CCHLA - TCC - Comunicação Social - Audiovisual
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Navegando CCHLA - TCC - Comunicação Social - Audiovisual por Assunto "Análise do discurso"
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TCC Criminologia midiática e necropolítica: o discurso da Rede Globo sobre o MST(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-12-07) Albano, Gabriela Fernandes; Gomes, Raimunda Aline Lucea; http://lattes.cnpq.br/6106153702635737; http://orcid.org/0000-0001-7843-0092.; http://lattes.cnpq.br/3648785593383857; Aires, Janaine Sibelle Freires; http://lattes.cnpq.br/4051151886203077; Leite, Patrícia Paixão de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/6071833222868079Esta pesquisa tem como objeto de estudo o discurso midiático da emissora Rede Globo, por meio dos âncoras do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcellos, à luz da criminologia midiática e da necropolítica. O corpus é composto por entrevistas realizadas com os quatro candidatos mais bem colocados, segundo a pesquisa IBOPE, à presidência da república em 2022, quais sejam: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). As entrevistas foram escolhidas por se tratar de um discurso midiático que, devido à polarização da eleição presidencial nesse ano, carregar em si muitas marcar ideológicas e bandeiras identitárias. Além disso, pela força que a Rede em produzir e moldar a opinião pública (MELLO, 2020), devido, principalmente, aos números altos de audiência e assinantes (MOM-Brasil, 2017). Na produção deste trabalho, buscamos traçar um panorama da mídia, com ênfase na Rede Globo, como forma de resgatar o histórico de produção discursiva da emissora, bem como resgatamos também a história do Movimento dos Trabalhadores sem Terra, uma vez que os sujeitos são históricos e os discursos proferidos se relacionam temporalmente com o que foi dito antes e com o que está por ser dito (PÊCHEUX, [1975] 1988; ORLANDI, 2013). Como aporte teórico, temos a criminologia midiática, conceito desenvolvido por Zaffaroni (2012), e a necropolítica, elaborado por Mbembe (2018), guiando a análise quanto à percepção do discurso midiático proferido e as estratégias ideológicas, políticas e sociais envolvidas, uma vez que se trata de um contexto político de polarização. A criminologia midiática versa sobre a utilização da mídia para a criação de um estereótipo do “inimigo”, aquele que pode ser usado como bode expiatório de toda a sensação de medo e de insegurança gerados na população, por de um terror generalizado, produzido e presente apenas na mídia (ZAFFARONI, 2012). Ainda no aporte teórico, temos a ideia de um Estado que se utilizado de suas instituições de poder para gerar uma política de morte aos indivíduos vistos como inúteis, ou problemáticos para seus interesses, e, portanto, descartáveis (MBEMBE, 2018). Por fim, utilizamos a Análise do Discurso como arcabouço metodológico para identificação e conceitualização do que é considerado discurso e das Formações Discursivas (FOUCAULT, 2008; PÊCHEUX, [1975] 1988; ORLANDI, 2013), trechos selecionados das entrevistas para análise, seguindo não só a criminologia midiática e a necropolítica como plano de interpretação, mas também a análise dos ditos, não ditos e silenciamentos (PÊCHEUX, [1975] 1988; ORLANDI, 2013), uma vez que é na interação entre o que se diz e o que se escolhe não dizer que os sentidos são negociados e construídos. Nossa hipótese de pesquisa foi comprovada mostrando que, por meio das Formações Discursivas, de seu padrão de repetição de um mesmo discurso e de seus ditos, não ditos e silenciados, a Rede Globo cria uma visão, uma realidade presente apenas na mídia (ZAFFARONI, 2012), de modo a criminalizar o MST, reforçando a necropolítica (MBEMBE, 2018), e com isso propaga suas intenções de moldar a visão de sua audiência.