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Título: O comportamento pró-social de crianças com sintomatologia do transtorno da conduta
Autor(es): Medeiros, Mayara Wenice Alves de
Orientador: Yamamoto, Maria Emilia
Palavras-chave: Psicologia evolucionista;Priming;Cooperação;Altruísmo;Psicopatologia evolucionista
Data do documento: 3-Nov-2014
Editor: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Referência: MEDEIROS, Mayara Wenice Alves de. O comportamento pró-social de crianças com sintomatologia do transtorno da conduta. 2014. 110f. Dissertação (Mestrado em Psicobiologia) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2014.
Resumo: Os comportamentos pró-sociais são vistos diariamente na nossa vida, frequentemente presenciamos pessoas dando esmolas, ajudando um vizinho a fazer uma mudança, doando sangue, cuidando dos filhos de um amigo, entre outros. Em uma perspectiva evolucionista, provavelmente esses comportamentos se fazem presentes pelo seu alto valor adaptativo para nossa espécie, justamente pela dependência que temos da vida em grupo para nossa sobrevivência. Provavelmente, por esse mesmo motivo, desde crianças já mostramos uma preferência por comportamentos pró-sociais a comportamentos antissociais, sendo essa preferência mais visível ao passo que crescemos. Entretanto, crianças com sintomas do transtorno da conduta mostram um padrão de comportamento agressivo, impulsivo e mais egoísta que crianças sem a sintomatologia. Além disso, essas crianças também vivenciam ambientes, onde os comportamentos antissociais são mais frequentes e intensos se comparado à população geral. Experimentos com priming são uma forma de medir a influência de pistas ambientais simples sobre o nosso comportamento, por exemplo, dirigimos mais rápido quando escutamos músicas aceleradas, pessoas religiosas ajudam mais diante de elementos religiosos, como a bíblia, e crianças são mais cooperadoras após jogarem jogos de cunho educativo. Com isso, o presente estudo teve como objetivos: avaliar se existe diferença na generosidade, por meio do comportamento de partilha, entre crianças que apresentam sintomatologia do transtorno da conduta e crianças que não apresentam a dita sintomatologia; analisar a influência de um priming pró-social sobre o comportamento de partilha em crianças com ou sem sintomatologia do transtorno da conduta; e por fim, analisar sob a perspectiva evolucionista as razões dadas por crianças com ou sem sintomatologia do transtorno da conduta para partilhar ou não com o melhor amigo de sala de aula. Para isso, os professores das crianças respondiam um inventário que sinalizava para a presença ou ausência de sintomatologia do transtorno da conduta. As crianças com ou sem sintomatologia podiam passar por uma condição experimental (com priming) ou por uma condição controle (sem priming). Na condição experimental as crianças assistiam a dois vídeos curtos mostrando ajuda e partilha entre os pares, realizavam uma atividade de distração, e por fim, escolhiam dois entre quatro materiais mostrados pelo experimentador e decidiam quanto desses dois materiais gostariam de partilhar com o melhor amigo de sala de aula. Em seguida, ix eram questionadas a criança as razões da partilha e da retenção. As crianças da condição controle faziam as mesmas atividades, porém não assistiam aos vídeos. Os resultados encontrados mostram uma diferença do efeito do priming de acordo com a fase do desenvolvimento na qual a criança se encontra; uma diferença na quantidade de material doado por crianças com ou sem sintomas do transtorno da conduta, e uma mudança dessa diferença diante do priming pró-social; e por fim, uma convergência entre o pensamento utilizado por crianças nas razões de partilha e as Teorias Evolucionistas. Esses resultados sinalizam a importância de fatores individuais, do desenvolvimento, ambientais e evolutivos no comportamento pró-social de crianças com e sem sintomas do transtorno da conduta.
Abstract: Pro-social behaviors are seen regularly throughout our daily lives, as we often witness people giving alms, helping a neighbor move, donating blood, or taking care of a friend's children, among others. From an evolutionary perspective, such behaviors occur because they have a high adaptive value to our species, precisely due to our high degree of dependence on group living for survival. Probably, for this same reason, since children have shown a preference for prosocial behaviors over antisocial behaviors, this preference becomes more visible as we grow. However, children with symptoms of conduct disorder show a pattern of aggressive, impulsive and more selfish behaviors than children without such symptoms. Furthermore, these children also experience environments in which antisocial behaviors are more frequent and intense compared to the general population. Priming experiments are one way of measuring the influence of simple environmental cues on our behavior. For example, driving faster when listening to music, religious people help more on religious elements, like the bible, and children are more cooperative after playing games of an educational nature. Thus, the objectives of the current study were to: evaluate whether there is any difference in generosity, through sharing behavior, among children with and without symptoms of conduct disorder; analyze the influence of prosocial priming on sharing behavior on children with and without symptoms of conduct disorder; and finally, analyze from an evolutionary perspective, the reasons given by children with and without symptoms of conduct disorder for sharing or not sharing with their best friend in a classroom environment. To address this question, the teachers of these children were asked to respond to an inventory that was designed to signal the presence or absence of symptoms of conduct disorder. Children identified as having or not having symptoms of conduct disorder could then undergo an experimental (with priming) or control (no priming) condition. Under the experimental condition, the children were asked to watch two short videos showing scenes of helping and sharing among peers, to perform a distraction activity, and finally to chose two of four different materials presented by the researcher and decide how much of these two materials they would like to share with their best friend in the classroom. Then the children were asked about their reasons for sharing or not sharing. Children subjected to the control condition performed the same activities as in the xi experimental condition, but did not watch the video first. The results showed a notable difference in the effect of priming in accordance with the child's stage of development; a difference in the amount of material donated to a best friend by children with and without symptoms of conduct disorder, and a change in this observed difference with the influence of pro-social priming; and finally, a convergence in the thinking of children regarding their reasons for sharing with evolutionary theory. The results of this study also indicate the importance of individual factors, developmental stage, environmental and evolutionary conditions in the pro-social behavior of children with and without symptoms of conduct disorder.
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/19607
Aparece nas coleções:PPGPSICO - Mestrado em Psicobiologia

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