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Título: Efeitos agudos das cargas inspiratórias nos volumes da parede torácica e atividade elétrica dos músculos respiratórios em adultos saudáveis e crianças respiradores orais
Autor(es): Fonseca, Jéssica Danielle Medeiros da
Orientador: Fregonezi, Guilherme Augusto de Freitas
Palavras-chave: Eletromiografia;Testes de função respiratória;Sujeitos saudáveis;Músculos respiratórios;Respiração oral;Crianças
Data do documento: 26-Set-2019
Referência: FONSECA, Jéssica Danielle Medeiros da. Efeitos agudos das cargas inspiratórias nos volumes da parede torácica e atividade elétrica dos músculos respiratórios em adultos saudáveis e crianças respiradores orais. 2019. 117f. Tese (Doutorado em Fisioterapia) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.
Resumo: Introdução: A respiração oral (RO), mais comumente encontrada em crianças, é uma desordem respiratória na qual é adotado o modo respiratório oral suplementar ou substituto da respiração nasal normal. Esta desordem acarreta em desequilíbrio do sistema estomatognático, que leva a alterações estruturais nas mandíbulas, alterações na postura, fala, deglutição, sono e na respiração. A respiração nasal é a fisiológica e apresenta vantagens quando comparada a respiração por via área oral, apesar disto, os dispositivos de resistência respiratória disponíveis no mercado utilizam apenas bocais (via aérea oral). O uso de sobrecargas inspiratórias tem por objetivo melhorar a endurance e força muscular para gerar melhora da função pulmonar, para isto é relatado na literatura diferentes modalidades de treinamento muscular respiratório. Com base no que foi descrito a presente tese apresenta duas produções decorrentes da sua linha de pesquisa: 1) um estudo do uso de sobrecargas inspiratórias com diferentes interfaces em sujeitos adultos saudáveis e 2) um segundo estudo do uso de sobrecargas inspiratórias por meio da via aérea nasal com diferentes dispositivos de resistência inspiratórias em crianças respiradores orais. Objetivos: O objetivo de presente tese foi avaliar os efeitos agudos de diferentes intensidades de sobrecargas inspiratórias, diferentes interfaces e diferentes dispositivos de resistência inspiratória no padrão respiratório e na atividade dos músculos respiratórios de sujeitos adultos saudáveis e de crianças respiradores orais. Métodos: 1) Vinte adultos saudáveis foram recrutados e divididos em dois grupos com base na intensidade da carga inspiratória (20 e 40% da pressão inspiratória máxima) por meio de alocação cruzada aleatória. Os indivíduos foram avaliados durante a respiração tranquila, respirando com carga inspiratória e recuperação. As medidas foram repetidas usando duas interfaces diferentes (nasal e oral). 2) Trinta e nove crianças com síndrome da respiração oral (SRO) foram randomizadas em dois grupos com base na intensidade da carga inspiratória (20% e 40% da pressão inspiratória máxima). As crianças foram avaliadas durante a respiração tranquila, respirando com carga inspiratória por meio da via aérea nasal e recuperação. As medições foram repetidas durante o uso de dois dispositivos distintos (limiar pressórico e resistência ao fluxo). Em ambos os estudos durante o protocolo de intervenção os volumes da parede torácica e a atividade dos músculos respiratórios foram avaliados por meio da pletismografia optoeletrônica e da eletromiografia de superfície, respectivamente. Resultados: 1) Durante a aplicação da carga inspiratória, foram observadas alterações significativas na frequência respiratória (p <0.04), tempo inspiratório (p <0.02), ventilação minuto (p <0.04), volume corrente (p <0.01), volume inspiratório final (p <0.04), volume expiratório final (p <0.03) e atividade dos músculos escaleno, esternocleiomastoideo e porção paraesternal do músculo intercostal (valores de %RMS, p <0.01) quando comparados com a respiração tranquila, independentemente da intensidade de sobrecarga ou da interface aplicada. A aplicação da carga inspiratória gerou aumento do volume corrente (p <0.01), volume inspiratório final (p <0.01) e da atividade elétrica dos músculos escaleno e esternocleiomastoideo (p <0.01) com o uso da interface nasal quando comparado a oral. 2) Durante a aplicação da carga inspiratória ocorreram mudanças significativas na frequência respiratória (p <0.04), tempo inspiratório (p <0.02), tempo total do ciclo respiratório (p <0.02), volume minuto (p <0.03), volume corrente (p <0.01) e na atividade muscular do escaleno e esternocleiomastoideo (valores de %RMS, p <0.01) quando comparado à respiração tranquila e recuperação, independentemente do nível de carga e dispositivo aplicado. A aplicação de carga utilizando o aparelho resistência a fluxo mostrou um aumento maior no volume corrente (p <0.02) e o volume inspiratório final (p <0.02) quando comparado ao limiar pressórico. Conclusões: Ambos os estudos abrem novas perspectivas fisiológicas e terapêuticas. Tratam-se de estudos precursores em relação a avaliação dos volumes e compartimentos da parede torácica, bem como a análise da atividade elétrica da musculatura respiratória em resposta a sobrecargas inspiratórias por meio das interfaces nasal e oral. O estudo 1 demonstrou que a adição de carga inspiratória tem um efeito significativo no padrão respiratório e na atividade elétrica dos músculos respiratórios, sendo estes efeitos maiores quando a interface nasal é aplicada. O estudo 2 mostra que a adição de carga inspiratória utilizando uma interface nasal tem um efeito positivo no padrão respiratório e na atividade elétrica dos músculos inspiratórios, e o dispositivo FR foi mais efetivo para geração de volume pulmonar.
Abstract: Introduction: Mouth breathing (MB) most commonly found in children is a respiratory disorder in which the subject adopts an oral mode to supplement or totally replace the normal nasal breathing. This disorder results in an imbalance of the stomatognathic system, which leads to structural changes in the jaws and changes in posture, speech, swallowing, sleep and breathing. Nasal breathing is the physiologic pattern and has advantages when compared to oral breathing. However, the respiratory resistance devices available in the market use mouthpieces (oral airway). The use of inspiratory overloads aims to improve endurance and muscle strength to improve lung function, for this, different modalities of respiratory muscle training have been reported in the literature. Based on what has been described this thesis presents two studies resulting from its research line: 1) a study of the use of inspiratory overloads with different interfaces in healthy adult subjects and 2) a second study of the use of inspiratory overloads via nasal airway with different inspiratory resistance devices in mouth breathing children. Aims: The aim of this thesis was to evaluate the acute effects of different inspiratory overloads intensities, different interfaces and different inspiratory resistance devices on the breathing pattern and respiratory muscle activity of healthy adult subjects and mouth breathing children. Methods: 1) Twenty healthy adults were recruited and assigned to two groups based on inspiratory load intensity (20 and 40% of the Maximal Inspiratory Pressure) by way of randomized crossover allocation. Subjects were evaluated during quiet breathing, breathing against inspiratory load, and recovery. The measurements were repeated using two different interfaces (nasal and oral). 2) Thirty-nine children with mouth breathing syndrome (MBS) were randomized into two groups based on inspiratory load intensity (20% and 40% of the Maximal Inspiratory Pressure). These children were assessed during quiet breathing, breathing against inspiratory load via nasal airway and recovery. The measurements were repeated using two different devices (pressure threshold and flow resistance). In both studies during the intervention protocol, chest wall volumes and respiratory muscles activity were evaluated by optoelectronic plethysmography and surface electromyography, respectively. Results: 1) During the application of inspiratory load, significant changes were observed in the respiratory rate (p < 0.04), inspiratory time (p < 0.02), minute ventilation (p < 0.04), tidal volume (p < 0.01), end-inspiratory volume (p < 0.04), end-expiratory volume (p < 0.03), and in the activity of the scalene, sternocleiomastoid, and parasternal portion of the intercostal muscles (RMS values, p < 0.01) when compared to quiet breathing, regardless of the load level or the interface applied. Inspiratory load application generated an increase in the tidal volume (p < 0.01), end-inspiratory volume (p < 0.01), and electrical activity of the scalene and sternocleiomastoid muscles (p < 0.01) with the use of nasal interface when compared to oral. 2) During the application of inspiratory load, significant changes occurred in respiratory rate (p<0.04), inspiratory time (p<0.02), total time of respiratory cycle (p<0.02), minute volume (p<0.03), tidal volume (p<0.01) and scalene and sternocleidomastoid muscles activity (RMS values, p<0.01) when compared to quiet spontaneous breathing and recovery, regardless of load level or device applied. The application of inspiratory load using the flow resistance device showed an more increase in the tidal volume (p<0.02) and end-inspiratory volume (p<0.02) when compared to pressure threshold. Conclusion: Both studies open new physiological and therapeutic perspectives. These are precursor studies regarding the assessment of chest wall volumes and compartments, as well as the analysis of the electrical activity of respiratory muscles. Study 1 shows that the addition of inspiratory loading has a significant effect on the breathing pattern and electrical activity of respiratory muscles, and these effects are greater when the nasal interface is applied. Study 2 shows that the addition of inspiratory loading using a nasal interface has a positive effect on the breathing pattern and electrical activity of inspiratory muscles, and the FR device was more effective for lung volume generation.
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28369
Aparece nas coleções:PPGFS - Doutorado em Fisioterapia

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