Programa de Pós-Graduação em Psicologia
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Tese A formação inicial de professores de matemática: significações de docentes do ensino superior acerca da matemática e da educação(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-12-20) Oliveira, Aléxia Thamy Gomes de; Campos, Herculano Ricardo; http://lattes.cnpq.br/3896628029641662; https://orcid.org/0000-0003-3185-2372; http://lattes.cnpq.br/6262218280057274; Kranz, Cláudia Rosana; Lima, Cárita Portilho de; Soares, Júlio Ribeiro; Menezes, Marcus Bessa deEste estudo fundamenta-se na Psicologia Histórico-Cultural, focando-se nas relações entre significados e sentidos no processo formativo de professores de matemática e teve como objetivo analisar, de forma dialética, as significações construídas pelos professores universitários dos cursos de licenciatura em Matemática, acerca da Matemática e da Educação, considerando as contradições e o movimento de transformação entre esses campos. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com docentes de duas Instituições de Ensino Superior (uma no Nordeste e outra no Sudeste do Brasil). As entrevistas possibilitaram acessar o empírico aparente que se expressou por meio dos discursos registrados e os dados foram analisados a partir da ferramenta de Núcleos de Significação, de Aguiar e Ozella. Os resultados indicam que as significações sobre Matemática e sobre Educação dos professores participantes carregam sentidos e significados de sua escolarização básica e da relação construída principalmente com professores que tiveram como referência ao longo de sua formação, sendo fortalecidas em seus processos formativos em Educação Matemática, no âmbito do ensino e da pesquisa. As significações construídas ao longo do processo formativo, que culminam nos sentidos e significados presentes nos cursos de graduação, podem contribuir para uma formação docente mais comprometida com a realidade objetiva e menos alienada. Tais resultados apontam para a importância da Educação Matemática na formação de professores, assim como para a relevância da qualidade da mediação no processo educacional. Embora os participantes desta pesquisa tenham apresentado falas que buscam articular a Matemática e a Educação, assim como considerarem a Matemática uma ferramenta humana, os desafios dessa articulação ainda apontam para estruturas universitárias engessadas, representativas de dinâmicas formativas que priorizam o número de concluintes em detrimento da qualidade de sua formação, considerando o projeto hegemônico de universidade brasileira que tem sido construído ao longo dos anos. Assim, cabe às instituições formadoras contribuir para a construção dialética de significações sobre Matemática e Educação, fortalecendo a Educação Matemática e a reconhecendo como essencial na formação de professores, de modo a possibilitar novos horizontes para a aprendizagem matemática no Brasil.Dissertação A potência dos restos nas narrativas de sujeitos dissidentes de gênero e sexualidade(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-24) Rêgo, Larissa Alves do; Simoni, Ana Carolina Rios; https://orcid.org/0000-0001-9805-6966; http://lattes.cnpq.br/7427786733929741; http://lattes.cnpq.br/6022998109646707; Kierniew, Janniny Gautério; Dantas, Cândida Maria Bezerra; Ricardo, Sofia FaveroA partir de uma memória inscrita no corpo, este trabalho emerge na direção ético-política de se opor ao discurso mortífero que acossa os corpos dissidentes de gênero e sexualidade. Se o encontro com a cisheteronormatividade produz sujeitos, nesta operação também se produzem restos que se registram como indizíveis e que portam uma potência de vida. A partir do diálogo e tensionamento entre a psicanálise e os estudos queer, propõe-se que os corpos dissidentes carregam as histórias das marcas do encontro com a normatividade, que podem ser visibilizadas e reconstruídas enquanto trabalho de memória. Assim, o objetivo deste trabalho foi co-construir narrativas singulares com sujeitos dissidentes de gênero e sexualidade de Natal/RN e seus acervos fotográficos pessoais. Apostou-se na fotografia como convite a uma reaproximação com os restos invisibilizados na história de um corpo dissidente. Neste sentido, foram co-construídas três narrativas, processo que visibilizou e permitiu nomear particularidades da escuta e da presença que se produziram nas experiências de co-construção. Com isso, propomos nomear as condições pelas quais uma escuta e uma presença parecem possibilitar ou inviabilizar o trabalho de reescrita dos restos no corpo. Uma presença alinhada aos ideais cisheteronormativos termina por reinserir o sujeito no circuito mortífero da normatividade, ao passo que uma presença vitalizante se produz no reconhecimento de que no resto há algo a ser reacendido, por um fio de narrativa que permite reconstruir a história e o corpo. Sugerimos que a pressa cisgênera insiste em tamponar as possibilidades de nomeação da vida na dissidência para defender-se das desestabilizações que um corpo dissidente provoca nos ideais normativos. Por fim, chegamos ao testemunho como trabalho ético-político da memória para disputar modos de subjetivação e atualizar as discursividades de gênero e sexualidade.Dissertação Abordagem clínica da atividade de trabalho do cozinheiro: interação de saberes, gênero profissional e inovação criativa(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2011-08-12) Oliveira, Samid Danielle Costa de; Falcão, Jorge Tarcisio da Rocha; ; http://lattes.cnpq.br/9066230660650393; ; http://lattes.cnpq.br/0806311279245501; Silva, Claudia Osorio da; ; http://lattes.cnpq.br/9433900740589087; Bendassolli, Pedro Fernando; ; http://lattes.cnpq.br/1107978417272282A problemática geral desta dissertação é a exploração de atividades de trabalho desenvolvidas no contexto de ocupações profissionais caracterizadas por nível de escolaridade variável dentre aqueles que as exercem, e, ao mesmo tempo, grau de complexidade elevado no que diz respeito às tarefas típicas implicadas em tais práticas profissionais. Assim, esta dissertação se propôs a investigar a atividade de trabalho do cozinheiro, a partir dos dados de determinado gênero profissional em Natal (RN), buscando estabelecer aspectos relacionados não somente à atividade realizada (atividade que se manifesta empiricamente em comportamentos registráveis), mas também relacionados ao real da atividade de trabalho, que abarca igualmente as opções não-realizadas de encaminhamento da atividade profissional, seja por simples escolha, seja por impedimento da atividade. Nesse contexto, buscou-se, como objetivo geral, avaliar como a atividade de trabalho observada relaciona-se com as práticas de referência do gênero profissional, seja em termos de conformidade, seja em termos de inovação (estilização) em relação a este gênero, buscando verificar a contribuição dos saberes escolar e extraescolar para a prática profissional observada. Tal plano de trabalho comportou uma etapa preliminar de descrição do perfil socioprofissional de cozinheiro na cidade de Natal (RN), seguido da etapa de abordagem clínica do trabalho, cuja ferramenta metodológica utilizada foi o procedimento de autoconfrontação cruzada - norteada pelo referencial teórico francófono da Clínica da Atividade. A etapa de descrição do perfil do cozinheiro de Natal (RN), da qual participaram 138 cozinheiros, evidenciou três agrupamentos de profissionais, todos predominantemente masculinos em sua composição e diferenciados entre si fundamentalmente pelo tempo de inserção profissional, tipo e tempo de escolarização, local de trabalho e faixa salarial. A etapa de abordagem clínica, composta por uma dupla de cozinheiros, permitiu verificar elementos de conformidade dos cozinheiros ao gênero profissional, mas simultaneamente evidências de inovação individual (estilização) por parte desses cozinheiros, bem como a predominância de utilização de saberes extraescolares quando comparados ao saberes escolares. Buscou-se nessa etapa demonstrar o quanto a dinâmica da inclusão e submissão ao gênero, concatenada com as iniciativas de estilização, puderam contribuir para a manutenção e ampliação do poder de agir dos cozinheiros em sua prática profissional.Dissertação Abordagem clínica da atividade profissional no Centro de Referência Especializada para População em Situação de Rua (Centro Pop)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-12-20) Oliveira, Vitor Alexander Cortez de; Falcão, Jorge Tarcisio da Rocha; http://lattes.cnpq.br/9066230660650393; http://lattes.cnpq.br/3070572541523039; Lima, Fellipe Coelho; http://lattes.cnpq.br/5116689205242979; Torres, Tatiana de Lucena; http://lattes.cnpq.br/2310895002206004A presente dissertação de mestrado foi direcionada aos trabalhadores, assistentes sociais e psicólogos do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) órgão que compõe o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O objetivo do estudo é coanalisar a atividade laboral dos trabalhadores psicólogas(os) e assistentes sociais do Centro Pop, buscando abordar o referenciamento do gênero e o poder de agir desses trabalhadores, assim como realizar um estudo das condições de trabalho e saúde dos trabalhadores deste serviço. O referencial teórico é proveniente da Clínica da Atividade e da Ergonomia da Atividade. Como método, a pesquisa foi dividida em duas partes: na etapa clínica foi utilizada a técnica de Instrução ao Sósia (IaS), na busca de acesso a atividade dos trabalhadores; na etapa quantitativa foi empregado o instrumento psicológico ITRA- Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento- com a finalidade de levantar as Condições de Trabalho e Saúde dos trabalhadores. Os resultados da etapa clínica apontam uma variada quantidade de impedimentos ao poder de agir dos trabalhadores, notadamente em termos da ausência de suporte intersetorial. Foram feitas duas IaS; a primeira propôs como foco problemas de gestão do espaço cotidiano, devido aos conflitos; a segunda voltou-se para disputas/desentendimentos no serviço; como aspectos favorecedores do poder de agir, verificou-se o vínculo com o usuário do serviço. Na etapa quantitativa, contando com dados oriundos de 38 participantes verificou-se importância explicativa, em procedimento de clusterização, para as seguintes variáveis: Custo Cognitivo, Custo Afetivo, Condições de Trabalho e Organização do Trabalho. Foram evidenciados ainda elementos de precarização e risco de adoecimento no trabalho do Centro Pop. As etapas dialogam entre si, sugerindo aspectos de limitação do poder de agir do profissional, referenciamento do gênero profissional de forma incipiente, e condições de trabalho que oferecem risco à saúde dos profissionais. O presente estudo aponta para a necessidade de uma política de valorização do trabalhador do SUAS, maior articulação entre as políticas intersetoriais e melhorias nas condições de trabalho para psicólogos e assistentes sociais.Tese Abordagem clínica da mobilização de competências na atividade de trabalho do docente/gestor(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-09-09) Santos, Raquel Alves; Falcão, Jorge Tarcísio da Rocha; https://orcid.org/0000-0002-2798-3727; http://lattes.cnpq.br/9066230660650393; http://lattes.cnpq.br/9917631760502530; Pujol, Andréa; Alves Filho, Antônio; Araújo, José Newton Garcia de; Torres, Tatiana de LucenaO presente estudo teve como objetivo analisar e problematizar os processos de desenvolvimento, precarização e mobilização das competências na atividade do docente/gestor na gestão pública universitária. Os operadores teóricos foram propostos a partir da integração entre referenciais da psicologia do trabalho e da psicologia histórico-cultural preconizados pela Clínica da Atividade e ancorados no debate sobre competências humanas, a partir de abordagem francófona. Tendo esse objetivo como porto de partida, foi possível recuperar e contribuir para o adensamento do debate teórico a respeito da noção de competência no contexto da psicologia do trabalho, partindo-se de uma visão individualista à perspectiva histórico-cultural, em que o desafio, num panorama de precarização social que o modelo da competência se propõe a enfrentar, foi o de ultrapassar a “lógica do posto de trabalho”. Do ponto de vista do método, realizamos três estudos com foco na análise das intervenções realizadas pela UFRN para a implementação da Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoas da Administração Pública Federal e na análise da atividade do docente/gestor a partir de entrevistas (semiestruturadas e de instrução ao sósia), aplicação de questionário e observação participante. Para tanto, delimitamos as atividades dos chefes de departamento como função de gestão definida para participar da pesquisa e utilizamos a coanálise da atividade para interpretar os dados encontrados. Para isso, adotamos a pesquisa intervenção com 26 chefes de departamento da UFRN e 25 da Universidade Nacional de Córdoba (UNC)-Argentina, durante o período do doutorado sanduíche realizado neste país. Os resultados do primeiro estudo apontaram que: 1) os elementos que formam a atividade de gestão estão inscritos na tradição do ofício profissional (métier) docente, caracterizados pela ação do docente estando gestor; 2) a existência de uma falsa tríade (ensino-pesquisa-extensão), embasando o trabalho docente no contexto universitário brasileiro, mesmo que a atividade de gestão esteja caracterizada como uma das dimensões do trabalho docente, estabelecendo, então, uma “tétrade” (ensino-pesquisaextensão-gestão); 3) a relação entre o prescrito e o real estabeleceu, no gênero profissional, a força exercida pelas atividades pertencentes à docência, porém com a especificidade de estar afiliado às atividades de gestão, caracterizadas por “obrigações” compartilhadas pelos/as chefes de departamento, regularmente, mesmo diante dos obstáculos e da organização prescrita do trabalho. e 4) o triplo papel e a configuração de multiatividade na tétrade do trabalho do/a chefede departamento. No segundo estudo buscou-se avaliar a interrelação existente entre a dimensão da atividade, interlocuções com o gênero profissional e saúde e trabalho. Este estudo permitiu compreender que a atividade de gestão se mostra como um artefato ou um dispositivo de mobilização subjetiva de afirmação da saúde/mal estar no trabalho, aqui compreendida como vinculada não somente a um projeto solitário de gestão, mas a uma ação concatenada, compartilhada, inscrita dentro de um mesmo gênero profissional de docentes e presentificada nesse modo de gerenciar tão peculiar. Por fim, no terceiro estudo, emergiu uma dialética entre a atividade e o ofício, demonstrada a partir da percepção de que as atividades dialógicas produzidas na instrução ao sósia retratavam ações familiares no exercício da função de chefia, contudo destituídas de uma referência a um coletivo de trabalho que funcionasse na atividade de gestão. Estamos nos referindo a uma provável fragilidade do gênero profissional, uma vez que isso implica a constituição das possibilidades de ação, implica um espaço comum, para além das estratégias individualizadas. Nesse sentido, esta dificuldade para construir ou manter um gênero profissional conduz a um empobrecimento do trabalho e ao sofrimento psicológico, situações que podem levar a ineficácia no trabalho e a sua precarização.Dissertação O aborto provocado como uma possibilidade na existência da mulher: reflexões fenomenológico-existenciais(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010-08-20) Reboucas, Melina Séfora Souza; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767284P4&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/4063229908259946; Sá, Roberto Novaes de; ; http://lattes.cnpq.br/5093366488220824; Azevedo, George Dantas de; ; http://lattes.cnpq.br/1088076378928302O aborto provocado é um tema bastante polêmico e estigmatizado, sendo alvo de muitas críticas e discussões, principalmente no que se refere aos aspectos legais, bioéticos e religiosos envolvidos. No Brasil, o aborto é considerado um grave problema de saúde pública, sendo um dos maiores causadores de morte materna devido à sua criminalização. A mulher que provoca um aborto não é bem vista pela sociedade, uma vez que a maternidade, cultural e historicamente, lhe foi imposta como destino. O nosso principal objetivo é compreender, a partir da perspectiva fenomenológico-existencial, a experiência singular dessa mulher que provocou o aborto. O presente estudo é um desdobramento de uma pesquisa mais ampla da USP em parceria com a UFRN. As nossas participantes foram mulheres que deram entrada em uma maternidade da cidade de Natal com diagnóstico de abortamento e, dentre estas, as que relataram ter provocado o aborto. Ao todo, cinco mulheres foram entrevistadas. O método utilizado foi a hermenêutica fenomenológica. A pesquisa revelou que a experiência do aborto é uma possibilidade que permeia a existência da mulher, sendo compreendido como uma escolha. Escolha essa perpassada por muito sofrimento, na medida em que a mulher se posiciona contra tudo o que lhe foi ensinado e destinado culturalmente. O sentimento que mais vem à tona nessa experiência, confirmando a revisão de literatura, é a culpa. O aborto também se mostrou como uma experiência de desamparo e solidão, devido à falta de apoio da família e do parceiro. Também foi revelado que o aborto se deu, em grande parte, pelo desejo de dar continuidade aos projetos futuros, inclusive o exercício da maternidade dentro do que consideram ideal para a chegada de um filho, isto é, a constituição de uma família alicerçada num relacionamento estável. No que refere ao atendimento prestado pelos profissionais de saúde a essas mulheres, revela-se a necessidade de uma reestruturação da lógica de funcionamento do SUS para que estas tenham direito a saúde de forma integral. Essa experiência também fez as mulheres reverem os significados que tinham em relação ao aborto, bem como os seus projetos de vidaTese Aborto: um fenômeno sem lugar – uma experiência de plantão psicológico a mulheres em situação de abortamento(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-03-27) Rebouças, Melina Séfora Souza; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://lattes.cnpq.br/8735914852611176; ; http://lattes.cnpq.br/4063229908259946; Silva, Geórgia Sibele Nogueira da; ; http://lattes.cnpq.br/1062059652170019; Azevedo, George Dantas de; ; http://lattes.cnpq.br/1088076378928302; Feijoo, Ana Maria Lopez Calvo de; ; http://lattes.cnpq.br/6262781863415292; Morato, Henriette Togneti Penha;O presente estudo discorre sobre a experiência de um serviço de plantão psicológico na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), na cidade de Natal, e apresenta como objetivo principal investigar os limites e as possibilidades dessa prática, ao oferecer atendimento para mulheres em situação de abortamento. O Ministério da Saúde considera o aborto um grave problema de saúde pública no Brasil e reconhece as repercussões que este provoca na vida pessoal e familiar das mulheres, principalmente as jovens, em plena idade produtiva e reprodutiva, que, se não forem amparadas, podem sofrer graves sequelas físicas e psicológicas. Esta pesquisa insere-se no campo das práticas psicológicas em instituição, as quais visam oferecer, por meio de modalidades diversas, entre elas o plantão psicológico, uma atenção psicológica nas instituições. A atenção refere-se ao acolhimento daquele que sofre no momento da crise e nos mais diversos contextos onde se faça presente uma demanda. Os sentidos dessa experiência foram analisados à luz da hermenêutica heideggeriana, que busca um determinado aspecto da realidade que se pretende conhecer/compreender, acompanhando o próprio movimento do homem em sua existência. Elegeram-se a cartografia e o diário de bordo escrito na forma de narrativa como recursos que possibilitam uma aproximação da experiência cotidiana. O plantão foi realizado no setor de curetagem da MEJC, no período de março de 2013 a fevereiro de 2014, todas as terças e quintas, das 9h às 12h. A trama existencial destecida nessa experiência revelou algumas possibilidades e limites da prática do plantão no contexto estudado. Entre as possibilidades, o plantão favoreceu às mulheres em situação de abortamento a produção de novos sentidos, como: perceber a necessidade de retomar o cuidado de si; ver no encaminhamento para a psicoterapia uma possibilidade de lidar com a perda vivenciada ou com outras questões de suas vidas; ampliar suas possibilidades de escolha; repensar sua vida sexual e reprodutiva; e rever suas relações afetivas e seus projetos de vida. O plantão apresentou-se como um dispositivo de cuidado em saúde ao sensibilizar as mulheres a buscarem as condições necessárias para cuidar de sua saúde e a questionarem o que naquele ambiente era encarado como natural. O plantão revelou-se como uma prática condizente com as demandas da saúde pública ao criar/inventar modos de atender às necessidades das mulheres. Além disso, promoveu uma abertura no horizonte técnico das mulheres, o que foi visto a partir do aparecimento de questões para além da saúde física. Quanto aos limites, algumas demandas extrapolaram o serviço de plantão e exigiram encaminhamento para acompanhamento psicológico e outros serviços especializados. O plantão não conseguiu abarcar a totalidade das demandas existentes no setor e não sensibilizou a equipe de saúde em relação à sua procura e a uma mudança de postura para além do saber técnico. Porém, embora não tenha realizado mudanças concretas nesse contexto, denunciou suas principais dificuldades, como o despreparo da equipe de saúde em lidar com o aborto para além dos procedimentos técnicos e a precariedade da infraestrutura e dos serviços oferecidos. Por fim, o plantão representou uma morada para as mulheres em situação de abortamento, permitindo que o seu sofrimento tivesse um lugar.Tese A ação do psicólogo na assistência social: interiorização da profissão e combate a pobreza(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013-09-27) Dantas, Cândida Maria Bezerra; Oliveira, Isabel Maria Farias Fernandes de; ; http://lattes.cnpq.br/6077243255728600; ; http://lattes.cnpq.br/8181024208435709; Dimenstein, Magda Diniz Bezerra; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763508E6; Oliveira, Iris Maria de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4701351Z3; Macedo, João Paulo Sales; ; http://lattes.cnpq.br/6624843385034057; Ximenes, Veronica Morais; ; http://lattes.cnpq.br/9185040042652952A pobreza, como uma das manifestações da questão social , é elemento constitutivo do padrão de desenvolvimento capitalista, extremamente desigual, em que convivem acumulação e miséria. Nas últimas décadas, sob a égide do ideário neoliberal, verifica-se um incremento em políticas de combate à pobreza no Brasil, de caráter focalizado e compensatório, tanto por meio de ações diretas de transferência de renda, quanto pelo fortalecimento de serviços e programas voltados às populações pobres, com a estruturação do Sistema Único de Assistência Social, hierarquizado em Proteção Social Básica e Especial. A participação do psicólogo nas equipes profissionais do CRAS constitui um importante elemento para a discussão da inserção desse profissional no campo das políticas sociais no Brasil, considerando os limites estruturais postos pelo caráter compensatório dessas políticas, e a construção de estratégias que possam resultar em uma mudança efetiva nas condições de vida das camadas mais pobres da sociedade. Aliado a isso, por meio do ingresso na política de assistência social, um número significativo de profissionais psicólogos passa a atuar em cidades pequenas e médias, fora dos tradicionais centros urbanos, constituindo um movimento de interiorização da profissão . O objetivo do presente trabalho é analisar a ação profissional do psicólogo na assistência social no contexto nas políticas de combate à pobreza em municípios do interior do Rio Grande do Norte. Realizou-se entrevistas semiestruturadas com psicólogos atuantes nos CRAS de 17 municípios de pequeno e médio porte do estado. As informações foram sistematizadas com auxílio do software QDA Miner v. 3.2. A perspectiva defendida neste trabalho refere-se à funcionalidade das práticas psicológicas no contexto das políticas de combate à pobreza brasileiras na atualidade, ao reforçar os ideais neoliberais de naturalização da questão social e responsabilização dos indivíduos pela sua condição social, além de, em grande parte, desconsiderar as particularidades e singularidades que marcam os territórios de ação. Todavia, é possível depreender alguns modos de ação profissional que estão na contramão dos mais frequentemente encontrados nesse campo. Esses modos se revelam no cotidiano do CRAS como formas diferentes de compreensão do saber fazer profissional, resultados de um posicionamento político e de uma formação profissional que buscam romper com o tradicionalismo e conservadorismo da Psicologia e do campo da assistência socialDissertação Acessibilidade aos espaços urbanos :uma dimensão psicológica(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2006-05-19) Araújo, Rosineide Gomes de; Pinheiro, José de Queiroz; ; http://lattes.cnpq.br/5503576309484010; ; Marques, Sônia Maria de Barros; ; http://lattes.cnpq.br/7167281638334139A discussão acerca da acessibilidade aos espaços urbanos ultrapassa os limites físicos normalmente abrangidos pelos conhecimentos técnicos de arquitetos e engenheiros, pois é necessário que as pessoas saibam que podem chegar a esses locais e usá-los. Os idosos, uma parcela da população que está aumentando mundialmente, fazem parte do grupo de usuários que podem apresentar dificuldades para a utilização dos espaços. Esta investigação documenta e analisa como as pessoas idosas percebem a acessibilidade da sua cidade. O estudo foi realizado em dois bairros da zona leste de Natal/RN, Alecrim e Rocas, de grande concentração de idosos. Em cada bairro, foram entrevistados 12 idosos (seis homens e seis mulheres), na faixa etária de 60 anos e acima. A estratégia multi-métodos empregada, coerente com o caráter interdisciplinar da área, envolveu entrevista semi-estruturada, que incluiu elaboração de desenhos, manipulação de mapas e reconhecimento de fotografias. A avaliação do que se designou acessibilidade psicológica levou em conta o papel dos aspectos físicos e simbólicos do espaço urbano, bem como a inserção social, espacial e histórica daqueles bairros na determinação desse processo. Com relação ao gênero, os homens se mostraram mais convencionais e as mulheres mais detalhistas, estas apresentando uma maior facilidade em assumir o papel do outro sexo. Em geral, os idosos se identificaram mais com o próprio bairro do que com a cidade. Para eles era possível imaginar o futuro da cidade e do bairro, mas sem incluir a presença deles próprios, principalmente no caso dos mais velhos, um dos fatos que evidencia a dissociação entre pessoa e ambiente, preocupação central ao se considerar uma perspectiva de sustentabilidade urbanaTese Achados de eletroencefalografia, eye-tracking e perfil neuropsicológico de crianças com transtorno do espectro do autismo(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-30) Reis, Celina Angelia dos; Pires, Izabel Augusta Hazin; http://lattes.cnpq.br/5496201609189471; http://lattes.cnpq.br/4321483362320227; Mello, Cláudia Berlim de; Brasil, Fabricio Lima; Vieira, Nayara Silva Argollo; Alves, Nelson TorroO Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma desordem do neurodesenvolvimento que emerge nos primeiros anos, caracterizado por déficits sociais e comportamentais, incluindo estereotipias e interesses diferenciados. Há também fragilidades cognitivas, como déficits intelectuais e adaptativos, além de disfunções executivas, atencionais e de comunicação. Sua fisiopatologia permanece inconclusiva e o diagnóstico se baseia na história clínica e observação criteriosa. A incidência do TEA é alta, crescendo após revisões de critérios diagnósticos e valorização da intervenção precoce. Avaliações clínicas sistemáticas são fundamentais para diagnóstico e avaliações neuropsicológicas ajudam a graduar comprometimento e mapear perfis cognitivos, notadamente em funções executivas, atenção, linguagem, teoria da mente e perfil intelectual. Esta tese visou avaliar a associação de recursos como ferramenta suplementar para a detecção do TEA. O estudo incluiu 34 crianças (17 com TEA e 17 sem), de 4 a 12 anos, emparelhadas por idade e gênero (15 meninos e 2 meninas em cada grupo). O grupo TEA foi dividido em três níveis de suporte: I (7 crianças), II (6 crianças) e III (4 crianças), além de três níveis intelectuais: abaixo da média (8 crianças), média (6 crianças) e acima da média (3 crianças). Ambos os grupos foram submetidos a estímulos faciais com expressões do tipo feliz, neutra e raiva, com simultâneo registro de eletroencefalograma e eye-tracking. Os dados de distribuição das ondas cerebrais por faixas de frequência obtidas pela eletroencefalografia quantitativa (qEEG) e o perfil de rastreamento ocular pelo eye-tracking foram comparados entre os grupos, considerando diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05). Os resultados revelaram discrepâncias em mais de um parâmetro do rastreamento visual de rostos humanos em crianças com TEA, variando conforme o tipo de face apresentada. Houve diferenças notáveis na sequência de exploração facial, na quantidade de pontos percorridos, no tempo total e na primeira fixação na região dos olhos, bem como na velocidade do movimento ocular. Entre outras diferenças, o grupo TEA apresentou menor atenção, maior velocidade e diferença no sequenciamento do movimento ocular ao explorar a região dos olhos. Os achados do qEEG também destacaram um padrão distinto na atividade elétrica cerebral das crianças com TEA, dependendo do tipo de face apresentada. Ritmos mais lentos foram observados nas regiões anteriores durante faces felizes, enquanto ritmos mais rápidos ocorreram nas áreas anteriores para faces neutras e nas posteriores para faces com expressão de raiva. A conclusão foi que há variações no padrão de rastreamento ocular e nas faixas de frequências da atividade elétrica cerebral em crianças com TEA quando expostas a estímulos emocionais. Ao integrar esses achados com o perfil clínico neurocognitivo, eye-tracking e qEEG, é possível a sugestão de um protocolo para rastreamento e análise de crianças com TEA. A utilização de associação de ferramentas para detectar sinais de alerta e confirmar diagnósticos de TEA em tempo menor tende a agilizar o diagnóstico precoce e a subsequente implementação de intervenções.Dissertação Os acidentes de trabalho e os valores humanos em operadores de uma fábrica de calçados(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2004-09-13) Oliveira, Karen Fantine Silva Souza de; Borges, Lívia de Oliveira; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785961E6; ; http://lattes.cnpq.br/0789617020238445; Gouveia, Valdiney Veloso; ; http://lattes.cnpq.br/6960379064948678; Sousa, Washington José de; ; http://lattes.cnpq.br/2387611219688981O presente estudo analisa a relação entre os acidentes de trabalho e os valores humanos. Foi desenvolvido com uma amostra de 156 operadores de uma fábrica, através da aplicação de questionários estruturados. Os dados foram submetidos a análises quantitativas (por exemplo, análises das distribuições de freqüência, teste t e qui-quadrado). Verificou-se que 27 funcionários que preencheram os questionários sofreram acidentes de trabalho. Os resultados apontam que não há diferenças significativas entre os valores daqueles que sofreram acidentes e os que não sofreram. Os participantes apresentaram uma hierarquia de valores diferente de outras amostras pesquisadas nos Brasil. Constataram-se diferenças de freqüência de acidentes por setores da empresa. Verificou-se, então, que, a ocorrência dos acidentes de trabalho não está associada aos valores, mas mais provavelmente às condições de trabalhoDissertação As ações das equipes volantes dos Centros de Referência de Assistência Social no Rio Grande do Norte(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-05-27) Nascimento, Marília Noronha Costa do; Oliveira, Isabel Maria Farias Fernandes de; ; http://lattes.cnpq.br/6077243255728600; ; http://lattes.cnpq.br/0838031066211333; Oliveira, Iris Maria de; ; http://lattes.cnpq.br/8333033656600950; Alberto, Maria de Fátima Pereira; ; http://lattes.cnpq.br/5329252433928179A compreensão da Assistência Social como política pública tem como um dos principais pressupostos o princípio da territorialização, que significa o reconhecimento de que as particularidades do território fazem diferença no manejo da política. Para operacionalizar esse e outros princípios, a Política Nacional de Assistência Social organiza-se no Sistema Único da Assistência Social (SUAS) que, por sua vez, hierarquiza-se em proteção social básica e especial. A organização da proteção social básica é de responsabilidade dos CRAS, cujo objetivo é atuar no âmbito da prevenção de riscos sociais por meio do desenvolvimento de potencialidades e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Em contextos em que o território possui grande extensão, espalhamento, difícil acesso e ou presença de populações tradicionais, como comunidades indígenas e quilombolas, Equipes Volantes são implantadas para compor a equipe dos CRAS. No Rio Grande do Norte, essas equipes estão presentes em municípios de pequeno porte e próximas a áreas rurais, onde estão os grandes focos da pobreza extrema. Diante dessa realidade, o objetivo geral desta dissertação foi investigar como as ações das equipes volantes de CRAS respondem às demandas de seus territórios de abrangência no Rio Grande do Norte. Para isso, foram mapeadas todas as equipes volantes existentes e em funcionamento no estado e, em seguida, realizadas oito entrevistas semiestruturadas com equipes atuantes em sete municípios de pequeno porte do RN. As informações foram sistematizadas e agrupadas em categorias gerais para análise qualitativa do conteúdo textual, na tentativa de apreender a realidade investigada em sua totalidade e processualidade. Os resultados apontam que as equipes volantes investigadas ainda são recentes no estado, compostas predominantemente por assistentes sociais, mas profissionais da psicologia e pedagogia também fazem parte de algumas delas. De um modo geral, diante da recenticidade, da falta de infraestrutura e da quantidade de comunidades rurais espalhadas pelos territórios, a presença das equipes nas áreas rurais se torna esporádica e acaba por fragilizar a continuidade das ações. Aliado a isso, o conhecimento das profissionais sobre a realidade dos territórios ainda aparenta ser precário, pois a busca pelas demandas e necessidades das famílias não é sistemática e organizada. Por outro lado, foi possível identificar que algumas equipes realizam estratégias e ações que buscam romper com os limites existentes e com as práticas assistencialistas tradicionais, promovendo articulação com organizações comunitárias, movimentos sociais e outros equipamentos sociais que estão mais próximos às famílias.Dissertação Ações de cuidado nas relações intrageracionais em crianças em acolhimento institucional(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-08-04) Scipião, Ingryd Cintya Augusto Machado; Francischini, Rosângela; ; http://lattes.cnpq.br/8215665927399376; ; http://lattes.cnpq.br/3247683424045040; Souza, Leonardo Lemos de; ; http://lattes.cnpq.br/6444203522447403; Fernandes, Natália; ; http://lattes.cnpq.br/0347128986960373De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) as crianças e adolescentes são concebidos como sujeitos de direitos, com prioridade absoluta e em condição peculiar de desenvolvimento. Assim, uma vez violados ou ameaçados esses direitos, serão aplicadas medidas de proteção. No âmbito dessas medidas é proposta, no referido Estatuto, a medida de acolhimento institucional, de caráter transitório e excepcional. Ao ser afastada do convívio familiar e comunitário e acolhida em uma instituição, a criança é inserida em um novo contexto de desenvolvimento, portanto, com novas pessoas, novos espaços, novas relações. Segundo a Psicologia Sócio-Histórica, suporte teórico deste estudo, cada contexto de socialização apresenta demandas específicas que influenciam no desenvolvimento da criança e a subjetividade é constituída a partir das relações que o sujeito estabelece em cada um deles. Esses contextos trazem para ela desafios e propostas às quais ela tem que responder. Considerando, então, que é na relação com o outro que o sujeito se constitui, as interações estabelecidas no período de acolhimento serão de suma importância para a criança. Dentre essas interações, podemos citar as situações que envolvem aspectos do desenvolvimento moral, mais especificamente, aquelas em que comparece (ou não) o exercício das virtudes. Da intercessão entre essas ações podem surgir, então, ações de cuidado para além daquelas que envolvem o suprimento de uma necessidade emergente. O objetivo deste trabalho é investigar a presença de relações cotidianas permeadas por ações de cuidado entre as crianças em acolhimento institucional. Para o seu alcance participaram três crianças, com três anos de idade, em medida de acolhimento institucional. A pesquisa tem caráter qualitativo e o procedimento para construção do corpus foi, principalmente, a observação participante. Procedimentos com vídeo e livros de história também foram utilizados como complementares. A análise do corpus deu-se através da Análise de Conteúdo Temática; os episódios foram agrupados em categorias de análise pré e pós-estabelecidas. As pré-estabelecidas foram ações de cuidado, ações de cuidado relacionadas com o cuidado para com o corpo, ações de cuidado relacionadas a aspectos sócio afetivos e ações de cuidado relacionadas ao cuidado do corpo e aspectos sócio afetivos, simultaneamente. As duas categorias pós-estabelecidas foram desmembramentos das anteriores, denominadas ações de cuidado desenvolvidas na interação criança-criança, sem intervenção de um adulto, e ações de cuidado desenvolvidas na interação criança-criança, com intervenção direta da educadora. As análises indicaram que na interação cotidiana entre as crianças acolhidas, elas identificam as necessidades físicas e sócio afetivas umas das outras, e se dispõem a supri-las da maneira que lhe for possível, acentuando a importância da brincadeira e os momentos lúdicos como mediadores nessas interações. As ações de cuidado observadas são pautadas em conceitos e interpretações formulados pelas próprias crianças a partir de suas experiências e em grande parte, remetem ao cuidado materno. A condição de estarem afastadas do convívio familiar pode ser um elemento que possibilita essas ações. Por fim, reafirma-se a importância de conceber a instituição de acolhimento enquanto espaço de socialização e de cuidado. Decorre a importância de se valorizar e fortalecer os aspectos positivos que se apresentam nas relações estabelecidas pelas crianças nesse contexto, incluindo as ações de cuidado, objeto desta pesquisa, que são constituintes da subjetividade dessas crianças.Dissertação As ações em saúde mental nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013-12-20) Felix, Shenia Maria Felicio; Oliveira, Isabel Maria Farias Fernandes de; ; http://lattes.cnpq.br/6077243255728600; ; http://lattes.cnpq.br/2167777543528282; Pichelli, Ana Alayde Werba Saldanha; ; http://lattes.cnpq.br/3894708493299308; Dantas, Cândida Maria Bezerra; ; http://lattes.cnpq.br/8181024208435709A Política Nacional da Atenção Básica (PNAB), regulamentada pela portaria Nº 2488 de outubro de 2011 reafirma a Estratégia de Saúde da Família (ESF) como estratégia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da atenção básica à saúde no Brasil; para isso, os municípios, com cooperação dos demais entes federativos, devem reorientar seu processo de trabalho aprofundando os princípios, diretrizes e fundamentos da Atenção Básica (AB). Além da ESF, a nova PNAB dispõe sobre os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), reafirmando seu papel de ampliar o escopo das ações da atenção básica, e de sua resolutividade, ratificando seu caráter de compartilhar saberes e de ser apoio junto aos profissionais da AB. Frente a isso, o objetivo deste trabalho é investigar como o Núcleo de Apoio a Saúde da Família - NASF está estruturado em João Pessoa e quais as ações por ele desenvolvidas no âmbito da Saúde Mental, e tem como objetivos específicos: analisar as práticas desenvolvidas pelos profissionais de Saúde Mental que compõem as equipes NASF e se elas se diferenciam das realizadas pelos demais membros das equipes; discutir a articulação do NASF na operacionalização das ações em saúde mental, no que se refere a sua organização interna e na rede de saúde municipal; e identificar as estratégias utilizadas para organização das ações em saúde mental na Atenção Básica. Para o alcance dos objetivos, foram realizadas entrevistas individuais com duas gestoras municipais e quatro trabalhadoras do NASF que participavam do colegiado de saúde mental como representantes dos seus distritos sanitários, além disso, foi realizado um grupo focal com diferentes apoiadores NASF, contemplando a diversidade de categorias profissionais que trabalham nas equipes e nos diferentes distritos sanitários. Foi possível identificar no NASF em João Pessoa, uma organização pautada pelo apoio matricial na qual as demandas da gestão e do cuidado assistencial refletem um conjunto de práticas desenvolvidas junto às ESF. Dentre as ações realizadas pelo NASF, e no âmbito da saúde mental, destaca-se o matriciamento, as visitas domiciliares e o Projeto Terapêutico Singular; essas atividades foram descritas e dialogadas no grupo focal e faz parte do cotidiano de trabalho de todos dos apoiadores do NASF, independente de sua categoria profissional. Com vistas ao fortalecimento da AB frente à ampliação das ações das equipes de saúde da família, o NASF se apresenta como uma potente estratégia de qualificação e apoio no SUS.Dissertação O acolhimento como promoção da saúde entre pacientes com câncer(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2006-10-24) Bragança, Andréa Thomé Netto Machado; Traverso-yépez, Martha Azucena; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703134T0; ; http://lattes.cnpq.br/0887303991805212; Bucher, Júlia Sursis Nobre Ferro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4727633U3&dataRevisao=null; Germano, Raimunda Medeiros; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721938D8O câncer é uma enfermidade que acomete pessoas originárias de todas as partes do mundo, de qualquer sexo, etnia ou nível social. Embora já não seja necessariamente fatal, ter a doença e tratar-se dela acarreta às pessoas sofrimentos de ordem física, emocional ou social, especialmente para uma parcela da população que dispõe de poucos recursos financeiros. Tem havido a percepção da necessidade de que o atendimento do paciente com câncer não se restrinja aos cuidados médicos, mas que haja uma equipe multidisciplinar favorecendo que o paciente seja tratado de forma integral, procurando ir além da doença, considerando-se todos os aspectos implicados no processo de adoecimento. Cada pessoa tem uma forma singular de adoecer e estar saudável, o que é perceptível pelo sentido que atribui a eventos que vivencia. O ponto de partida da pesquisa foi o contato com um trabalho denominado grupo de acolhimento , desenvolvido na LIGA Norte Riograndense contra o câncer por uma equipe multidisciplinar. O objetivo é delinear a forma como as pessoas significam o acolhimento que recebem, bem como estudar os processos de produção de sentido relativos a esse acolher e à experiência da doença. Considerando-se a singularidade desse processo, trabalhou-se com entrevistas semi-estruturadas, realizadas individualmente com nove pacientes das clínicas de quimioterapia e mama, que passaram pela experiência do grupo de acolhimento, abordando o adoecer, o tratamento, o acolhimento e as ressignificações (ou não) após todo este processo. Elegeu-se como foco de análise os processos de significação e produção de sentido destes atores sociais através de suas práticas discursivas, abordados de acordo com os seguintes eixos temáticos: a experiência do câncer, o acolhimento e ressignificando a vida (a recuperação). No decorrer da pesquisa percebeu-se que o acolhimento possui uma dimensão mais ampla, indo além do momento de realização do grupo e também não restrito aos profissionais de saúde propriamente ditos, sendo importante para que se possa tratar cada paciente de modo que seu atendimento lhe traga o maior benefício possível. Foi verificada a importância do apoio de outros atores sociais como familiares, amigos e vizinhos, também como forma de acolhimento, bem como o suporte de uma crença religiosa, citada por todos os entrevistados. Um fator também relevante foi a capacidade de recuperação demonstrada por oito dos nove entrevistados, perceptível por alterações na forma de se relacionar com os outros, por modificações em seus valores, pelos comportamentos ou pela sabedoria adquirida. Vislumbramos a possibilidade de que essa estratégia possa vir a fazer parte do cotidiano de mais instituições de atenção ao paciente de câncer, de modo a evitar ou ao menos minimizar sofrimentosDissertação Acolhimento institucional e desenvolvimento moral: a generosidade em crianças de quatro a seis anos de idade em situação de abrigo(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010-04-09) Cabral, Clariana Morais Tinôco; Francischini, Rosangela; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761536A6&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/7994180766914199; Macedo, Lino de; ; http://lattes.cnpq.br/5836810763379112; Leite, Jáder Ferreira; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4700150A5&dataRevisao=nullEsta pesquisa tem como proposta central verificar como a virtude generosidade, considerada aqui como um dos aspectos importantes do desenvolvimento moral na criança, se apresenta em crianças de quatro a seis anos de idade em situação de acolhimento institucional. Para tanto, agregou-se aos conhecimentos em psicologia do desenvolvimento humano, mais especificamente Jean Piaget e seus colaboradores mais contemporâneos, conhecimentos filosóficos, com ênfase em Immanuel Kant e Aristóteles. A pesquisa realizou-se em um serviço de acolhimento institucional do município de Natal/RN, nos períodos de fevereiro a maio de 2009, a qual é responsável por oferecer cuidado a crianças de zero a seis anos. Foram utilizados como procedimentos: o jogo de regra Brincadeira da memória ; a história infantil Briga de uma nota só ; e observações do cotidiano da instituição. A análise do corpus se deu por meio do método de Análise de Conteúdo Temática. No geral, nas observações do cotidiano as crianças se apresentaram mais cooperativas e generosas do que nos procedimentos ministrados, principalmente quando estava em questão o bem-estar do outro. O dever, perspectiva kantiana, foi superado pelo sumo bem aristotélico, classificado como ato generoso de proporcionar ao outro aquilo que não está afixado como direito, no entanto, garantido por solidariedadeDissertação "Aconchego do Lar": desvelando o acolhimento familiar no RN(2018-02-06) Jacobina, Laís Fernandes; Paiva, Ilana Lemos de; ; ; Melo, Symone Fernandes de; ; Pinheiro, Ângela de Alencar Araripe;Como alternativa formal de defesa dos direitos do público infantojuvenil, o Serviço de Acolhimento Familiar (SAF) surge pela necessidade de prevenir-se o encaminhamento de crianças e adolescentes a instituições, logo, encontra-se inserido em um processo de reformulação da política de proteção e garantia dos direitos das crianças e adolescentes. Nesse contexto, o município alvo desta pesquisa é pioneiro na implantação do serviço no Rio Grande do Norte (RN). Assim, discute-se a inserção do SAF na rede socioassistencial do município, sob a perspectiva dos atores envolvidos em seu funcionamento: equipe técnica, coordenador, famílias (acolhedora e de origem), criança acolhida, Conselho Tutelar, Promotor de Justiça e Juiz. A partir de entrevistas semiestruturadas, foi realizada uma análise acerca das concepções destes atores sobre o SAF, do papel que exercem, buscando compreender como se deu o processo de implantação do SAF e se ele é considerado uma alternativa de cuidados à população infantojuvenil. A partir da leitura do material coletado, depreenderam-se três eixos de análise preponderantes: I - Concepções sobre o SAF; II - Papel desempenhado no SAF e III – O SAF no contexto local. O estudo mostra que o acolhimento familiar é considerado uma interessante alternativa de atendimento às crianças e adolescentes do município, embora ainda existam dificuldades quanto ao público adolescente. Foi ressaltada a atenção individualizada e a afetividade no convívio entre a criança/adolescente e a família acolhedora, em um ambiente familiar, o qual foi considerado mais salutar que o institucional. Todavia, a inserção do SAF na rede socioassistencial, tem sido vivenciada com reservas por alguns atores, havendo ainda um caminho a ser percorrido para alcançar a solidificação desse serviço na rede, pois ainda existem desafios a serem vencidos, como, dentre outros, maior disseminação de informações sobre o SAF na região, e consequente crescimento do cadastro de famílias acolhedoras.Tese Activité et compétences professionnelles dans des espaces culturellement et linguistiquement hybrides: le cas des professionnels de santé à la frontière Uruguay-Brésil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2016-04-15) Caraballo, Gimena Natalia Pérez; Falcão, Jorge Tarcísio da Rocha; https://orcid.org/0000-0002-2798-3727; http://lattes.cnpq.br/9066230660650393; http://lattes.cnpq.br/1772336803611288; Bolzman, Cláudio; Derivois, Daniel; Vergnaud, Gérard; Passeggi, Luís Álvaro Sgadari; http://lattes.cnpq.br/4021473858264190; Acioly-Régnier, Nadja MariaDans cette recherche nous nous intéressons aux professionnels du domaine de la santé qui travaillent à la frontière Uruguay-Brésil. Cet espace est marqué non seulement par une culture « frontalière », mais aussi par le plurilinguisme car deux langues standard telles que l’espagnol et le portugais, ainsi que deux dialectes locaux étant le Portugais Gaúcho da Fronteira et Portugais de l’Uruguay (populairement appelé portugnol) sont présents sur ce territoire. C’est exactement dans ce sens que nous cherchons à savoir comment les professionnels de santé travaillent dans un espace si singulier et si complexe. L’objectif de cette recherche est ainsi celui d’étudier l’activité professionnelle et les compétences mises en oeuvre par les travailleurs de ce domaine dans le but de mieux répondre aux besoins des patients frontaliers. Nous nous demandons quelles compétences, autres que techniques, sont nécessaires afin d’assurer une prise en charge adéquate et efficace des patients dont le cadre de référence socio-économique, culturel et linguistique peut différer de celui du professionnel. Pour aborder ce sujet, nous avons choisi de travailler avec plusieurs approches, qui bien que différentes, s’avèrent pertinentes pour une compréhension plus holistique de notre objet d’étude. C’est ainsi que nous évoquerons les travaux de l’ergonomie francophone, la théorie des champs conceptuels proposée par Gérard Vergnaud, la didactique professionnelle, la clinique de l’activité et les travaux réalisés dans le domaine de l’interculturalité. En nous situant plus particulièrement dans la perspective historico-culturelle du psychisme, développée par l’école russe de psychologie, et notamment à travers les travaux de Vygotski et de Leontiev, nous étudierons davantage l’activité professionnelle et les compétences qui s’expriment à travers cette activité. Pour cela, nous avons mené cette étude auprès de 208 professionnels, aussi bien uruguayens que brésiliens, en utilisant cinq outils méthodologiques : des observations ethnographiques, un questionnaire, des entretiens informels, des entretiens dits d’instruction au sosie et des entretiens d’autoconfrontation simple. Les résultats de cette recherche montrent que les professionnels de santé travaillant dans cet espace frontalier semblent avoir développé des compétences, autres que techniques, afin de proposer une prise en charge plus adéquate et plus efficace. En outre, et à travers les résultats qualitatifs et quantitatifs, nous avons remarqué que ce contexte culturellement et linguistiquement hybride ne viendrait pas tellement rendre difficile l’activité professionnelle. Au contraire, et dans certains cas, il aiderait même à développer d’autres compétences et à prendre des initiatives qui dépassent aussi bien ce qui est attendu par les prescriptions formelles que par les prescriptions propres au métier.Tese Adaptação e evidências psicométricas da versão brasileira da Cambridge Worry Scale(2016-08-12) Oliveira, Maria Aurelina Machado de; Maia, Eulalia Maria Chaves; ; http://lattes.cnpq.br/2021670670663453; ; http://lattes.cnpq.br/6846676304395058; Calvo, Bernardino Fernandez; ; http://lattes.cnpq.br/4082400623552153; Correia, Divanise Suruagy; ; http://lattes.cnpq.br/4587796198121901; Pires, Izabel Augusta Hazin; ; http://lattes.cnpq.br/5496201609189471; Torres, Tatiana de Lucena; ; http://lattes.cnpq.br/2310895002206004A Cambridge Worry Scale é uma escala multidimensional elaborada para avaliar o tipo e a intensidade da preocupação de gestantes com bons índices de validade e confiabilidade. Desta forma o objetivo geral desta pesquisa foi adaptar e analisar as evidências psicométricas da Cambridge Worry Scale, que avalia preocupações maternas em gestantes. Os objetivos específicos foram: a) fazer a adaptação semântica dos itens da Cambridge Worry Scale do inglês para o português brasileiro b) avaliar evidências de validade de conteúdo através do Coeficiente de Validade de Conteúdo (Etapa 1); c) verificar elementos de validade e confiabilidade da Cambridge Worry Scale através de procedimentos de avaliação psicométricos (Etapa 2). Adaptação transcultural de corte transversal realizada com 420 gestantes a partir de 13 anos de idade assistidas em Unidades Básicas de Saúde de Natal (RN). Utilizou-se como instrumentos: 1) Questionário Estruturado (dados sociodemográficos e gestacionais); 2) Cambridge Worry Scale (CWS); 3) Perfil Psicossocial no Pré-natal (PPP); e a Escala de Apoio Social. O projeto cumpriu os aspectos éticos tendo obtido parecer favorável (572.558/ 2014) do Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN. As análises dos dados foram feitas com o auxílio do software SPSS (21.0). Na Etapa 1 efetuou-se estatísticas descritivas (frequência e Coeficiente de Validação de Conteúdo - CVC) e cálculo do Kappa de Fleiss. Na Etapa 2 usou-se análise fatorial exploratória e confirmatória, teste t, ANOVA, correlações de Pearson; e cálculo do alfa de Cronbach. Na Etapa 1 obteve-se a autorização formal dos autores; preparação e consolidação da versão preliminar; e validação de conteúdo acerca dos critérios Clareza, Pertinência Prática e Relevância Teórica, cujos CVC foram maiores que 0,8 na maior parte dos itens. A Dimensão Teórica apresentou concordância substancial (k=0,7164). A Etapa 2 refere-se à coleta de dados de 420 gestantes. A média de idade foi 26,85 (±8,93) anos, a maioria apresentou baixa escolaridade e renda, era dona de casa, católica, e vivia em união estável. Predominaram multíparas, com baixo histórico de aborto e não planejamento da gestação. Os resultados da Análise Fatorial Exploratória com rotação Oblimin, seguida de Análise Fatorial Confirmatória para a versão de 16 itens e 13 itens (reduzida), indicaram bons indicadores de validade e confiabilidade para ambos modelos. Houve diferenças na estrutura fatorial dos 2 modelos. A versão de 16 itens apresentou 5 fatores, a maioria organizados conforme a original. A versão reduzida se mostrou similar ao modelo original, por isso se indica seu uso. A escala presentou validade convergente, divergente e de construto confirmada pelas correlações entre os fatores da CWS e os escores de estresse (convergente), autoestima e apoio social (divergente). A validade de critério foi observada pelas diferenças do valor total e fatores da CWS entre grupos de gestantes (primíparas/multíparas; adolescentes/adultas jovens/tardias). A confiabilidade avaliada através da consistência interna da escala foi satisfatória (valor α=0,825) bem como dos fatores (α=0,64-0,74). Os resultados psicométricos com relação à validade e confiabilidade da versão brasileira da CWS indicam que a escala é apropriada para ser utilizada. Instrumento útil e de fácil aplicação que pode ser usado por pesquisadores e clínicos para avaliar preocupações de gestantes.Dissertação Adaptação e validação da escala de dependência de exercício físico em versão tradicional e informatizada(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010-07-27) Oliveira, Isabel Cristina Vasconcelos de; Alchieri, João Carlos; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790051D1&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/5840543201441999; Gouveia, Valdiney Veloso; ; http://lattes.cnpq.br/6960379064948678; Antunes, Hanna Karen Moreira; ; http://lattes.cnpq.br/1464519773053362Embora traga benefícios físicos e psicológicos, a prática excessiva de atividade física poderia ser ou desencadear um comportamento compulsivo, tornando o indivíduo dependente deste. Em uma discussão paralela, cita-se a informatização de instrumentos de medida em Psicologia, que se, por um lado, reflete o pleno desenvolvimento da informática e aplicabilidade desta para outras áreas, por outro evidencia também paradoxalmente pouco avanço da mesma no campo da Avaliação Psicológica. Nesta perspectiva, o presente estudo visa adaptar para o contexto nacional a Escala de Dependência de Exercício (EDS-R), em duas versões (papel-e-lápis e informatizada), bem como verificar evidências de validade fatorial, convergente e consistência interna de cada versão e compará-las entre si. Propõe-se, ainda, a observar a relação de algumas variáveis bio-demográficas (gênero, idade, frequência, duração e intensidade com que pratica exercício) na dependência de exercício físico (DEF). Para tanto, 709 praticantes de atividade física regular, selecionados por procedimentos de amostragem não-probabilística e acidental, responderam a versão adaptada da EDS-R, a Escala de Satisfação com a Aparência Muscular (MASS), a Escala de Modificação Corporal (BMS) e questionário sócio-bio-demográfico, analisados por meio de Análise Fatorial Exploratória, cálculo do Alfa de Cronbach e testes inferenciais não paramétricos. Tanto a versão tradicional como a informatizada apresentaram uma estrutura de sete fatores, explicando 57 e 62% da variância compartilhada, respectivamente, assim como Alfas de Cronbach de 0,83 e 0,89. Os fatores foram: (1) intencionalidade, (2) continuidade, (3) tolerância, (4) redução de outras atividades, (5) falta de controle, (6) abstinência e (7) tempo gasto em exercício. Foram observadas relações positivas entre a Dependência de Exercício e as variáveis idade, prática de dietas, consumo de suplementos alimentares e medicamentos para alteração de massa corporal, desejo de fazer cirurgia plástica e satisfação corporal. Observou-se, ainda, uma correlação positiva entre a DEF e a frequência, duração e intensidade com que se pratica exercício, bem como com o fator Dependência em malhar da MASS, indicando, assim, validade convergente da EDS-R. Por fim, quanto às comparações entre as duas versões de coleta, estas foram equivalentes, com poucas alterações, tendo a versão informatizada atingido escores mais elevados de DEF. Com base em tais resultados, pode-se concluir que a EDS-R apresenta evidências de validade fatorial, convergente e consistência interna para identificação da Dependência de exercício físico nas versões tradicional e informatizada, bem como está relacionada a ações empregadas para modificação corporal e comportamentos voltados para o exercício. Por fim, constatou-se uma equivalência entre as versões tradicional e informatizada, sobretudo nos parâmetros psicométricos estrutura fatorial e índices de consistência interna, sugerindo, portanto, uma viabilidade de avaliações informatizadas. No entanto, observou-se que a coleta informatizada possui estratégias de recrutamento um pouco mais limitadas