bayesiana no programa MrBayes; as árvores geradas foram visualizadas no FigTree e editadas no programa InkScap. Com base somente no ITS como DNA barcoding do gênero Lycoperdon, obteve-se os seguintes resultados: 65% das amostras obtiveram sucesso de amplificação; foram identificadas 19 espécies, excluindo aquelas que estavam sob Morganella, para América do Sul e Central; quatro táxons são primeiros registros para o continente sul-americacano: Lycoperdon calvescens, L. endotephrum, L. ericaeum e L. eximium; e foi erguido um novo subgênero: Lycoperdon subg. Arenicola. Com base nas análises de morfológia e DNA barcoding foi possível identificar 43 espécies do gênero Lycoperdon, sendo que destas, 30 espécies são reportadas para América do Sul e Central; poucas espécies se encontram nos dois hemisférios (aprox. 30 %). Com estes resultados, concluímos que ITS como DNA “barcoding” de Lycoperdon é promissor, embora alguns grupos necessitem incluir mais espécimes e marcadores. A taxonomia morfológica continua sendo crucial na interpretação de dados geradas pela taxonomia molecular.Tese Prospecção da biodiversidade críptica e padrões biogeográficos em peixes do litoral e ilhas oceânicas do Atlântico Ocidental(2017-03-30) Souza, Allyson Santos de; Molina, Wagner Franco; ; http://lattes.cnpq.br/8437464961129518; ; http://lattes.cnpq.br/1368253179222096; Lima, Sérgio Maia Queiroz; ; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; Blaha, Carlos Alfredo Galindo; ; http://lattes.cnpq.br/2307806644081146; Garcia Júnior, José; ; http://lattes.cnpq.br/9453700782433881; Lima Filho, Paulo Augusto de; ; http://lattes.cnpq.br/6923870491324619O extenso litoral brasileiro é multipartido em diferentes ecossistemas, compostos por estuários, manguezais, sistemas recifais, ilhas costeiras e oceânicas. Estes ambientes possuem uma ictiofauna bastante diversificada composta por 1.297 espécies, das quais aproximadamente 25% representam espécies endêmicas. Esses níveis de biodiversidade podem ser incertos, devido a ocorrência de espécies crípticas e politípicas e pela ausência de estudos populacionais, sobretudo em espécies recifais. Neste sentido, foram analisados aspectos populacionais, taxonômicos e filogenéticos de espécies das famílias Pomacentridae (Perciformes) e Carangidae (Carangiformes), distribuídos ao longo da costa e ilhas oceânicas brasileiras. As análises moleculares e morfométricas realizadas em S. variabilis, S. fuscus, S. rocasensis, S. sanctipauli e S. fuscus trindadensis indicaram sinonímia entre S. rocasensis e S. sanctipauli, e entre S. fuscus e S. fuscus trindadensis. Além disso, revelaram a presença de uma possível espécie críptica que tem sido confundida com S. variabilis. As análises populacionais em Abudefduf saxatilis no Atlântico Ocidental, incluindo as ilhas oceânicas, revelam um quadro de panmixia desde a Venezuela até o sudeste do Brasil, enquanto que as populações insulares possuem diferentes níveis de estruturação genética, sobretudo a da Ilha de Trindade. As análises genéticas na espécie politípica Caranx lugubris indicaram uma grande população panmítica no Atlântico Ocidental, lançando novos dados sobre a origem dos morfótipos que ocorrem no entorno do Arquipélago de São Pedro e São Paulo. Os dados obtidos aprofundam o conhecimento da fauna íctica insular do Atlântico e servem de subsídios para o manejo e conservação de espécies dessas importantes e particulares regiões oceânicas.Tese Revisão morfológica e molecular do gênero Cyathus Haller (Nidulariaceae, Agaricales, Basidiomycota)(2017-03-31) Cruz, Rhudson Henrique Santos Ferreira da; Baseia, Iuri Goulart; Lúcio, Paulo Sérgio Marinho; ; http://lattes.cnpq.br/8301201882084757; ; http://lattes.cnpq.br/1260730935714266; ; http://lattes.cnpq.br/1679347120330619; Goto, Bruno Tomio; ; http://lattes.cnpq.br/5968043766728580; Theodoro, Raquel Cordeiro; ; http://lattes.cnpq.br/0977453259767928; Silva, Bianca Denise Barbosa da; ; http://lattes.cnpq.br/5626730758767685; Wartchow, Felipe; ; http://lattes.cnpq.br/6314571767850075O gênero Cyathus Haller foi estabelecido em 1768, porém estudos taxonômicos aprofundados envolvendo o grupo só ocorreram à partir de 1844. Nos anos seguintes foram propostas alterações na classificação infragenérica de Cyathus baseando-se principalmente na morfologia. Lloyd, em 1906, distribuiu as espécies em cinco grupos, e em 1975 Brodie ampliou para sete grupos. Com o avanço dos estudos filogenéticos, as classificações morfológicas foram testadas e uma nova subdivisão em três grupos foi proposta por Zhao e colaboradores, em 2007. Tendo como base as características morfológicas utilizadas nas duas últimas classificações, é notável a presença de caracteres morfológicos ambíguos e mal delimitados, o que torna a identificação em nível de espécie muitas vezes duvidosa. Assim, esta tese se propôs a compreender as relações filogenéticas dos fungos do gênero Cyathus, e como estas relações refletem na caracterização taxonômica, através de análises morfológicas e moleculares abrangendo a maior parte das espécies tipo do grupo. Os espécimes analisados procedem de empréstimo de coleções de fungos nacionais (JPB, URM, UESC e UFRNFungos) e internacionais (BBH, BPI, PH, DAOM, K, MA-Fungi, PC e TNS). As análises morfológicas e moleculares foram realizadas no Brasil e no Japão: a morfologia seguiu a metodologia padrão para o grupo, e a análise molecular foi realizada com base em protocolos disponíveis na literatura ou indicados pelos fabricantes dos reagentes, com etapas adaptadas para o gênero Cyathus, incluindo o desenho de primers específicos. Novos caracteres morfológicos informativos foram definidos a partir da redescrição de 50 tipos e 4 outras espécies. Todas as 81 espécies com nome em uso corrente foram discutidas. Pranchas de imagens, lista de nomes inválidos e lista de sinônimos também são apresentadas. As análises filogenéticas utilizando Máxima Parcimônia e Bayesiana incluíram 36 espécies, sendo 25 delas enquadradas em alguma categoria de tipo nomenclatural. O monofiletismo de Cyathus foi confirmado com suporte máximo em ambos os testes, e os grupos infragenéricos da última classificação baseada em dados moleculares se mantiveram inalterados, entretanto o clado striatum apresentou segregação em cinco grupos e dois subgrupos. A organização filogenética está suportada com base em caracteres morfológicos, e são apresentadas diagnoses para cada um dos agrupamentos bem como uma chave dicotômica para a separação infragenérica.Tese Filogenia molecular, biogeografia e aspectos evolutivos de Pilosocereus (Cactaceae)(2017-03-31) Rolim, Pâmela Lavor; Versieux, Alice de Moraes Calvente; Versieux, Leonardo de Melo; ; http://lattes.cnpq.br/9905184321288831; ; http://lattes.cnpq.br/7557922092763217; ; http://lattes.cnpq.br/1873897404487606; Carvalho, Fernanda Antunes; ; http://lattes.cnpq.br/2620472775326289; Cardoso, Domingos Benício Oliveira Silva; ; http://lattes.cnpq.br/2228981567893077; Medeiros, Maria Cláudia Melo Pacheco de; ; http://lattes.cnpq.br/5881224420369338; Soffiatti, Patrícia; ; http://lattes.cnpq.br/6303148071303678O gênero Pilosocereus pertence à Cactaceae (subfamília Cactoideae) e é um dos maiores e mais bem distribuídos gêneros dentro da tribo Cereeae. Com 42 espécies, divididas nos subgêneros Pilosocereus e Gounellea, o gênero é distribuído de forma disjunta na região neotropical, ocorrendo nos mais diferentes tipos de hábitats, sempre associados a ambientes xéricos, sendo o leste do Brasil o seu maior centro de diversidade. Em razão de suas características morfológicas, as quais lhe conferem grande adaptabilidade a ambientes xéricos (assim como as demais Cactáceas), as espécies de Pilosocereus são frequentemente dominantes e assumem um importante papel ecológico e etnobotânico onde ocorrem. No entanto, poucos tem sido os trabalhos até o momento que tiveram como foco o gênero como um todo. Assim, esta tese teve como objetivo investigar o relacionamento filogenético, a biogeografia e aspectos evolutivos do gênero Pilosocereus. No capítulo 1 investigou-se os processos de diversificação de Pilosocereus nos hábitats áridos da região Neotropical, a partir do relacionamento filogenético, do tempo de divergência de clados e da reconstrução de áreas ancestrais. Concluiu-se que o gênero não é monofilético, e o principal clado (Pilosocereus sensu stricto) diversificou-se muito recentemente (principalmente no Pleistoceno tardio), com origem na Caatinga e eventos de migração para outros ambientes xéricos da América do Norte/Central, Noroeste da América do Sul e Caribe. No capítulo 2, reconstruiu-se o relacionamento filogenético do gênero através de análise bayesiana e máxima parcimônia, com uma ampliação da amostragem de táxons e regiões genômicas em relação a trabalhos previamente publicados. Comprovou-se a não monofilia do grupo, bem como de quatro espécies heterotípicas, o que permitiu propor mudanças taxonômicas, incluindo a elevação de categoria de três espécies; três novos sinônimos; um novo nome no ranking de espécie e um novo gênero, Xiquexique (composto pelas espécies formalmente posicionadas em P. subg. Gounellea), passando então Pilosocereus a uma nova circunscrição, com 42 espécies e quatro subespécies. Por fim, no capítulo 3 apresenta-se o padrão de distribuição, riqueza, endemismo e atual situação de conservação de todas as espécies do grupo, onde foi encontrado que alguns táxons apresentam restrições ao tipo de vegetação, mas a maioria se mostra amplamente distribuída em diferentes gradientes ambientais. A maior riqueza de espécies e diversidade filogenética são encontradas nos estados da Bahia e Minas Gerais, com áreas de endemismo sendo apontadas para o leste do Brasil e México. Assim, esta tese teve uma abordagem multidisciplinar a fim de elucidar diferentes aspectos da biologia deste grande e diverso grupo, que até o momento permaneciam desconhecidos.Tese Genética molecular e ecologia em uma abordagem integrativa para conservação de Octopus insularis Leite & Haimovici, 2008 no Atlântico Tropical(2017-04-07) Lima, Françoise Dantas de; Lima, Sérgio Maia Queiroz; Leite, Tatiana Silva; ; http://lattes.cnpq.br/1003039770050759; ; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; ; http://lattes.cnpq.br/1360607191091655; Garda, Adrian Antonio; ; http://lattes.cnpq.br/2685356834735366; Freire, Fulvio Aurelio de Morais; ; http://lattes.cnpq.br/8313295480738032; Paiva, Paulo Cesar de; ; http://lattes.cnpq.br/1226350276509077; Floeter, Sérgio Ricardo; ; http://lattes.cnpq.br/1643200379939208A abordagem integrativa aplicada à conservação de uma espécie é essencial para a compreensão dos fatores que contribuem para a diversificação de populações, processos de especiação e identificação de padrões ecológicos. Para traçar um panorama de conservação para Octopus insularis, foi adotada uma abordagem integrativa que envolve elementos da filogenia, filogeografia, Barcoding, modelagem do nicho climático e genética da paisagem. O presente estudo foi realizado em 15 localidades da costa oeste e ilhas oceânicas do Atlântico Tropical. Foi identificado um aumento da área de distribuição de O. insularis para o mar do Caribe, o qual confirma o alto potencial da espécie para dominar ambientes de águas quentes e rasas. Além disso, verificou-se problemas com a identificação incorreta das espécies que compõem os estoques pesqueiros dessa região e do Golfo do México, o que pode ameaçar a espécie endêmica O. maya. Através do enfoque filogenético com inferência biogeográfica, foi possível identificar o Caribe como possível centro de origem do O. insularis, a qual divergiu de outras do gênero após o soerguimento do Istmo do Panamá. Três clados contendo espécies transistimianas confirmam a importância desse evento geológico no processo de especiação em octópodes. A influência dos processos climáticos subsequentes nas populações de O. insularis foi analisada através da modelagem do nicho em cinco cenários temporais. A análise revelou expansão do nicho de O. insularis, em direção a regiões temperadas nos cenários de aquecimento global. Já a filogeografia, estruturação populacional mostrou quatro populações/estoques bem delimitados geneticamente, devido ao regime da Corrente Sul Equatorial e montes submersos. Tais resultados corroboram a hipótese do isolamento por Resistência. Os resultados do presente estudo permitiram uma visão holística dos fatores genéticos, ecológicos e oceanográficos que influenciam a espécie O. insularis e auxiliaram a traçar um atual panorama de conservação e regulamentação da espécie, bem como sugerir futuras medidas de manejo para e espécie.Tese Diversidade e conservação da ictiofauna das bacias envolvidas no Projeto de Transposição do rio São Francisco(2017-04-12) Silva, Márcio Joaquim da; Lima, Sérgio Maia Queiroz; Ramos, Telton Pedro Anselmo; ; http://lattes.cnpq.br/7042816462852881; ; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; ; http://lattes.cnpq.br/9654253095903871; Espírito-Santo, Helder Mateus Viana; ; http://lattes.cnpq.br/6941336635055338; Figueiredo, Carlos Augusto Assumpção de; ; http://lattes.cnpq.br/3028042765142332; Medeiros, Elvio Sérgio Figueiredo; ; Siqueira Filho, José Alves de; ; http://lattes.cnpq.br/9643443570701007Os ecossistemas aquáticos dulcícolas estão entre os mais ricos, em termos de número de espécies, e ameaçados por alterações antrópicas no mundo. Impactos como a introdução de espécies não nativas e as transposições de águas entre bacias distintas (como é o caso do Projeto de Transposição do rio São Francisco-PISF) ameaçam a conservação das espécies. A preocupação com a conservação das espécies fomentou a criação das chamadas Unidades de Conservação (UCs - No Brasil foram criadas a partir de 1930 e tem níveis de restrição de usos diversos). Provavelmente, estes mecanismos têm sido insuficientes na conservação dos peixes, pois mesmo após suas criações, a contribuição das espécies não nativas nas comunidades naturais só tem crescido ao longo dos anos e é apontada como a segunda causa de extinção de espécies do planeta. Nesse contexto, o presente estudo buscou estabelecer uma padronização da nomenclatura das espécies nas bacias envolvidas no PISF, antes da conexão artificial, evidenciando o atual nível de conhecimento da ictiofauna e construir uma linha de base para detectar futuros impactos da obra. Além disso, objetivamos avaliar a efetividade das UCs em proteger os peixes das bacias envolvidas no projeto e modelar o risco de invasão de espécies exclusivas da bacia doadora nas receptoras. Para tanto, foram utilizados registros primários e secundários das espécies. Os resultados apontam para baixa similaridade entre a composição de espécies das bacias doadora e receptoras do PISF, além de indicar a importância das UCs para conservação dos peixes da região, que mesmo com tamanho reduzido (~1% da Caatinga) abrigam porcentagem significativa da fauna associada (entre 24 e 31% das espécies de cada bacia). Ademais, foi obtido que as bacias receptoras do PISF, apresentam adequabilidade para 11 espécies (sete famílias e três ordens) exclusivas da bacia doadora (Leporinus friderici, Megaleporinus obtusidens, Pamphorichthys hollandi¸ Pimelodus maculatus, Moenkhausia sanctaefilomenae, Hemigrammus brevis, Pimelodella laurenti, Cichlasoma sanctifranciscense, Centromochlus bockmanni, Conorhynchos conirostris e Pseudoplatystoma corruscans, ordem decrescente de adequabilidade geral). Por fim, reforçamos a necessidade da criação/ampliação das UCs nas bacias envolvidas, para que estas cumpram melhor o seu objetivo conservacionista e, corroboramos a necessidade do monitoramento constante da invasão de espécies nas bacias receptoras das águas do PISF, a fim de garantir a preservação das comunidades ícticas nativas.Tese Filogenia de Seirinae (Collembola, Entomobryoidea, Entomobryidae) na região Neotropical baseada em genomas mitocondriais completos(2017-09-27) Godeiro, Nerivânia Nunes; http://lattes.cnpq.br/6152359947005239; Bellini, Bruno Cavalcante; Lima, Sérgio Maia Queiroz; https://orcid.org/0000-0001-9365-4879; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; https://orcid.org/0000-0001-7881-9436; http://lattes.cnpq.br/8609476121598138; Baseia, Iuri Goulart; http://lattes.cnpq.br/1260730935714266; Gama, Renata Antonaci; https://orcid.org/0000-0002-8026-6022; http://lattes.cnpq.br/0179756405650744; Zeppelini Filho, Douglas; http://lattes.cnpq.br/9831782694813481; Sulzbacher, Marcelo AluisioSeirinae é uma das mais diversas subfamílias de Collembola, e grande parte dessa diversidade é devida a Seira Lubbock que possui, aproximadamente, 220 espécies reconhecidas. Até o momento, nenhuma filogenia interna foi proposta para o táxon, o que dificulta a organização do conhecimento para comparação, descrição de novas espécies e gêneros, além da própria compreensão dos seus padrões evolutivos. A quetotaxia dorsal é o principal componente morfológico utilizado para distinguir espécies, e embora comprovadamente diagnóstico, pode ser variável intraespecificamente. O principal objetivo deste trabalho é esclarecer as relações filogenéticas entre os Seirinae neotropicais, do ponto de vista molecular e morfológico, o que poderá resultar numa melhor organização interna da subfamília. Para tanto, foram sequenciadas 27 amostras de diferentes espécies de Entomobryidae e uma de Paronellidae. Para as análises moleculares, foi extraído e quantificado o DNA total de um indivíduo/amostra e bibliotecas foram construídas e sequenciadas por Next Generation Sequencing utilizando o HiSeq 2000. O genoma mitocondrial (DNAmt) completo das espécies foi reconstruído através de análises de bioinformática utilizando duas metodologias: SOAPdenovo_Trans e MIRA/MITOBim. Duas filogenias foram propostas: uma contendo somente os genomas reconstruídos neste trabalho e outra complementar, onde foram incluídos 11 DNAmt de Collembola disponibilizados em bancos de dados online. As filogenias foram feitas por análises Bayesianas utilizando os treze genes codificantes proteicos que correspondem a quase totalidade do DNAmt. Os resultados corroboram com a proposta atual que a ordem Poduromorpha é a mais basal de Collembola; a ordem Symphypleona aparece como grupo-irmão de Entomobryomorpha, que apresenta clara divisão em duas superfamílias, Isotomoidea e Entomobryoidea; o posicionamento dos gêneros Lepidocyrtoides Schött e Lepidosira Schött dentro de Entomobryinae corroboram com a mais recente filogenia publicada; a monofilia de Seirinae e seus grandes grupos internos foi comprovada pela primeira vez por dados moleculares com alto apoio nodal; o gênero Tyrannoseira Bellini & Zeppelini, recentemente descrito, foi validado filogeneticamente; Lepidocyrtinus Börner foi alçado a status de gênero; e três sinonímias de espécies foram propostas; por fim, algumas características morfológicas de Seirinae foram identificadas como diagnósticas e com sinal filogenético, como por exemplo, a quantidade de macroquetas no primeiro segmento abdominal.Tese Aspectos cariogenômicos em espécies marinhas de Haemulidae (Perciformes) e Labridae (Labriformes): uma perspectiva evolutiva(2017-09-29) Motta Neto, Clóvis Coutinho da; Molina, Wagner Franco; Artoni, Roberto Ferreira; ; ; ; Souza, Allyson Santos de; ; Garcia Júnior, José; ; Cioffi, Marcelo de Bello; ; Lima Filho, Paulo Augusto de;A Série Percomorpha é maior divisão entre os vertebrados, constituindo o maior e mais derivado clado de peixes teleósteos. Dentre suas Ordens, Perciformes e Labriformes constituem modelos adequados à investigação do conservadorismo e diversificação cromossômica. Em Perciformes o conservadorismo cromossômico é representado por cariótipos basais com 2n=48 acrocêntricos, extensivamente compartilhados por uma parcela considerável de espécies. As causas e extensão do conservadorismo cariotípico em várias famílias desta Ordem não são inteiramente claras. Diante da diversidade de espécies em Labriformes, aspectos mais detalhados de sua evolução cariotípica ou mesmo status taxonômico de algumas espécies merecem particular atenção. Com vistas a contribuir com novas informações sobre essas questões foram implementadas análises cromossômicas convencionais (coloração convencional com Giemsa, bandamento C e Ag-RONs, fluocrocromos base-específicos) e citomoleculares (hibridização in situ com sondas DNAr 18S, DNAr 5S). Oito espécies dos gêneros Anisotremus e Haemulon da família Haemulidae (Perciformes) foram analisadas, incluindo amostras de diferentes áreas do Atlântico, como modelo de evolução conservativa. Em 2 espécies do gênero Bodianus da família Labridae (Labriformes), foram analisados também aspectos da evolução de sequências repetitivas particulares (DNAr 18S, DNAr 5S, Alu e Tol2) nos cromossomos por hibridização com 5 metilcitosina (5mC). Adicionalmente, foram realizadas comparações filogenéticas, utilizando sequências de DNA mitocondrial (COI e 16S) e nuclear (Rodopsina) para verificar o status taxonômico da espécie Bodianus insularis, endêmica das ilhas Meso-Atlânticas. Todas as espécies de Haemulidae apresentaram 2n=48a, sítios Ag-RONs simples e heterocromatina centromérica reduzida, além de considerável compartilhamento de sítios de DNAr 5S e 18S, confirmando a ocorrência de estase cariotípica na família. Os padrões cariotípicos das populações de A. virginicus e H. chrysargyreum entre o Caribe e Atlântico Sul não revelaram variações cromossômicas decorrentes da barreira dos deságues dos rios Amazonas/Orinoco. Em Bodianus, as análises identificaram uma notável região descondensada em um par cromossômico subtelocêntrico, denominada região BOD. Entre suas características constitutivas e funcionais particulares, se mostram DAPI-, argentofílica (Ag+), marcantemente hipometilada e saturada de elementos transponíveis, sugerindo que a participação destes elementos móveis pode ter contribuído para sua gênese e dinâmica epigenética complexa. Quanto a espécie endêmica B. insularis, sua divergência genética é muito inferior à apresentada por espécies diferenciadas sugerindo que embora represente um grupo geograficamente isolado, constitua uma sinonímia de B. pulchellus. A divergência nos ritmos de diversificação cariotípica entre Haemulidae e Labridae é aqui discutida à luz de características cariotípicas intrínsecas que podem favorecer o tamponamento e a fixação de mudanças cromossômicas e aspectos biológicos das espécies que contribuem para as condições particulares de evolução cariotípica desses dois grupos de peixes marinhos.Tese Samambaias e Licófitas: florística e aspectos biogeográficos na Floresta Atlântica no Nordeste do Brasil(2018-02-26) Silvestre, Leandro Costa; Jardim, Jomar Gomes; Xavier, Sergio Romero da Silva; ; ; ; Versieux, Leonardo de Melo; ; Santiago, Augusto César Pessoa; ; Salimon, Cleber Ibraim; ; Carvalho Sobrinho, Jefferson Guedes de;As samambaias e licófitas compreendem as plantas vasculares sem sementes, e apresentam a fase esporofítica dominante. Atualmente estão distribuídas em diversas regiões, com maior predominância na região Tropical, ocorrendo principalmente nas florestas úmidas, como a Floresta Atlântica e Amazônica, locais com o registro de 915 e 534 espécies respectivamente no Brasil. São recorrente estudos indicando relações florísticas entre a Floresta Atlântica a Amazônica, de forma que diversas espécies, não apenas de samambaias e licófitas, apresentam ocorrência nestes domínios fitogeográficos. Este trabalho visa registrar a ocorrência de espécies de samambaias e licófitas em remanescentes de Floresta Atlântica nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, destinadas a conservação da biodiversidade e importantes para a formação de corredores na Floresta Atlântica. Por meio da distribuição das espécies da família Pteridaceae foi desenvolvida uma análise de panbiogeografia visando encontrar traços generalizados compatíveis com as rotas para troca de espécies entre a Floresta Atlântica e Amazônica. Considerando que estas rotas seriam viáveis para presença de fragmentos florestais em outros domínios fitogeográficos como a Caatinga, o Cerrado e o Pantanal foi gerada uma modelagem de distribuição dos biomas na América do Sul visando estabelecer a delimitação dos biomas durante o Último Máximo Glacial (período glacial) e durante o Holoceno Médio (período interglacial). O registro de samambaias e licófitas ocorreu em três unidades de conservação, o Parque Nacional de Ubajara, Área de Proteção Ambiental Serra da Meruoca (ambas no Ceará) e a Área de Relevante Interesse Ecológico Mata da Bica (Rio Grande do Norte). Nestas áreas buscou-se visitar o maior número de ambientes possíveis, principalmente aqueles com maior predominância de ocorrência de samambaias e licófitas, o material coletado foi herborizado e depositado nos herbários RN, UFRN, EAC e JPB. Para a análise de panbiogeografia foi elaborada uma planilha com o registro de espécies de Pteridaceae ocorrentes na Floresta Atlântica no Nordeste do Brasil e posteriormente foram elaborados traços individuais, generalizados e nos panbiogeográficos por meios dos softwares Martitracks e Quantum Gis. Para a modelagem da distribuição dos biomas durante o período glacial e interglacial, foi utilizado o software Maxent, com o algoritmo de mesmo nome e o software Openmodeller com o algoritmo de distância ambiental. A flora registrada na Área de Relevante interesse ecológico (ARIEC) da Mata da Bica e Área de Proteção Ambiental (APA) Serra da Meruoca corresponde a 17 espécies de samambaias e uma licófitas. De acordo com a análise de similaridade foi observada uma maior similaridade florística entre as áreas da APA Serra da Meruoca e ARIEC Mata da Bica com áreas do domínio fitogeográfico da Caatinga, mesmo ocorrendo em fitofisionomia da Floresta Atlântica. Por meio da análise de Panbigeografia foi identificado que as homologias espaciais encontradas através dos traços generalizadas, corroboram com as rotas principais para o intercâmbio de espécies entre as Florestas Atlântica e Amazônica. Em relação com a delimitação dos biomas durante os períodos glaciais e interglaciais foi observada que maioria das áreas dos biomas analisados apresentaram expansão durante o Holoceno Médio em comparação com o Último Máximo Glacial. A expansão ocorreu nas Florestas Tropicais e Subtropicais Latifoliadas Úmidas (19,52%), Pradarias, Savanas e Matagais Temperados (12,12%) e Florestas Tropicais e Subtropicais Latifoliadas Secas (8,76%). Ocorreu retração nos Pradarias e Savanas Alagadas (1,25%) e Pradarias, Savanas e Matagais Tropicais e Subtropicais (6,38%). Também foram registradas áreas de estabilidade de florestas úmidas que poderiam atuar como pontes para a troca de espécies.Tese Fungos micorrízicos arbusculares em áreas costeiras no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil(2018-03-26) Lima, Ruy Anderson Araújo de; Goto, Bruno Tomio; ; ; Lira, Carla Rejane Sousa de; ; Wartchow, Felipe; ; Sulzbacher, Marcelo Aloisio; ; Cruz, Rhudson Henrique Santos Ferreira da;Dois estudos sobre a influência de fatores ambientais na distribuição de fungos micorrízicos arbusculares (FMA) foram conduzidos em duas áreas costeiras no estado do Rio Grande do Norte, entre os anos de 2013 a 2015. As coletas de material biológico ocorreram durante os períodos de chuva e estiagem. O primeiro estudo ocorreu em uma área de Mata Atlântica, em duas fitofisionomias distintas, onde foi avaliado se a comunidade de FMA local respondia à variação na concentração de elementos do solo, sob a hipótese de que a deficiência nutricional poderia favorecer a diversidade de FMA e está diretamente associada ao padrão de distribuição desses organismos. Divergente do esperado, os FMA da localidade não se mostraram significativamente influenciados pelas variáveis edáficas observadas, apresentando indícios de sua distribuição estar positivamente relacionada à diversidade vegetal da localidade onde estão inseridos. Nesse estudo foi encontrado o primeiro registro de Septoglomus furcatum para áreas de Mata Atlântica. O segundo estudo ocorreu em região de dunas costeiras que apresenta uma vegetação de Caatinga, no qual foi observada a distribuição dos FMA em áreas alagáveis e não alagáveis por influência fluvial hipersalina. Nesse estudo, foi observado que as águas fluviais atuam como um filtro ambiental influenciando na distribuição das espécies de FMA. Das espécies registradas no segundo estudo, três representam novos registros para a ciência (Scutellospora sp. Cetraspora sp. e Rhizoglomus sp.), uma espécie é considerada rara (Acaulospora spinosissima) e duas são de descrição original antiga (Glomus nanolumem e Rhizoglomus microaggregatum). No decorrer dos estudos alguns esporos foram descritos como “sp.” devido à baixa quantidade de glomerosporos obtidos, por peneiramento úmido e centrifugação em água e sacarose, levando a busca por um aprimoramento desses métodos ou proposta de novos processos de extração de FMA do solo, sendo sugerido a metodologia aqui batizada de “wet shaking” que se mostrou mais eficiente em relação as metodologias anteriormente mencionadas.Tese Russulaceae em áreas do Norte e Nordeste do Brasil, depositados nos herbários UFRN-FUNGOS e JPB(2018-06-29) Almeida, Mariana Cavalcante e; Wartchow, Felipe; Roy, Mélanie; ; ; ; Silva, Bianca Denise Barbosa da; ; Lira, Carla Rejane Sousa de; ; Melo, Georgea Santos Nogueira de; ; Cruz, Rhudson Henrique Santos Ferreira da;A família Russulaceae Lotsy é composta por basidiomicetos ectomicorrízicos, com alguns representantes desta família apresentando também interesse econômico na indústria farmacológica e culinária. A maioria dos representantes dessa família possuem basidioma agaricoide, mas há representantes pleurotoides, secotioides e gasteroides que compartilham características microscópicas similares. A maioria das espécies desta família são descritas para regiões temperadas e Paleotrópicas, isso faz com quea diversidade para Neotropicos pareça menor quando comparada com as demais regiões, possivelmente devido a falta de esforço de coleta e/ou falta de especialistas para fazer a correta identificação das espécies depositadas em herbários. Os representantes agaricoides da família Russulaceae estão divididos em quatro gêneros Lactarius, Lactifluus, Multifurca e Russula. No Brasil existem, atualmente, sete espécies descritas de Lactifluus, 21 espécies de Lactarius e 31 espécies de Russula. Neste trabalho, foram analizadas morfologicamente dez espécies depositadas nos herbários da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal da Paraíba, sendo três espécies de Lactifluus (Lf. paraensis, Lf. piperogalactus e Lf. venosellus) e sete de Russula (R. candida, R. glutinosa, R. pices, R. pisciodora, Russula rondonensis e duas de R. puiggarii). Estas espécies foram coletadas nas regiões Norte, nos Estados do Pará e Roraima; e Nordeste do Brasil nos Estados da Paraíba e Pernambuco, e, com exceção de R. puiggarii, todas são novas espécies para a ciência. Também foram realizadas análises moleculares de 60 espécies dos gêneros Lactifluus e Russula, utilizando sequências da região ITS obtidas do banco de dados Genbank; para o primeiro gênero as espécies brasileiras Lf. caatingae, Lf. dunensis e Lf. paraensis, pertencendo ao subgênero Lactariopsis com Lf. paraensis como espécie nova para a ciência; Lf. piperogalactus pertencendo ao subgênero Gymnocarpi como espécie nova e Lf. venosellus pertencendo ao subgênero Pseudogymnocarpi seção Polysphaerophori também como nova espécie. Entre as espécies de Russula foi possível extrair ITS de R. glutinosa e demonstrar que esta pertence ao subgênero Heterophyllidia como uma espécie nova para a ciência. Desse modo, com análises morfológicas e filogenéticas, foi possível confirmar as espécies Lf. paraensis, Lf. piperogalactus e Lf. venosellus, R. candida, R. glutinosa, Russula rondonensis, R. pices, R. pisciodora como espécies novas para a ciência, bem como demonstrar que as regiões Norte e Nordeste do Brasil possuem uma grande representatividade de espécies deste grupo.Tese Filogenia molecular e tempo de divergência em Harpalyce (Leguminosae, Papilionoideae) e Sinopse Taxonômica da sect. Brasilianae(2018-07-30) São Mateus, Wallace Messias Barbosa; Jardim, Jomar Gomes; Queiroz, Luciano Paganucci de; ; ; ; Carvalho, Fernanda Antunes; ; Versieux, Leonardo de Melo; ; Snak, Cristiane; ; Cardoso, Domingos Benício Oliveira Silva; ; Lima, Haroldo Cavalcante de;Harpalyce é um dos gêneros mais representativos da tribo Brongniartieae (Leguminosae, Papilionoideae) com aproximadamente 35 espécies. O gênero é caracterizado pelo hábito arbustivo ou arbóreo, tricomas glandulares peltados, folhas imparipinadas, flores com cálice bilabiado (lábio vexilar e lábio carenal), frutos do tipo legume deiscente e sementes com estrofiolo. Na última revisão taxonômica o gênero foi subdivido em três seções: Brasilianae, Cubenses e Harpalyce. Apesar de diversos trabalhos de filogenia terem confirmado o monofiletismo do gênero, nenhum abrangeu uma amostragem representativa de toda a diversidade morfológica dos táxons. Este estudo teve como objetivos avaliar o monofiletismo de Harpalyce, sua classificação infragenérica, inferir o tempo de divergência e reconstruir a evolução dos caracteres ancestrais. No presente estudo, foram realizadas reconstruções filogenéticas de Harpalyce a partir de sequências do DNA ribossomal nuclear (ITS/5.8S + ETS) e do cloroplasto (matK/trnK + trnL intron), envolvendo uma ampla amostragem de espécies pertencentes a todas as seções e demais gêneros da tribo Brongniartieae. Os resultados das reconstruções filogenéticas confirmaram o monofiletismo de Harpalyce e das três seções. As análises de datação molecular revelaram que Harpalyce divergiu dos demais gêneros da tribo Brongniartieae no Oligoceno há 30.6 Ma e se diversificou há 21 Ma. Além disso, foi realizada a revisão taxonômica da sect. Brasilianae que inclui uma chave de identificação, dados sobre distribuição geográfica, notas taxonômicas e estado de conservação de todas as espécies; e o outro estudo foi a descrição de duas espécies novas.Tese Filogenia e biogeografia de espécies neotropicais de geastrum (basidiomycota): seção myceliostroma, subseção epigaea(2018-08-31) Souza, Thiago Accioly de; Baseia, Iuri Goulart; Esteban, Maria Paz Martin; ; ; ; Lúcio, Paulo Sérgio Marinho; ; Cabral, Tiara Sousa; ; Silva, Bianca Denise Barbosa da; ; Cruz, Rhudson Henrique Santos Ferreira da;Tem sido crescente o avanço no conhecimento sobre fungos gasteroides nos neotrópicos e, ainda assim, novas espécies continuam sendo descritas para essa região. Apesar disso, inexistem estudos sobre biogeografia e evolução desses fungos. Há consenso de que os domínios morfoclimáticos neotropicais já foram conectados no passado. O gênero Geastrum é o fungo gasteroide mais bem representado nos domínios morfoclimáticos neotropicais, e por isso foi escolhido como modelo para verificar a influência da evolução biogeográfica neotropical sobre seus padrões de especiação. A diversidade de espécies neotropicais da subseção Epigaea foi investigada através de análises morfológicas e moleculares (ITS e LSU nrDNA). Os tempos de divergência entre os clados foram estimados através de calibração fóssil do relógio molecular em conjunto de dados concatenados. Seis novas espécies são propostas, G. baculicrystallum, G. brunneocapillatum, G. courtecuissei G. neoamericanum, G. rubellum e G. rubropusillum. A reconstrução biogeográfica ancestral pelo algoritmo S-DIVA, assim como a reconstrução de distribuição haplotípica de uma das novas espécies pelo algoritmo Median Joining, juntamente com a datação dos tempos de divergência, corroboram a hipótese de que as modificações ambientais que resultaram na conformação atual dos domínios morfoclimáticos neotropicais influenciaram a irradiação de espécies neotropicais de Geastrum, subseção Epigaea.Tese Revisão da família GOMPHILLACEAE (ASCOMYCOTA LIQUENIZADO): filogenia, sistemática e evolução(2018-08-31) Leite, Amanda Barreto Xavier; Goto, Bruno Tomio; Cáceres, Marcela Eugênia da Silva; ; ; ; Theodoro, Raquel Cordeiro; ; Pereira, Eugênia Cristina Gonçalves; ; Bezerra, José Luiz; ; Forno, Manuela Dal;Dentre as famílias de liquens foliícolas, Gomphillaceae é considerada uma das mais diversas. O objetivo do trabalho é revisar a família Gomphillaceae (Ascomycota liquenizados), especialmente as espécies foliícolas, utilizando caracteres morfológicos e moleculares. A metodologia utilizada consistiu de amostras coletadas em áreas de Mata Atlântica, Brejo de Altitude e Amazônia, no Brasil, somadas a amostras coletadas em outros países da América Latina como Cuba, México, Panamá, Costa Rica e Guatemala. O material coletado foi prensado, refrigerado, analisado e selecionado de acordo com a presença de representantes da família Gomphillaceae. Após isso, as amostras foram identificadas, revisadas morfologicamente e analisadas molecularmente utilizando os marcadores mtSSU rDNA e nuLSU rDNA. Foram coletadas 2.127 folhas contendo liquens foliícolas e 502 espécimes foram selecionadas para identificação e análise molecular. Porém, 309 espécimes foram utilizados na análise filogenética final para a família, somadas a 28 do GenBank (incluindo o outgroup). Foi obtido um total de 464 sequências para a família Gomphillaceae, sendo 272 novas para nuLSU e 136 novas para mtSSU. Os resultados obtidos a partir deste trabalho servem para explicar a distribuição de gêneros e espécies pertencentes a Gomphillaceae, contribuindo para o conhecimento sistemático evolutivo já que são descritos 13 novos gêneros estabelecidos filogeneticamente para a família (Adelphomyces Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov., Aptrootidea Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov., Aulaxinella Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov., Batistomyces Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov., Bezerroplaca Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov., Caleniella Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov., Monocalenia Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov., Pseudocalenia Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov., Roselviria Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov., Serusiauxiella Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov., Sipmanidea Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov., Verruciplaca Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov., and Vezdamyces Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov..), quatro gêneros restabelecidos (Microxyphiomyces Bat., Valle & Peres, Psathyromyces Bat. & Peres, Spinomyces Bat. & Peres ex Xavier-Leite, M. Cáceres & Lücking, gen. nov., and Sporocybomyces H. Maia), e 53 novas combinações são introduzidas para as espécies incluídas nos gêneros novos e restabelecidos. Além disso, as análises confirmaram grupos polifiléticos, gêneros previamente distintos e bem suportados. Além disso, alguns pequenos gêneros ainda não foram amostrados molecularmente.Tese Revisão da família Geastraceae corda (Geastrales, Basidiomycota) com ênfase em espécies neotropicais(2019-02-26) Sousa, Julieth de Oliveira; Baseia, Iuri Goulart; Esteban, Maria Paz Martín; ; ; ; Silva, Bianca Denise Barbosa da; ; Goto, Bruno Tomio; ; Theodoro, Raquel Cordeiro; ; Cruz, Rhudson Henrique Santos Ferreira da;Cerca de 97% das espécies fúngicas existentes ainda não foram descritas pela ciência, mesmo a identificação sendo embasamento para uma gama de estudos aplicados (e.x. bioprospecção, evolução, ecologia, conservação). A utilização dos códigos de barras moleculares (barcodes) vem auxiliando a delimitação de espécies. Sobretudo para os fungos gasteroides (Basidiomycota), o espaçador transcrito interno do DNA ribossômico nuclear (ITS) vem demostrando eficiência para o descobrimento de uma diversidade escondida. A família Geastraceae é constituída pelos gêneros gasteroides Geastrum e Myriostoma, sendo os espécimes popularmente conhecidos como estrelasda-terra (earthstars). Embora seja uma das mais ricas da ordem Geastrales, o conhecimento sobre a diversidade desta família apresenta lacunas, especialmente na região Neotropical, onde há países megadiversos, “hotspots” e ecossistemas tropicais, os quais demonstram elevado potencial para abrigar uma diversidade escondida. Assim, objetiva-se revisar coleções de representantes da família Geastraceae, enfatizando os que apresentam distribuição Neotropical. As análises basearam-se em dados morfológicos e moleculares. Foram investigadas 215 amostras provenientes de 10 diferentes herbários nacionais e internacionais; sendo destas 14 coleções tipo. A metodologia consistiu em uma profunda revisão dos caracteres morfológicos, além de análises filogenéticas moleculares das regiões ITS, LSU, ATP6, RPB2 e TEF1α, sobre os critérios de Máxima Parcimônia, Máxima Verossimilhança e Inferência Bayesiana. Foram geradas 186 sequências novas, as quais foram comparadas com 294 sequências homólogas provenientes do banco de dados GenBank. Foram descritas 12 espécies novas de Geastrum: G. laevisporum J.O. Sousa & Baseia; G. pusillipilosum J.O. Sousa et al.; G. verrucoramulosum T.S. Cabral, J.O. Sousa & Baseia; G. magnosporum J.O. Sousa et al.; G. caatingense J.O. Sousa, M.P. Martín & Baseia; G. parvistellum J.O. Sousa, M.P. Martín & Baseia; G. baculicrystallum J.O. Sousa et al.; G. brunneocapillatum J.O. Sousa et al.; G. courtecuissei P.-A. Moreau & C. Lécuru, G. neoamericanum J.O. Sousa et al.; G. rubellum P.-A. Moreau & C. Lécuru; G. rubropusillum J.O. Sousa et al. O nome Geastrum hirsutum Baseia & Calonge foi revalidado e teve sequência de seu parátipo disponibilizano GenBank. Para o gênero Myriostoma duas espécies novas foram descritas: M. calongei Baseia, J.O. Sousa, & M.P. Martín e M. australianum J.O. Sousa Baseia & M.P. Martín; ademais, foram propostas duas combinações novas: M. areolatum (Calonge & M. Mata) M.P. Martín, J.O. Sousa & Baseia e M. capillisporum (V.J. Stanek) L.M. Suz et al. Foram propostos, também, um lectótipo e um epitipo para a espécie M. coliforme (Dicks.) Corda. Os dados gerados por esta revisão modificaram as interpretações sobre a sistemática de Geastraceae, sendo possível comprovar que os complexos de espécies existentes subestimavam a diversidade da família Geatraceae em região Neotropical.Tese Estudo taxonômico dos entomobryoidea (Arthropoda: Collembola) em áreas prioritárias para conservação da Caatinga(2019-08-26) Nunes, Rudy Camilo; Bellini, Bruno Cavalcante; ; ; Cipola, Nikolas Gioia; ; Zeppelini Filho, Douglas; ; Gama, Renata Antonaci; ; Barbosa, Taciano de Moura;Collembola são pequenos artrópodes amplamente distribuídos por todos os ecossistemas terrestres, com tamanho corporal variando entre 0.12 e 17 mm, e cerca de 9,000 espécies descritas no mundo. Entomobryoidea é a maior superfamília de Collembola, englobando Microfalculidae, Entomobryidae e Paronellidae, sendo que apenas as duas últimas possuem registros para o Brasil, onde a riqueza taxonômica de Collembola é subestimada, com cerca de 401 espécies registradas. A Caatinga está entre os domínios menos amostrados, embora compreenda uma enorme diversidade de ambientes e micro-hábitats, formando um mosaico de diferentes tipos de vegetação caducifólia e com altos índices de endemismo. Para Collembola, a morfologia é a fonte primordial de caracteres taxonômicos e o estudo da quetotaxia dorsal é quase que universalmente utilizado como um caráter preponderante. Neste trabalho, foram amostradas quatro áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade da Caatinga, mas que possuem pouquíssimas informações sobre Collembola: Parques Nacionais Serra da Capivara, Serra das Confusões e Sete Cidades, e zona rural do município de Picos, todas no Estado do Piauí. Ao final, foi possível delinear um perfil inicial da fauna de Entomobryoidea nas áreas amostradas, onde provemos um inventário das espécies que ocorrem nessas áreas e sua distribuição pontual. Ao todo foram descritas oito novas espécies: Capbrya sp. n., Cyphoderus equidenticulati Nunes e Bellini, Lepidosira neotropicalis Nunes e Bellini, Nothobrya sertaneja Nunes e Bellini, Pseudosinella triocellata Nunes e Bellini, Seira sp. nov.1, Seira sp. nov.2 e Trogolaphysa piracurucaensis Nunes e Bellini. Foram fornecidas chaves de identificação para as espécies brasileiras de Cyphoderus, Pseudosinella e Trogolaphysa, para os gêneros Neotropicais de Entomobryinae, para as espécies conhecidas de Nothobryinae, e para as espécies de Entomobryoidea das quatro áreas amostradas. Os registros de Entomobryoidea na área estudada passaram de 4 para 22 espécies, 9 gêneros, 6 subfamílias e 2 famílias. Após uma revisão bibliográfica extensa propusemos uma nova diagnose para Lepidosira, descrevemos pela primeira vez a quetotaxia dorsal completa de uma espécie do gênero, e propusemos uma hipótese de posicionamento filogenético baseada em dois marcadores nucleares (18SrRNA e 28SrRNA) e um mitocondrial (COI), corroborando pela primeira vez a transferência do grupo-Lepidosira de Seirinae para Entomobryinae. Elucidamos caracteres chave para a sistemática de Nothobryinae, propusemos sua divisão em duas tribos, e sua inclusão na subfamília Orchesellinae.Tese Evolução cariogenômica em peixes recifais das famílias Acanthuridae (Acanthuriformes) e Holocentridae (Holocentriformes)(2019-08-30) Fernandes, Maria Aparecida; Molina, Wagner Franco; ; ; Motta Neto, Clóvis Coutinho da; ; Costa, Gideão Wagner Werneck Felix da; ; Scortecci, Katia Castanho; ; Lima Filho, Paulo Augusto de;As famílias Acanthuridae e Holocentridae constituem grupos de peixes marinhos com alta representatividade em recifes de corais, onde desempenham importantes funções ecológicas no equilíbrio ambiental. Aspectos biológicos, filogeográficos e taxonômicos destas famílias são amplamente conhecidos, contudo, seus aspectos citogenéticos são incipientes. Com vistas a ampliar o conhecimento acerca da evolução cariotípica e possíveis variações citogenéticas interpopulacionais foram analisadas quatro espécies de Acanthuridae (A. coeruleus, A. bahianus e A. chirurgus – Atlântico Ocidental; e Acanthurus triostegus - Índico) e três espécies de Holocentridae (Myripristis jacobus, Holocentrus adscensionis – Atlântico Ocidental; e Sargocentron rubrum – Índico). As análises utilizaram técnicas citogenéticas convencionais, coloração com fluorocromos base-específicos e mapeamento de sequências repetitivas DNAr 18S, DNAr 5S, histonas H3 e H2B-H2A, microssatélites (GA)15, transposons Tol2 e retrotransposon Rex3, através da hibridação fluorescente in situ. Entre os Acanthuridae, A. triostegus apresentou um padrão cariotípico considerado basal para Percomorpha (2n=48; NF=48), enquanto as espécies do Atlântico Ocidental exibiram uma divergência cariotípica sequencial associada à divergência filogenética. Variação interpopulacional de sítios DNAr 18S foi identificada entre populações de A. coeruleus do Atlântico Ocidental e do Caribe. O mapeamento de sítios DNAr 18S, DNAr 5S, DNAhis H2B-H2A e H3 mostraram padrões microestruturais no gênero Acanthurus. As espécies de holocentrídeos M. jacobus e S. rubrum apresentaram 2n=48 cromossomos acrocêntricos, enquanto H. adscensionis, 2n=50 (2m+6sm+16st+26a). Neste grupo os sítios DNAr 18S e 5S constituem marcadores citotaxonômicos discriminantes, onde elementos Rex e repetições microssatélites (GA)15 se mostraram co-localizados. Apesar das amplas distâncias geográficas não foram evidenciadas variações interpopulacionais em M. jacobus e H. adscensionis. Os resultados obtidos, indicaram uma evolução horotélica e mais diversificada nas espécies de Acanthurus do Atlântico, com diversificação mais recente, em relação a A. triostegus, pertencente ao Indo-Pacífico, centro de origem deste grupo. Enquanto a presença de cariótipos 2n=48a em espécies de Holocentrinae (Sargocentron) e Myripristinae (Myripristis), destaca o compartilhamento de uma condição conservada em Percomorpha e sugere uma condição ancestral para a Holocentriformes. Ambos os grupos revelam divergências filogenéticas, mas também a manutenção de homeologias cromossômicas, e eventuais indícios de variação populacional (A. coeruleus), destacando a importância das análises citogenômicas correlacionadas aos padrões biogeográficos na compreensão das mudanças cariotípicas em grupos marinhos.Tese Evolução e biogeografia do gênero de raias marinhas Hypanus Rafinesque, 1818 (Myliobatiformes, Dasyatidae)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-02-19) Petean, Flávia de Figueiredo; Lima, Sérgio Maia Queiroz; Rocha, Luiz Alves; Faria, Vicente Vieira; Lima, Françoise Dantas de; Soares, Karla Diamantina de AraújoAs raias do gênero Hypanus Rafinesque (1818) possuem ampla distribuição ao longo das costas Atlântica e Pacífica do continente americano, assim como uma espécie no Golfo da Guiné, no Atlântico Oriental. Como a maioria das espécies de Hypanus está classificada como “dados insuficientes” (DD) na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, há uma necessidade de se resolver problemas taxonômicos e de distribuição geográfica para futuras avaliações de seus estados de conservação. Com o estudo dos genomas mitocondriais de todas as espécies até o momento válidas do gênero (H. americanus (Hildebrand & Schroeder, 1928), H. dipterurus (Jordan & Gilbert, 1880), H. guttatus (Bloch & Schneider, 1801), H. longus (Garman, 1880), H. marianae (Gomes et al., 2000), H. rudis (Günther, 1870), H. sabinus (Lesueur, 1824) e H. say (Lesueur, 1817)) delimitamos 14 linhagens, sendo duas referentes às espécies H. geijskesi (Boeseman, 1948) e H. colarensis (Santos et al., 2004), que antes pertenciam ao gênero Fontitrygon (Last et al., 2016), e agora foram alocadas para o gênero Hypanus. A espécie com a maior distribuição geográfica, H. americanus, é um grupo não monofilético e a linhagem que ocorre desde o deságue do Rio Amazonas ao Sudeste do Brasil é uma espécie ainda não descrita e irmã de H. rudis, na costa Africana do Atlântico. Examinamos exemplares do clado H. americanus (H. americanus, H. longus e H. rudis), a fim de descrever uma nova espécie usando uma abordagem integrativa de dados de DNA barcode, morfologia e modelagem de nicho ecológico. Além disso, inferimos os tempos de divergência e identificamos as possíveis barreiras biogeográficas impostas pelo continente americano às linhagens de Hypanus: Istmo do Panamá, Península da Flórida, deságue do Rio Amazonas, distâncias entre os continentes separados pelos Oceanos Atlântico e Pacífico, e limitações de temperatura nos hemisférios norte e sul (águas temperadas e tropicais). Os resultados obtidos indicam que a distribuição geográfica das espécies de Hypanus é menor do que o que se definia, abrigando espécies ainda não descritas. Na costa brasileira ocorrem seis espécies do gênero, H. colarensis, H. geijskesi, H. guttatus, H. marianae, H. say e H. sp. 1, com pelo menos quatro espécies endêmicas, incluindo a nova espécie aqui descrita. Assim, com a delimitação morfológica, genética, de distribuição geográfica e hábitats adequados é possível fazer uma avaliação do status de conservação de algumas espécies que estão classificadas como “dados insuficientes” na IUCN, porém são amplamente pescadas e consumidas na costa brasileira.Tese Diversificação citogenômica em serranidae (Perciformes), um modelo de estase cariotípica: aspectos evolutivos e aplicados(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-03-13) Amorim, Karlla Danielle Jorge; Molina, Wagner Franco; ; ; Motta Neto, Clóvis Coutinho da; ; Bertollo, Luiz Antonio Carlos; ; Cioffi, Marcelo de Bello; ; Lima Filho, Paulo Augusto de;A família Serranidae, cujos representantes são conhecidos como garoupas, constitui um dos mais diversos grupos de peixes em ambientes recifais. São predadores eficientes que podem ocupar desde poças de maré a recifes profundos. Algumas espécies podem alcançar porte considerável e, em geral, significativo valor econômico. Com distribuição circunglobal, o grupo é composto por 577 espécies, distribuídas em 75 gêneros, dos quais Epinephelus é o mais representativo. Apesar do crescente conjunto de informações genéticas, menos de 10% das espécies apresentam aspectos citogenéticos conhecidos. Abordagens citogenéticas para a família se mostram dissociadas quanto aos seus aspectos filogenéticos, geográficos e taxonômicos, limitando a compreensão de seus aspectos evolutivos e aplicados ao manejo. No presente trabalho, análises citogenéticas convencionais e mapeamento por hibridização in situ fluorescente das sequências DNAr 18S, DNAr 5S, elementos transponíveis Tol2 e Rex3, microssatélites (CA)15, (GA)15, (CAA)10 e (CGG)10, foram realizadas em 11 espécies de Serranidae. O primeiro capítulo pretende comparar a distribuição de sequências repetitivas dentro do cenário filogenético e em diferentes regiões biogeográficas. Em virtude das informações citogenéticas estarem concentradas no gênero Epinephelus, o segundo capítulo traz informações citogenômicas para outras três espécies da família dos gêneros Cephalopholis e Rypticus. No terceiro capítulo análises citogenômicas de três espécies de garoupas de interesse comercial foram realizadas para gerar informações sobre a organização dos cromossomos e o nível de divergência cromossômica entre as espécies, além de aspectos adaptativos e potencialidades aplicáveis à práticas de hibridização interespecífica. Todas as espécies apresentaram 2n=48, das quais apenas três possuem cariótipos não compostos exclusivamente por elementos acrocêntricos. O conservadorismo cariotípico, apenas perturbado por inversões pericêntricas, se estende à organização do DNA repetitivo onde as sequências repetitivas aqui analisadas refletem um baixo dinamismo evolutivo. A divergência citogenética e genômica entre espécies decorrente de ancestralidade comum ocorrida em períodos entre 15 a 11 M.a aparentemente proporciona reduzido nível de bloqueio reprodutivo pós-zigótico, com valiosas implicações para a hibridização induzida na aquicultura. Sob perspectiva biogeográfica e filogenética, os grupos mais basais do Atlântico apontam 2n=48a como o padrão ancestral para a família, indica que a especiação no grupo não foi seguida por modificações cariotípicas significantes e a despeito de uma relativa frequência de cariótipos divergentes, esse grupo de peixes se adequa a um padrão evolutivo de estase cariotípica.Tese Espécies esporocárpicas de fungos micorrízicos arbusculares (Glomeromycota): taxonomia, sistemática e evolução(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-03-31) Jobim, Khadija; Goto, Bruno Tomio; ; ; Silva, Danielle Karla Alves da; ; Baseia, Iuri Goulart; ; Fiuza, Patricia Oliveira; ; Cruz, Rhudson Henrique Santos Ferreira da;Os Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMA) desempenham associação simbiótica mutualística com a maioria das espécies de plantas nos mais variados ecossistemas terrestres, contudo, as espécies esporocárpicas de FMA (os únicos representantes do grupo com estruturas macroscópicas) têm sido pouco investigadas e levadas em consideração nos inventários taxonômicos. Esse fato se atribui, principalmente, a restrições metodológicas. O uso do termo esporocarpo no filo Glomeromycota é controverso, tendo em vista a diversidade de linhagens que apresentam esse hábito, consequência da complexa morfologia encontrada no grupo, que até o presente momento não dispõe de uma análise ampla acerca dos caracteres informativos para a delimitação das espécies. Além disso, 77% das espécies reconhecidas como esporocárpicas foram descritas exclusivamente com base em dados de morfologia, fato que torna a sistemática filogenética desse grupo limitada. Dessa maneira, o presente estudo objetivou propor uma revisão morfológica e molecular das espécies de FMA esporocárpicas através da análise de dados morfológicos e de sequências de SSU, LSU e região ITS do DNA. Para isso, foram analisadas espécies depositadas em coleções institucionais e coletadas em áreas pertencentes aos domínios estratégicos como a Amazônia, Brejos de Altitude e Mata Atlântica. Um total de 64 espécimes provenientes das coleções institucionais foi revisado, dos quais seis constituíram emendas. Nas áreas amostradas, 17 espécies foram coletadas, das quais cinco representam espécies novas e um novo gênero para ciência. Os resultados obtidos permitiram elucidar aspectos da taxonomia, sistemática e evolução do grupo, incluindo uma delimitação do termo esporocarpo para o filo Glomeromycota, bem como fornecer registros de ocorrência para o país, descrições de táxons e acréscimo de dados para a criação de chaves de identificação.