PPGSE - Doutorado em Sistemática e Evolução
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/12061
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Tese Taxonomia dos crustáceos troglóbios (Isopoda, Cirolanidae) e educação ambiental para a conservação do patrimônio espeleológico da Caatinga(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-28) Vale, Valéria Fonseca; Lima, Sérgio Maia Queiroz; https://orcid.org/0000-0001-9365-4879; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; https://orcid.org/0000-0002-9743-7924; http://lattes.cnpq.br/6754629216820651; Cardoso, Giovanna Monticelli; Lunardi, Diana Gonçalves; Souza Filho, Jesser Fidelis de; Pereira, Rafaela BastosOs isópodes da família Cirolanidae que habitam as águas doces das cavernas da Formação Jandaíra, Rio Grande do Norte, no Nordeste do Brasil, são singulares por serem relictos oceânicos. Com pelo menos duas principais linhagens coexistentes na região ainda não descritas, este estudo objetivou descrever, através de taxonomia morfológica, um gênero novo composto por quatro espécies alopátricas de cirolanídeos troglóbios, e fornecer informações para conservação desses crustáceos da Caatinga. Essa abordagem integrativa envolveu ferramentas, taxonomia tradicional e morfometria, para delimitar estas espécies. Analisamos as características físico-químicas do biótopo da localidade-tipo. Como estratégia de educação ambiental, aplicamos questionários semiestruturados para investigar a percepção dos alunos do ensino fundamental do entorno das regiões cársticas sobre o ambiente subterrâneo e sua diversidade. Neste estudo foi fornecida uma descrição morfológica detalhada de Cirolanidae gen. nov. e suas novas espécies composta pelos isópodes mais alongados e com parte anterior mais larga, em forma de ‘torpedo’. É fornecida uma descrição morfológica detalhada destas espécies distribuídas em quatro cavernas e uma nascente cárstica, caverna Três Lagos e nascente cárstica o olho d’água do Tetéu, caverna Crotes, Pedra Lisa e Olho d’água do Cedro. Na localidade-tipo da caverna Três Lagos, a abundância da espécie teve correlação significativa para potencial de oxirredução, profundidade, demanda química de oxigênio e pH. A percepção ambiental foi significativa entre os alunos em relação aos seres vivos que habitam cavernas, contudo, a percepção sobre a importância de medidas de conservação das cavernas e seus invertebrados foram alterados significativamente. Desta forma, a inserção de atividades como a visitação possa contribuir ainda para mudar a percepção dos alunos e enfraquecer a percepção negativa às cavernas e os invertebrados.Tese Análise integrativa para validação da diversidade de peixes voadores (Exocoetidae) no arquipélago de São Pedro e São Paulo, região meso-atlântica(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-30) Lima, Louise Thuane Barreto de; Molina, Wagner Franco; Amorim, Karlla Danielle Jorge; https://orcid.org/0000-0003-3441-4298; http://lattes.cnpq.br/9154327371891444; https://orcid.org/0000-0002-6695-0952; http://lattes.cnpq.br/8437464961129518; http://lattes.cnpq.br/5578074425864289; Costa, Gideão Wagner Werneck Felix da; Garcia Júnior, José; Carvalho, Marcelo Moreira de; Soares, Rodrigo XavierA família Exocoetidae, cujos representantes são chamdos de peixes voadores, encontra-se amplamente distribuída em águas tropicais e subtropicais, sendo epipelágica e habitando as camadas superficiais de oceanos abertos. No Brasil, essa família é representada por 19 espécies. Além de sua diversidade, os peixes voadores constituem um valioso modelo biológico para estudos ecológicos e evolutivos, devido às suas diversas especializações morfológicas. Além disso, desempenham um papel crucial na cadeia trófica, sendo as presas preferidas de predadores de elevado valor comercial, dentre os quais o Dourado (Coryphaena hippurus), Albacora (Thunnus albacares) e o Atum (Thunnus atlanticus). A monofilia da família Exocoetidae está solidamente estabelecida por meio de dados morfológicos e moleculares. No entanto, as informações genômicas ainda são incipientes para avaliar a diversidade atual dos peixes voadores, especialmente das espécies que ocorrem no arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP). Este estudo tem como objetivo trazer informações dos peixes voadores (Exocoetidae) do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, contribuindo para a prospecção da biodiversidade. Todas as espécies foram identificadas por meio de características morfométricas e morfológicas, sendo validadas por meio de sequenciamento com o marcador molecular Citocromo C Oxidase I (COI) e comparadas com sequências depositadas nos bancos de sequências GenBank/BOLD. Como resultado, foram coletados 32 exemplares no ASPSP, distribuídos em três espécies e uma apenas a nivel de gênero, Hirundichtys affinis, Cheilopogon cyanopterus, Cheilopogon sp., Exocoetus volitans.Tese Padrões da evolução cariotípica da família cichlidae sob contexto global: regularidades biogeográficas e especificidades citogenômicas(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-30) Silva, Simião Alefe Soares da; Molina, Wagner Franco; Costa, Gideão Wagner Werneck Felix da; https://orcid.org/0000-0001-7899-2677; http://lattes.cnpq.br/8974329991208250; https://orcid.org/0000-0002-6695-0952; http://lattes.cnpq.br/8437464961129518; http://lattes.cnpq.br/5413617734333622; Amorim, Karlla Danielle Jorge; Carvalho, Marcelo Moreira de; Fernandes, Maria Aparecida; Lima Filho, Paulo Augusto deA família Cichlidae é um dos grupos de peixes mais diversificados, cujas quase duas mil espécies estão globalmente distribuídas em bacias hidrográficas das Américas, África, Madagascar, Índia, Sri Lanka e Oriente Médio. A diversificação desse grupo é baseada tanto em extensos processos de alopatria, assim como rápidas explosões irradiativas simpátricas. Embora muitos aspectos citogenéticos do grupo tenham sido avaliados, a compreensão da associação dos processos de diversificação biogeográfica e filética com a evolução do cariótipo é menos conhecida. Nesse contexto, aqui foram realizadas análises citogenômicas comparativas em um conjunto expressivo de espécies multicontinentais da família Cichlidae, com vistas a contribuir no entendimento das tendências evolutivas associadas à biogeografia e seus processos de diversificação. Os padrões cromossômicos se mostraram conspicuamente diferenciados entre grupos de espécies Neotropicais (América Central e do Sul) e Afro-Tropicais (África), regiões que abrigam a maior diversidade de espécies. O valor diploide modal das espécies Neotropicais, retrata uma condição basal, com 48 cromossomos, com notável variação estrutural dos cariótipos; enquanto as espécies Afro-Tropicais apresentaram cariótipos reduzidos, com 2n=44, e mais similares entre si quanto a estrutura dos cariótipos, além de particularidades na organização de sequências de DNAs repetitivos. Sítios DNAr múltiplos e por vezes sintênicos, além de outras sequências repetitivas, indicam intensas reorganizações internas nos cromossomos. O contexto biogeográfico da diversificação citogenética indica que multipartições alopátricas, envolvendo rios da América Central e da bacia Amazônica, na América do Sul, potencializam maiores mudanças estruturais nos cariótipos, com reflexos na evolução de suas espécies, enquanto rápidos processos simpátricos de radiação adaptativa, devido a partições ecológicas, ocorridos nos grandes lagos africanos, promoveram a retenção de um significativo conservadorismo cariotípico nas espécies Afro-Tropicais.Tese Fungos micorrízicos arbusculares em serapilheira de Mata Atlântica: colonização, riqueza e fatores que afetam sua dinâmica(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-10-31) Lima, Juliana Luiza Rocha de; Goto, Bruno Tomio; Fiuza, Patrícia Oliveira; https://orcid.org/0000-0001-6157-4954; http://lattes.cnpq.br/5968043766728580; https://orcid.org/0000-0003-1385-9845; http://lattes.cnpq.br/3936453061007933; Melo, Adriana Mayumi Yano de; Silva, Danielle Karla Alves da; Maia, Leonor Costa; Marcial, Martin Hassan PoloOs Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMA) vivem em associação simbiótica obrigatória com a maioria das raízes de plantas terrestres, promovendo principalmente o crescimento vegetal. Contudo, estudos têm mostrado a ocorrência desses fungos em folhas da serapilheira. Por ser um tópico pouco estudado, limitada informação é encontrada sobre, por exemplo, quais espécies de FMA colonizam a serapilheira, quais fatores bióticos e/ou abióticos influenciam essa colonização e se é considerado um fenômeno global ou restrito. Para responder a essas questões, este trabalho buscou (i) registrar a ocorrência, (ii) identificar as espécies de FMA colonizando a serapilheira e (iii) investigar se fatores como a qualidade da serapilheira, estágio de decomposição e propriedades do solo influenciam a colonização de FMA em três áreas de Mata Atlântica (RPPN Mata Estrela, Flona de Nísia Floresta e Fazenda Sapé), Rio Grande do Norte. Para isso, foram utilizados sacos de serapilheira para coleta da serapilheira das espécies vegetais Hymenaea courbaril, Mimosa caesalpiniifolia, Paubrasilia echinata e Ziziphus joazeiro. Em laboratório, as amostras passaram pela técnica da câmara úmida, clarificação, e extração de DNA. No primeiro capítulo mostrou-se que apenas 39 estudos documentam FMA na serapilheira com 60 espécies distribuídas em 5 ordens, 7 famílias e 14 gêneros, sendo apenas 34 espécies provenientes de estudos que coletaram exclusivamente a serapilheira para análise. O segundo capítulo mostra uma abordagem incomum para recuperar FMA da serapilheira, enquanto o terceiro capítulo mostrou que a serapilheira de Z. joazeiro e P. echinata apresentam os maiores percentuais de colonização por FMA, enquanto H. coubaril da RPPN Mata Estrela e Flona NF, e M. caesalpiniifolia apresentam os menores percentuais. Sequências de DNA ambientais obtidas a partir da serapilheira corresponderam a quatro espécies: Diversispora varaderana, Funneliformis caledonium, F. geosporum e Rhizoglomus irregulare, enquanto Glomus spinuliferum foi identificada através de observação microscópica. Funneliformis geosporum e R. irregulare ocorreram em mais de uma espécie vegetal. Diversispora varaderana e F. caledonium ocorreram apenas em M. caesalpiniifolia e H. courbaril, respectivamente. Além disso, a qualidade da serapilheira, o estágio de decomposição e propriedades do solo influenciam a colonização da serapilheira por FMA. Os dados revelam que a serapilheira é um substrato rico para estudar FMA, mas negligenciado nas amostragens. Os FMA juntamente com a serapilheira ainda possuem um potencial subexplorado para restauração de áreas degradadas. Além disso, tais espécies de FMA são, pela primeira vez, registradas colonizando a serapilheira. Os resultados obtidos neste trabalho são importantes por destacar uma condição pouco explorada para o grupo, podendo ser uma fonte para novas descrições e registros de espécies pouco documentadas em solos brasileiros.Tese Taxonomia e conservação de Acanthaceae no Nordeste setentrional(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-30) Sousa, Valdeci Fontes de; Versieux, Leonardo de Melo; Kameyama, Cíntia; https://orcid.org/0000-0003-1560-3691; http://lattes.cnpq.br/9905184321288831; https://orcid.org/0000-0001-9788-6925; http://lattes.cnpq.br/7481202436045802; Santos, Carlos Alberto Garcia; Calvente, Alice de Moraes; Vale, Gabriel Damasco do; Sousa, Leandro de Oliveira Furtado deAcanthaceae compreende 190 gêneros e cerca de 4.900 espécies, e esta amplamente distribuída nas regiões tropicais e subtropicais. No Brasil são reconhecidos 51 gêneros e 534 espécies, sendo 244 espécies registradas para a Mata Atlântica, seguido pela Amazônia (147), Cerrado (149), Caatinga (50), Pampa (23) e Pantanal (22). Os representantes de Acanthaceae são importantes nas florestas tropicais e subtropicais, onde ocupam uma grande variedade de habitats e são fontes permanentes de recursos florais para a fauna local. Estudos taxonômicos incluindo Acanthaceae do Nordeste brasileiro são ainda poucos, considerando a extensão territorial e as diversas fitofisionomias encontradas nesta região. O objetivo desta tese foi realizar o estudo da taxonomia e conservação das Acanthaceae do Nordeste Setentrional, fornecendo dados sobre padrões geográficos, áreas de riqueza e de maior esforço amostral, dados sobre o status de conservação e a ocorrência das espécies em áreas protegidas, e uma chave para identificação de todas as espécies que ocorrem na área de estudo. Além disso, é apresentado a descrição de uma nova espécie de Ruellia para a região Nordeste do Brasil; o levantamento taxonômico de Acanthaceae para o Estado do Rio Grande do Norte, com descrições, comentários sobre distribuição geográfica, mapas, fenologia e novas ocorrências de gêneros e espécies; uma proposta de um novo e lectotipificação para Beloperone fragilis Nees; a do primeiro registro de Justicia sessilis Jacq. para o Brasil; e o levantamento florístico de Acanthaceae em uma região de ecótono no Agreste da Paraíba. Estes resultados ampliam o conhecimento da diversidade de Acanthaceae no Nordeste do Brasil, contribuindo com o aumento de coleções e aprofundamento da taxonomia e distribuição geográfica das Acanthaceae no semiárido brasileiro.Tese Explorando os efeitos do ambiente sobre a diversidade genética e a conectividade de populações da sardinha-cascuda brasileira Harengula sp(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-14) Coelho, Jéssica Fernanda Ramos; Lima, Sérgio Maia Queiroz; Pereira, Ricardo José do Nascimento; https://orcid.org/0000-0001-9365-4879; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; https://orcid.org/0000-0002-3736-8912; http://lattes.cnpq.br/6864055999320853; Pinto, Miriam Plaza; Vasconcellos, Anderson Vilasboas de; Magalhães, Felipe de MedeirosReverter a perda da biodiversidade é um dos maiores desafios para a biologia da conservação e evolutiva na atualidade. O aquecimento global agrava esse cenário, pois inúmeras espécies já vivem próximas ao seu limiar térmico, principalmente as tropicais. Compreender as características ambientais que impulsionam dinâmicas populacionais é um passo importante para estabelecer o uso sustentável dos recursos naturais, uma vez que o ambiente influencia a distribuição, a diversidade e a evolução das espécies. Na presente tese, dividida em três capítulos, utilizei dados genômicos e ecológicos para entender como o ambiente impacta a evolução da sardinha-cascuda Harengula sp., possivelmente uma espécie ainda não descrita da costa brasileira. No primeiro capítulo, estimei como ciclos climáticos passados impactaram a história demográfica de Harengula sp. no Atlântico Sudoeste. Descobri que esta linhagem é estruturada por profundidade e salinidade em duas populações que refletem a expansão do habitat raso após o último máximo glacial, sendo: uma população grande, diversa e em expansão na costa brasileira (população costeira; Ne 3,6) e uma menor, que contraiu a um terço do tamanho de uma população ancestral no arquipélago de Fernando de Noronha (FNO, população insular; Ne 0,3). A situação da população de FNO é mais sensível, considerando que Harengula sp. tem fundamental importância comercial e ecológica por ser a única espécie de sardinha no arquipélago, onde persistem conflitos entre gestores ambientais e pescadores locais que reivindicam a pesca da sardinha no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. Alta diferenciação (FST 0,17) apesar do fluxo gênico simétrico entre essas populações reforça a necessidade de diferentes estratégias de manejo para cada. No segundo capítulo, investiguei a dinâmica da ocupação geográfica de Harengula sp. no clima atual e estimei a mudança do habitat em três cenários futuros de aquecimento global. A modelagem de nicho indica deslocamento para o sul e contração de adequabilidade ambiental às sardinhas-cascudas, uma mudança que aumenta à medida que os cenários modelados para o futuro são agravados. Modelos de dispersão larval indicam que áreas marinhas protegidas (AMPs) em ilhas, como FNO, Abrolhos e Atol das Rocas, atuam como áreas-fonte de biodiversidade para o litoral continental, potencialmente minimizando os efeitos da sobrepesca na costa brasileira e aumentando a resiliência dessa população. No entanto, AMPs distantes (>1.000 km), como Trindade-Martim Vaz, não são fonte de ovos e larvas dessa sardinha-cascuda para a costa. A conexão larval entre FNO e costa brasileira reflete um pouco da mistura genética histórica entre as populações da costa e da ilha identificados no primeiro capítulo, demonstrando o potencial dispersivo dessa espécie nas fases iniciais de vida. No terceiro capítulo, testei o efeito da paisagem sobre a estruturação das populações da costa brasileira e FNO, testando a hipótese de que áreas de maior estabilidade climática ao longo do tempo abrangeriam maior diversidade genética. Não encontrei correlação significativa entre caracteres ambientais (adequabilidade ambiental presente e estabilidade climática) e os padrões genéticos testados (diversidade nucleotídica, endogamia e demografia). Aqui, o modelo que considera apenas distância geográfica é o que melhor explica os padrões de diversidade genômica de Harengula sp., reforçando o padrão de isolamento por distância indicado no primeiro capítulo. Nesta tese, a combinação de métodos permitiu descobrir diversidade genética, detectar dinâmicas populacionais, estimar a capacidade dispersiva, a mudança de habitat e seus impactos na trajetória evolutiva de uma espécie marinha ainda não descrita no Atlântico Sudoeste.Tese Ecologia e Taxonomia de Collembola (Arthropoda: Hexapoda) no Pampa brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-31) Silva, Clécio Danilo Dias da; Bellini, Bruno Cavalcante; Winck, Bruna Raquel; https://orcid.org/0000-0001-7881-9436; http://lattes.cnpq.br/8609476121598138; https://orcid.org/0000-0002-7776-8830; http://lattes.cnpq.br/4235157508528733; Queiroz, Gabriel Costa; Bordin, Kauane Maiara; Godeiro, Nerivania Nunes; Gama, Renata AntonaciOs colêmbolos são microartrópodes amplamente distribuídos por todos os ecossistemas terrestres, e desempenham um papel fundamental no seu funcionamento. Contudo, estudos taxonômicos e ecológicos envolvendo esses animais na América do Sul são limitados e apresentam lacunas em vários domínios fitogeográficos, como é o caso do Pampa. Este domínio é constituído majoritariamente por campos nativos, os quais abrigam uma grande biodiversidade de organismos da fauna e da flora. Os campos nativos estão desaparecendo em ritmo acelerado para dar lugar a espaços para práticas de pecuária extensiva e monoculturas de Eucalyptus, gerando preocupação sobre a conservação do domínio na América do Sul, sobretudo no Brasil. Diante disso, esta tese teve como objetivo geral avaliar os efeitos de diferentes usos da terra na composição taxonômica, funcional e propriedades ecológicas das comunidades de Collembola (Arthropoda: Hexapoda) no Pampa brasileiro. Quatro municípios no estado do Rio Grande do Sul com áreas de campos nativos e plantações de Eucalyptus foram amostrados: Pinheiro Machado, Jaguarão, Lavras do Sul e São Gabriel. Os colêmbolos foram coletados com armadilhas pitfall e funis de Berlese em 10 áreas pareadas com uma transecção de 250 m para cada tipo de uso do solo, divididas em 5 subparcelas. Em laboratório, os espécimes foram triados, quantificados, morfotipados, montados em lâminas para microscopia e identificados com o auxílio de chaves dicotômicas e bibliografias especializadas. A descrição da nova espécie foi realizada com o auxílio de um microscópio óptico acoplado a uma câmara clara, os desenhos foram vetorizados utilizando Corel Draw. As análises ecológicas de diversidade funcional e taxonômica foram realizadas no software R. No Capítulo 1, avaliamos a composição taxonômica, diversidade alfa e beta de colêmbolos epigéicos após a conversão de campos nativos em plantações de Eucalyptus. Utilizamos a análise de Random Forest para compreender a influência de fatores ambientais na estrutura e composição das comunidades. Encontramos perdas significativas nas comunidades de colêmbolos em relação à abundância, composição de espécies, riqueza e diversidade taxonômica após a conversão das áreas. A diversidade beta foi explicada principalmente pela substituição de espécies, enquanto a riqueza e dominância de plantas influenciaram a diversidade de colêmbolos. No Capítulo 2, avaliamos os efeitos da conversão de campos nativos em cultivos de Eucalyptus sobre a diversidade funcional e composição das comunidades de colêmbolos epigéicos e endogéicos. Categorizamos cada morfoespécie por forma de vida usando um índice ecomorfológico. Os resultados indicam que comunidades epigéicas estão mais associadas a áreas campestres, enquanto as endogéicas estão mais associadas aos cultivos de Eucalyptus. A conversão de campos para plantações de Eucalyptus não afetou os índices funcionais das comunidades epigéicas, mas teve efeitos negativos na riqueza e divergência funcional dos táxons endogéicos, resultando em redução da pigmentação corporal, número de ocelos, tamanho das pernas e apêndices desses animais. No Capítulo 3, reavaliamos a identificação e os registros do inventário do primeiro capítulo e realizamos uma revisão de literatura em diferentes bases de dados e artigos. Através do cruzamento dessas informações, fornecemos uma lista das 15 famílias, 35 gêneros e três espécies nominais registrados para o Pampa. Também elaboramos diagnoses e uma chave de identificação para os táxons supragenéricos presentes neste domínio. No Capítulo 4, descrevemos e ilustramos a primeira espécie de Dicranocentrus Schött para o Rio Grande do Sul e para o domínio do Pampa brasileiro. A nova espécie pertence ao grupo gracilis sensu Mari-Mutt. Dicranocentrus sp. nov. é única dentro do gênero por apresentar os segmentos antenais Ib e IIb ventralmente com duas cerdas acuminadas lisas cada; lábio com escamas, e cerda M1 ciliada e as demais lisas (m2, r, a1, a2, l1 e l2); tenent hair capitado; placa manubrial com 13 cerdas ciliadas e nove pseudoporos, e região ventro-apical do manúbrio com duas cerdas ciliadas. Por fim, apresentamos uma tabela comparativa que abrange todas as espécies de Dicranocentrus do grupo gracilis em todo o mundo. Os resultados apresentados nesta tese trazem contribuições inéditas para o conhecimento da taxonomia, ecologia e conservação de colêmbolos para o Pampa brasileiro. Eles enfatizam a importância de estudos aprofundados sobre a influência das práticas de uso da terra na biodiversidade dessas comunidades. A conservação dos campos nativos e a adoção de práticas sustentáveis nas plantações de Eucalyptus são cruciais para a manutenção da diversidade desses animais, e, consequentemente, para o equilíbrio ecológico do domínio do Pampa.Tese Fungos micorrízicos arbusculares associados à macrófitas aquáticas e macroalgas do gênero Chara em rios tropicais do Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-08-31) Leroy, Juliana Aparecida Souza; Goto, Bruno Tomio; https://orcid.org/0000-0001-6157-4954; http://lattes.cnpq.br/5968043766728580; http://lattes.cnpq.br/2911984051976235; Fiuza, Patrícia Oliveira; Cruz, Rhudson Henrique Santos Ferreira da; Nobre, Camila Pinheiro; Souza, Francisco Adriano deEstudos sobre a relação simbiótica entre fungos micorrízicos arbusculares (FMA) associados à raízes de macrófitas aquáticas são recentes, onde a diversidade e papel ecológico desses fungos em áreas úmidas permanece pouco compreendida. A maioria dos trabalhos concentra-se no ambiente terrestre, criando uma lacuna no entendimento do papel dos FMA, principalmente em hospedeiros cuja raízes estão submersas. Neste estudo, avaliou-se a presença de colonização micorrízica em raízes de macrófitas submersas e flutuantes, analisando também o sedimento da rizosfera dos hospedeiros, incluindo as macroalgas do gênero Chara, em ambientes lóticos tropicais. Dessa forma, o estudo foi dividido em duas etapas. A primeira etapa foi avaliar a presença de FMA em macroalgas do gênero Chara. Para isso, foi investigada a presença de colonização em rizóides das algas em cinco ambientes lóticos diferentes no Brasil, avaliando também a presença de esporos na rizosfera hospedeiros. Vinte e cinco espécies foram encontradas na rizosfera de Chara sp., pertencentes principalmente às famílias Acaulosporaceae (11) e Glomeraceae (8). Os rios apresentaram baixa riqueza de espécies com o Rio do Gozo (16), seguida pelo Uma (8), Pratinha (2), Cuitegí (2) e Pandeiros (1). Apesar da ocorrência de esporos de FMA no sedimento aquático, não há colonização micorrízica nos rizóides de Chara sp. para as condições de campo analisadas. Na segunda etapa, foram investigadas a colonização por FMA em 61 macrófitas aquáticas dos tipos biológicos submersa fixa, flutuante fixa e flutuante livre, que estão em contato permanente com a água, em nove rios no estado do Rio Grande do Norte, além de analisar o sedimento da rizosfera. Dos hospedeiros investigados (61), 15 espécies apresentaram colonização por FMA (24,5%). As macrófitas estudadas dos Rios Trairí, Doce, Brandão e Piranhas não mostraram colonização por FMA, já os Rios Catu, Pitimbú e Pium tiveram seus hospedeiros colonizados por FMA superior a 50%. Foi reportada a colonização por FMA pela primeira vez em 6 das 15 macrófitas colonizadas. As espécies que apresentaram maior taxa de colonização foram Nymphoides humboldtiana (92%) e Bacopa aquatica (75%). Com relação à colonização por forma de vida, as macrófitas submersas estudadas apresentaram 52% de colonização, enquanto as flutuantes fixas 18% e asflutuantes livres apenas 8%. Um total de 43 espécies foram recuperadas dossedimentos aquáticos dos nove rios do RN, onde as famílias mais representativas foram Glomeraceae (33,3%) e Acaulosporaceae (31%). O maior número de espécies foi recuperado do Rio Pium (17), seguido por Piranha (14) e Catu (12). As comunidades de FMA dos rios Pium e Piranha são mais similares, assim como as comunidades dos rios Doce e Trairí e dos rios Catu e Boa Cica. A composição das comunidades de FMA não difere quando testada em relação aos tipos biológicos dos hospedeiros e interação entre hábitos e rios. A riqueza de espécies de FMA foi maior em macrófitas flutuantes fixas (29), seguido por submersa fixa (28) e flutuantes livre (11). A maior diversidade de espécies de FMA foi observada no sedimento da rizosfera das macrófitas flutuantes fixas, apesar da baixa taxa de colonização. Os resultados deste estudo confirmam a presença de colonização por FMA em macrófitas aquáticas vasculares e ausência em macroalgas (Chara) em ambientes lóticos, onde o sedimento aquático abriga uma riqueza notável que merece mais atenção. Estudos adicionais são fundamentais para entender melhor o papel dos FMA em ambientes aquáticos.Tese Taxonomia de Neptunia Lour. (Caesalpinioideae) nas Américas e educação ambiental com as leguminosas na Caatinga(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-08-31) Aquino, Samara Silva de Matos; Versieux, Leonardo de Melo; Silva, Juliana Santos; https://orcid.org/0000-0003-1560-3691; http://lattes.cnpq.br/9905184321288831; https://orcid.org/0000-0003-1975-6548; http://lattes.cnpq.br/2856489353237830; Queiroz, Rubens Teixeira de; Nunes, Annelise Frazão; Melo, Maria Margarida da Rocha Fiuza de; Morim, Marli PiresNeptunia Lour. (Leguminosae-Caesalpinioideae) possui distribuição pantropical, com cerca de 12 espécies. Caracteriza-se pelas flores heteromórficas e estaminódios petalóides amarelos, muitas vezes associadas a ambientes alagáveis. Os estudos revisionais para Neptunia datam mais de 50 anos, demonstrando a necessidade de atualizações na taxonomia e nomenclatura, já que os táxons apresentam caracteres crípticos e polimórficos, o que acarreta imprecisão e erros de identificação nos herbários e, consequentemente, erros em cascata. Os objetivos desta tese foram: (1) realizar uma revisão taxonômica e caracterização morfológica de Neptunia nas Américas e (2) desenvolver um programa de Educação Ambiental, com foco central na família Leguminosae, e voltado para visitantes e coletores de sementes na Floresta Nacional de Açu. Visando ao 1º objetivo, foram feitas coletas seguindo a metodologia usual, bem como análises nos principais herbários nacionais e estrangeiros. Foram revisadas cinco espécies, com comentários, chave de identificação, dados de distribuição e ilustrações. Ao revisar os binômios de Neptunia, designamos lectótipos para seis nomes: Neptunia depauperata, N. tenuis, N. pubescens, N. mazatlana, N. pubescens var. microcarpa e N. palmeri e sinonimização de N. amplexicaulis f. richmondii e N. gracilis f. glandulosa sob N. amplexicaulis e N. gracilis, respectivamente. A proposta de Educação Ambiental voltou-se à valorização da flora da caatinga, por meio de identificação de arbóreas. Foram marcados e identificados 92 indivíduos em campo, dos quais 13 espécies e 34 indivíduos de Leguminosae, e 58 indivíduos e 21 espécies pertencentes às famílias Anacardiaceae, Apocynaceae, Bignoniaceae, Bixaceae, Boraginaceae, Burseraceae, Cactaceae, Capparaceae, Combretaceae, Chrysobalanaceae, Euphorbiaceae, Malvaceae e Rhamnaceae. Posteriormente foi desenvolvido a sinalização com placas educativas sobre as leguminosas e outras espécies e mapeadas três opções de trilhas, atendendo tanto ao público de escolas, quanto de pesquisadores e coletores de sementes. Conclui-se que o presente trabalho avançou o conhecimento de Neptunia, contribuindo com incremento de coleções e aprofundamento no conhecimento da taxonomia do gênero e implantou, na prática, estratégias de combate à impercepção botânica e popularização da ciência, divulgando a flora da caatinga.Tese Estudos morfológicos e moleculares de fungos gasteroides (Basidiomycota) do Nordeste do Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-12-26) Oliveira, Renan de Lima; Baseia, Iuri Goulart; Esteban, Maria Paz Martin; http://lattes.cnpq.br/1260730935714266; http://lattes.cnpq.br/8322386101223582; Silva Filho, Alexandre Gonçalves dos Santos e; Sousa, Julieth de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/8567453109450997; Lucio, Paulo Sérgio Marinho; Lima, Ruy Anderson Araújo deFungos gasteroides constituem diversas linhagens de Basidiomycota caracterizados pela dispersão passiva dos basidiósporos; a maturação dos basidiósporos ocorre dentro do corpo de frutificação e protegidos por uma camada externa denominada perídio. O primeiro registro com os fungos gasteroides no Brasil foi por volta do final do século XVIII pelo naturalista, José Marianno da Conceição Vellozo. Porém somente no início do século XXI é que se observa um considerado aumento nos estudos de fungos gasteroides no Brasil, com destaque aos trabalhos com fungos da região Nordeste. O objetivo geral do estudo, aqui proposto, é ampliar o conhecimento taxonômico destes fungos, incluídos atualmente em Agaricomycetidae e Phallomycetidae, com o aporte de mais dados morfológicos e moleculares para espécies coletadas em áreas do Nordeste do Brasil. Para isso, foram realizadas expedições de campo em áreas do Nordeste brasileiro nos meses com maior incidência pluviométrica: de fevereiro a julho de 2019 a 2022. Ao mesmo tempo, foram também solicitados empréstimos de espécimes do fungário UFRN-fungos. Análises macro e microscópicas foram realizadas no Laboratório de Biologia de Fungos da UFRN. As análises de microscopia eletrônica de varredura foram realizadas no Laboratório do Centro de Tecnologia do Gás (CTGás) – Natal/RN. As extrações, amplificações e purificação de DNA foram realizadas no Laboratório de Genética Vegetal e Biointerações do Departamento de Biologia Celular e Genética da UFRN. Como resultado deste trabalho, oito espécies novas desses grupos de fungos gasteroides foram identificadas e designadas: Calvatia baixaverdensis R.L.Oliveira, R.J.Ferreira, P.Marinho, M.P.Martín & Baseia sp. nov.; Calvatia nordestina R.L.Oliveira, R.J.Ferreira, P.Marinho, M.P.Martín & Baseia sp. nov.; Cyathussp. nov. 1; Cyathus sp. nov. 2; Cyathus sp. nov. 3.; Geastrum sp. nov. 1; Geastrum sp. nov. 2; Tulostoma sp. nov. Dourado-Barbosa, R.L.Oliveira, A.A.Lima, Baseia & R.Cruz. Dezenove novos registros foram feitos além das novas espécies citadas. As análises moleculares se mostraram importantes e necessárias tal como as análises morfológicas que são fundamentais na descrição de novos registros e de novas espécies. Esforços como este, permanecem necessários possibilitando a ampliação do conhecimento sobre os fungos gasteroides na região Nordeste e permitindo um aumento na conservação dessas espécies.Tese Sistemática e conservação de Oocephalus (Benth.) Harley & J.F.B.Pastore (Hyptidinae), Lamiaceae(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-07-29) Soares, Arthur de Souza; Jardim, Jomar Gomes; Pastore, José Floriano Barêa; https://orcid.org/0000-0002-5094-0514; http://lattes.cnpq.br/9068052682710941; http://lattes.cnpq.br/9452127368025963; Rando, Juliana Gastaldello; Antar, Guilherme de Medeiros; Carvalho Sobrinho, Jefferson Guedes de; Oliveira, Marcelo Trovó Lopes deO gênero Oocephalus pertence à subtribo Hyptidinae, família Lamiaceae, e atualmente é constituído por 22 espécies, sendo 21 delas endêmicas dos campos rupestres brasileiros. As espécies do gênero podem ser reconhecidas por apresentarem hábito arbustivo ou subarbustivo, aromáticos, inflorescência tirsóide, curta ou alongada, composta por cimeiras pedunculadas ou sésseis, formando cimeiras composta por um dicásio simples ou composto (ou reduzida a uma única flor), ovoide e comumente envelopado por um involucro de bractéolas, cálice tubular ou infundibuliforme, lobos deltados, ensiformes, lanceolados ou subulados, sinus entre os lobos obdeltados, corola com tubo alongado e lobos curtos, estes nunca marcados com pontos ou linhas. No capítulo um desta tese é apresentada a filogenia nuclear de Oocephalus utilizando o Sequenciamento de Nova Geração (NGS), usando o kit Angiosperms353; o capítulo dois trata da revisão taxonômica do gênero, com descrições morfológicas, comentários taxonômicos e ecológicos sobre suas espécies; e o capítulo três, uma análise dos padrões de distribuição das espécies, identificando áreas com maior riqueza e taxa de endemismo, além de avaliar o estado de conservação das espécies. As análises filogenéticas recuperaram o gênero como monofilético, com espécies agrupadas em quatro clados distintos. A revisão taxonômica reconhece 24 espécies de Oocephalus e as classifica em quatro seções, previamente reconhecidas como clados nas análises filogenéticas. As análises também mostraram que as espécies de Oocephalus possuem quatro padrões distintos de distribuição e apresentam alto risco de extinção, com 22 das 24 espécies sendo classificadas em algum grau de ameaçada. Os resultados dessa tese mostram que Oocephalus pode ser usado como modelo para testar hipóteses sobre diversificação e evolução nos campos rupestres, por se tratar de um gênero quase que totalmente endêmico destas áreas e, também, uma importante ferramenta para auxiliar nas políticas de conservação dos campos rupestres.Tese Avaliação da composição de Fungos Micorrizícos Arbusculares (Glomeromycota) em solos halomórficos no Rio Grande do Norte(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-12-20) Silva, Kássia Jéssica Galdino da; Theodoro, Raquel Cordeiro; Goto, Bruno Tomio; https://orcid.org/0000-0001-5016-1046; http://lattes.cnpq.br/0977453259767928; https://orcid.org/0000-0001-7038-6306; http://lattes.cnpq.br/9304612925767591; Nobre, Camila Pinheiro; https://orcid.org/0000-0001-8137-7456; http://lattes.cnpq.br/5350879120540577; Bezerra, Jadson Diogo Pereira; Vieira, Larissa Cardoso; Cruz, Rhudson Henrique Santos Ferreira da; https://orcid.org/0000-0003-1830-9295; http://lattes.cnpq.br/1679347120330619A zona litorânea do estado do Rio Grande do Norte (RN) constitui o principal foco de produção de sal do país, impactando de forma relevante a comunidade vegetal e microbiana, assim como o solo desta região. Diante deste cenário, os Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMA), por formarem uma simbiose obrigatória com raízes de plantas, possuem importante função neste sistema planta-solo, aumentando a tolerância dos simbiontes vegetais à ambientes estressantes, como os salinos. Assim, esta tese teve como objetivo identificar a diversidade da comunidade de FMA em uma zona de atividade salina no litoral norte do RN, buscando compreender a influência da salinidade nesta diversidade. Para isto, foram realizadas quatro coletas de solo rizosférico, durante dois períodos consecutivos de estação seca e chuvosa, entre NOV/2017 a JUN/2019 em três locais com distintos níveis de salinidade (salina em Macau [salina ativa], Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão [controle negativo] e Galinhos [salina natural]) seguidas de análises físicoquímico e taxonômicas. Foram identificadas 37 espécies, distribuídas em 19 gêneros de FMA (Acaulospora, Ambispora, Dentiscutata, Cetraspora, Corymbiglomus, Claroideoglomus Entrophospora, Fuscutata, Gigaspora, Glomus, Intraornatospora, Oehlia, Paradentiscutata, Paraglomus, Rhizoglomus, Racocetra, Sclerocystis, Scutellospora e Septoglomus), sendo o ambiente da salina ativa o mais rico e abundante em espécies de FMA, quando comparado aos outros dois locais de coleta. Em relação a sazonalidade de seca e chuva, a estação seca foi mais rica em número de espécies e teve maior abundância de esporos. De acordo com a análise UPGMA a composição vegetal apresentou maior grau de correlação com as amostras de uma mesma área. Contudo, não se pode descartar a influência da salinidade na riqueza e abundância de FMA modulando estes índices, uma vez que amostras com maiores índices salinos apresentaram menor riqueza de espécies do que as amostras com menores índices, dentro de uma mesma área de coleta (salina ativa de Macau). Portanto, mais amostras seriam necessárias para validar estatisticamente esta observação. Além destes resultados, obtivemos a descrição de uma nova espécie do gênero Acaulospora, gênero mais abundante nas amostras, contendo dupla ornamentação em forma de depressões (“poços”), com projeções em seu interior (“espinhos”), numa visão plana os poços são ligados como estruturas que parecem canais. A revisão do gênero Acaulospora também foi realizada, com análises filogenéticas usando sequencias disponíveis do nrDNA para o gênero, demonstrando que Acaulospora é um gênero monofilético e inclui também as espécies Kuklospora colombiana e K. kentinensis. Além disso, podemos concluir que os tipos de ornamentações descritas (depressão, projeção, dupla ornamentação) para as espécies de Acaulospora, apesar de úteis para a descrição morfológica de espécie, constituem caracteres homoplásicos devido a convergência destas características em grupos de espécies que não compartilham um ancestral único mais recente. Esporos da espécie Corymbiglomus globiferum também coletados nas áreas deste estudo, foram utilizadas e depositadas no herbário da UFRN, analisadas e incluídas no artigo “Sieverdingia gen. nov., S. tortuosa comb. nov., and Diversispora peloponnesiaca sp. nov. in the Diversisporaceae (Glomeromycota)”.Tese Sistemática filogenética de Lactifluus (Russulales) com ênfase em espécies do Norte e Nordeste brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-09-24) Silva Filho, Alexandre Gonçalves dos Santos e; Wartchow, Felipe; http://lattes.cnpq.br/6314571767850075; http://lattes.cnpq.br/9502247235296266; Komura, Dirce Leimi; http://lattes.cnpq.br/3573059727962827; Sulzbacher, Marcelo Aloisio; http://lattes.cnpq.br/2596348407665948; Almeida, Mariana Cavalcante e; http://lattes.cnpq.br/2452178671677753; Cortez, Vagner Gularte; http://lattes.cnpq.br/7851346442060529Lactifluus (Rusulaceae, Rusulales) reúne fungos que produzem em sua forma reprodutiva basidioma agaricoide, pleurotoide e gasteroide; que se caracterizam principalmente pela exudação de látex. O gênero possui aproximadamente 210 espécies distribuídas principalmente nos trópicos, onde frequentemente faz associação ectomicorrízica com uma ampla variedade de plantas. A diversidade do gênero vem sendo mais bem investigada na África e na Ásia, enquanto permanece ainda pouco explorada na região Neotropical. No Brasil, apenas nove espécies de Lactifluus foram descritas ou reportadas para a Amazônia, Mata Atlântica e Caatinga, e outras dez espécies ainda tratadas como Lactarius necessitam ser revisadas e confirmadas. Com isso, o projeto proposto visou sistematizar e interpretar o gênero Lactifluus a partir de análises morfológicas e moleculares, com o incremento de novas coletas e a revisão de coleções de herbário provenientes dos diferentes biomas das regiões Norte e Nordeste do Brasil. As análises basearam-se em dados morfológicos e moleculares de dez espécimes depositados nos Herbários PACA, INPA JPB, UFRN-Fungos e URM; e de 31 espécimes coletados em diferentes ecossistemas da Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica. A revisão morfológica das coleções herborizadas resultou na recombinação de Lactifluus amazonensis, Lf. brasiliensis, Lf. braunii, Lf. mamorensis, Lf. rupestres e Lf. russula; e na designação de um lectótipo para Lf. annulifer, Lf. braunii e Lf. russula. Novas amostras coletadas resultaram na identificação e no sequenciamento de Lf. amazonensis, Lf. annulifer, Lf. dunensis, Lf. lepus, Lf. mamorensis e Lf. neotropicus. Outras 11 espécies são propostas como novas para a ciência, e são elas: Lf. aurantioceraceus nom. prov., Lf. brunneoruber nom. prov., Lf. candidus nom. prov., Lf. flavoscaespitosus nom. prov., Lf. guttulatus sp. nov., Lf. perforatus nom. prov., Lf. piperogalactus sp. nov., Lf. reniformis nom. prov., Lf. restingae nom. prov., Lf. sphatuliformis sp. nov. e Lf. umbilicatus sp. nov. A análise molecular das regiões ITS, LSU e RPB2 do DNA dos espécimes coletados confirmam as espécies citadas como linhagens distintas em Lactifluus, estando elas distribuídas em cinco diferentes clados nos subgêneros Gymnocarpi, Lactariopsis e Pseudogymnocarpi. Além disso, os estudos filogenéticos dos espécimes coletados deram suporte para a delimitação de duas seções: Lf. secão Piperogalacti sec. nov. e Lf. seção Multicepis nom prov.; e para a emenda de Lf. sec. Panuoidei.Tese Filogeografia de artrópodes troglóbios do Oeste da formação Jandaíra, Nordeste do Brasil: evolução e conectividade biológica em ambientes subterrâneos como base para ações de conservação(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-06-29) Bento, Diego de Medeiros; Lima, Sérgio Maia Queiroz; Ferreira, Rodrigo Lopes; 02507575670; http://lattes.cnpq.br/3035017013212273; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; http://lattes.cnpq.br/6523092826116933; Donato, Christiane Ramos; http://lattes.cnpq.br/1035573410272594; Solé-Cava, Antônio Mateo; http://lattes.cnpq.br/1863833156194815; Cordeiro, Lívia Medeiros; http://lattes.cnpq.br/6644418826457241; Santos, Sandro; http://lattes.cnpq.br/2397252405405950Cavernas sempre despertaram a curiosidade dos cientistas em função dos troglóbios, organismos exclusivamente subterrâneos que frequentemente apresentam distribuição restrita e elevados níveis de endemismo. Eventos paleoclimáticos têm sido apontados como os principais responsáveis pela origem de espécies troglóbias, e o oeste da formação Jandaíra, nordeste do Brasil, alia a ocorrência de extensas áreas cársticas, enorme concentração de cavernas e aquíferos subterrâneos em uma região atualmente semiárida. Essa região é reconhecida pela riqueza e concentração de espécies troglóbias, algumas das quais (isópodes, anfípodes e hemípteros) possuem distribuição relativamente ampla em áreas geológica e hidrologicamente distintas. Por meio de análises filogenéticas e filogeográficas, objetivamos avaliar os padrões de variação genética desses táxons, investigar possível diversidade críptica e delimitar Unidades Taxonômicas Operacionais (UTO´s), bem como indicar os fatores que possivelmente influenciaram sua diversificação. Além disso, objetivamos avaliar o estado de conservação das linhagens e identificar áreas prioritárias para sua conservação. Com exceção de Cirolanidae sp.1 (Isopoda), os demais grupos apresentaram extensa diversidade de linhagens crípticas e, além da identificação de três UTO´s para Cirolanidae sp.2 e cinco para Potiberaba (Amphipoda), Kinnapotiguara troglobia (Hemiptera) provavelmente é um complexo com sete espécies crípticas, com linhagens restritas às microbacias (táxons aquáticos) e lajedos (Kinnapotiguara). Somente uma pequena parcela das linhagens encontra-se em áreas protegidas, enquanto a maioria ocorre em áreas expostas a ameaças antrópicas e podem ser consideradas ameaçadas de extinção: Cirolanidae sp.1 foi categorizada como Vulnerável, enquanto Cirolanidae sp.2 possui uma linhagem Menos Preocupante (LC) e duas Criticamente Ameaçadas (CR). Para Potiberaba, há duas linhagens LC, uma Em Perigo (EN, P. porakuara) e duas CR, e, para Kinnapotiguara, há quatro linhagens EN e três CR (incluindo K. troglobia). Foram identificadas duas áreas prioritárias para conservação dessas linhagens, com destaque para a região da microbacia do riacho do Abreu e lajedo do Rosário, em Felipe Guerra/RN, que abriga metade (oito, sendo seis endêmicas) das linhagens identificadas. O lajedo do Rosário, que pode ser considerado um sistema de cavernas e abriga 24 espécies troglóbias, é um hotspot de biodiversidade subterrânea. Por fim, apresentamos a cartilha “Vida nas CaveRNas”, elaborada como uma estratégia educacional com o objetivo de despertar o interesse sobre as cavernas, seus habitantes e sua conservação.Tese Taxonomia integrativa e biogeografia dos cascudinhos da subfamília Hypoptopomatinae (Siluriformes: Loricariidae) do Nordeste do Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-06-05) Barros Neto, Luciano de Freitas; Lima, Sérgio Maia Queiroz; ; ; Garda, Adrian Antônio; ; Cardoso, Priscila Camelier de Assis; ; Reis, Roberto Esser dos; ; Berbel Filho, Waldir Miron;A região Nordeste do Brasil, que inclui cinco ecorregiões hidrográficas distintas, é adequada para a captura de rios principalmente devido às características litológicas e geológicas, bem como devido às sucessivas fases de reativação de falhas. No entanto, a história biogeográfica das bacias hidrográficas dessa região permanece pouco compreendida, apesar de seu alto nível de endemismo de peixes. O gênero Parotocinclus apresenta alta riqueza de espécies endêmicas na região, com espécies com distribuição restrita a uma única bacia e outras com ocorrência mais ampla em mais de uma ecorregião. Desvendar a história evolutiva do gênero Parotocinclus pode ajudar a elucidar os processos que estruturaram a variação genética dos peixes de água doce nessas bacias costeiras, refinando o conhecimento sobre a biota aquática de água doce. Enquanto algumas espécies novas foram recentemente descritas, a validade de algumas espécies é questionada. Além disso, a maioria das descrições de espécies do gênero são pouco informaivas, e não apresentam caracteres diagnósticos que possibilitem o reconhecimento de complexos específicos. Assim, alguns outros autores consideraram P. cearensis e P. cesarpintoi como sinônimos juniores de P. spilosoma. Entretanto, testes realizados com material recentemente coletado nas localidades tipo, bem como dados das séries-tipo, revelaram alguns caracteres morfológicos que podem ser utilizados para diferenciar essas espécies. Análises filogenéticas com dados moleculares foram feitas para contrastar com os dados morfológicos e biogeográficos. Como resultado da análise integrativa (morfologia e molecular), no primeiro capítulo a validade de Parotocinclus cearensis foi confirmada, diferenciando-a de P. spilosoma e P. cesarpintoi. São apresentadas as redescrições de P. cearensis, P. cesarpintoi e P. spilosoma, acrescentando novos caracteres diagnósticos. No segundo capítulo são observadas as relações de parentescos das espécies, identificadas possíveis novas espécies, bem como investigada a diversificação das linhagens do gênero no Nordeste brasileiro. Também foram avaliados quais eventos geológicos podem estar associados aos padrões biogeográficos. No terceiro capítulo eu descrevo um novo gênero para a subfamília Hypoptomatinae com quatro novas espécies geograficamente isoladas e corroboradas por dados morfológicos e moleculares.Tese Taxonomia integrativa e biogeografia dos cascudos do gênero Hypostomus Lacépède,1803 (Siluriformes: Loricariidae) nas drenagens do Nordeste brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-05-20) Costa, Silvia Yasmin Lustosa; Lima, Sérgio Maia Queiroz; Ramos, Telton Pedro Anselmo; ; http://lattes.cnpq.br/7042816462852881; ; http://lattes.cnpq.br/8316105480397252; ; http://lattes.cnpq.br/4276021636902277; Zawadzki, Cláudio Henrique; ; http://lattes.cnpq.br/1193726744591661; Pydaniel, Lúcia Helena Rapp; ; http://lattes.cnpq.br/2412972837389427; Carvalho, Pedro Hollanda; ; http://lattes.cnpq.br/9551567862449740; Jacobina, Uedson Pereira; ; http://lattes.cnpq.br/9747701142123608O Nordeste do Brasil abrange quatro biomas (Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e a Amazônia) e cinco ecorregiões hidrográficas continentais: Caatinga Nordeste e Drenagens Costeiras (CNDC), Parnaíba (PNB), São Francisco (SAFR), Mata Atlântica Nordeste (MANE), e Estuário da bacia Amazônica e Drenagens Costeiras (EADC). Nas últimas décadas, diversas espécies de peixes foram descritas destas ecorregiões, incluindo algumas de cascudos do gênero Hypostomus, o mais rico da família Loricariidae e um dos mais amplamente distribuídos em toda a região Neotropical. Em duas das cinco ecorregiões mencionadas acima (CNDC e PNB), são conhecidas nove espécies nominais de Hypostomus, sete para a CNDC e duas para a PNB. No entanto, muitas dessas espécies descritas até meados do século XX, possuem alguns problemas, como a falta de definição das localidades-tipo, poucos exemplares que compõe a série tipo e são diagnosticadas com base em poucos caracteres morfológicos externos. A variabilidade intraespecífica atua como fator dificultante da definição das espécies do gênero nas ecorregiões supracitadas, o que acarreta problemas ao avaliar o estado de conservação das mesmas. O objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão taxonômica das espécies de Hypostomus nas ecorregiões CNDC e PNB, utilizando taxonomia integrativa, e discutir a diversificação do gênero nas drenagens do semiárido do Nordeste. Com base em nossos resultados, Hypostomus carvalhoi, H. jaguribensis, H. nudiventris, H. papariae e H. salgadae são sinônimos júnior de H. pusarum. A distribuição geográfica de H. pusarum foi expandida para a PNB e duas novas espécies do gênero, aqui descritas, foram reveladas para essa ecorregião. Fornecemos dados acerca da distribuição das espécies do gênero nas ecorregiões estudadas, e registramos a ocorrência de um total de seis espécies de Hypostomus (H. johnii, H. pusarum e H. vaillanti, duas descritas nesse estudo e outra possível espécie nova) na ecorregião PNB. Os resultados indicam que a riqueza de espécies do gênero na CNDC está superestimada, enquanto na PNB ainda é subestimada. Foram observadas relações filogenéticas entre um grupo de espécies da CNDC e PNB com as espécies da região Amazônica e das Guianas, assim como, foram evidenciadas relações pretéritas destas ecorregiões com o SAFR, e deste último com os tributários do sistema La Plata. Ademais, concluímos que o padrão de colorido das espécies evoluiu independentemente na maioria dos clados formados. Nossas inferências biogeográficas sugerem que houve pelo menos dois eventos de diversificação de Hypostomus na CNDC e PNB, e no mínimo três no SAFR, e a maioria dos processos que atuaram nesses eventos da região do semiárido do Nordeste foram as capturas de cabeceiras. Segundo nossos resultados, as espécies se diversificaram entre o Mioceno tardio e o Plioceno, o que coincide com o período de menores temperaturas no globo, condição que possivelmente propiciou a expansão das áreas semiáridas da região.Tese Filogenia molecular e anatomia da subtribo Cereinae (Cactoideae, Cactaceae)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-07-24) Fantinati, Mariana Ramos; Versieux, Alice de Moraes Calvente; Soffiatti, Patrícia; ; http://lattes.cnpq.br/6303148071303678; ; http://lattes.cnpq.br/7557922092763217; ; http://lattes.cnpq.br/7884547973986694; Santos, Bruno Francisco Sant'anna dos; ; http://lattes.cnpq.br/2030546426863720; Versieux, Leonardo de Melo; ; http://lattes.cnpq.br/9905184321288831; Rolim, Pâmela Lavor; ; http://lattes.cnpq.br/1873897404487606; Louzada, Rafael Batista; ; http://lattes.cnpq.br/2667220592232662À luz de uma recente revisão filogenética, Cereinae foi proposta como uma das três subtribos da tribo Cereeae s.l. que inclui a maioria dos cactos colunares que representam principalmente as linhagens sul-americanas em Cactoideae. Atualmente, Cereinae compreende espécies distribuídas em 14 gêneros, com relevante importância florística no leste do Brasil, principalmente nas formações de matas secas como a Caatinga. No entanto, a circunscrição do grupo ainda é bastante controversa, as delimitações genéricas são problemáticas e o conhecimento da anatomia das espécies é incipiente. Os objetivos deste estudo foram testar o monofiletismo de Cereinae com base em dados multigênicos usando uma ampla amostragem, avaliar a sistemática da subtribo, em particular as circunscrições genéricas, e pesquisar possíveis caracteres anatômicos diagnósticos e filogenéticos do sistema dérmico e parte do sistema fundamental de representantes de 11 gêneros da subtribo. Os resultados apontam para uma Cereinae monofilética fortemente suportada nas análises bayesianas, de máxima parcimônia e de máxima verossimilhança com base em matrizes combinadas, além de expandir o conhecimento das relações genéricas na subtribo. Os resultados das análises anatômicas e de reconstrução dos estados ancestrais demonstram que várias características sanatômicas ão homoplásticas, mas algumas destas (da skin) se mostraram informativas para alguns grupos da subtribo, como o contorno celular epidérmico fortemente plicado que distingue Melocactus das demais espécies, a abundância de cristais prismáticos nas células da epiderme de todas as espécies presentes em Arrojadoa e Stephanocereus, a presença de drusas com contorno arredondado no parênquima lacunoso de todas as espécies de Cereus e Cipocereus e a presença de drusas com contorno arredondado e em concreções no parênquima lacunoso compartilhada pelas espécies de Cereus. Estes grupos emergem como clados fortemente suportados pelas análises bayesianas filogenia molecular, demonstrando a relevância dos caracteres anatômicos para a taxonomia. Nossos resultados mostraram novidades tanto anatômicas quanto filogenéticas para Cereinae, podendo servir como base para futuras investigações da sistemática do grupo, para o estudo da história evolutiva de certas características anatômicas e morfológicas, bem como dos padrões das florestas secas da América do Sul e da biota associada.Tese Espécies esporocárpicas de fungos micorrízicos arbusculares (Glomeromycota): taxonomia, sistemática e evolução(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-03-31) Jobim, Khadija; Goto, Bruno Tomio; ; ; Silva, Danielle Karla Alves da; ; Baseia, Iuri Goulart; ; Fiuza, Patricia Oliveira; ; Cruz, Rhudson Henrique Santos Ferreira da;Os Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMA) desempenham associação simbiótica mutualística com a maioria das espécies de plantas nos mais variados ecossistemas terrestres, contudo, as espécies esporocárpicas de FMA (os únicos representantes do grupo com estruturas macroscópicas) têm sido pouco investigadas e levadas em consideração nos inventários taxonômicos. Esse fato se atribui, principalmente, a restrições metodológicas. O uso do termo esporocarpo no filo Glomeromycota é controverso, tendo em vista a diversidade de linhagens que apresentam esse hábito, consequência da complexa morfologia encontrada no grupo, que até o presente momento não dispõe de uma análise ampla acerca dos caracteres informativos para a delimitação das espécies. Além disso, 77% das espécies reconhecidas como esporocárpicas foram descritas exclusivamente com base em dados de morfologia, fato que torna a sistemática filogenética desse grupo limitada. Dessa maneira, o presente estudo objetivou propor uma revisão morfológica e molecular das espécies de FMA esporocárpicas através da análise de dados morfológicos e de sequências de SSU, LSU e região ITS do DNA. Para isso, foram analisadas espécies depositadas em coleções institucionais e coletadas em áreas pertencentes aos domínios estratégicos como a Amazônia, Brejos de Altitude e Mata Atlântica. Um total de 64 espécimes provenientes das coleções institucionais foi revisado, dos quais seis constituíram emendas. Nas áreas amostradas, 17 espécies foram coletadas, das quais cinco representam espécies novas e um novo gênero para ciência. Os resultados obtidos permitiram elucidar aspectos da taxonomia, sistemática e evolução do grupo, incluindo uma delimitação do termo esporocarpo para o filo Glomeromycota, bem como fornecer registros de ocorrência para o país, descrições de táxons e acréscimo de dados para a criação de chaves de identificação.Tese Diversificação citogenômica em serranidae (Perciformes), um modelo de estase cariotípica: aspectos evolutivos e aplicados(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-03-13) Amorim, Karlla Danielle Jorge; Molina, Wagner Franco; ; ; Motta Neto, Clóvis Coutinho da; ; Bertollo, Luiz Antonio Carlos; ; Cioffi, Marcelo de Bello; ; Lima Filho, Paulo Augusto de;A família Serranidae, cujos representantes são conhecidos como garoupas, constitui um dos mais diversos grupos de peixes em ambientes recifais. São predadores eficientes que podem ocupar desde poças de maré a recifes profundos. Algumas espécies podem alcançar porte considerável e, em geral, significativo valor econômico. Com distribuição circunglobal, o grupo é composto por 577 espécies, distribuídas em 75 gêneros, dos quais Epinephelus é o mais representativo. Apesar do crescente conjunto de informações genéticas, menos de 10% das espécies apresentam aspectos citogenéticos conhecidos. Abordagens citogenéticas para a família se mostram dissociadas quanto aos seus aspectos filogenéticos, geográficos e taxonômicos, limitando a compreensão de seus aspectos evolutivos e aplicados ao manejo. No presente trabalho, análises citogenéticas convencionais e mapeamento por hibridização in situ fluorescente das sequências DNAr 18S, DNAr 5S, elementos transponíveis Tol2 e Rex3, microssatélites (CA)15, (GA)15, (CAA)10 e (CGG)10, foram realizadas em 11 espécies de Serranidae. O primeiro capítulo pretende comparar a distribuição de sequências repetitivas dentro do cenário filogenético e em diferentes regiões biogeográficas. Em virtude das informações citogenéticas estarem concentradas no gênero Epinephelus, o segundo capítulo traz informações citogenômicas para outras três espécies da família dos gêneros Cephalopholis e Rypticus. No terceiro capítulo análises citogenômicas de três espécies de garoupas de interesse comercial foram realizadas para gerar informações sobre a organização dos cromossomos e o nível de divergência cromossômica entre as espécies, além de aspectos adaptativos e potencialidades aplicáveis à práticas de hibridização interespecífica. Todas as espécies apresentaram 2n=48, das quais apenas três possuem cariótipos não compostos exclusivamente por elementos acrocêntricos. O conservadorismo cariotípico, apenas perturbado por inversões pericêntricas, se estende à organização do DNA repetitivo onde as sequências repetitivas aqui analisadas refletem um baixo dinamismo evolutivo. A divergência citogenética e genômica entre espécies decorrente de ancestralidade comum ocorrida em períodos entre 15 a 11 M.a aparentemente proporciona reduzido nível de bloqueio reprodutivo pós-zigótico, com valiosas implicações para a hibridização induzida na aquicultura. Sob perspectiva biogeográfica e filogenética, os grupos mais basais do Atlântico apontam 2n=48a como o padrão ancestral para a família, indica que a especiação no grupo não foi seguida por modificações cariotípicas significantes e a despeito de uma relativa frequência de cariótipos divergentes, esse grupo de peixes se adequa a um padrão evolutivo de estase cariotípica.Tese Evolução e biogeografia do gênero de raias marinhas Hypanus Rafinesque, 1818 (Myliobatiformes, Dasyatidae)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-02-19) Petean, Flávia de Figueiredo; Lima, Sérgio Maia Queiroz; Rocha, Luiz Alves; Faria, Vicente Vieira; Lima, Françoise Dantas de; Soares, Karla Diamantina de AraújoAs raias do gênero Hypanus Rafinesque (1818) possuem ampla distribuição ao longo das costas Atlântica e Pacífica do continente americano, assim como uma espécie no Golfo da Guiné, no Atlântico Oriental. Como a maioria das espécies de Hypanus está classificada como “dados insuficientes” (DD) na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, há uma necessidade de se resolver problemas taxonômicos e de distribuição geográfica para futuras avaliações de seus estados de conservação. Com o estudo dos genomas mitocondriais de todas as espécies até o momento válidas do gênero (H. americanus (Hildebrand & Schroeder, 1928), H. dipterurus (Jordan & Gilbert, 1880), H. guttatus (Bloch & Schneider, 1801), H. longus (Garman, 1880), H. marianae (Gomes et al., 2000), H. rudis (Günther, 1870), H. sabinus (Lesueur, 1824) e H. say (Lesueur, 1817)) delimitamos 14 linhagens, sendo duas referentes às espécies H. geijskesi (Boeseman, 1948) e H. colarensis (Santos et al., 2004), que antes pertenciam ao gênero Fontitrygon (Last et al., 2016), e agora foram alocadas para o gênero Hypanus. A espécie com a maior distribuição geográfica, H. americanus, é um grupo não monofilético e a linhagem que ocorre desde o deságue do Rio Amazonas ao Sudeste do Brasil é uma espécie ainda não descrita e irmã de H. rudis, na costa Africana do Atlântico. Examinamos exemplares do clado H. americanus (H. americanus, H. longus e H. rudis), a fim de descrever uma nova espécie usando uma abordagem integrativa de dados de DNA barcode, morfologia e modelagem de nicho ecológico. Além disso, inferimos os tempos de divergência e identificamos as possíveis barreiras biogeográficas impostas pelo continente americano às linhagens de Hypanus: Istmo do Panamá, Península da Flórida, deságue do Rio Amazonas, distâncias entre os continentes separados pelos Oceanos Atlântico e Pacífico, e limitações de temperatura nos hemisférios norte e sul (águas temperadas e tropicais). Os resultados obtidos indicam que a distribuição geográfica das espécies de Hypanus é menor do que o que se definia, abrigando espécies ainda não descritas. Na costa brasileira ocorrem seis espécies do gênero, H. colarensis, H. geijskesi, H. guttatus, H. marianae, H. say e H. sp. 1, com pelo menos quatro espécies endêmicas, incluindo a nova espécie aqui descrita. Assim, com a delimitação morfológica, genética, de distribuição geográfica e hábitats adequados é possível fazer uma avaliação do status de conservação de algumas espécies que estão classificadas como “dados insuficientes” na IUCN, porém são amplamente pescadas e consumidas na costa brasileira.