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https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/59036
Título: | O cuidado e a saúde das mulheres negras em privação de liberdade: análise de uma unidade prisional no interior da Bahia |
Autor(es): | Guedes, Alessandra Leal |
Orientador: | Porto, Rozeli Maria |
Palavras-chave: | Encarceramento feminino;Mulheres negras;Práticas de cuidado;Saúde;Abolicionismo penal |
Data do documento: | 28-Nov-2023 |
Editor: | Universidade Federal do Rio Grande do Norte |
Referência: | GUEDES, Alessandra Leal. O cuidado e a saúde das mulheres negras em privação de liberdade: análise de uma unidade prisional no interior da Bahia. Orientadora: Dra. Rozeli Maria Porto. 2023. 128f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2023. |
Resumo: | Este estudo aborda o fenômeno do encarceramento no Brasil e destaca as suas relações intrínsecas com o racismo, com foco na população carcerária feminina do país, que é a terceira maior do mundo. A saúde e o cuidado das mulheres negras nas prisões é uma das dimensões que este estudo se propôs a compreender. Através do campo da Antropologia da Saúde e a partir de uma abordagem decolonial e interseccional entre gênero, raça e classe, foi feita a análise das práticas de saúde no Presídio Regional Advogado Nilton Gonçalves, na cidade de Vitória da Conquista, no interior da Bahia. Os dados discutidos neste trabalho são resultados de entrevistas semiestruturadas com dez interlocutoras, nas quais buscou-se saber como as mulheres negras vivenciam o sistema prisional e o quanto tal realidade impacta os seus processos de saúde e adoecimento, bem como identificar como são acionadas as noções de cuidado, tanto pelas mulheres em privação de liberdade, como pelas profissionais de saúde e agentes carcerárias desse Presídio. Com os resultados obtidos foi possível constatar a impossibilidade de se refletir sobre o sistema prisional brasileiro, sem racializar e buscar desvelar suas complexas dimensões, as quais são profundamente imbricadas com a manutenção de um projeto genocida, perpetrado contra a população negra e pobre do país. Além disso, o adoecimento no sistema prisional é uma realidade naturalizada, e as doenças identificadas como predominantes entre as mulheres encarceradas na Unidade prisional estudada são hipertensão arterial, depressão, ansiedade e Síndrome de Borderline. Alguns dos sentidos do cuidado para essas mulheres encarceradas estão atrelados às suas memórias fora do cárcere, assim como também à práticas de autocuidado e cuidado que são coletivizadas entre parceiras de cela. Com isso, a relevância dessa pesquisa está em reforçar a urgência de agendas pelo desencarceramento, criando-se alternativas efetivas a partir da garantia do cuidado e saúde integral para a população carcerária, tendo como perspectiva o abolicionismo penal. |
Abstract: | This study is about the phenomenon of imprisonment in Brazil and highlights its intrinsic relations with racism, focusing on the female prison population of the country, which is the third largest in the world. The health and care of black women in prisons is one of the dimensions that this study has sought to understand. Through the field Anthropology of Health and from a decolonial and intersectional approach between gender, race and class, an analysis of health practices was made at the Regional Prison Nilton Gonçalves, in the city of Vitória da Conquista in Bahia. The discussed in this paper are results of semi-structured interviews with ten interlocutors, in which it was sought to know how black women experience the prison system and how this reality impacts their health and illness processes, as well as identify how they are triggered as notions of care, both by women in deprivation of liberty, and by the health professionals and prison officers of this Prison. With the results obtained it was possible to establish the impossibility of reflecting on the Brazilian prison system, without racializing and seeking to reveal its complex dimensions, such as which are deeply embedded with the maintenance of a genocidal project, perpetrated against a black and poor population of the country. In addition, illness in the prison system is a reality and as diseases identified as predominant among women imprisoned in the Prison Unit studied are hypertension, depression, anxiety and Borderline Syndrome. Some of the senses of care for these imprisoned women are related to their memories outside prison, as well as to the practices of self-care and care that are collectivized between cell partners. With this, a relevance of this research is in reinforcing an urgent need for agendas for discharge, creating effective alternatives from guaranteeing care and comprehensive health for a prison population, taking as perspective the abolitionism of criminal law. |
URI: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/59036 |
Aparece nas coleções: | PPGAS - Mestrado em Antropologia Social |
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